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EVOLUÇÃO DAS COMUNICAÇÕES ATÉ A INTERNET DAS COISAS: A PASSAGEM PARA UMA NOVA ERA DA COMUNICAÇÃO HUMANA

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EVOLUÇÃO DAS COMUNICAÇÕES ATÉ A INTERNET DAS COISAS: A PASSAGEM PARA UMA NOVA ERA DA COMUNICAÇÃO HUMANA

Álvaro Gonçalves de Barros IFRJ – Instituto Federal do Rio de Janeiro – Campus Arraial do Cabo alvaro.barros@ifrj.edu.br Carlos Henrique Medeiros de Souza UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense chmsouza@uenf.br Risiberg Teixeira IFRJ – Instituto Federal do Rio de Janeiro – Campus Arraial do Cabo risiberg.teixeira@ifrj.edu.br

Resumo

A história da humanidade e a própria evolução da sociedade está ligada diretamente à evolução das formas de comunicação que foram desenvolvidas e consolidadas ao longo dos tempos. Diversas foram as fases ou Eras e, em cada uma delas, houve uma própria consolidação da sociedade humana com a devida importância e marcos, porém as revoluções tecnológicas inseridas nos dois últimos séculos modificaram as formas de comunicação e, a inserção da internet e das tecnologias computacionais, possibilitaram ainda mais novos horizontes. Chega-se hoje a Era da Internet das Coisas, um novo mundo, um novo ciberespaço que amplia e interconecta diversos dispositivos computacionais e objetos, com comunicação de tudo para tudo, entre coisas e entre seres humanos. Este trabalho realizou um estudo em referenciais teóricos e apresentou as Eras da evolução das comunicações ligando-as diretamente a evolução da sociedade, concluindo que a Internet das Coisas pode ser considerada uma nova Era que revolucionará ainda mais a sociedade e a humanidade.

Palavras-chave: Comunicação. Evolução. Internet das Coisas. Sociedade.

EVOLUTION OF COMMUNICATIONS TO THE INTERNET OF THINGS: THE PASSAGE TO A NEW ERA OF HUMAN COMMUNICATION

Abstract

The history of humanity and the evolution of society is directly linked to the evolution of forms of communication that have been developed and consolidated over time. The phases or eras were diverse and, in each of them, there was a consolidation of human

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society with due importance and milestones, however the technological revolutions inserted in the last two centuries changed the forms of communication and the insertion of the internet and technologies computational, have enabled even more new horizons. Today comes the Age of the Internet of Everything, a new world, a new cyberspace that expands and interconnects several computing devices and objects, with communication of everything for everything, between things and between human beings. This work carried out a study on theoretical references and presented the Ages of the evolution of communications, directly linking them to the evolution of society, concluding that the Internet of Things can be considered a new Era that will further revolutionize society and humanity.

Keywords: Comunication. Evolution. Internet Of Everything. Society.

INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da humanidade, a comunicação foi uma necessidade para estabelecer relações entre os indivíduos de maneira ordenada e, com isso, buscar um entendimento e crescimento da sociedade e da socialização. A própria sobrevivência da espécie humana, pode ter tido, nas comunicações e no estabelecimento de regras de entendimento entre os atores envolvidos no processo cognitivo, uma grande forma de se sustentar e se consolidar, sendo a comunicação um pilar concreto para a existência do ser humano atual em um mundo globalizado.

Recuero (2000), online, na sua página de internet, traz que: “primeira grande revolução na comunicação aconteceu quando o homem desenvolveu a linguagem, como tentativa de comunicar-se com seus semelhantes e sucesso na luta pela sobrevivência”.

Uma comunicação é estabelecida para a transmissão de mensagens, ideias, sentimentos e outras expressões, para fazer com que outro entenda, capture e tome ciência do que se quer demonstrar. No processo de comunicação há aquele que estará transmitindo, podendo ser chamado de emissor e aquele que estará recebendo a mensagem ou informação que se quer transmitir, chamado de receptor e, toda a comunicação deverá fluir por um meio que será utilizado para fazer com que a ideia ou mensagem chegue até o seu destinatário e seja entendida.

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Penteado (1976) apud Dias (2013, p.18) traz que a comunicação é efetivada quando os indivíduos envolvidos nela conseguem se entender e que, é um “processo de troca de experiências”. Freixo (2006) apud Dias (2013, p.18) corroboram sobre a comunicação ao afirmar que é um processo de um indivíduo ou um grupo destes terem a capacidade de transmitir ideias e sentimentos a outros indivíduos ou grupos destes e, em um processo inverso, também receber ideias e sentimentos dos outros, permitindo o entendimento do que se deseja expressar, tanto por aqueles que desejam transmitir quanto pelos que recebem a transmissão.

Chiavenatto (2004, p. 142) aponta que: “Comunicação é a troca de informações entre indivíduos. Significa tornar comum uma mensagem ou informação. Constitui um dos processos fundamentais da experiência humana e da organização social” e, ainda complementa ao dizer que traz que ela interliga os indivíduos e permite o compartilhamento de sentimentos, ideias, conhecimento e práticas.

Neste sentido, sempre houve, desde o início dos tempos, a necessidade de se transmitir emoções, sentimentos, ideias, conhecimento e demais informações entre os indivíduos que estavam iniciando um convívio. Fazer-se entender e, entender, sempre foi primordial para a consolidação das relações entre os envolvidos em todo o processo de comunicação e, diversas formas de comunicar-se foram surgindo ao longo dos tempos e evoluindo até os dias de hoje e, continuarão a evoluir. Neste processo de comunicação, algo de extrema importância é a mensagem, é ela que leva a informação de um emissor até um receptor, com isso, é importante o meio que faça chegar, seu conteúdo e o entendimento do que se pretende passar e transmitir para o destinatário.

