• Nenhum resultado encontrado

Quando a gestão da rede logística se torna uma vantagem competitiva

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Quando a gestão da rede logística se torna uma vantagem competitiva"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

Quando a gestão da rede logística se torna uma vantagem

competitiva

Priscila Cristina de Almeida

1

Ângelo Aparecido Zadra

2

RESUMO

O tema central deste artigo é demonstrar a importância de uma rede logística bem estruturada e gerida com uma visão estratégica, pois com esse pensamento é possível transformar a rede logística em uma vantagem competitiva, o que faz com que a organização esteja em evidência no mercado na qual está inserida e atue de modo mercantil. Esse tema é atual, mesmo que, no íntimo das organizações, a Logística e sua gestão sempre tenham existido; com isso, muitas organizações não têm o conhecimento ou não acreditam em toda sua importância e em como podem transformar a gestão de rede logística em uma vantagem competitiva, que, sendo bem analisada, é possível ter acréscimos no faturamento da empresa, mais agilidade no processo produtivo, menos tempo ocioso, que resultaria em perdas gigantescas dentro de um mês ou uma vida da organização. Portanto, o objetivo desta pesquisa científica é a amostragem do resultado do trabalho de análise dentro das organizações, sendo empresariais ou não, tendo como foco a gestão de redes logísticas, sobre gerir de maneira consciente e presente, com a certeza de que essa gestão trará benefícios à organização. O estudo foi feito com o apoio de bibliografias de nomes conceituados no ramo administrativo, tais como Porter e Chiavenato. Para que a organização seja bem renomada no mercado em que está inserida, a organização deve priorizar sua área logística; então, sua gestão deve ser feita de modo perfeito; assim, o aproveitamento do setor é maior, podendo tornar a gestão das redes logísticas uma vantagem competitiva.

Palavras-chave: Redes logísticas; cadeia de suprimento; vantagem competitiva; organização; gestão

operacional.

1 Introdução

A gestão de redes logísticas é uma iniciativa que visa à redução de custos e à melhoria dos níveis operacionais da empresa. O gerenciamento de tais redes representa um dos principais desafios para a gestão empresarial moderna.

No que se refere às operações, as atenções voltam-se cada vez mais ao aperfeiçoamento das redes logísticas. As redes logísticas são a interação dos movimentos de materiais, serviços, matérias-primas e produtos dentro de todo o processo de uma organização. A configuração da rede trata da especificação da estrutura ao longo da qual os produtos fluem desde os pontos de origem até os centros de demanda (BALLOU, 1993).

Em algumas organizações, a rede já está definida; no entanto, pode-se desejar redesenhá-la. Em outros casos, será necessária a instauração da rede por completo, sempre levando em conta o menor custo total para a instituição e também o nível de serviço exigido pelo mercado.

(2)

De maneira resumida, para aperfeiçoar uma rede logística, é necessário modelar a cadeia de suprimentos da empresa. Segundo Christopher (1992, p.13), “Cadeia de suprimentos representa uma

rede de organizações, através de ligações nos dois sentidos, dos

diferentes processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços que são colocados nas mãos do consumidor final”.

Handfield e Nichols (1999) definem gerenciamento de cadeia de suprimentos como segue: “o gerenciamento da cadeia de suprimentos (GCS) é a integração dessas atividades, mediante relacionamentos aperfeiçoados na cadeia de suprimentos, com o objetivo de conquistar uma vantagem competitiva sustentável”.

A boa gestão das redes logísticas levam em consideração custos, tributos, infraestrutura disponível e restrições de atendimento ao cliente. Em geral, um projeto de gestão de redes aponta as melhores soluções para diversas questões de âmbito de produção/distribuição.

O objetivo deste artigo é apresentar a necessidade e a importância da gestão das redes logísticas com ferramentas que demonstrem a vantagem competitiva que uma empresa terá assim que sua gestão for aplicada de maneira completa e eficaz.

1.1 Organização

“Recorrendo ao conceito clássico, podemos definir qualquer organização como um conjunto de duas ou mais pessoas que realizam tarefas, seja em grupo, seja individualmente, mas de forma coordenada e controlada, atuando num determinado contexto ou ambiente, com vista a atingir um objetivo pré-determinado através da alocação eficaz de diversos meios e recursos disponíveis, liderados ou não por alguém com as funções de planejar, organizar, liderar e controlar”. (NUNES, 2008).

Uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por meio de uma organização, torna-se possível perseguir e alcançar objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa. Uma grande empresa ou uma pequena oficina, um laboratório ou o corpo de bombeiros, um hospital ou uma escola são todos exemplos de organizações. "Uma organização é formada pela soma de pessoas, máquinas e outros equipamentos, recursos financeiros e outros. A organização então é o resultado da combinação de todos estes elementos orientados a um objetivo comum”. (MAXIMIANO, 1992).

Segundo Chiavenato (1999, p. 44), “A organização é a coordenação de diferentes atividades de contribuintes individuais com a finalidade de efetuar transações planejadas com o ambiente. A organização atua em meio ambiente e a sua existência e sobrevivência dependem da maneira como ela se relaciona com esse meio. Para tanto ele deve ser estruturada e dinamizada em função das condições e circunstâncias que caracterizam o meio em que ela opera”.

Dessa definição de organização convém reter alguns conceitos fundamentais para a sua adequada compreensão, nomeadamente:

1. Atuação coordenada: consiste no desenvolvimento das atividades rotineiras da organização de maneira coordenada e controlada para que sejam atingidos os objetivos já preestabelecidos. A coordenação e controle são efetuados por um líder, mas, em algumas organizações, o controle é efetuado em conjunto por toda a equipe.

2. Recursos: Representam todos os meios colocados à disposição da organização e necessários à realização das suas atividades/tarefas. Incluem-se os recursos humanos, os recursos materiais, os recursos tecnológicos, os recursos financeiros, a imagem de mercado e credibilidade perante o exterior.

(3)

3. Alocação eficaz: os recursos organizacionais descritos no ponto anterior são, por definição, escassos; sendo assim, sua utilização deve ser o mais eficiente possível, para que se chegue aos objetivos da organização. É daqui que surge a principal justificação para a necessidade da gestão nas organizações.

4. Objetivos: São as metas e por que a organização teve seu início. Naturalmente, todas as organizações devem determinar não apenas os seus objetivos, mas também definir as medidas e formas de atuação e de emprego de recursos mais adequadas para os atingir.

1.2 Tipos e funções das organizações

No sistema organizacional, podemos elencar três tipos de organização. A Organização Governamental é administrada pelo governo, têm como objetivo prestar serviço à comunidade, sendo tal organização mantida pela arrecadação de impostos, taxas e contribuições. A Organização Empresarial tem como finalidade a produção e/ou comercialização de bens/serviços, tendo diversas classificações de acordo com seu tamanho, natureza jurídica e área de atuação. São criadas por meio dos recursos dos proprietários e terceiros, e o resultado é dividido, destinando uma parte para os sócios, o mantendo restante como reserva de lucro da empresa. E, por fim, a Organização do Terceiro Setor é toda organizações de utilidade pública sem fins lucrativos; são criadas por pessoas sem vínculo com o governo, sendo destacadas as ONGs (Organizações Não Governamentais).

Como facilmente podemos perceber, o conceito anteriormente descrito no tópico primeiro para organização pode ser aplicado a qualquer tipo de organização, seja ela empresarial ou não. A única diferença reside nos objetivos de base a que cada uma se propõe. No caso das organizações empresariais, o objetivo base ou fim último será a maximização do seu valor para os seus proprietários, conseguida por meio da satisfação de todos os seus membros e colaboradores e da produção e/ou distribuição de bens e serviços, a fim de satisfazer necessidades concretas dos seus consumidores.

Se nos referirmos a organizações não empresariais, como são os hospitais, as escolas, os clubes desportivos, as associações sindicais, ou outras, os principais objetivos diferem ligeiramente, embora o fim último seja sempre a satisfação de necessidades ou a defesa de interesses de um conjunto particular de pessoas ou da sociedade em geral. Dessa forma, no caso dos hospitais, o principal objetivo será a saúde da população a que se destina, enquanto o das escolas será a aprendizagem dos seus alunos, o dos clubes desportivos será a obtenção de bons resultados desportivos e o das associações sindicais será a defesa dos direitos dos trabalhadores.

2 Logística

Segundo Novaes (2001, p. 36), “Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor”.

Já Carvalho (2002, p. 31) afirma que “Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, programa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias – primas, materiais semi – acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes”.

(4)

ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de satisfazer níveis de serviços adequados aos clientes a um custo específico”.

Segundo Ching (1999 p.15), “O conceito logístico, existe desde a década de 40, foi utilizado pelas forças armadas norte-americanas. Ela relacionava-se com todo o processo de aquisição e fornecimento de materiais durante a segunda Guerra mundial, e foi utilizado por militares americanos para atender a todos os objetivos de combate da época".

