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IMPACTOS SOCIAIS DA GESTÃO ADMINISTRATIVA

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Academic year: 2021

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LUCIANA CRISTINA DE SOUZA

IMPACTOS SOCIAIS DA GESTÃO ADMINISTRATIVA

Projeto de Pesquisa apresentado ao Núcleo de Pesquisa e Extensão da Faculdade de Direito Milton Campos, para desenvolvimento de pesquisa institucional.

Linha de Pesquisa: Análise dos impactos sociais e jurídicos da relação entre o Estado e os seus Cidadãos na sociedade brasileira contemporânea

Projeto de Pesquisa individual ou coletivo

Nova Lima 2012

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1 TEMA-PROBLEMA

A realidade político-social brasileira é permeada de demandas oriundas dos Cidadãos, as quais devem ser atendidas pelo Estado quando pertinentes ao bem comum e à proteção dos direitos individuais. Estas demandas são supridas, principalmente, por meio de políticas públicas e pela eficiente gestão administrativa, devendo utilizar instrumentos eficazes e éticos na sua execução, os quais respeitem a função social a ser cumprida pelas autoridades no Estado Democrático de Direito. A ausência desta preocupação ético-social por parte do Poder Público pode se tornar um grave problema quando da execução das políticas públicas e também no desempenho das demais tarefas administrativas, gerando conseqüências políticas e jurídicas para os seus responsáveis.

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2 JUSTIFICATIVA

O Estado possui um importante papel como instrumento de consecução dos direitos consignados na Carta Constitucional brasileira de 1988, por ser o mediador das relações sociais das quais estes direitos se originam e também por ser o meio em que os Cidadãos podem assegurar tais prerrogativas. Assim, manter a ética na Administração Pública, mormente quando em foco direitos essenciais, é dever absoluto nas autoridades estatais para garantir o equilíbrio entre todos na vida em comum.

Diante da ampla diversidade que hoje clama por proteção, para ser legitimamente um Estado Democrático de Direito são de grande importância a boa prestação do serviço público, a moralidade administrativa, o desenvolvimento de políticas inclusivas diante da diversidade sociocultural brasileira e da primazia da defesa das minorias econômicas e políticas na sua participação junto ao Poder Público (indígenas, negros, imigrantes, homossexuais, portadores de necessidades especiais, mulheres, etc.).

Para que o Estado cumpra sua função social e não transforme a cidadania em (sub)cidadania deve, portanto, agir de modo comprometido com as atuais questões político-sociais, permitindo ao Cidadão o pleno acompanhamento de suas ações práticas em âmbito administrativo para efetivar os direitos assegurados. Sem tal sistema de controle, corre-se o sério risco de que os planejamentos estatais se tornem meras promessas inócuas, desprovidas de sentido e utilidade para o Brasil.

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3 OBJETIVOS

GERAL:

Evidenciar a necessidade da adoção da conduta ética por parte dos agentes públicos, visto que atuam em nome do Estado, considerando, para tanto, o princípio da transparência e a garantia de cidadania plena prevista na Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988.

ESPECÍFICOS:

1. Avaliar a atuação do Estado, por meio da gestão administrativa, na resolução de questões político-sociais, assim como os instrumentos disponíveis para a gestão democrática.

2. Analisar a lisura dos procedimentos administrativos adotados pelo Poder Público em sua gestão e descrever os mecanismos de controle externo das atividades estatais.

3. Compreender as políticas públicas para efetivação das ações afirmativas e para democracia étnico-racial no Brasil.

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4 MARCO TEÓRICO

Tendo por escopo a moralidade administrativa, a análise do tema em tela perpassará os seguintes conceitos centrais:

a) Gestão pública participativa; b) Transparência;

c) Accountability; d) Inclusão social; e) (Sub) cidadania;

f) Democracia deliberativa.

Para se refletir acerca dos três primeiros, serão adotados como referenciais teóricos o debate de Pinho e Sacramento a respeito da exigência de prestação de contas e de moralidade quanto aos atos da Administração Pública, implicando em sua responsabilização por estes1. A respeito da inclusão social a análise será feita a

partir da obra de Miracy B.S. Gustin2, reflexão que será complementada, ainda, pelo estudo do conceito de (sub) cidadania desenvolvido no Brasil por Jessé Souza3.

Dessa forma, intenta-se aprofundar a análise crítica sobre como a relação entre Estado e Sociedade civil se desenvolve no cenário brasileiro, considerando os direitos fundamentais e as responsabilidades que por ambos devem ser assumidas para a efetivação da Carta Constitucional pátria.

Por fim, para clarificar a proposta de análise desta relação ética entre a esfera social e a esfera estatal, pretende-se recorrer ao conceito de democracia

1 PINHO, José Antônio Gomes; SACRAMENTO, Ana Rita Silva. Accountability: já podemos traduzi-la

para o português? Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, n. 43, v. 6, p. 1343-1368, nov./dez. 2009.

