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Em contagem decrescente PARA A implementação das Orientações sobre A Concessão e Monitorização de EMPRÉSTIMOS 01/2021

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Em contagem

implementação das

Monitorização de

decrescente

Orientações sobre

A Concessão e

PARA A

EMPRÉSTIMOS

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¹ Disponíveis para consulta em:

Em resposta ao Plano de Ação definido pelo Conselho da União Europeia para fazer face ao peso que os non-performing loans ainda representam nos balanços dos Bancos, a European Banking Authority (EBA) publicou, no dia 29 de maio de 2020, as Orientações sobre a Concessão e Monitorização de Empréstimos1.

Estas Orientações visam estabelecer um conjunto de práticas de gestão do risco de crédito, por forma a melhorar as práticas, os processos e os

mecanismos que têm vindo a ser implementados pelas instituições de crédito e garantir que a concessão, gestão e monitorização do risco de crédito pelas instituições ao longo do ciclo de vida dos empréstimos se pauta por elevados padrões que sejam considerados robustos e prudentes. O objetivo último é, portanto, melhorar a qualidade do crédito concedido pelas instituições de crédito e procurar reduzir a exposição a non-performing loans.

Em carta circular publicada no dia 16 de novembro de 2020, o Banco de Portugal sublinhou a importância de as instituições de crédito darem

adequado cumprimento às linhas de orientação em apreço a partir do dia 30 de junho de 2021, orientações essas que “devem ser seguidas e aplicadas no

contexto da legislação e regulamentação em vigor e, em particular, funcionar como complemento às disposições constantes no Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras relativamente às matérias em questão”.

Salientamos, contudo, que, no seguimento de algumas revisões efetuadas pela EBA, foi estabelecida uma entrada em vigor faseada das Orientações nos seguintes termos: (a) a partir do dia 30 de junho de 2021, aplicação (i) das Secções 5 e 6 a novos empréstimos e desembolsos que sejam concedidos pelas instituições, (ii) da Secção 7 a qualquer avaliação, monitorização ou reavaliação de bens imóveis e móveis (excluindo cauções financeiras) e (iii) da Secção 8 a todos as linhas de créditos concedidas após 30 de junho de 2021, (b) a partir do dia 30 de junho de 2022, a Secção 5 será aplicável também a empréstimos e desembolsos que já existiam a 30 de junho de 2021 mas que

As Orientações sobre a Concessão e

Monitorização de Empréstimos

aprovadas pela EBA entram em vigor a

partir do dia 30 de junho de 2021.

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vejam os seus termos e condições alterados, desde que essas alterações decorram da aprovação de uma decisão de crédito específica e a sua

implementação exija um novo contrato de empréstimo com o mutuário ou uma adenda ao contrato existente e (c) para os empréstimos concedidos antes de 30 de junho de 2021, a informação e elementos relevantes estabelecidos na Secção 8 podem ser reunidos pelas instituições até 30 de junho de 2024 através de uma análise regular do crédito concedido.

As Orientações sobre a Concessão e Monitorização de Empréstimos versam essencialmente sobre cinco grandes matérias:

1. Governo interno para a concessão e monitorização de crédito (Secção 4)

Para além das disposições estabelecidas nas Orientações da EBA sobre governo interno, assumem particular relevância as seguintes obrigações:

(a) Definir uma estratégia de risco de crédito no âmbito da estratégia de risco global e da estratégia empresarial, para assegurar que estão em linha com o quadro de apetência pelo risco da instituição, o planeamento de capital e liquidez, o processo de autoavaliação da adequação de capital e de liquidez;

(b) Estabelecer a apetência pelo risco de crédito no âmbito do quadro global de apetência pelo risco, incluindo normas de concessão de crédito, declarações qualitativas, métricas e limites quantitativos, e limiares de escalamento, sem distorções relacionadas com o desempenho da atividade;

(c) Aprovar o quadro do processo de aprovação de crédito, incluindo, quando relevante, as estruturas internas de concessão e monitorização de crédito, e definir as autoridades delegadas para efeitos de tomada de decisões;

(d) Assegurar uma supervisão eficaz da qualidade do risco de crédito, em particular aquando da concessão de crédito e da constituição de provisões e, bem assim, processos adequados de aprovação, monitorização e controlo do crédito, com vista a uma gestão eficaz do risco de crédito;

(e) Definir, aprovar e supervisionar a implementação da cultura de risco, dos valores centrais e das expectativas da instituição no que se refere ao risco de crédito;

(f) Ter processos internos para assegurar que as informações obtidas para efeitos de avaliação da solvabilidade, também contribuem para os processos de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo;

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(g) Definir, de forma clara e transparente, a atribuição de responsabilidades e autoridade dentro da organização, nas linhas de negócio, unidades e funções e entre elas, incluindo a gestão do risco. Para tal, as instituições devem definir claramente as funções responsáveis pela execução das diversas tarefas relacionadas com a tomada de risco de crédito e o processo de decisão em matéria de crédito, especificando-as de forma a não gerar um conflito de interesses e a assegurar uma gestão eficaz do risco de crédito; e

(h) Assegurar que o quadro de remuneração, incluindo quaisquer objetivos de desempenho pertinentes, bem como o quadro de avaliação do desempenho para os responsáveis pela decisão em matéria de crédito que constituem pessoal identificado, permanecem alinhados com o risco de crédito e a apetência pelo risco de crédito.

