• Nenhum resultado encontrado

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM FONOAUDIOLOGIA CAMILA DA SILVA SOUZA OZORES

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM FONOAUDIOLOGIA CAMILA DA SILVA SOUZA OZORES"

Copied!
161
0
0

Texto

(1)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS

EM FONOAUDIOLOGIA

CAMILA DA SILVA SOUZA OZORES

ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA FONOAUDIOLÓGICA

NACIONAL ACERCA DO NEONATO

(2)

CAMILA DA SILVA SOUZA OZORES

ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA FONOAUDIOLÓGICA

NACIONAL ACERCA DO NEONATO

Dissertação apresentada à Banca Examinadora

da

Pontifícia Universidade Católica de São

Paulo, como exigência parcial para obtenção do

título de

Mestre em Fonoaudiologia, sob a

orientação da Profa. Dra. Silvia Friedman.

(3)

Ozores, Camila da Silva Souza

Análise da produção cientifica fonoaudiológica nacional acerca do neonato / Camila da Silva Souza Ozores. – São Paulo : C. S. S. Ozores, 2008.

80 f.

Orientador: Profa. Dra. Silvia Friedman.

Dissertação (Mestrado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Programa de Estudos Pós-Graduados em Fonoaudiologia.

1. Fonoaudiologia. 2. Neonatologia. 3. Recém-nascidos. I Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. II. Friedman, Silvia.

(4)

ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA FONOAUDIOLÓGICA

NACIONAL ACERCA DO NEONATO

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra.

...

Profa. Dra.

...

Profa. Dra.

...

(5)

DEDICATÓRIA

(6)

Guilherme, meu filho, razão das minhas conquistas...obrigada por ser

sempre minha inspiração.

Adriano, meu marido, por abdicar de momentos inesquecíveis, para a

realização de um objetivo de vida.

Alzira, minha mãe e Tatiana, minha irmã, obrigada por sempre

acreditarem e lutarem comigo e por mim.

Aos meus alunos, futuros fonoaudiólogos, que fazem dos meus sonhos

grandes realizações.

A profa. Silvia pela paciência, tolerância e dedicação.

Aos colegas do Mestrado pelos bons momentos que passamos juntos.

(7)

nacional acerca do neonato,

2008. Dissertação (Mestrado em Fonoaudiologia)

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo analisar parte da produção cientifica nacional

acerca do neonato, entre os anos de 2000 a 2006. Para isso, realizamos um estudo,

de caráter documental, por meio do levantamento de publicações fonoaudiológicas

sobre neonatologia. Os critérios utilizados para a seleção dessas fontes foram a

periodicidade, ao tipo de produção: livros e capítulos de livro selecionados de acordo

com a temática abordada e o período considerado, os artigos publicados em revistas

nacionais especializadas da área fonoaudiológica, as teses e dissertações

produzidas nos programas de pós-graduação e à autoria.

As produções cientificas em torno do neonato, no período considerado, perfazem um

total de 118 publicações. Desse total, 2,4% foram publicados em 2000; 19% em 2001

e 2002; 11,9% em 2003; 9,5% em 2004; 23,8% em 2005 e 14,4% em 2006. Quanto

ao tipo das publicações, 35,6% foram publicadas em forma de artigos e dissertações,

20,3% de capítulos e 4,25% de livros e teses. As publicações analisadas versaram

sobre 12 temáticas, sendo as duas maiores encontradas, alimentação (45%) e

audição (32,3%). Quanto a distribuição da produção por vertente epistemológica,

89% positivista e 11% dialético-histórico.

A pesquisa permitiu recuperar parte da memória acerca da construção de um campo

de atuação e de conhecimento da área neonatal na Fonoaudiologia.

(8)

ABSTRACT

The aim of this study was to analyze a collection of Brazilian scientific neonatal

literature dating from 2000 to 2006. Publications on speech and hearing, with

respect to neonatology, were used as the source of this documentation-based study.

Source material was selected based on the criteria of publication date, type of

publication and author. Books and specific book chapters were selected in

accordance to topic relevance and time of publishing, published articles were

included from specialized Brazilian periodicals in the speech and hearing field, and

theses and dissertations from post-graduate study programs were also considered

as source material.