Logística é a ciência organizacional que estuda o agrupamento das atividades relacionadas ao fluxo de produtos e serviços, para que sua administração seja o mais eficiente possível. A Logística atual é o foco principal das organizações, pois ela deve abranger toda a movimentação de materiais interna e externa à empresa; sendo assim, envolve toda a cadeia, desde aquisição de matérias primas, estoque, produção, distribuição, até que o consumidor tenha o produto em suas mãos.

Segundo Avozani e Santos (2012), a Logística é um novo pensamento para as organizações atuais, pois o principal objetivo é aperfeiçoar os processos internos e externos, para que a lucratividade e produtividade do negócio sejam eficazes. Hoje a Logística é um setor de muita notoriedade dentro das empresas, já que visa ao fornecimento correto dos produtos e serviço contratados e compras na quantidade correta. Com isso, o setor logístico tem o poder de alcançar os níveis de custos não tão altos e competitivos.

Agora a Logística é vista como meio de obter vantagem competitiva. Também se destaca o surgimento do conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos (supply chain management). Na década de 2000, o CLM muda seu nome para Council of Supply Chain Management Professionals – CSCMP, e a definição de Logística do novo conselho passa a ser:

Gerenciamento Logístico é a parte da gestão da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e controla de maneira eficiente e efetiva os fluxos diretos e reversos, a armazenagem de bens, os serviços e informações relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumo a fim de encontrar os requerimentos dos clientes.

Por fim, a Figura 1 apresenta um resumo esquemático da definição de Logística.

Figura 1 - Definição esquemática de Logística. Fonte: Avozani; Santos (2012).

A Tabela 1 apresenta a evolução logística sob outra perspectiva, relacionando o ambiente empresarial, o foco da indústria e o foco logístico.

(5)

Tabela 1 Evolução do foco da Logística.

Período Ambiente Focos da

Indústria

Foco da Logística Anos 50 Volume de Produção Custos Inventários Anos 60 Vendas/Marketing Serviços Distribuição Anos 70 Ganhos de capital Lucrativida

de

Produção

Anos 80 Competição Qualidade Compras/Produção/Vendas

Anos 90 Globalização; Parcerias; Ecologia

Tempo Processos de Negócios Fonte: adaptado de Avozani; Santos (2012).

A evolução logística também pode ser estudada do ponto de vista de suas subdivisões, como apresentado na Figura 2.

Figura 2 - Evolução funcional da Logística. Fonte: Avozani; Santos (2012).

A linha evolutiva indica uma maior integração funcional, culminando na Logística Integrada dos dias atuais, que extrapola os limites da empresa, conectando as funções logísticas de toda a cadeia de suprimentos, desde o fornecedor primário até o consumidor final.

A evolução apresentada na Figura 2 também pode ser tratada como a mudança de foco logístico interno para logístico externo, ou seja, o foco passou de produtividade, lead-times e custos logísticos para a relação entre empresas e outros membros do sistema logístico.

3 Logística Empresarial

Segundo Ballou (2004), a Logística Empresarial é um campo relativamente novo do estudo da gestão integrada das áreas tradicionais das finanças, marketing e produção. Como se viu anteriormente, atividades logísticas foram, durante muitos anos exercidas, pelos indivíduos. As empresas também estiveram permanentemente envolvidas em atividades de movimentação-armazenagem (transporte-estoque). A novidade então deriva do conceito da gestão coordenada de atividades inter-relacionadas em substituição à prática histórica de administrá-las separadamente, e do conceito de que a Logística agrega valor a produtos e serviços essenciais para a satisfação do consumidor e o aumento das vendas. Embora

(6)

a gestão coordenada da Logística seja uma prática relativamente recente, a ideia da gestão coordenada pode ser localizada nos idos de 1844, nos ensinamentos de Jules Dupuit, um engenheiro francês.

Segundo Andrade (2004), a Logística Empresarial pode ser definida como o conjunto de atividades de compra, movimentação e armazenagem que definem os fluxos de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final. A Logística também engloba o estudo e definição dos fluxos de informações que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.

Um conceito mais amplo tem sido difundido pelos praticantes e estudiosos: a missão da Logística é tornar disponíveis os produtos e serviços corretos e requeridos no tempo certo, no local certo, nas condições adequadas, ao mesmo tempo em que produz a maior contribuição possível para a empresa.