Sobre os métodos de comunicação, Dias (2013, p. 20) corrobora:

A mensagem é qualquer informação transmitida e o seu conteúdo pode ser de qualquer tipo, dependendo do meio por onde será enviada. Ela pode conter letras, números, figuras, áudio, vídeo ou ser de qualquer outro gênero, desde que o meio permita. A mensagem é transmitida em algum tipo de código, uma combinação de signos e símbolos, que são conhecidos tanto pelo emissor quanto pelo receptor, o que permite que a comunicação seja eficaz. (DIAS, 2013, p. 20).

Este estudo buscou fazer uma análise sobre a evolução da comunicação humana ao longo dos tempos, sua importância para a consolidação da sociedade e disseminação do conhecimento, além da melhoria dos processos de ensino e aprendizagem e, seguindo com a própria evolução constante dos meios de comunicação com a influência

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das Tecnologias da Informação e Comunicação, que se reinventam a cada dia, como o advento da Internet das Coisas poderá trazer novas vertentes e possibilidades para a comunicação humana e disseminação do conhecimento para um mundo globalizado e altamente conectado no ciberespaço, seguindo em direção a proposta de uma nova Era da comunicação humana.

O estudo foi desenvolvido analisando o conceito de comunicação e sua evolução ao longo dos séculos em referenciais teóricos tais como: Dias (2013), Chiavenatto (2004), Chiavenatto (2009). Evans (2011), Recuero (2000), DeFleur e Ball-Rokeach (1993) e outros. Após o levantamento teórico sobre o desenvolvimento da comunicação humana, foi feita uma pesquisa, também em literaturas e materiais de referenciais teóricos sobre a comunicação na era da internet, do ciberespaço evoluindo para a Internet das Coisas (IoT) e, sobre a própria Internet das Coisas, que surge como um novo cenário para o universo virtual e as nova formas de comunicação diante das diversas possibilidades de interação e interconexão ao ciberespaço proporcionado pela IoT.

A EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO HUMANA

O ser humano vem se desenvolvendo a milhares de anos. Diversas foram as suas classificações e as eras passadas até chegarmos a atual, chamada de Era da Informação. Ao longo de todo este desenvolvimento, muitas formas de comunicação surgiram e foram evoluindo, sendo a base necessária para o convívio dos indivíduos em sociedade. A evolução humana está ligada diretamente com a evolução da tecnologia, das ferramentas utilizadas e desenvolvidas para auxiliar nos diversos setores da sociedade e, também, da comunicação humana em suas Eras e Idades. A própria evolução humana, a melhoria da vida, estruturação da sociedade e outros importantes marcos para o ser humano teve a evolução das comunicações e a própria comunicação como um pilar. DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p. 11), auxiliam na compreensão do exposto quando afirmam:

A experiência inicial da espécie humana em nosso planeta é amiúde descrita por arqueólogos e outros eruditos em termos de eras e idades. Exemplos são as Idade da Pedra Antiga, Média e Nova, ou as Idades do Bronze e do Ferro. Estes nomes referem-se a períodos – alguns mais ou menos curtos e outros multisseculares – durante os quais os primitivos homens faziam ferramentas

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com diferentes materiais ou criavam diferentes tecnologias para resolver problemas na produção de comida ou construção de armas. Esses intervalos e suas numerosas subdivisões (Paleolítico, Mesolítico, Neolítico, etc.) são indiscutivelmente úteis para traçar a evolução da confecção de ferramentas e da tecnologia, mas falham totalmente sob o aspecto bem mais fundamental da existência humana – a capacidade de comunicar-se. (DEFLEUR e BALL-ROKEACH, 1993, p. 11).

DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p. 11) ainda trazem que é mais significativo encarar o desenvolvimento humano dividindo sua evolução em Idades, na qual, os ancestrais dos seres humanos fizeram avanços sucessivos consideráveis em suas capacidades de registrar, trocar e disseminar informações.

Na medida em que a evolução do homem caminhava, as formas de comunicação eram fundamentais para o seu progresso, principalmente pela necessidade de registrar os avanços e compartilhar as informações e dados com as gerações vindouras, permitindo um acúmulo do conhecimento e um desenvolvimento contínuo. Neste sentido, é válido afirmar que a própria comunicação e sua evolução é um dos principais fatores da evolução humana como um todo.

Desde o início dos tempos o homem procura se comunicar, a princípio por gestos, linguagem corporal ou verbal, mas percebe a necessidade de transmitir suas mensagens e perpetuar seu conhecimento para outras gerações. (DIAS, 2013, p. 22).

A comunicação e o próprio desenvolvimento de novas formas de comunicação deu sustentação e foi a base fundamental para o desenvolvimento e utilização de novas tecnologias e ferramentas criadas pelo homem, permitindo sua evolução como sociedade e indivíduo.

Confirmando a importância da comunicação na evolução humana, DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p. 11) corroboram ao afirmar:

Todavia, os significativos e cada vez mais acelerados avanços da civilização alcançados pelo Homo Sapiens sapiens durante os últimos 40.000 anos dependeram mais de seu domínio dos sistemas de comunicação do que dos materiais com que fabricam as ferramentas. (DEFLEUR e BALL-ROKEACH, 1993, p. 11).

Recuero (2000), cita a importância da evolução da comunicação relacionando-a com a própria sociedade atual, na qual, todo o progresso da ciência até os dias de hoje, é fruto da evolução das formas de comunicação e seu desenvolvimento através das diversas formas de transmissão, armazenamento e disseminação da informação que

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foram sendo aprimoradas e desenvolvidas ao longo dos milênios. Neste sentido, ela afirma:

A linguagem permitiu que a humanidade conseguisse transmitir o conhecimento adquirido, aperfeiçoando a forma de apreender o mundo pelas primeiras comunidades. Alguns séculos mais tarde, a linguagem teve seus sons codificados em símbolos, e posteriormente em alfabetos. Com a criação desta nova convenção, teve início a civilização como a conhecemos hoje. (RECUERO, 2000)

Ainda sobre a importância da comunicação na própria evolução humana, Gusttavo (2013) colabora no pensamento quando afirma que várias foram as teorias que buscaram entender o desenvolvimento do homem até os dias atuais, dentre elas, há a que afirme que a própria invenção do fogo foi um marco histórico para a evolução da humanidade e sobrevivência da espécie, porém, traz que a comunicação pode ser considerada a mais importante, uma vez que, é através dela que o homem diferencia-se dos outros animais. Também afirma que não há uma data específica ou momento certo registrado para o surgimento da comunicação, mas que sempre existiu e acompanhou todo o desenvolvimento da humanidade até os dias de hoje e, contribuiu para o próprio desenvolvimento da sociedade.

DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p. 12) consideram tão importante a comunicação humana e sua evolução que apontam para a evolução da existência humana ser explicada por uma Teoria das Transições, ou seja, a história da evolução humana deveria ser explicada levando em consideração as etapas distintas do próprio desenvolvimento da comunicação humana, onde cada etapa representou profundas consequências para a vida do ser humano, tanto individual quanto coletiva e socialmente. Ainda resumem que estas etapas ou fases dizem respeito ao desenvolvimento da fala, da própria escrita, impressão, sinalização e comunicação com os veículos de massa da sociedade atual.

Bragança (2009) apresenta a comunicação como um “marco histórico que revolucionou o mundo”. Também aponta que a comunicação sempre esteve presente na evolução do homem, que foi e continua sendo o o aspecto mais importante desta. Também traz que a evolução da comunicação pode ser dividida em Eras.

Jean Cloutier (1975, p. 17) apud Dias (2013, p. 21) apud apresenta a evolução histórica da comunicação como:

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● Interpessoal / Família: o tempo da oralidade ● Era da comunicação gestual e falada.

● Limitada ao campo visual e auditivo do indivíduo. ● Elite / Escola: o tempo da escrita

● Surgimento de outras formas de comunicação que culminam com a escrita.

● Surgimento da escola como entidade de organização do aprendizado. ● Nasce a época de armazenamento do conhecimento.

● Massa / Escola Paralela: o tempo da tipografia ● Invenção da Imprensa.

● Produção de livros em larga escala.

● A transmissão do conhecimento passar a ser feita também por outros meios como livros, jornais, rádio e televisão.

● Individual / Auto-formação: o tempo dos self-media

● O homem passar a ter acesso ao conhecimento em massa e dispõe de um conjunto de recursos tecnológicos para também poder se expressar.

● O homem possui um papel mais ativo tanto como consumidor quanto como produtor de conhecimento através de uma aprendizagem autônoma. (CLOUTIER, 1975, p. 17 apud DIAS, 2013, p. 21)

A comunicação vem estendendo-se desde os primórdios da humanidade, sendo um marco divisório em sua evolução a invenção da escrita, caracterizando-se, inclusive, como o período da Pré-História todos os tempos antes da invenção das formas de se registrar e se comunicar por escrito. Após a invenção da escrita, a humanidade entrou no período da História. Gusttavo (2013) traz: “Pré História: é toda forma de civilização anterior à invenção da escrita, e ela data de aproximadamente 500.000 A.C.”.

Milhomen Santo e Brandão (2012, p. 6) afirmam em seu artigo que o próprio homem pré-histórico sabia da importância de se comunicar e de transmitir o que sentia, prova disso era a utilização de gestos, ruídos, mímicas e demarcações territoriais que eles utilizavam para entender e ser entendido. Também trazem que essa forma de comunicação foi precursora de todo o aprimoramento nas formas de se comunicar e interagir com outros indivíduos, passando para o desenvolvimento da comunicação através da oralidade e, seguindo para a escrita.

Também sobre a evolução da comunicação humana desde os seus primórdios, Sabbatini (2001, p. 6) afirma em seus estudos que:

Assim, ao longo de um milhão de anos, os hominídeos desenvolveram gradativamente uma destreza manual surpreendente (chegando assim à fabricação de ferramentas). O próximo passo foi, então, especulam alguns cientistas, o uso das mãos para uma série de gestos comunicativos, e as primeiras representações simbólicas. Eles foram usados, provavelmente, para comunicação entre os caçadores e entre homens e mulheres, que até então eram altamente diferenciados em seus papéis na organização social dos hominídeos. Tudo isso lentamente aumentou o número de neurônios e

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consequentemente o tamanho do cérebro, e, eventualmente, o aparelho vocal começou a ser usado para a representação simbólica. Eventualmente, também, os gestos manuais foram combinados com expressões faciais (que também se tornaram bem mais móveis e variadas nos seres humanos quando comparadas com o chimpanzé) e, em seguida, as vocalizações (idem). As estruturas anatômicas do aparato vocal e das áreas cerebrais envolvidas evoluíram então ao longo do tempo para permitir agilidade e complexidade da coordenação, justamente porque este tipo de comunicação conferiu vantagens adaptativas e de sobrevivência enormes para aqueles hominídeos que, em virtude de mutações, exibiram esse diferencial de melhorias no relacionamento social. (SABBATINI, 2001, p. 6)

Com a afirmação acima, pode-se visualizar o quanto a própria iniciação, instituição e ampliação da comunicação humana, das formas de se transmitir uma mensagem de uma pessoa para outra, das maneiras gestuais que até hoje imperam com tanta importância, como exemplo a atual Linguagem de Libras, como que esta representação, esta comunicação foi importante para o próprio desenvolvimento do ser humano como conhecemos hoje.

DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p. 11) definem a evolução da comunicação com a utilização da divisão nas seguintes Eras e Idades:

● Era dos Símbolos e Sinais;

● Idade ou Era da Fala e da Linguagem; ● Era da Escrita;

● Idade ou Era da Imprensa;

● Idade ou Era da Comunicação de Massa; ● Era dos Computadores.

Sobre a Era dos Símbolos e Sinais, DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p. 11-12) contextualizam que teve um início bem cedo, nos tempos pré-hominídea e proto-humana, bem antes do homem caminhar de forma ereta. Afirmam que a comunicação era da mesma forma que outros mamíferos fazem, que respostas herdadas e instintivas eram significativas na comunicação como um todo e que, nesta era, foram necessários milhões de anos para que surgissem gestos, sinais e sons padronizados que fossem adotados como comunicação compartilhada e aprendida para que gerações futuras também fizesse uso destes padrões entendidos.