The selected scientific literature relating to newborns consisted of a total of 118

publications from the established time period. Of these, 2.4% were published in

2000, 19% in 2001 and 2002, 11.9% in 2003, 9.5% in 2004, 23.8% in 2005 and

14.4% in 2006. Publication type distribution was as follows: 35.6% were articles and

dissertations, 20.3% were individual book chapters, and 4.25% were books and

theses. The publications analyzed in this study considered 12 themes in all, the two

most common being alimentation (45%) and hearing (32.3%). The literature

distribution by epistemological classification was 89% positivist and 11%

dialect-historical.

The results of this study show that neonatal issues in phonoaudiology present a

valuable field of research that should be further investigated so as to broaden the

depth of knowledge and understanding in this area.

(9)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ________________________________________________

10

CAPÍTULO 1 _________________________________________________

13

PRODUÇÃO CIENTIFICA _______________________________________

14

CAPÍTULO 2 _________________________________________________

20

2.1 Um pouco da história da Neonatologia_______________________

21

2.2 Fonoaudiologia e Neonatologia_____________________________

24

2.3 Fonoaudiologia e campo de atuação com neonato_____________

27

2.3.1 Avaliação Fonoaudiológica______________________________

28

2.3.2 Formas de Intervenção Fonoaudiológica___________________

39

CAPÍTULO 3 _________________________________________________

44

MÉTODO_______________________________ _____________________

45

CAPÍTULO 4 _________________________________________________

51

ANÁLISE DE DADOS___________________________________________

52

CAPÍTULO 5 _________________________________________________

64

DISCUSSÃO__________________________________________________

65

CAPÍTULO 6 _________________________________________________

69

CONCLUSÃO_________________________________________________

70

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ________________________________

71

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA___________________________________

75

ANEXO A ___________________________ ________________________

77

(10)

INTRODUÇÃO

(11)

A motivação principal para esta pesquisa origina-se de um curso de

especialização em Neonatologia na Universidade Estadual da Bahia, concluído em

2005, subsidiado pelo governo da Bahia, após a constatação de que o estado,

particularmente o interior, apresenta um dos maiores índices de mortalidade infantil

do pais (DATASUS, 2000). Esse curso de especialização em Neonatologia foi o

primeiro com profissionais diversos na aréa da saúde, sendo a turma composta por

fonoaudiólogos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos. Adquirimos

conhecimento sobre todo o funcionamento da neonatologia dentro das diversas

especialidades. Motivados, desenvolvemos um trabalho com neonatos em um

hospital referência de gestação de alto risco, no interior do estado da Bahia, no qual

implantamos o trabalho fonoaudiológico na UTI neonatal e no berçário de alto risco.

Foram realizadas intervenções fonoaudiológicas para prevençào da saúde auditiva

com o exame de emissões otoacústicas e estimulação do sistema sensório motor

oral. Desta forma, foram realizadas atividades de promoção da saúde, no 1º nivel de

atenção visando a redução das seqüelas sobre o desenvolvimento global dos

neonatos, e como forma de conscientização da aréa de saúde sobre a importância

da atuação do trabalho fonoaudiológico na prevenção de agravos.

(12)

Do mesmo modo a família do neonato também era atendida sem qualquer

preocupação com o aspecto subjetivo. Identificamos que nosso discurso com ela era

direcionado somente aos fatos do corpo que podiam ser observados e relacionados

entre si.

A constatação de que para nossa equipe o neonato era somente um corpo

orgânico, desprovido do aspecto simbólico, despertou a curiosidade de pesquisar a

produção cientifica fonoaudiológica brasileira sobre o neonato, a fim conhecer o

enfoque clínico-científico descrito nos trabalhos científicos produzidos em

neonatologia e desta maneira promover uma reflexão sobre o tipo de visão adotado

para a atuação fonoaudiológica com neonatos..

Nesse contexto, o presente estudo analisa a produção científica nacional

sobre neonatologia no âmbito da Fonoaudiologia, entre os anos de 2000 e 2006 em

livros, capítulos de livros, periódicos, dissertações e teses, enfocando: 1) o período

da publicação; 2) a distribuição de frequência por período; 3) os tipos de

publicações; 4) a vertente epistemológica 5) as temáticas abordadas, conforme

melhor explicitado no capítulo do método.

(13)

CAPÍTULO 1

(14)

PRODUÇÃO CIENTÍFICA

As práticas e políticas de intervenção adotadas nos diferentes campos da

saúde são orientadas pelo conjunto de conhecimentos científicos acumulados

através dos tempos e divulgados por seus autores em publicações científicas.

Alguns pesquisadores destacam a importância do conhecimento para a construção

do saber, como veremos a seguir.

