Fevereiro, 2015
Perspectivas Econômicas
Roteiro
Internacional
Brasil
Fim da onda de afrouxamento monetário?
Mercado de trabalho forte nos EUA deve levar o Federal Reserve (Fed) a subir juros.
Sinais de melhora da atividade econômica na Europa.
China e Grécia continuam sendo riscos significantes no cenário.
Economia desacelera, racionamentos são riscos adicionais
Deterioração da atividade econômica: esperamos retração de 0,5% do PIB este ano. Os
racionamentos, de eletricidade e água, podem tirar 0,6% adicionais de crescimento.
Inflação pressionada pelo reajuste de administrados: 7,4% em 2015. Em 2016, os preços
livres devem contribuir para um IPCA mais benigno.
Ponto de partida pior para o fiscal: riscos no alcance da meta esse ano.
Fatores internos e externos devem pressionar o câmbio esse ano.
Esperamos que o Copom finalize o ciclo em março, levando a Selic para 12,50%. Com a
depreciação cambial recente, o risco é de um aperto monetário maior.
Cenário de maior crescimento em 2015
Fonte: Itaú Unibanco, Haver Analytics, Bloomberg
2012
2013
2014
2015
2016
Mundo
3,2
3,0
3,2
3,4
3,3
EUA
2,3
2,2
2,4
3,1
2,5
Zona do Euro
-0,7
-0,4
0,9
1,2
1,6
Japão
1,4
1,5
0,2
1,2
1,6
China
7,8
7,7
7,4
6,9
6,6
Mundo: onda de afrouxamento monetário...
Fonte: Itaú Unibanco, Bloomberg
Taxa de juros
% a.a.
O início de 2015 foi marcado por expansão monetária:
Banco Central Europeu (BCE) anunciou o programa de compra de ativos.
Os Bancos Centrais de Austrália, Canadá, Peru, Rússia e Turquia cortaram juros.
Banco Central da China (PBoC) cortou a taxa de compulsórios.
Dez/2014 Jan/2015 Índia 8,00% 7,75% Peru 3,50% 3,25% Rússia 17,00% 15,00% Turquia 8,25% 7,75% Dinamarca 0,20% 0,05% Canadá 1,00% 0,75% Suiça -0,25% -0,75%
Rendimento de títulos de 10 anos
%a.a., média mensal
1,9% 0,4% 1,5% 0,6% 0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0%
jan-13 jun-13 nov-13 abr-14 set-14 fev-15
... deve estar próximo do fim
Fonte: Itaú Unibanco, Bloomberg
A onda global de expansão monetária deve perder força à frente, com os preços do petróleo se
estabilizando e o crescimento nos países desenvolvidos melhorando.
Petróleo Brent
US$/barril
30 35 40 45 50 55 60 65 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015Desenvolvidos (ex. EUA) Emergentes Estados Unidos
PMIs globais
Maior que 50 indica expansão econômica
58,6 45 55 65 75 85 95 105 115
EUA: momento de atividade continua positivo
Fonte: Itaú Unibanco, Bureau of Economic Analysis, Haver analytics, BLS
Crescimento real do PIB
Ajustado sazonalmente, taxa anualizada, %
Taxa de desemprego
%
O PIB cresceu 2,4% em 2014, após 2,2% em 2013. O consumo continua robusto, impulsionado pelos
preços de petróleo mais baixo, e acreditamos que continuará crescendo perto de 3,0% neste semestre.
Em 2014 foram criados 3,1 milhões de empregos. Em janeiro, houveram 257 mil novos postos de
trabalho e a taxa de desemprego segue em direção ao pleno emprego.
Esperamos que o PIB cresça 3,1% esse ano e 2,5% em 2016.
2,4% 3,1% 2,5% -2,0% -1,0% 0,0% 1,0% 2,0% 3,0% 4,0% 5,0% 6,0% 1T1 3 2T1 3 3T1 3 4T1 3 1T1 4 2 T1 4 3 T1 4 4T1 4 1T1 5 2T1 5 3T1 5 4T1 5 1T1 6 2T1 6 3T1 6 4T1 6 Trimestral Anual 4,5% 5,5% 6,5% 7,5% 8,5% 9,5% 10,5%
Inflação de bens (PCE) e salários
Variação anual (%), dessazonalizado
Aumento de juros em junho fica mais provável
A inflação está baixa, influenciada principalmente pela queda dos preços do petróleo e itens voláteis
(passagens aéreas, por exemplo), mas a tendência é de estabilização nos próximos meses.