A Idade da Fala é trazida por DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p. 12) como a Era do aparecimento do homem “Cro-Magnon”, uma forma de homo-sapiens , com o início de alguma oralidade em comunicação girando em torno de 90 e 40 mil anos atrás. Ainda sobre a evolução das comunicações, DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p. 16) trazem a Era da Escrita como sendo em torno de 5 mil anos atrás, tendo sido uma grande responsável pelo desenvolvimento das capacidades do ser humano e foi

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inventada em várias partes do mundo, com criações independentes em lugares distintos, porém, tendo a transcrição mais antiga sendo a dos sumérios e os egípcios.

Para a Idade da Imprensa, DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p. 12) citam com exatidão o seu início no ano de 1455 com a invenção, por Gutemberg na cidade alemã de Mainz, de uma máquina capaz de fazer reproduções e, sua primeira reprodução foi um livro confeccionado por uma prensa que possuía tipos móveis feitos de metal. Tal invenção foi disseminada de forma rápida e revolucionou a forma de desenvolver e preservar as informações e a cultura. Ainda sobre a Idade da Imprensa, Dias (2013, p. 24) colabora ao afirmar:

Com o passar dos tempos se torna comum a prática de copiar os livros, o que acaba tomando muito tempo (essas cópias eram feitas manualmente pelos chamados copistas) e espaço. Apesar de ter sido um salto enorme para a comunicação a escrita alfabética também trazia os seus problemas, pois, os manuscritos eram grandes, pesados e difíceis de transportar. Esses pressupostos contribuíram para a criação da imprensa em 1450, na Alemanha, por Gutemberg. A partir dessa invenção foi aberto o caminho para a popularização do livro, na 25 verdade, a disseminação do conhecimento em larga escala, para o desenvolvimento do jornal impresso e para a democratização da educação. (DIAS, 2013, p. 24).

A Era da Comunicação em Massa, segundo DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p. 12 e p. 20) iniciou-se no final do século XIX com a disseminação de jornais para pessoas comuns e o advento das mídias elétricas como o telégrafo e o telefone, porém, consolidou-se mesmo tendo seu início no começo do século XX com a criação da televisão para a população, ampla divulgação de filmes e rádios. Ainda frisa que estes veículos que foram os responsáveis pela transição que continua hoje.

DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p. 12) finalizam a evolução da comunicação humana ao chegar na Era dos Computadores, onde a sociedade passou a ser informatizada e que as tecnologias dos computadores remodelaram os veículos de comunicação de massa e, a partir de então, uma continuidade de alterações do cotidiano da sociedade seria constante. Afirmam que “Outrossim, os computadores e as tecnologias correlatas estão remodelando e prolongando nossos veículos de massa”. (DEFLEUR E BALL-ROKEACH, 1993, p. 12)

Deve-se ter em mente que esta teoria das transições é uma de acumulação, antes de que um relato de períodos dispostos em série, porém, distintos. Insto é, nossos ancestrais primitivos aprenderam a usar símbolos e sinais muito cedo, e ainda usamos muito amplamente. A fala e a linguagem foram-lhe acrescidas. A seguir, a escrita adicionou-se, seguindo-se pelas comunicações

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impressas e de massa. O uso do computador agora está disseminando. Assim, a história da comunicação humana tem sido de combinação de sistemas de comunicação antes do que simples passagem de um para o outro. (DEFLEUR E BALL-ROKEACH, 1993, p. 12)

Bragança (2009, p. 1) corrobora com DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p. 9) quando afirma que a evolução da comunicação humana se deu em Eras. Segundo ela, inicialmente houve a Era dos Símbolos e Sinais, há cerca de 90 mil anos atrás, onde os indivíduos, hominídeos, não falavam. A comunicação era a base de gestos e sinais que seguiam um determinado padrão e eram passados de geração em geração para que houvesse uma socialização de todos. Utilizavam-se para a comunicação na Era dos Símbolos e Sinais ruídos e movimentos do corpo, que eram traduzidos em símbolos e sinais e entendido por aqueles que estavam envolvidos nos processos de comunicação. Aponta ainda que, nesta Era, não havia a oralidade, porém, existia emissão de sons como ruídos, rosnados, roncos e guinchos e que a conclusão da comunicação era imprecisa e as conclusões prejudicadas e o ritmo da troca de informações era lento.

Ainda Bragança (2009, p. 1-5), a evolução seguiu para Era da Fala, por volta de 35 a 40 mil anos atrás, com o aparecimento do indivíduo “Cro-Magnon”, que foi marcado pela “cultura oral”. Trata ainda que com o advento da fala, houve a possibilidade de um grande salto no desenvolvimento humano devido a haver maneiras de transmitir informações complexas e contestar o que foi transmitido. Segundo ela, nesta época houve o início da chamada pintura rupestre e arte, formas primitivas de armazenar informações. Aponta que, após a Era da Fala, seguiu-se para a Era da Escrita e, nesta, houve um período curto para a sua consolidação, passando a ter sentido a partir do momento em que significados padronizados foram criados para as representações pictóricas, sendo este considerado o primeiro passo para a escrita. Dentro da Era da Escrita, os Sumérios foram os primeiros a criar símbolos para sons e, neste sentido, sílabas passaram a ser escritas, considerado o primeiro passo para a escrita fonética. Seguindo a evolução da comunicação dentro da própria Era da Escrita, o homem criou a própria escrita em papiros, pedras e placas de argila para poder gravar, armazenar e transmitir suas mensagens. Dentro da comunicação na Era da Escrita, Milhomen, Santo e Brandão (2012, p. 7) corrobora ao afirmar:

Os desenhos em cavernas foram uma forma que o homem primitivo encontrou de memorizar o que acontecia em seu cotidiano, além do fato de perpetuar sua mensagem, acumulava assim durante a sua vida o máximo de