Com base nesse conceito, podemos identificar as seguintes atividades primárias da Logística Empresarial, com os respectivos valores adicionados para os clientes:

1. Gerência de estoques: agrega o “valor tempo” ao produto, ou seja, coloca o produto disponível no momento da necessidade.

2. Gerência de transportes: agrega o “valor lugar” ao produto, ou seja, o produto é colocado no local onde é necessário.

3. Gerência de informações: agrega o “valor acompanhamento do processo” ao produto; trata-se da coleta, processamento e transmissão das informações relativas aos pedidos dos clientes, internos e externos, e de todas as informações sobre produção e despacho para os clientes.

A função logística compreende um conjunto grande de atividades que são executadas por diversos agentes ao longo da cadeia completa de conversão da matéria-prima em produtos finais para os clientes. Essas atividades são executadas em locais diferentes, em tempos diversos, o que aumenta muito a complexidade de sua gestão.

4. Cadeia de suprimentos

Segundo Chopra e Meindl (2003, p. 3), “A cadeia de suprimentos engloba todos os estágios envolvidos, direta ou indiretamente, no atendimento de um pedido de um cliente. A cadeia de suprimentos não inclui apenas fabricantes e fornecedores, mas também transportadoras, depósitos, varejistas e os próprios clientes. Dentro de cada organização, como por exemplo, de uma fábrica, a cadeia de suprimentos inclui todas as funções envolvidas no pedido do cliente, como desenvolvimento de novos produtos, marketing, operações, distribuição, finanças e o serviço de atendimento ao cliente, entre outras”.

Segundo Christopher (1992, p. 13), “Cadeia de suprimentos representa uma rede de organizações, através de ligações nos dois sentidos, dos diferentes processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços que são colocados nas mãos do consumidor final”.

Cadeia de suprimentos é a ligação entre todas as organizações envolvidas em todo processo produtivo, desde fabricantes, fornecedores, empresa produtora, clientes, transportadoras e varejistas. Seu principal objetivo é o cumprimento dos prazos estabelecidos para entrega de produtos/serviços acabados. Uma cadeia de suprimentos é dinâmica e envolve um fluxo constante de informações, produtos e capital entre todos os estágios. Cada estágio da cadeia desenvolve um processo e interage com os outros.

Segundo Coelho (2011), a gestão da cadeia de suprimentos garante a organização o recebimento de matérias-primas e agregados no momento certo, para que não haja falta de materiais ou estoque parado (o que gera um custo muito alto para a organização). Todas as atividades de uma empresa estão

(7)

ligadas a uma cadeia de processos próprios, que terão papel fundamental na alimentação da linha de produção. Com isso, podemos concluir que uma boa gestão da cadeia de suprimentos traz à organização apenas benefícios, mostrando as necessidades para a produção de a empresa ter um ciclo contínuo.

De acordo com Ballou (2004), a cadeia de suprimentos abrange todas as atividades relacionadas ao fluxo de transformação de mercadorias desde o estágio da matéria-prima (extração) até o usuário final, bem como os respectivos fluxos de informação. Materiais e informações fluem tanto para baixo quanto para cima na cadeia de suprimentos.

Handfield e Nichols (1999) definem gerenciamento de cadeia de suprimentos como segue: “o gerenciamento da cadeia de suprimentos (GCS) é a integração dessas atividades, mediante relacionamentos aperfeiçoados na cadeia de suprimentos, como o objetivo de conquistar uma vantagem competitiva sustentável”.

Podemos concluir que o gerenciamento da cadeia de suprimentos é a coordenação estratégica e sistemática das tradicionais funções de negócios e das táticas ao longo dessas funções de negócios.

O modelo de gerenciamento de cadeia de suprimentos presente na Figura 3, visto como uma fonte de informações, mostra o escopo dessa definição. É importante destacar que o gerenciamento da cadeia de suprimentos trata da coordenação do fluxo de produtos ao longo de funções e de empresas para produzir vantagem competitiva e lucratividade para cada uma das companhias na cadeia de suprimentos e para o conjunto dos integrantes dessa mesma cadeia.

É muito difícil, em termos práticos, separar a gestão da Logística Empresarial do gerenciamento da cadeia de suprimentos. Ocorre que, em um número muito grande de aspectos, as duas têm missão idêntica: colocar os produtos ou serviços certos no lugar certo, no momento certo, e nas condições desejadas, dando, ao mesmo tempo, a melhor contribuição possível para a empresa.

Figura 3 - Modelo de gerenciamento da cadeia de suprimentos. Fonte: Mentzer et al (2001, p. 19).