Segundo Ferreira (1995), para que a produção cientifica possua validade,

deve haver um conjunto de conhecimento humano, conquistado por meio de

pesquisa, a qual deve seguir princípios metodológicos básicos.

Pisciota (2006) mencionou que a comunicação cientifica ocorre quando as

relações entre as pessoas e as instituições se estabelecem, à medida que são

articuladas entre os pares e dos pares para a sociedade.

De acordo com Minayo (1994), os cientistas estabeleceram uma linguagem,

fundamentada em conceitos, teorias, técnicas e métodos buscando compreender o

mundo e seus fenômenos. Essa linguagem, estabelecida por uma comunidade de

cientistas, controla e administra sua reprodução.

Como diz Alves (1987), O ciclo da geração do saber é alimentado pelas

publicações, suporte básico da divulgação do conhecimento e da produção cientifica

e cultural, a qual estrutura a força mobilizadora do desenvolvimento cientifico e

cultural .

Segundo Oliveira (2003), o texto escrito é a parte concreta do conhecimento.

O documento é uma entidade dinâmica que permite o armazenamento e a

recuperação da informação, constitui a parte mutável da estrutura social da ciência.

(15)

veículo de divulgação dessa produção. Diz ainda que os estudos de síntese do

material publicado fornecem um mapa do estado do conhecimento e possibilitam

ações e pesquisas mais direcionadas às reais necessidades de populações-alvo.

Assim, os resultados obtidos com esse tipo de estudo podem orientar práticas e

políticas de intervenção eficazes e adequadas.

O estudo da produção científica, ao fornecer um mapa do saber em

determinada área, ensina que o conhecimento é composto de pesquisas que se

diversificam pela estrutura metodológica e pela fundamentação teórica utilizada na

análise e na formulação das conclusões. Os veículos de divulgação da produção

científica mais comuns em nossa realidade são as dissertações e teses, os artigos

científicos e os livros .

Segundo Lopes (2006) as dissertações e teses podem ser estudadas sob

diferentes perspectivas, permitindo análises a respeito das configurações de seus

campo de estudos. São um acervo científico importante a medida que mostram as

preocupações dos cientistas no momento da pesquisa.

A dissertação de mestrado, de acordo com Melo (1999), marca a estréia do

pesquisador no universo acadêmico. Tanto a dissertação como a tese são

documentos que representam o resultado de um trabalho metódico de investigação,

de tema único e bem delimitado em sua extensão, que tem o objetivo de reunir,

analisar e interpretar dados. O mestrado deve evidenciar o conhecimento da

literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato.

É realizado sob a coordenação de um orientador (doutor), visando à obtenção do

titulo de mestre.

(16)

investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em

questão. É realizada sob a coordenação de um orientador (doutor), visando à

obtenção do titulo de doutor ou de livre-docente (ABNT aput FUNARO, 2004).

Trata-se de um tipo de trabalho científico que deve Trata-ser elaborado com baTrata-se em

investigação original e também representar uma real contribuição para o tema em

foco e a especialidade em questão.

A revista científica mostra sua importância diante do grande valor atribuído a

escrita em nossa cultura. Constata-se, com o passar dos anos, que a linguagem

escrita é uma das conquistas mais relevantes da humanidade e passou a ter sua

importância quando foi descoberta como forma de comunicação, ou seja,

socialização (Boarini, 2003). A função principal da revista

é o registro e a difusão do

conhecimento cientifico existente, favorecendo a comunicação entre pesquisadores

e as comunidades cientificas e, conseqüentemente, contribuindo para o

desenvolvimento, atualização e avanços científicos. Ziman (1979) afirma que a

revista cientifica cumpre funções que permitem a ascensão do cientista para efeitos

de promoção, reconhecimento e conquista de poder em seu meio. Por essas razões,

entre outras que passaram a fazer parte da sociologia da ciência, o ato de publicar

artigos é

exigido pelos pares como prova definitiva de efetiva atividade em pesquisa

cientifica. Para garantir essa efetividade há cuidados com os critérios formais de

avaliação das revistas, como, principalmente, a periodicidade e pontualidade, a

duração, a normatização, o trabalho editorial, a difusão e Indexação, a endogenia e

os indicadores bibliográficos, bem como com os aspectos de conteúdos que são

analisados através do caráter cientifico, pela revisão de pares e do corpo editorial

.