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informações que podiam, auxiliando na evolução do seu processo intelectual e consequentemente de seus descendentes. Permitindo dessa forma a perpetuação de suas tradições, de sua cultura. (MILHOMEN, SANTO e BRANDÃO, 2012, p. 7)

Ainda sobre a importância do advento da escrita nos processos de comunicação do homem, relacionando-a com o próprio desenvolvimento e evolução da humanidade como um todo, Recuero (2000) aponta:

A escrita permitiu que o conhecimento ultrapassasse a barreira do tempo e que a mensagem pudesse existir independente de um emissor, podendo ser recebida a qualquer momento por alguém que soubesse decifrar o código. Permitiu também a organização linear do pensamento, base da inteligência e cultura dos séculos seguintes. Com a escrita desenvolveu-se também a ciência, criando várias raízes de conhecimento científico e desenvolvendo a civilização. Com a ciência, o espaço pôde ser reconfigurado, medido, transformado. A distância passou a ser algo concreto, passível de ser medido. A escrita também esteve intimamente ligada com a transmissão e desenvolvimento da cultura dos povos. E a cultura com o desenvolvimento também da sociedade e da vida social. O impacto da escrita na vida do homem foi tão forte que até hoje os historiadores determinam o fim da Pré-história e o início da História, ou seja, da civilização e do desenvolvimento pela provável data da invenção da escrita. (RECUERO, 2000)

Bragança (2009, p. 2) também traz que a próxima Era foi a Era da Impressão. A Era da Impressão foi iniciada com o advento da invenção da Prensa de Gutemberg, transformando a forma como as comunicações escritas eram desenvolvidas. Antes da Era da Impressão, a escrita era feita e interpretada por quem a escrevia, podendo haver variações entre cópias feitas de um mesmo documento, sem contar o tempo que os documentos levavam para serem copiados. Ainda aponta que, partir o invento de Gutemberg, a própria preservação da cultura foi modificada, com a possível difusão dos processos de ensino e aprendizagem e a criação de empresas de difusão da comunicação, como jornais e revistas. Bragança (2009, p. 3) também cita que houve outras invenções que revolucionaram as comunicações, tais como o telégrafo e o próprio código Morse, considerado uma evolução do próprio telégrafo.

Sobre a importância para a disseminação do conhecimento e mudança da sociedade ao ingressar na Era da Imprensa, Bernardi (2007, p. 41) corrobora ao contextualizar a importância da comunicação impressa:

[...]é a partir do aparelho de impressão de Gutenberg que a informação ganha um aspecto público, grandemente facilitado pelo barateamento e facilidade de multiplicação e circulação informacional. Surgem os periódicos e a edição de livros, permitindo o aparecimento do escritor profissional, que passa a produzir para um mercado consumidor crescente. (BERNARDI, 2007, p. 41).

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Sobre a Era da Comunicação em Massa, Bragança (2009, p. 3) afirma seu início por volta do Século XIX, com o advento da difusão de jornais, revistas e outras medias que puderam ser distribuídas para o grande público, seguindo pela criação do cinema, rádios e televisão, havendo assim, uma massificação da comunicação e a criação de uma indústria cultural.

Por fim, Bragança (2009, p. 4) traz a Era dos Computadores e da Informação. Esta era foi caracterizada pela consolidação da evolução dos sistemas de telecomunicações no Século XX e pela disseminação da utilização do computador, responsável por uma evolução além das previsões e, nela, concretizou-se a conquista do espaço, a criação e utilização de satélites de comunicação que, revolucionaram as comunicações com a ampliação das transmissões de rádio e televisão, assim como, das transmissões de dados, das redes de computadores e da criação da Internet e consolidação do ciberespaço. Bragança (2009, p. 5) ainda aponta que, na Era dos Computadores e da Informação, houve um grande impulso nas comunicações com o desenvolvimento de tecnologias que revolucionaram os processos de transmissão de mensagem da história da humanidade, com tecnologias de transmissão de dados, voz e vídeo com velocidades altíssimas e uma convergência total ao mundo e a realidade virtual. Consolidando o pensamento para a Era dos Computadores e da Informação, Dias (2013, p. 27-28) auxilia no entendimento ao afirmar:

A humanidade assistiu ao longo do século XX várias evoluções tecnológicas que permitiram a conquista do espaço. Os satélites de telecomunicações são, 28 talvez, os maiores frutos dessa conquista. Além de permitirem a retransmissão de programas da televisão educativa e comercial, eles abriram novas perspectivas para a comunicação telefônica, a transmissão de dados, fax, internet e muitos outros serviços especializados. (DIAS, 2013, p. 27-28) Conforme os autores apontaram, a evolução da comunicação humana se deu ao longo de milhares de anos e, segundo a Teoria das Transições de DeFleur e Ball-Rokeach (1993, p. 12), a evolução da comunicação seguiu uma ordem cronológica de Eras e Idades, porém, acumulando e aprimorando as formas de comunicação no passar de tais períodos. Também é fato que, a própria evolução humana, seu desenvolvimento e consolidação como sociedade teve no desenvolvimento da comunicação a sua base de sustentação, na medida em que, o conhecimento pôde ser transmitido e criado uma cultura, entretanto, apesar de todo o conhecimento acumulado ao longo da história em suas Eras, inclusive, tendo sido a Era da Escrita um marco revolucionário para a

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humanidade em possibilidades de comunicação para os processos de ensino e aprendizagem, nunca se gerou tanta informação, dados e conhecimento como na última Era, a Era dos Computadores ou da Informação.

No último quarto do século XX, novas tecnologias tendem a modificar a maneira pela qual a informação e o conhecimento passam a ser entendidos e apropriados pelos diferentes atores sociais. Esta nova realidade encontra-se fortemente ancorada nas possibilidades informacionais trazidas pelo rápido desenvolvimento tecnológico, ocorrido entre os anos de 1940 e 1960 e resultante de iniciativas militares e da indústria eletrônica, culminando, após 1980, com o desenvolvimento do computador pessoal e da Internet. (BERNARDI, 2007, p. 41)

Neste sentido, pode-se afirmar que, assim como a Era da Escrita revolucionou as comunicações para a humanidade, a Era dos Computadores e da Informação também deve ser tida como outro marco histórico de revolução e evolução na comunicação humana. Diversas tecnologias foram desenvolvidas e novas fronteiras foram criadas, abertas e ampliadas, levando o homem a um universo nunca antes imaginado em Eras anteriores. A produção do conhecimento a partir da Era dos Computadores e da Informação passou a ser muito maior e muito mais dinâmica quando comparada a todas as Eras anteriores. Xavier (2014) afirma que os dados criados só no ano de 2012 superaram todos os dados acumulados nos últimos 5 mil anos.