5 Redes logísticas

As redes logísticas são a interação dos movimentos de materiais, serviços, matérias-primas e produtos dentro de todo o processo de uma organização. A eficácia de uma rede logística é notada a partir do momento quando não são notadas faltas de suprimentos e/ou produtos/serviços em seu local determinado.

(8)

A configuração da rede trata da especificação da estrutura ao longo da qual os produtos fluem desde os pontos de origem até os centros de demanda (BALLOU, 1993).

Figura 4 - Modelo de rede logística. Fonte: Ballou (2004).

A configuração da rede não pode ficar limitada pelo movimento avante de bens dos fornecedores para os clientes. Em alguns casos, o produto retorna do cliente ao produtor, por exemplo: Pallet (embalagem), máquinas consignadas.

A configuração da rede é extremamente importante para a administração de uma empresa. É comum que uma reforma da rede logística represente economias anuais variáveis entre 5 e 15% dos custos logísticos totais. Se pensarmos essa questão em termos de empresas como a Whirlpool Corporation, que gasta anualmente $1,5 bilhão em Logística; uma economia de 10% em sua rede significa $150 milhões por ano (BALLOU, 1993).

Com reduções de custos desse porte, não é difícil entender por que a configuração e reconfiguração das redes logísticas conseguem ocupar o primeiro lugar na relação das questões de planejamento. Significam uma agregação aos benefícios que o projeto de rede pode representar em matéria de serviço aos clientes e para o progresso geral da empresa em termos de competitividade.

6 Vantagem competitiva

O termo “vantagem competitiva” nos remete à necessidade de obtenção de requisitos e desenvolvimento de atributos que nos propiciem melhores condições de competir em relação às condições de nossos oponentes.

Segundo Porter (1985), a vantagem competitiva advém do valor que a empresa cria para seus clientes em oposição ao custo que tem para criá-lo; portanto, a formulação de uma estratégia

(9)

competitiva é essencial para a empresa, pois esta dificilmente poderá criar condições, ao mesmo tempo, para responder a todas as necessidades de todos os segmentos de mercado atendido, proporcionando à empresa, dessa forma, criar uma posição única e valiosa.

A busca da vantagem competitiva está na essência da formulação estratégica que é, para Porter, lidar com a competição. Na luta por participação de mercado, a competição não ocorre apenas em relação aos concorrentes, mas em toda a cadeia de relações da empresa. Surge desse entendimento o conceito das Cinco Forças que regem a competição em um setor. São elas: clientes – o poder de barganha dos compradores pode alterar o equilíbrio na relação deste com o setor; fornecedores – Os fornecedores podem exercer poder de barganha sobre os participantes de um setor, aumentando os preços ou reduzindo a qualidade das mercadorias e serviços; novos entrantes em potencial – novos entrantes trazem novas capacidades e o desejo de ganhar participação de mercado; produtos substitutos – os substitutos não somente limitam lucros, eles também reduzem a prosperidade que um setor pode alcançar; e a rivalidade entre os concorrentes – ela está ligada ao uso de táticas como as de competição de preços, lançamento de produtos e propaganda. Dessa forma, o vigor coletivo dessas forças determina o lucro potencial máximo de um setor. Esse modelo de Porter é uma ferramenta para pensar e avaliar o ambiente externo da organização (CIPOLLA, 2009).

7 Conclusão

Dentro de uma organização empresarial moderna que tem como sua atividade a fabricação de produtos, todo seu processo se inicia através da Logística, já que a gestão de fornecedores, recebimento, armazenagem, direcionamento para a produção, produção e distribuição são componentes da cadeia de suprimentos de tal empresa.

Para que a organização seja bem renomada no mercado em que está inserida, ela deve cumprir algumas exigências, como qualidade, prazo de entrega pontual, produtos diferenciados dos demais de seu segmento no mercado, atendimento ao cliente. Com o fim de que tudo ocorra de maneira correta e eficaz, a gestão da rede logística, que está diretamente ligada à cadeia de suprimentos da empresa, deve ser limpa e sem erros.

A partir do momento em que a organização pode oferecer ao seu cliente a segurança de que sua entrega não irá atrasar por conta de sua rede estar bem estruturada, a empresa gera para si confiabilidade e reconhecimento no mercado, fazendo a procura por seus serviços aumentarem. Sendo assim, a organização atingirá seus objetivos, que são maior produtividade e lucratividade.

A organização atingirá lucratividade pelos rendimentos das redes logísticas, por meio do percentual de economia e agilidade que esse setor proporciona à empresa, com sua gestão direcionada para que as redes logísticas sejam estruturadas de acordo com os procedimentos da organização.