(17)

(1987), são realizações científicas modelares que durante algum tempo sustentam a

produção científica dentro de uma área de conhecimento. Pode ser entendido como

uma estrutura mental usada para se classificar o real e que precede o estudo

científico.

Na Fonoaudiologia brasileira, podemos verificar a presença de pelo menos

dois paradigmas que marcam as publicações. Um centra a lógica de suas

explicações e descrições nos sintomas orgânicos, trata-se do paradigma cartesiano

positivista. O outro centra a lógica de suas explicações e descrições no sujeito e sua

história, trata-se do paradigma o dialético histórico. A presença dos dois paradigmas

foi detectada em pesquisas anteriores a respeito da produção científica

fonoaudiológica, tais como a de Brandão (2003) que levantou a produção a respeito

da clínica fonoaudiológica com problemas de escrita, no período de 1991 a 2001; a

de Boechat (2004) que levantou a produção a respeito da clínica fonoaudiológica

com a criança surda, no período de 1986 a 2004 e a de Munhoz et. al (2007) que

levantaram a produção fonoaudiológica a respeito de escrita no período de 1980 a

2004.

(18)

criar gêneros e classes, a partir de comparações e do estabelecimento de relações.

É uma abordagem que permite a construção de conhecimento por meio de

levantamentos, observações e experimentações, geralmente realizados pela coleta

de dados por amostragem, passíveis de tratamentos estatísticos, pautados na

compreensão de que a parte é representativa do todo.

(19)
(20)

CAPÍTULO 2

(21)

2.1 - Um pouco da história da Neonatologia

Até meados do século XIX, os neonatos eram ignorados pelos médicos, não

existiam instituições que se dedicassem aos cuidados com as crianças, eram altas

as taxas de mortalidade infantil, principalmente entre os neonatos prematuros

(RODRIGUES, 2004).

Segundo Avery (1999) esperava-se que as crianças nascidas

prematuramente fossem ao êxito letal, assim como também aquelas crianças

nascidas com malformações. Havia um sentimento de que a seleção natural se

encarregaria das crianças

menos adaptadas

à sobrevivência, tal como o sugerido

pelo termo

fracote

atribuído as crianças prematuras.

Na população européia, entre 1870 e 1920, as altas taxas de mortalidades e a

queda nas taxas de natalidade infantil provocaram insegurança, surgindo uma

revolução no cuidado com a saúde do neonato. Esse movimento ficou registrado

como um dos primeiros momentos da medicina neonatal. Segundo Lussky (1999),

com esse movimento social, o cuidado preventivo passou a ser praticado,

maternidades foram ampliadas, e incubadoras foram fabricadas.

(22)

No final do século XIX, as incubadoras estavam sendo utilizadas com sucesso

no tratamento de crianças prematuras. Os avanços médicos e tecnológicos da época

propiciaram grandes transformações no cuidado neonatal durante e após o parto,

sendo que os pediatras assumiram um grande papel no tratamento neonatal.

Na primeira década do século XX, aumentou a contribuição de pediatras para

a medicina neonatal com estudos sobre alimentação natural e artificial na

prematuridade, bem como estudos sobre técnicas assépticas serviços de transporte

neonatal e alimentação por via nasal. O pediatra Julius Hess publicou seu

compêndio intitulado “Doenças de crianças prematuras e congênitas” Mais tarde a

infecção hospitalar foi controlada com o isolamento estrito do recém-nascido na

maternidade, entretanto, isso ocasionou a separação entre mãe e filho, prejudicando

o vínculo entre eles e o aleitamento (LUSSKY, 1999 ).

O serviço de enfermagem também exerceu um papel fundamental no início do

desenvolvimento da neonatologia. Um artigo escrito pelo pediatra Julius Hess (1951)

nos traz a informação de que os melhores resultados obtidos no cuidado aos

recém-nascidos prematuros eram alcançados quando enfermeiras bem treinadas estavam

à frente do serviço como supervisoras. Com o passar do tempo, cresceu o incentivo

pela especialização da enfermagem para o cuidado a recém-nascidos prematuros.

Avanços e descobertas relacionados aos distúrbios do trato respiratório

marcaram as décadas de 30 e 50. Nesse período não havia meios para a respiração

mecânica e a apnéia infantil era controlada pela observação. As crianças que

necessitavam de estímulo eram puxadas pelos pés por uma faixa de tecido

(DOWNES, 1992; LUSSKY, 1999).