A inserção da tecnologia avançada desenvolvida ao longo do século XX e XXI, revolucionou as comunicações e mudou completamente a maneira do homem se comunicar, de aprender, de ensinar, enfim, de transmitir, acumular e registrar o conhecimento e sua cultura. Novos horizontes foram abertos e um novo mundo, um mundo virtual, entrou em funcionamento levando a humanidade para um mundo virtual, chamado internet ou ciberespaço, que espelhava o mundo real, porém, sustentado por diversas ferramentas tecnológicas e computacionais desenvolvidas.

O desenvolvimento de novos meios de comunicação na Era dos Computadores e da Informação, a ampliação e aprimoramento de outros, trouxeram novos horizontes e formas de interação entre os indivíduos, ampliando a possibilidade de comunicação em locais diferentes, tempos diferentes e com maior dinamismo. Sobre os meios de comunicação e sua representatividade para a sociedade e para a formação da cultura na Era dos Computadores e da Informação, Recuero (2000) aponta vários aspectos relevantes:

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A televisão mostra aquilo que não podemos ver fisicamente, mas através dela, como uma extensão de nossos olhos. O rádio trouxe as notícias das quais não tínhamos conhecimento, como uma extensão dos nossos ouvidos. O telefone nos permitiu levar a voz a uma distância infinitamente maior do que jamais se havia pensado. E assim sucessivamente, cada meio representou uma extensão de uma capacidade natural dos seres humanos. A Internet, no entanto, através da Comunicação Mediada por Computador, proporcionou a extensão de várias capacidades naturais. Não apenas podemos ver as coisas que nossos olhos naturalmente não vêem. Podemos interagir com elas, tocá-las em sua realidade virtual, construir nosso próprio raciocínio não linear em cima da informação, ouvir aquilo que desejamos, conversar com quem não conhecemos. Fundamentalmente, podemos interagir com o que quisermos. (RECUERO, 2000)

Dias (2013, p. 30) também colabora ao afirmar que uma nova Era começou, a Era Digital, trazendo que a velocidade da informação é comparada à própria necessidade de compartilhar e distribuir a mesma, com a utilização da troca de dados em rede.

A introdução das novas tecnologias e a própria criação e desenvolvimento da internet revolucionou toda a forma de comunicação, ampliando as fronteiras do conhecimento e possibilitando uma criação de novos dados e informações de forma dinâmica. “A internet vem não só ampliar as formas de comunicação como também aumenta as fronteiras do conhecimento. Ela já é considerada a maior fonte de informação existente e a de mais rápido acesso”. (DIAS, 2013, p. 33).

Com o surgimento deste novo meio, diversos paradigmas começam a ser modificados e nossa sociedade depara-se com uma nova revolução, tanto ou mais importante do que a invenção da escrita. O paradigma do pensamento linear está sendo superado por um novo paradigma: o pensamento hipertextual, que organiza-se sob a forma de associações complexas, considerado muito mais apto e completo para descrever e explicar os fenômenos do que o linear. Ao mesmo tempo, o advento do ciberespaço, um espaço novo, não concreto, mas igualmente real sugere uma reconfiguração dos espaços já conhecidos, das relações entre as pessoas e da própria estrutura de poder. (RECUERO, 2000)

Outra revolução na comunicação causada pela internet e o advento do ciberespaço foi a própria direção da emissão e recepção das mensagens, uma vez que, com os dispositivos de massa como a televisão e o rádio, a comunicação era feita em um único sentido e, com a internet, a comunicação passou a ser mais dinâmica, podendo um receptor da mensagem se tornar, também, um emissor e interagir de maneira rápida e fácil com qualquer um que esteja conectado ao ciberespaço. Neste sentido, Bernardi (2007, p. 41) coaduna ao afirmar:

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As novas tecnologias da informação acabam por influir, de forma decisiva, na maneira pela qual esta passa a ser produzida e a circular. As mudanças, grandemente facilitadas a partir das novas tecnologias digitais e sua organização em redes de computadores, tendem a romper com a cultura de massa predominante até então, permitindo que uma parcela da população, detentora de seus códigos de acesso, interaja ponto a ponto, em oposição às formas existentes de comunicação de massa e seus preceitos unidirecionais. (BERNARDI, 2007, p. 41)

A própria internet, como meio de comunicação, traz consigo uma nova forma de utilização até de outros meios de comunicação já utilizados e massificados ao longo das Eras. Na internet é possível ouvir o rádio, assistir programas de televisão, jornais, revistas, trocar mensagens instantâneas síncronas ou assíncronas, enfim, um universo de possibilidades comunicacionais surgiu com o advento da internet, do ciberespaço. A própria cultura passou a ser redefinida com a evolução dos meios de comunicação na Era dos Computadores e da Informação. Recuero (2000) corrobora sobre o impacto dos meios de comunicação quando afirma:

[...]a Internet apresenta uma convergência de mídias. No computador já é possível assistir televisão, ouvir rádio ou ler jornal... Enfim, todas as mídias tradicionais com o plus da interatividade. Logo, enquanto usuários da Rede, cada indivíduo é um emissor massivo em potencial. Pode difundir mensagens e idéias através de e-mail, chats ou mesmo em listas de discussão ewebsites. Pode difundir sua música através da gravação da mesma em um formato que seja manipulável através da Internet. Pode gravar um vídeo em uma câmera digital e divulgá-lo. Enfim, as possibilidades são inúmeras. Cada indivíduo é um emissor e um receptor simultaneamente na Rede. (RECUERO, 2000) Evans (2011, p. 2) traz que a internet é, claramente, uma das invenções mais importantes e poderosas da história, com impactos relevantes e consistentes nas áreas da educação, governo, ciência, negócios e comunicação.