Com o momento positivo de atividade, acreditamos que o FOMC (Comitê de política monetária) retirará
o termo “paciente” de sua decisão em março, abrindo espaço para iniciar o aperto monetário em junho.
Fonte: Itaú Unibanco,Bloomberg, Haver analytics, BLS
Federal funds
% a.a.
0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0% 3,5% 4,0% 4,5% 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015Núcleo PCE Rendimento horário médio
0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% mar -14 jun -14 se t-14 de z-14 mar -15 jun -15 se t-15 de z-15 mar -16 jun -16 se t-16 de z-16
Itaú Mediana Fomc Mercado
Itaú Fomc Mercado dez/15 0,88 1,00 0,55
Europa: melhora de atividade econômica
Perspectivas positivas para atividade: PMI agregado em terreno positivo, impulso via queda nos preços
do petróleo. Além disso, o programa de compra de títulos governamentais do BCE, ao reduzir juros na região e depreciar o euro, contribui para afastar os temores de deflação.
Esperamos que o PIB cresça 1,2% em 2015 e 1,6% em 2016
Fonte: Itaú Unibanco, Bloomberg, Haver analytics, Eurostat
Crescimento real do PIB
Ajustado sazonalmente, %
0,9% 1,2% 1,6% -1,0% -0,5% 0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 1T1 2 2T1 2 3T1 2 4T1 2 1T1 3 2T1 3 3T1 3 4T1 3 1T1 4 2T1 4 3T1 4 4T1 4 1 T1 5 2T1 5 3T1 5 4T1 5 1T1 6 2T1 6 3T1 6 4T1 6Trimestral Anual (direita)
PMI
Maior que 50 indica expansão econômica
25 30 35 40 45 50 55 60 65 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Crescimento real do PIB
Dessazonalizado, acumulado em 12 meses
O PIB chinês cresceu 7,4% em 2014, acreditamos que a desaceleração econômica continuará e alguns
estímulos monetários podem ser necessários para manter o gradualismo. O PIB deve crescer 6,9% em 2015 e 6,6% em 2016.
Grécia continua sendo um risco na Europa: nenhum acordo entre o país e credores internacionais
ocorreu e o prazo para negociações está acabando. A saída grega da Zona do Euro ainda não pode ser descartada, caso isso ocorra, os países da periferia europeia podem ser afetados.
Riscos: desaceleração chinesa e Grécia
Fonte: Itaú Unibanco,Haver analytics, NBS, Bloomberg
7,4% 6,9% 6,6% 5,5% 6,0% 6,5% 7,0% 7,5% 8,0% 8,5% 9,0% 9,5% 10,0% 1T13 2T13 3T13 4T13 1T14 2T14 3T14 4T14 1T15 2T15 3T15 4T15 1T16 2T16 3T16 4T16 Trimestral Anual
Juros de títulos de 10 anos
Média mensal, abril/2010=100
30 70 110 150 190 230 270 310 350 390 430
jun-10 ago-11 out-12 dez-13 fev-15
Commodities: alívio no mercado de petróleo
Fonte: Itaú Unibanco, Bloomberg
O petróleo tem se recuperado nos últimos dias e, se sustentável, pode ser positivo para outras
commodities no curto prazo. No entanto, acreditamos que o efeito dos preços de petróleo sobre custos de produção e transporte ainda não está precificado pelo mercado.
Nosso cenário assume que o Índice de commodities do Itaú irá crescer 10,5% em 2015 e 3,1% em 2016.