(23)

mecanicamente com modificações nos aparelhos. Na mesma década, Virgínia Apgar

desenvolveu um método de contagem que avaliava as condições do recém-nato nos

primeiros momentos de vida. A partir da década de 70, os pediatras, cirurgiões e

anestesiologistas infantis defenderam a idéia do agrupamento de lactentes com

patologias severas, em unidades especiais, visando um tratamento mais eficaz

(DOWNES, 1992).

No Brasil, no ano de 1899, o Instituto de Proteção e Assistência à Infância do

Rio de Janeiro foi criado por Arthur Moncorvo Filho, tendo seu funcionamento efetivo

iniciado no ano de 1901. Era destinado à assistência de crianças desde sua vida

intrauterina até a idade de 14 anos. Como parte desse Instituto, criou-se no

Dispensário de Moncorvo, uma área de acolhimento a bebês, que foi instalada em

14 de julho de 1901 e a creche Senhor Alfredo Pinto, instalada no ano de 1908,

sendo considerada a primeira creche popular da cidade do Rio de janeiro. Em 1903

o dispensário já possuía 21 leitos e duas incubadoras para os bebês fracos e

prematuros (ANUÁRIO DO BRASIL, 1922).

Assim, conforme mencionado por Novaes (1990), os cuidados desenvolvidos

para os recém-nascidos e, em especial, para os prematuros, adicionado ao

desenvolvimento de cuidados pré-natais específicos, foram os introdutores de uma

assistência de qualidade e responsáveis pela redução da morbimortalidade peri e

neonatal.

(24)

centros hospitalares que tem um fonoaudiólogo atuando nessa área. Apesar disso, a

literatura refere que o aumento significativo de profissionais fonoaudiólogos atuando

em berçário gerou maior conscientização sobre as possibilidades de atuação com o

neonato para pediatras, neonatologistas, neuropediatras e enfermeiros, condição

que parece favorável à integração de fonoaudiólogos as equipes.

Para melhor caracterizar essa atuação fonoaudiológica neonatal os itens que

se seguem abordarão a temática.

2.2 – Fonoaudiologia e Neonatologia

Segundo, Gherpelli (1989), recém

-

nascidos com 26 semanas de idade

gestacional começaram a sobreviver devido aos grandes avanços na tecnologia

médica e hospitalar dos últimos 30 anos do século XX, o que vem contribuindo para

o constante declínio nos índices de mortalidade dessa população. Assim, bebês

sobrevivem em berçários por períodos de até 3 meses, durante os quais seu sistema

nervoso se desenvolve sob condições não fisiológicas e adversas, ficando

expostos, portanto, a grandes riscos de agressões.

Segundo Drillien e cols.(1980), com esse novo prognóstico de

desenvolvimento dos neonatos, diversos estudos têm apontado a grande incidência

de sequelas nessa população. As características dos distúrbios são múltiplas,

incluindo dificuldades de linguagem, de aprendizagem, de fala, de funções

neurovegetativas, de comportamento, neuromotoras e deficit auditivo. Isso torna a

melhoria da qualidade de vida desses bebês uma demanda que exige intervenção

de profissionais especializados em etapas cada vez mais precoces.

(25)

avaliação e manipulação das dificuldades de alimentação e deglutição (XAVIER,

1998).

Atualmente entende-se que o fonoaudiológo é o profissional adequado para

atuar na Unidade Neonatal não só pela sua competência em avaliar e atuar junto às

funções de alimentação e deglutição, mas também pela sua competência em avaliar

audição e linguagem e atuar junto a aquisição de linguagem, o que também implica

atuar junto à interação pais-bebê (ASHA, 2004).

Segundo Hernandez (1996), no Brasil, o trabalho fonoaudiológico com

neonatos começou a ser desenvolvido a partir da decada de 80, devido às elevadas

taxas de morbilidade e mortalidade infantil, geralmente associadas a problemas

preveniveis.

A autora acima (1996) relatou sua experiência pioneira em berçários

normal e de risco desenvolvida em um hospital público, a partir de 1985, para

atender crianças com atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, sindromes e

alterações no sistema sensório motor oral. A atuação era direcionada a estimulação

precoce, através de um trabalho de estimulação direcionado somente a uma

alteração especifica, pela escassez de recursos humanos e a inexistência de uma

equipe multidisciplinar.

(26)

fonoaudiológica especializada consiste em prevenir, detectar e minimizar as

alterações neuro-psico-motoras, sendo que as dificuldades de alimentação possuem

importante valor no funcionamento neurológico no primeiro ano de vida, além de

serem consideradas fator de risco à sobrevivência e desenvolvimento desses

neonatos.