A tecnologia continua a evoluir e revolucionar os processos e comunicação da humanidade, a própria internet avança em patamares exponenciais, tanto em número de usuários quanto em quantidade de dispositivos físicos conectados ao ciberespaço e passíveis de serem utilizados para acessar o mundo virtual e compartilhar informações e dados, ampliando a comunicação e consolidando uma cultura virtual espelhada do mundo real.

Xavier (2014) afirma que a internet vem crescendo rapidamente e, até 2020, um total, aproximado, de 50 bilhões de dispositivos estarão conectados ao ciberespaço. Evans (2011, p. 3) apontou em seus estudos que, em 2003, existia no mundo um quantitativo de 6,3 bilhões de pessoas e um total de 500 milhões de dispositivos

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conectados à internet, entretanto, no ano de 2010 havia um total de 6,8 bilhões de habitantes no mundo e um quantitativo de 12,5 bilhões de dispositivos conectados na rede. Neste sentido, a quantidade de equipamentos conectados ao mundo virtual superará, em muito, o número de usuários conectados ao ciberespaço, surge aí o conceito de Internet das Coisas.

A comunicação novamente se revoluciona com as possibilidades de interatividade existentes na Internet das Coisas, onde todos os objetos, dispositivos, usuários e demais componentes computacionais conectados ao ciberespaço terão possibilidades de trocar informações e estabelecer comunicação síncrona ou assíncrona, ou seja, em tempo real ou em tempos diferentes, além da possibilidade de ultrapassar as barreiras físicas impostas pelas restrições geográficas. A própria internet revolucionou toda a comunicação e a sociedade, porém, a Internet das Coisas ampliará ainda mais este universo de comunicação.

A internet hoje é uma realidade tão enraizada na sociedade que as próprias mídias digitais, as redes sociais e demais possibilidades do ciberespaço substituíram e, ainda substituem, recursos de comunicação como jornais, afinal, vê-se hoje nas redes sociais a busca até por informações e notícias no lugar de pesquisar em sistemas tradicionais, como jornais e revistas.

A COMUNICAÇÃO NA INTERNET DAS COISAS

É claro e evidente que a Era dos Computadores e da Informação reinventou a maneira que o homem se comunicava, porém, a própria internet também o fez. Até então, todo o processo de comunicação dava-se entre indivíduos que utilizavam objetos, ferramentas ou dispositivos tecnológicos para estabelecerem a troca de mensagens e informações, desde os primeiros registros encontrados, todo o conhecimento era passado entre os envolvidos no processo, através de registros feitos com utensílios ou outros equipamentos tecnológicos. Ao iniciar a utilização de rádio e televisão, a forma de comunicação continuou assim, alguém produzia o conteúdo, as informações e mensagens e, estes, eram transmitidos de pessoas para pessoas com a sustentação da tecnologia, entretanto, a criação da internet proporcionou uma nova forma de comunicação entre as pessoas no ciberespaço, aumentando exponencialmente a quantidade de informações geradas e disseminadas pela sociedade.

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Conforme já citado neste estudo, na medida em que a quantidade de dispositivos físicos conectados ao ciberespaço superou a quantidade de habitantes no mundo todo, chegamos ao conceito da Internet das Coisas. Neste modelo, a comunicação, a partir deste tempo, passou a ser de pessoas com pessoas, através dos milhares de dispositivos tecnológicos que sustentam a internet e o ciberespaço e, também há comunicação e conectividade entre os próprios objetos e dispositivos, enfim, as “coisas” conectadas ao ciberespaço. Tais “coisas” ou objetos, são uma infinidade de equipamentos com suporte para acessar o mundo virtual e fazer parte dele como integrante ativo, emitindo e recebendo mensagens e trocando informações e, ampliando as formas do homem se conectar ao universo virtual. Este novo modelo de internet, amplia a capacidade de gerar e coletar dados.

Evans (2011, p. 6) compara a Internet com a Internet das Coisas:

Por comparação, a Internet está no caminho firme do desenvolvimento e do aprimoramento, mas não mudou muito. Ela faz essencialmente o mesmo que foi projetada para fazer durante a era da ARPANET. Por exemplo, no início, existiam vários protocolos de comunicação, incluindo AppleTalk, Token Ring e IP. Hoje, a Internet tem como padrão o IP. Nesse contexto, a IoT se torna imensamente mais importante, pois é a primeira evolução real da Internet, um salto que levará a aplicações revolucionárias com potencial para melhorar consideravelmente a forma como as pessoas vivem, aprendem, trabalham e se divertem. A IoT já transformou a Internet em algo sensorial (temperatura, pressão, vibração, iluminação, umidade e estresse), permitindo que sejamos mais proativos e menos reativos. (EVANS, 2011, p. 6).

Ainda Evans (2011, p. 2) afirma: “A IoT (Internet of Things, Internet das coisas), algumas vezes referida como a Internet dos objetos, mudará tudo, inclusive nós mesmos”.

O desenvolvimento e utilização destes novos equipamentos conectados diretamente ao ciberespaço ampliará as formas de comunicação. Neste sentido, Ijuin e Tellalori (2008, p. 7) colaboram quando afirmam sobre as informações:

O desenvolvimento de equipamentos cada vez mais eficazes permite o aperfeiçoamento da organização, catalogação e armazenamento de informações. As múltiplas vias de buscas, da mesma forma, possibilitam o acesso a bens culturais por um público cada vez maior. O acervo historicamente acumulado tem lugar amplo e seguro para sua preservação e fruição no ciberespaço. (IJUIN e TELLALLORI, 2008, p. 7).