Índice de commodities do Itaú
2008=100
60 70 80 90 100 110 120 130 140 2008 2010 2012 2014América Latina: desempenho misto em 2015
No México, a recuperação tem sido liderada pelas exportações e o governo anunciou corte de
gastos. 2014 foi um ano de fraqueza econômica no Chile, mas a atividade se recuperou no
quarto trimestre. No Peru, apesar do otimismo empresarial, a recuperação tem sido lenta,
afetada pelo setor de recursos naturais. Na Colômbia, o consumo tem sido favorável
O Banco Central peruano, após o corte de 0,25% nos juros em janeiro, reduziu a taxa de
compulsórios. O Banco Central do Chile deve continuar com a taxa de juros inalterada esse ano.
Na Colômbia, um corte adicional pode ocorrer devido ao baixo repasse cambial e no México, o
debate no comitê está em torno de acompanhar ou não o aperto monetário do Fed.
A inflação no México tem caído devido aos efeitos da redução de tarifas telefônicas e dissipação
do aumento de tributos. Na Colômbia e Peru, a inflação tem sido influenciada pelos preços de
alimentos, mas esperamos alguma desaceleração devido aos preços de petróleo e crescimento
mais moderado. No Chile, a inflação surpreendeu em janeiro e continua acima da meta.
Na Argentina, a recessão continuará esse ano e a inflação desacelerou na margem. O câmbio
tem depreciado lentamente e as reservas cambiais estão relativamente constantes. Não
houveram avanços nas negociações dos holdouts e o cenário política está conturbado.
Peru México
2014
2015 2016 2014
2015
2016
PIB - % 2,4 4,2 4,7 PIB - % 2,2 3,2 3,5
PEN / USD (dez) 3,0 3,2 3,2 MXN / USD (dez) 14,7 14,0 13,6
Taxa de juros - (dez) - % 3,50 3,00 3,00 Taxa de juros - (dez) - % 3,00 3,50 5,00
IPC 3,2 2,3 2,0 IPC 4,1 3,0 3,0
Colômbia Chile 2014
2015
2016 2014
2015
2016 PIB - % 4,7 3,5 3,7 PIB - % 1,8 2,5 3,5
COP / USD (dez) 2377 2450 2475 CLP / USD (dez) 606 645 650
Taxa de juros - (dez) - % 4,50 4,00 4,00 Taxa de juros - (dez) - % 3,00 3,00 3,00
IPC 3,7 3,0 2,8 IPC 4,6 2,8 2,7
Argentina
2014
2015
2016
PIB - % -2,6 -2,0 3,0
ARS / USD (dez) 8,6 10,5 15,8
BADLAR - (YE) - % 20,4 25,0 34,0
IPC - % (Estimativas Privadas) 38,5 30,0 30,0
Fonte: Itaú Unibanco
2013 2014 2015 2016 Atividade econômica
PIB (%)
2,5
0,0
-0,5
1,0
Desemprego (%) - Dezembro5,0
5,0
6,3
6,5
InflaçãoIPCA (%)
5,9
6,4
7,4
5,5
Política monetáriaTaxa SELIC (%)
10,00
11,75
12,50
12,50
FiscalSuperávit primário (% PIB)
1,9
-0,6
1,2
2,0
Balança de pagamentos
Câmbio (fim de período)
2,36
2,66
2,90
3,00
Conta corrente (% PIB)
-3,6
-4,2
-3,8
-3,5
Deterioração da atividade econômica
Em dezembro, a produção industrial atingiu seu menor nível desde 2009 e as vendas no varejo
recuaram 2,6%. Em janeiro, na produção de veículos continuou a tendência de queda.
A confiança empresarial, com exceção dos industriais, atingiu mínimo histórico. Os riscos de
racionamento de água e energia aumentam a incerteza e devem postergar investimentos.
Fonte: Itaú Unibanco, IBGE, FGV
Produção industrial
Dessazonalizado, média 2002=100
Índices de confiança
Dessazonalizado, julho/2010=100
60 65 70 75 80 85 90 95 100 105jul-10 abr-11 jan-12 out-12 jul-13 abr-14 jan-15
Indústria Serviços Comércio Construção
90 92 94 96 98 100 102 104 106 108 110
ago-09 dez-10 abr-12 ago-13 dez-14
Fonte: Itaú Unibanco, ONS, Somar Metereologia
Chuvas desapontaram em janeiro e, nos próximos meses, precipitações próximas da média histórica
podem não ser suficientes. Os riscos aumentarão e uma redução adicional da retirada de água das bacias do Cantareira e Alto Tietê deve ocorrer, afetando a oferta de água em São Paulo.