Andrade (1996), ainda, descreveu a fonoaudiologia materno-infantil, como

campo responsável pela intervenção junto a fatores que interferem na aquisição e

desenvolvimento de linguagem e estão associados à degenerescência da

comunicação. Descreveu o fonoaudiólogo como profissional que responde pela

elaboração e implantação de triagens, diagnósticos e tratamentos precoces, pela

indicação e adaptação de sistemas suplementares de comunicação e pela redução

das desabilidades e restabelecimento do efetivo funcionamento de linguagem, para

a completa integração dos individuos no o meio social.

A autora também, na mesma publicação, descreveu que o programa

fonoaudiológico preventivo em saúde-infantil consiste de três etapas: na primeira

atua-se durante a gestação com ação no pré-natal; na segunda atua-se durante o

nascimento em maternidades ou unidades de risco e na última atua-se no puerpério

com necessidade ou não de intervenções especificas.

Segundo Hernandez (2001), a atuação clínica e preventiva com o neonato em

berçários de risco e unidade de terapia intensiva vem crescendo gradativamente,

não somente pelo desenvolvimento da tecnologia de cuidado, mas também pelo

reconhecimento de profissionais médicos e de enfermagem quanto ao auxílio

efetivo da atuação Fonoaudiológica.

(27)

audição e da linguagem, como também do contato mãe-bebê, tratando a

comunicação de forma global, integrando sua atuação a todas as interfaces do

trabalho multidisciplinar realizado no berçário.

Entretanto, apesar dos autores apontarem um crescimento da atuação

fonoaudiológica com o neonato, é importante ressaltar que, no Brasil, o trabalho

fonoaudiológico especializado é escasso para a atuação em berçários, bem como os

estudos referentes a essa área.

Garcez (1999) demonstrou os limites e possibilidades do trabalho

fonoaudiológico em berçários num estudo realizado em um hospital do Estado do

Rio Grande do Sul. Com o objetivo de conhecer o papel do fonoaudiólogo e a

necessidade de sua atuação junto à neonatologia, realizou observação direta dos

neonatos, entrevistas e orientações às mães e troca de informações com a equipe

de saúde. A análise dos dados demonstrou que, embora existam demandas que

justifiquem essa atuação, tanto junto aos bebês quanto junto as mães e a equipe, há

um desconhecimento do papel desse profissional. Comprovou a necessidade de um

profissional que intermedie a relação pais/bebê/equipe, no sentido de esclarecer

dúvidas e atuar, de forma prática, nas questões que dizem respeito à alimentação e

às funções neurovegetativas e desenvolvimento global do bebê.

2.3 – FONOAUDIOLOGIA E CAMPO DE ATUAÇÃO COM O NEONATO

(28)

a essa assistência especializada que é um direito de todos. Nesse sentido,

consideram-se a seguir os tipos de assistência oferecidas ao neonato na clínica

fonoaudiológica, abordando questões de avaliação e, a seguir, questões de atuação.

2.3.1 – AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Ao avaliar neonatos é importante considerar aspectos do desenvolvimento

normal do bebê, para pensar, como já dissemos, nas questões anatômicas e

fisiológicas das funções motoras orofaciais que compõe seu quadro clínico, bem

como nas funções auditivas, na aquisição de linguagem e na a relação mãe / bebê.

Abordamos inicialmente, os aspectos orgânicos que demandam a avaliação

fonoaudiológica do neonato, no que diz respeito às questões anatomofisiológicas

relativas ao sistema sensório motor oral.

Este sistema compõe-se de várias estruturas interligadas, com características

próprias, que desenvolvem funções em comum, dentre elas a respiração, a

deglutição e a sucção.

(29)

A mesma autora, ainda, mencionou que através da maturação das funções

neurovegetativas na vida intra-uterina, a alimentação do neonato se inicia a partir de

alguns reflexos orais presentes desde então. Os primeiros a se desenvolverem são

a deglutição e a sucção que surgem em torno da 16ª. a 20ª. semana de gestação e

a coordenação entre a sucção, deglutição e respiração que acontece em torno da

32ª. semana de gestação.