Este capítulo introduz ainda o conceito de financiamento sustentável, exigindo que as instituições incorporem fatores ambientais, sociais e de governação nas suas políticas e procedimentos de gestão do risco de crédito. São também reforçados os deveres das instituições de crédito em caso de utilização de modelos automatizados para a avaliação da solvabilidade e a tomada de decisões em matéria de crédito, devendo ser implementadas medidas para garantir a rastreabilidade, auditabilidade, robustez e resiliência dos dados introduzidos e dos resultados e, bem assim, adotados procedimentos e políticas internos que assegurem uma avaliação regular e continuada da qualidade dos resultados e mecanismos de controlo, sobreposições aos modelos e procedimentos de escalamento no âmbito do quadro de tomada de decisões em matéria de crédito, designadamente abordagens qualitativas, ferramentas de avaliação qualitativa do risco (incluindo pareceres de peritos e análises críticas) e limites quantitativos.1

2. Procedimentos de concessão de empréstimos (Secção 5)

Este é o capítulo central das Orientações da EBA com particular enfoque na granularidade das informações quantitativas e qualitativas que devem estar na base de práticas de risco de crédito sólidas, sendo de destacar:

As instituições de crédito têm, pois,

um desafiante caminho a percorrer

dentro de timings que se afiguram

necessariamente curtos.

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(a) Requisitos adicionais para a recolha de informações dos mutuários (consumidores, micro e pequenas empresas ou médias e grandes empresas) para efeitos de avaliação da solvabilidade, incluindo a necessidade de verificar a autenticidade dos dados e plausibilidade de todas as informações fornecidas pelos mutuários. As Orientações contêm um vasto rol de deveres a observar pelas instituições de crédito no âmbito do processo de avaliação da solvabilidade dos seus clientes, designadamente em função do tipo de cliente e da finalidade do empréstimo, e também um anexo com uma extensa listagem das informação, dados e provas que devem ser tidos em conta pelas instituições;

(b) As instituições devem ter uma visão única e precisa de cada cliente que possibilite uma avaliação da sua capacidade para assegurar os

compromissos financeiros assumidos, independentemente de estarem em causa clientes individuais, famílias ou grupos de empresas; e

(c) As instituições devem ter em conta os riscos associados aos fatores ambientais, sociais e de governação nas condições financeiras dos mutuários e, em particular, o impacto potencial dos fatores ambientais e das alterações climáticas na sua apetência, políticas e procedimentos em matéria de risco de crédito.

3. Fixação dos preços dos empréstimos (Secção 6)

Também em matéria de pricing há um conjunto de novas orientações a observar. A apetência das instituições pelo risco de crédito, as suas

estratégias de negócio, incluindo a perspetiva em termos de rentabilidade e de risco, as características do produto de empréstimo, a concorrência, as condições de mercado prevalecentes, o tipo de mutuário, a qualidade de crédito e o risco de crédito são fatores que devem ser tidos em consideração no processo de fixação dos preços. Para consumidores e micro e pequenas empresas, a fixação de preços deve ser mais baseada na carteira e no produto, enquanto para as médias e grandes empresas a fixação de preços deve estar mais especificamente ligada às operações e empréstimo.

De referir ainda que as instituições devem assegurar que o quadro de preços se encontra bem documentado e é apoiado por estruturas de governação apropriadas (como um comité de fixação de preços), responsáveis pela salvaguarda do quadro geral de fixação de preços e pelas decisões de fixação de preços a nível individual, quando for caso disso.

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4. Avaliação de bens imóveis e móveis (Secção 7)

Este Capítulo define as regras a observar pelas instituições no que respeita à avaliação de bens imóveis ou móveis dados em garantia ao longo do ciclo de vida do empréstimo. São definidos também requisitos para os avaliadores que realizam avaliações ou reavaliações de bens e critérios de utilização de modelos estatísticos avançados para efeitos de avaliação. Esses modelos devem ser (a) especificamente direcionados para os imóveis e para a localização, com um nível suficiente de granularidade, (b) válidos, precisos e sujeitos a verificações a posteriori robustas e regulares com os preços de transação efetivamente observados, (c) baseados numa amostra

suficientemente grande e representativa, com base nos preços de transação observados e (d) baseados em dados atualizados e de alta qualidade.

5. Quadro de monitorização do risco de crédito (Secção 8)

As instituições devem dispor de um quadro de monitorização robusto e eficaz, apoiado por uma estrutura de dados adequada, que permita recolher e

compilar automaticamente dados relativos ao risco de crédito, sem atrasos indevidos e com reduzida dependência de processos manuais. Tal quadro deve incluir a monitorização das posições em risco de crédito e dos

mutuários, a análise regular do crédito em relação a mutuários que sejam pelo menos médias ou grandes empresas, utilização de indicadores de alerta precoce e listas de observação.

Atenta a nova abordagem e a extensão das alterações trazidas pelas Orientações sobre a Concessão e Monitorização de Empréstimos, as

instituições de crédito têm, pois, um desafiante caminho a percorrer dentro de

timings que se afiguram necessariamente curtos. Não se trata apenas de fazer

pequenos ajustes aos procedimentos em curso. As alterações aqui em causa exigem a revisão global das políticas de governance das instituições de crédito, o acelerar do processo de transformação digital da banca, o desenvolvimento/adaptação dos programas de software e dos algoritmos utilizados, a revisão dos procedimentos de recolha de dados e, não menos importante, a alteração do mindset da banca.

(7)

Ana Guedes Teixeira

agt@slcm.pt

A informação contida nesta WITH não consubstancia opinião ou assessoria jurídica, não dispensando a consulta da legislação referida e/ou aconselhamento junto de um profissional para aplicação a situações concretas.

Referências

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