A alta das tarifas e a retração da atividade econômica tendem a reduzir a intensidade de um eventual
programa de redução de consumo de energia elétrica.
Nível reservatórios – Agregado
% do total
21 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Média 2000-2012 2013 2014* 2015
Maiores riscos nas ofertas de água e energia elétrica
Precipitação diária
mm
1 4 7 10 13 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 jan-15 fev-15Retração de 0,5% em 2015, racionamentos são riscos adicionais
Devido à baixa confiança dos consumidores e à desaceleração da massa salarial, acreditamos que o
consumo das famílias continuará fraco. Os cortes nos investimentos do setor petrolífero e dificuldades das construtoras em executar suas obras de infraestrutura devem impactar a atividade no curto prazo.
O PIB deve crescer 0% em 2014, -0,5% em 2015 e 1,0% em 2016. No entanto, a retração em 2015
pode ser mais profunda, com os racionamentos de água e energia, levando o PIB a -1,1%.
Fonte: Itaú Unibanco, IBGE
2014 2015 2016
Consumo das famílias 0,5% -0,2% 0,4%
Gasto do governo 0,4% 0,2% 0,3%
Formação bruta de capital fixo -1,4% -0,7% 0,1%
Exportações líquidas 0,1% 0,6% 0,3%
Variação de estoques 0,5% -0,3% -0,1%
PIB 0,0% -0,5% 1,0%
Crescimento do PIB
Dessazonalizado, %
Contribuição para o crescimento do PIB
p.p.
0,0% -0,5% 1,0% -1,0% -0,5% 0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0% Trimestral AnualCriação de emprego formal
Milhares, acumulado em 12 meses
Projetamos aumento da taxa de desemprego
Fonte: Itaú Unibanco, IBGE, Caged
A criação de empregos continua fraca: foram criados 33 mil novos empregos em 2014.
A taxa de desemprego terminou 2014 em 5,0%. Em 2015, com o crescimento população
economicamente ativa e a deterioração da atividade econômica, o desemprego deve aumentar.
Taxa de desemprego
%, dessazonalizado
6,3% 6,5% 4,5% 5,0% 5,5% 6,0% 6,5% 7,0% 7,5%jan-10 jan-11 jan-12 jan-13 jan-14 jan-15 jan-16
33 0 50 100 150 200 250
abr-10 dez-10 ago-11 abr-12 dez-12 ago-13 abr-14 dez-14
T h o u sa n d s
Superávit primário do setor público
% PIB
Política fiscal: ponto de partida mais desfavorável
Dívidas do setor público
% do PIB
Fonte: Itaú Unibanco, BCB
Em 2014, o setor público registrou déficit primário de 0,6% do PIB, refletindo uma postura fiscal
expansionista via receita e despesa, além da desaceleração da atividade econômica.
O déficit nominal (resultado primário incorporando a despesa com juros), em 12 meses, alcançou 6,7%
do PIB em 2014 e a dívida bruta alcançou 63,4% do PIB.
33% 35% 37% 39% 41% 43% 45% 47% 50% 52% 54% 56% 58% 60% 62% 64% 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Bruta Líquida (direita)
-0,6% -1,0% -0,5% 0,0% 0,5% 1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0% 3,5% 4,0%
Política fiscal: risco de baixa na meta fiscal deste ano
Fonte: Itaú Unibanco, Tesouro Nacional, Receita Federal
Apesar de esperamos queda de 4,6%, em termos reais e relativamente a 2014, das despesas e
um superávit primário de 0,4% dos governos regionais, ainda assim, serão necessário R$25
bilhões adicionais em carga tributária.
Nossa projeção de superávit primário foi mantida em 1,2% do PIB esse ano, mas reconhecemos
os riscos de baixa dessa projeção.
Como aumentar o superávit primário de -0,6% do PIB para 1,2%?