Na IoT, os objetos do ciberespaço terão acesso a todas as informações disponibilizadas e poderão se comunicar, interagir e disponibilizar toda esta gama de conhecimento para o homem. A informação se multiplicará e as formas de acesso ao

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conhecimento também, democratizando a conexão ao ciberespaço e ao mundo virtual para todos aqueles que precisem se comunicar e buscar novas formas de aprendizagem, gerando também uma nova cultura.

Esta nova fronteira do ciberespaço, na verdade, um mundo em que não haverá fronteiras, pois todos se comunicarão com todos, ainda está em desenvolvimento e as tecnologias atuais já estão prontas para sua convergência, bastando apenas difundir e levar tais tecnologias ao ser humano, o que é uma barreira para a plenitude desta nova forma de comunicação.

Neste sentido, Evans (2011, p. 2) apresenta alguns relatos em seus estudos que podem auxiliar a uma melhor compreensão.

Agora, considere que a IoT representa a próxima evolução da Internet, dando um grande salto na capacidade de coletar, analisar e distribuir dados que nós podemos transformar em informações, conhecimento e, por fim, sabedoria. Nesse contexto, a IoT se torna bem importante (EVANS, 2011, p. 2).

E continua:

Já há projetos da IoT em desenvolvimento prometendo fechar a lacuna entre ricos e pobres, melhorar a distribuição dos recursos do mundo para aqueles que mais precisam deles e nos ajudar a entender nosso planeta para podermos ser mais proativos e menos reativos. Mesmo assim, existem várias barreiras que ameaçam diminuir o desenvolvimento da IoT, incluindo a transição para IPv6, ter um conjunto comum de padrões e desenvolver fontes de energia para milhões, até mesmo bilhões, de sensores minúsculos (EVANS, 2011, p. 2).

Como toda evolução da comunicação que revoluciona a sociedade, a Internet das Coisas não está sendo diferente e, seus desafios e obstáculos estão sendo tratados por diversas organizações governamentais ou não, pelos setores público e privado, buscando um direcionamento rápido, satisfatório, funcional e consolidado para uma convergência plena e ampliar a geração de conhecimento para a humanidade e, com isso, a cada dia ela se renova, se reinventa e continua sua progressão continuamente.

CONCLUSÕES

Como conclusão dos estudos e levantamentos feitos aqui, comprova-se que a própria evolução da humanidade, desde os tempos da Pré-História até os dias de hoje, teve grande influência e base graças aos meios de comunicação que surgiram em um determinado momento da escala evolutiva e, foram sendo ampliados, consolidados e,

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com isso, novas formas de comunicação e interação também foram aparecendo. Tais possibilidades de integração entre os indivíduos, que puderam passar a se comunicar, criar dados plausíveis, interagir, registrar as os dados para transformá-los em informação, gerando conhecimento que pôde ser acumulado, desenvolvido, ampliado e transmitido de geração em geração, permitindo com isso novas formas e ferramentas para a transmissão e recepção das mensagens, criando as Eras e Tempos na evolução da comunicação.

As análises e informações levantadas nos diversos referenciais teóricos abordados puderam comprovar que o próprio desenvolvimento humano, em seus aspectos cognitivos, sensoriais, de pensamento e até biológicos foram se desenvolvendo, se ampliando e modificando graças a própria evolução das ferramentas e mecanismos de comunicação, das formas de se conseguir levar e transmitir uma informação através das mensagens, da forma de exemplificar, de mostrar, de codificar a mensagem para que ela seja entendida, compreendida e assimilada por quem irá receber a informação ou mensagem, no caso, o receptor.

Também foi constatado que a história da evolução das comunicações humanas passou por Eras e Idades e, todas elas tiveram grande relevância, porém, algumas foram consideradas um marco histórico, como a Era da Escrita, que faz, inclusive, uma separação temporal na evolução humana entre o período da Pré-História e da História e a própria Era dos Computadores e da Informação, principalmente pela criação da Internet e as possibilidades que o ciberespaço proporcionou para as comunicações humanas. Cada uma das Eras citadas e consolidadas na história da humanidade teve sua determinada relevância e importância para o homem como um todo, como sociedade e em seu desenvolvimento, tendo fatos de extrema relevância que revolucionaram as comunicações, ampliando as ferramentas cognitivas do ser humano. A redes sociais e seu uso são um exemplo da migração do conceito e das comunicações quando substituem recursos e ferramentas tradicionais na busca por informações, nas formas de comunicação e, até mesmo, na maneira como se vive atualmente.

Ao abordar a própria educação, formal ou não, as comunicações tiveram uma importância tremenda. A própria análise das informações e referenciais abordados na pesquisa comprovam que a educação também se revolucionou e, ainda se revoluciona com a evolução constante das formas de comunicação. O advento da escrita pôde até ser

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comprovado com uma nova forma formal de educação, de transmissão do conhecimento e, trazendo para os dias atuais, a internet e a Internet das Coisas ampliam e consolidam novas formas de transmissão do conhecimento, ampliando as formas de educação formal ou informal quando todos estes recursos tecnológicos, das tecnologias digitais, podem contribuir na ampliação dos espaços pedagógicos para discentes e docentes atuarem em seus processos educacionais.

A Internet das Coisas, dentro do aspecto educacional, conforme verificou-se que a educação, a formação utiliza-se de meios de transmissão de informação para construção do conhecimento, amplia as capacidades de divulgação de informações, de troca de informações e mensagens, algo tão necessário para a construção do ser humano ao longo das Eras, possibilitando que todo e qualquer dispositivo que esteja conectado à internet possa ser utilizado como uma ferramenta de apoio aos processos de ensino e aprendizagem.

Finalizando, dentro do próprio conceito da Internet e suas possibilidades, surge uma evolução dela própria, seguindo para a Internet das Coisas, uma nova fronteira, um novo ciberespaço de possibilidades inimagináveis há alguns anos atrás, onde tudo convergirá para uma interação e uma comunicação constante, gerando dados e informações, possibilitando um aumento na produção e consolidação do conhecimento, enfim, revolucionando mais uma vez a humanidade e suas possibilidades, conduzindo a sociedade para uma nova Era das comunicações humanas, a Era da Internet das Coisas (IoT).

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