Uma empresa adquire o patamar de ter “vantagem competitiva” a partir do momento em que a organização consegue se sobressair aos seus concorrentes, o que, no cenário atual, está cada vez mais difícil, pois as condições estão cada vez mais parecidas. Porém, uma empresa que se preocupa com a gestão de redes logísticas tem seus prazos mais comprometidos e sua margem de erros é reduzida, o que traz para o nome da empresa reconhecimento. E o que ela gastaria com seus erros e prazos não cumpridos é revertido em lucros, já que tudo é mais bem conduzido, desde materiais que não terão problemas até sua entrega que será no momento certo, sem dúvidas para erros.

Portanto, uma empresa que investe em gestão de redes logísticas proporciona para si melhorias e vantagens que dificilmente serão atingidas por seus concorrentes, ou seja, essa empresa terá uma vantagem competitiva lucrativa e diferenciada no mercado.

(10)

8 Referências bibliográficas

ANDRADE, E. L. Logística Empresarial. 2004. Disponível em: <http://www.youblisher.com/p/46929-Logistica-Empresarial/>. Acesso em 4 out. 2010.

AVOZANI. C.; SANTOS, A. R. Logística empresarial – conceitos e definições. Disponível em: <http://www.logisticadescomplicada.com/logistica-empresarial-conceitos-e-definicoes/>. Acesso em: 11 ago. 2012.

BALLOU, R. H. Administração de Logística Empresarial. São Paulo: Editora Atlas, 1993.

______. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/Logística Empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Editora Bookman, 2004.

CARVALHO, J. M. C. Logística. 3. ed. Lisboa: Edições Silabo, 2002.

CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos Recursos Humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 1999.

CHING, H. Y. Gestão de estoques na cadeia de Logística Integrada. São Paulo: Atlas. 1999.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operação. São Paulo: Prentice-Hall, 2003.

CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. Londres: Pitman, 1992. CIPOLLA, F. Vantagem competitiva: revisitando as idéias de Michael Porter. 14 dez. 2009. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/vantagem-competitiva-revisitando-as-ideias-de-michael-porter/36860/>. Acesso em: 30 jun. 2013.

COELHO. L. C. Do conceito de Logística à Logística Empresarial. 28 ago. 2011. Disponível em: <http://www.logisticadescomplicada.com/do-conceito-de-logistica-a-logistica-empresarial/>. Acesso em: 23 set. 2012.

HANDFIELD, R.; NICHOLS, E. L. Introdução ao gerenciamento da cadeia de suprimentos. Memphis: Prentice Hall PTR. 1999

MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à Administração. 3. ed. São Paulo: Editora Atlas, 1992.

MENTZER et al. Definindo gerenciamento da cadeia de suprimentos. Revista de Negócios de Logística, v. 22, n. 2, 2001.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

NUNES, P. Conceito de organização. 22 abr. 2008. Disponível em:

<http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/organizacao.htm>. Acesso em: 20 abr. 2012.

PORTER, M. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho competitivo. Nova Iorque: Imprensa Livre, 1985.

Referências

Documentos relacionados

However, we found two questionnaires that seemed interesting from the point of view of gathering information about students' perspective on the use of

Realizar a manipulação, o armazenamento e o processamento dessa massa enorme de dados utilizando os bancos de dados relacionais se mostrou ineficiente, pois o

Neste estudo foram estipulados os seguintes objec- tivos: (a) identifi car as dimensões do desenvolvimento vocacional (convicção vocacional, cooperação vocacio- nal,

Jsou radiostanice, které už mají SV vestavěnou (Zirkon 1), dále jsou pak SV externí (Smart 1, Slavík), v prove- dení jako krabička, která se připojí k ra- diostanici

Com vistas a alcançar o objetivo geral proposto, apresentam-se os seguintes objetivos específicos: 1 Descrever a política de avaliação externa do estado do Amazonas, SADEAM,

Entretanto, durante o transcor- rer de todo o experimento essas taxas se modificaram como pode ser observado na Tabela I e Figura 1., Segundo DOB- BELEIR et alli (1980), cultivos

– Amplificadores ópticos possuem uma largura de banda de ganho maior para amplificação , de modo que um único amplificador óptico pode amplificar diversos comprimentos de onda ao

No entanto, se você tiver algum destes sintomas, após o início do uso de Tarflex ® , ou sentir um agravamento destes efeitos, pare de usar o produto e informe ao seu médico