2 GUSTIN, Miracy Barbosa de Sousa. Das necessidades humanas aos direitos: ensaio de

sociologia e filosofia do direito. Belo Horizonte: Del Rey, 1999.

3 SOUZA, Jessé José Freire de. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política

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deliberativa formulado por Roberto Gargarella por sua amplitude participativa e abertura crítica, o que se considera fundamental para o estudo ora proposto4.

5 METODOLOGIA

Primeiramente, far-se-á uma pesquisa documental pela qual pretende-se descrever com bastante clareza o marco teórico para que possa ser bem apresentado e compreendido.

Em seguida, serão realizadas pesquisas jurisprudenciais, notadamente junto aos tribunais superiores, para avaliar o tratamento judiciário dado ao tema da pesquisa na atualidade.

Em uma terceira etapa, pretende-se realizar seminários com juristas e estudantes para promover a discussão ampla e a troca de ideias a respeito dos principais tópicos de conflito quando da análise da relação entre Estado e Sociedade civil, mormente sob a perspectiva da gestão administrativa, traçando-se um paralelo entre o que é esperado e os instrumentos de gestão e moralidade efetivamente encontrados.

Por fim, como produto final, redigir-se-á um artigo para divulgação das análises feitas e dos resultados jurisprudenciais e frutos dos debates que se encontrou.

4 GARGARELLA, Roberto. El derecho a la protesta: el primer derecho. Buenos Aires: Editorial

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6 SUGESTÕES DE TEMAS PARA TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC

a) Transparência pública;

b) A ética na Administração Pública e a adequabilidade dos certames licitatórios;

c) Princípios constitucionais-administrativos e a efetividade do Estado na resolução de questões político-sociais;

d) Instrumentos de gestão democrática e de participação popular na tomada de decisões sobre políticas públicas;

e) Controle externo das atividades estatais e garantia de moralidade administrativa;

f) Políticas públicas para efetivação das ações afirmativas e para democracia étnico-racial no Brasil.

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REFERÊNCIAS

ARRETCHE, Marta Teresa da Silva. Mitos da descentralização: mais democracia e eficiência nas políticas públicas? Revista Brasileira de Ciências Sociais, Ano 11, n. 31, p. 44-66, 1996.

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BAQUERO, Marcello. Cultura política participativa e desconsolidação democrática: reflexões sobre o Brasil contemporâneo. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 15, n. 4, p. 98-104, oct./dez. 2001.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Tradução de Fernando Tomaz. Lisboa: Difel, 1989.

BREUS, Thiago Lima. Políticas públicas no estado constitucional: problemática da concretização dos direitos fundamentais pela administração pública brasileira contemporânea. Belo Horizonte: Fórum, 2007.

DERRIDA, Jacques. Força de lei: o fundamento místico da autoridade. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

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FEREJOHN, John; PASQUINO, Pasquale. Deliberative institutions. In: SADURSKI, Wojciech (Org.). Constitutional Justice, East and West: Democratic Legitimacy and Constitutional Courts in Post–Communist Europe in a Comparative Perspective. Den Haag: Kluwer Law, 2002. Disponível em: <http://igs.berkeley.edu/programs/ seminars/ppt/papers/ deliberative_institutions.pdf>. Acesso em: 25 de maio de 2011.

FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Instrumentos da administração consensual: a audiência pública e sua finalidade. Revista Eletrônica de Direito Administrativo Econômico, n. 11, ago./set. 2007. Disponível em <http://www.direitodoestado.com/revista/REDAE -11-AGOSTO-2007-LUCIA%20VALLE.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2009.

GARGARELLA, Roberto. El derecho a la protesta: el primer derecho. Buenos Aires: Editorial Ad-Hoc, 2007.

GARGARELLA, Roberto et al. (Org.). Derecho constitucional. Buenos Aires: Editorial Universidad, 2004.

GARGARELLA, Roberto. La justiticia frente al gobierno: sobre el carácter contramayoritario del poder judicial. Barcelona: Ariel, 1996.

GIDDENS, Anthony. A constituição da sociedade. Tradução de Álvaro Cabral. São Paulo: Martins Fontes: 1989.

GUIMARÃES, Aline Amorim Melgaço. Participação social e políticas públicas: novos rumos para a construção de políticas emancipatórias. In: WILDHAGEN, Cid Dutra (Org.). Diálogos Sociais: reflexões e experiências para a sustentabilidade do desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais. Belo Horizonte: Instituto Mineiro de Gestão Social, 2008a.

GUSTIN, Miracy Barbosa de Sousa. Das necessidades humanas aos direitos: ensaio de sociologia e filosofia do direito. Belo Horizonte: Del Rey, 1999.

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PINHO, José Antônio Gomes; SACRAMENTO, Ana Rita Silva. Accountability: já podemos traduzi-la para o português? Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, n. 43, v. 6, p. 1343-1368, nov./dez. 2009.

SOUZA, Jessé José Freire de. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política da modernidade periférica. Belo Horizonte: UFMG, 2003.

Referências

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