Os reflexos orais presentes para a ingestão de alimentos são: reflexo de

busca, de procura, de sucção e deglutição e os reflexos responsáveis pela proteção

das vias aéreas e ato da deglutição que são: reflexo de vômito e de mordida. Estes

vão sendo inibidos à medida em que o bebê vai se desenvolvendo. O próprio

organismo vai sendo responsável por mostrar o quadro de evolução da coordenação

nas funções do sistema sensório motor oral. (PROENÇA, 1994)

No sistema sensório motor oral, dentre as funções neurovegetativas temos o

ato de sugar, que estará desenvolvido a partir da 32ª. semana, com movimentos

funcionais e rítmicos de lábios, mandíbula e língua (MARCHESAN, 1993).

Morris (1987) relata que os recém nascidos são pseudo retrognatas, ou seja,

apresentam uma mandíbula pequena e retraída. A língua ocupa toda a cavidade

oral, e em repouso, permanece protrusa, com a ponta sobre a gengiva e o lábio

inferior, á fim de garantir o espaço aéreo pela liberação da região posterior da boca.

A pequena cavidade oral só permite os movimentos de extensão e retração da

língua, para frente e para trás. Não possui ainda a estabilidade na mandíbula

necessária à eficiente movimentação da região anterior da boca para a sucção, em

contrapartida, a presença das almofadas de gordura em suas bochechas (

sucking

(30)

estendendo até quase abaixo da língua, permitindo que o neonato degluta

lateralmente ao vestíbulo laríngeo e, portanto concomitantemente à respiração.

No momento da amamentação, a sucção se caracteriza por movimentos de

língua para frente e para trás, com movimentos simultâneos ao da mandíbula. O

neonato encaixa a boca na mama, abocanhando o mamilo e grande parte da aréola,

os lábios se apoiam em torno da zona areolar e a língua, protruida, chega até os

rodetes gengivais, ocupando todo o espaço da cavidade oral. Após ocorre o

movimento de elevação e abaixamento lingual. O terço anterior da língua eleva-se

na direção da papila, comprimindo e achatando o mamilo, e o terço posterior,

também apresenta-se elevado, funcionando como um mecanismo oclusivo da

coordenação da língua e do palato mole, desencadeando uma pressão intra-oral

para a extração do leite materno, impedindo que o alimento passe para a faringe

antes do ato de deglutir. (CATTONI, 1998).

Baseado na literatura fonoaudiológica, a sucção deve ser avaliada, por ser o

primeiro mecanismo necessário para o ato de se alimentar por via oral. Ela é um

reflexo motor sob controle nervoso da medula e ponte, presente no neonato a termo

saudável. Se o bebê nasce prematuro ou apresenta algum tipo de alteração, esse

reflexo pode não estar presente.

A deglutição também

é uma função reflexa, nos primeiros meses de vida, e é

desencadeada pelo acúmulo de líquido na cavidade oral. É chamada hegemônica,

ou seja, o organismo não pode permitir não realizar, mesmo que venha causar

quaisquer prejuízo.

(31)

coxins gengivais, com a mandíbula em contrações simultâneas com os músculos

faciais (XAVIER, 1998) .

Segundo Madureira (2005), o fonoaudiólogo é responsável por realizar a

avaliação clinica da deglutição, porém a triagem do levantamento de risco para os

distúrbios de deglutição poderá ser utilizada por qualquer profissional da área da

saúde da equipe de cuidados com o bebê.

A

deglutição deve ser avaliada, por anteceder o desenvolvimento da sucção. O

controle nervoso da deglutição envolve vários nervos cranianos e um centro

especifico, que é o centro romboencefálico da deglutição, localizado no bulbo. Em

neonatos prematuros é comum dificuldades na deglutição até mesmo da própria

saliva.

Bühler e Limongi (2004) realizaram uma pesquisa com o propósito de identificar

os fatores de intercorrências clínicas neonatais mais freqüentes que apresentam

relação com o inicio e com a extensão da transição para a alimentação por via oral,

em neonatos pré-termo. Concluíram que o fonoaudiólogo que atua em Unidade

Neonatal deve ter conhecimento das principais intercorrências que acometem os

neonatos de risco para poder atuar de uma forma mais segura. Entre essas

intercorrências encontramos o desconforto respiratório (DRP), distúrbios

metabólicos, icterícia tardia e/ou precoce, risco infeccioso, asfixia perinatal, refluxo

gastroesofágico e fissuras labiopalatinas.

(32)

é importante garantir a assistência fonoaudiologica em relação ao desenvolvimento

da alimentação, da audição e da linguagem.