Já anunciado % PIB R$ bi
AJUSTE RECEITA 0,5% 29,6
Elevação da Cide/ PIS-Cofins em combustíveis Sim 0,2% 12,0
Elevação do IPI Sim 0,1% 7,0
Elevação do IOF sobre crédito PF Sim 0,1% 7,0 Elevação de outros tributos (a anunciar) Não 0,5% 25,0
Queda nas receitas de royalties - -0,1% -7,8
Queda nas receitas não recorrentes - -0,2% -13,6
AJUSTE DESPESAS 0,8% 43,0
Custo no seguro desemprego e abono Sim 0,3% 16,0 Corte nas pensões por morte Sim 0,0% 2,0
Controle no custeio - 0,2% 10,7
Corte no investimento - 0,5% 29,6
Corte no auxílio à CDE (setor elétrico) Sim 0,2% 9,8
Elevação do salário mínimo e benefícios previdenciários - -0,3% -16,4 Pagamento de equalização de juros - -0,2% -8,7
AJUSTE GOVERNOS REGIONAIS 0,4% 19,2
AJUSTES NAS EMPRESAS ESTATAIS 0,1% 4,5
Depreciação cambial e ajuste gradual nas contas externas
Fonte: Itaú Unibanco, BCB, BBG
Os preços de commodities mais baixos, o possível aumento de juros nos EUA e o déficit em conta corrente
elevado devem pressionar o real esse ano, levando a taxa de câmbio para R$2,90/US$ ao final de 2015 e 3,00 R$/US$ em 2016.
O déficit em conta corrente alcançou 4,2% do PIB em 2014 e os investimentos estrangeiros diretos, 2,9%.
Esperamos uma redução gradual do déficit em conta corrente para 3,8% em 2015 e 3,5% em 2016.
Conta corrente e investimento estrangeiro
% do PIB
Taxa de câmbio
Fim de período 2,82 2,90 3,00 1,90 2,10 2,30 2,50 2,70 2,90 3,10dez/12 dez/13 dez/14 dez/15 dez/16
1,0% 1,5% 2,0% 2,5% 3,0% 3,5% 4,0% 4,5% 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
IPCA pressionado este ano, inflação mais benigna em 2016
Fonte: Itaú Unibanco, IBGE
Nos últimos anos, a inflação foi afetada, principalmente, pela inflação de preços livres. Em 2015, a pressão
virá do realinhamento dos preços administrados. Menores preços de commodities e atividade econômica mais fraca criam um cenário desinflacionário à frente.
Esperamos inflação 7,4% este ano, resultado de aumentos de 11,7% nos preços administrados e 6,1% dos
livres. Em 2016, o IPCA deve desacelerar para 5,5%, com aumentos de 5,5% para preços livres e administrados.
Inflação de livres e administrados
Variação anual
Reajuste de administrados
Variação anual
2014 2015 2016 Gasolina 2,9% 10,5% 6,0% Energia Elétrica 17,1% 40,0% 4,5% Ônibus urbano 3,9% 11,6% 5,0%Taxa de água e esgoto -2,7% 8,7% 13,0%
Demais 4,8% 5,7% 4,8% Administrados 5,3% 11,7% 5,5% 7,3% 6,7% 6,1% 5,5% 1,5% 5,3% 11,7% 1,0% 3,0% 5,0% 7,0% 9,0% 11,0% 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Livres Administrados
12,50% 13,66% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 2009 2010 2012 2013 2015
Projeção equipe econômica Itaú Apreçamento da SELIC implícito na curva de DI futuro
Selic
% a.a
Fonte: Itaú Unibanco, Bloomberg
Política monetária: confiando na convergência
O Banco Central enfrenta um cenário desafiador no curto prazo com a chance de estouro do teto da meta
de inflação esse ano. Num horizonte mais longo, a fraqueza da economia torna o cenário desinflacionário.
Diante desse cenário, acreditamos que o Copom está próximo do fim do ciclo de aperto monetário.
Esperamos uma elevação de 0,25% na próxima reunião, levando a taxa Selic para 12,50%. Entretanto, com a depreciação recente, aumenta a possibilidade de uma elevação de 0,50% em março.