É importante considerar, ainda, que a respiração também é uma função que

deve ser verificada durante a avaliação fonoaudiológica. Segundo Averdson e

Brodsky (1993), a fisiologia respiratória adequada do neonato é a nasal, pois, assim,

no ato da alimentação a sucção e a deglutição podem ocorrer através de uma ação

de bombeamento da língua e das bochechas sem interrupção da respiração, devido

a uma conexão naso-laríngea formada por uma íntima aproximação entre o palato

mole e a epiglote. Para isso, é necessária uma coordenação precisa entre a função

protetora da laringe e cada movimento da deglutição.

De acordo com Wolf e Glass (1992), o sistema respiratório possui uma rede de

mecanismos e reflexos capazes de gerenciar a entrada de ar e defender as vias

aéreas, mantendo as estruturas respiratórias livres de corpos estranhos ou irritativos

que podem provocar infecção, obstrução ou danos.

Hernandez (2001, p. 8), considera que:

A função do sistema respiratório no bebê é manter o equilíbrio de O2 e

dióxido de carbono no sangue pelos movimentos rítmicos do diafragma e dos músculos esqueletais, expandindo e contraindo o tórax, impulsionando o ar para dentro e para fora dos pulmões. O ritmo inspiratório e o expiratório são controlados pelo Sistema Nervoso Central (SNC). Quimiorreceptores e mecanorreceptores fornecem informação sobre o nível de O2 e dióxido de

carbono no sangue e sobre o volume de ar nos pulmões, além da quantidade de resistência ao fluxo de ar pelas vias aéreas. Essas informações determinarão a freqüência e a profundidade da respiração.

O ritmo respiratório se adapta as funções como choro, bocejo, soluço, fonação e

deglutição. Durante a sucção nutritiva, esse ritmo segue a respiração, na mesma

freqüência ou a meia freqüência. (HERNANDEZ, 2003).

(33)

estranhas, prevenindo a inalação delas ou expelindo-as quando adentram as vias

aéreas inferiores, salvaguardando a laringe, traquéia e pulmões. Já o espirro e o

aumento de muco são respostas localizadas nas vias aéreas altas.

O quadro respiratório estável é de fundamental importância para a realização da

sucção. Com o estabelecimento da respiração adequada o bebê apresenta

condições melhores para realização de uma sucção mais efetiva e segura, com

menores chances de regredir o quadro clinico geral. (CASAER; LAGAE, 1991;

XAVIER, 2000).

Vale ressaltar também que a avaliação fonoaudiológica com neonatos

envolve situações de risco de morte, devidas a condições anatomofisiológicas. O

bebê é considerado como de risco pelo aumento da possibilidade de apresentar

anoxia neonatal, hemorragia intracraniana, distúrbios metabólicos, distúrbios

respiratórios, hiperbilirrubinemia, infecções, justificando-se, assim, a avaliação

fonoaudiológica dessa população.

Abordamos a seguir aspecto orgânicos e de linguagem envolvidos na

avaliação fonoaudiológica da função auditiva do neonato.

A audição está completa no final do primeiro trimestre de gestação e, por

volta da 32ª semana, o bebê já consegue ouvir diferentes sons e a entonação da voz

da mãe (NORTHER E DOWNS, 2005).

(34)

inserida na orelha média, a energia perdida pela reflexão na membrana timpânica é

recuperada por mecanismos de amplificação mecânica. A vibração da cadeia

ossicular é transmitida pela platina do estribo sobre a janela oval, sendo que este

movimento atinge a perilinfa da orelha interna, que desencadeia um deslocamento

das ondas mecânicas dentro da cóclea. Alí o órgão de Corti, em sua base,

apresenta a membrana basilar, composta por células sensoriais ligadas por cílios à

membrana tectória. Cada vez que os cílios das células ciliadas saem de sua posição

de repouso, ocorre uma mudança na carga endocelular, e consequentemente há um

disparo do impulso nervoso. É no momento em que a onda sonora atinge a célula

ciliada, pela movimentação da membrana tectória, que se inicia o processo de

transdução eletroquímica.

Para Dallos (1985), os primeiros anos de vida têm sido considerados a fase

primordial para o desenvolvimento da audição e conseqüentemente da linguagem

verbal. A detecção precoce da deficiência auditiva é considerada atualmente um

fator principal para melhores resultados no processo de desenvolvimento de

linguagem e terapêutico, permitindo que a criança esteja imersa no meio social e

conquiste um adequado desenvolvimento social, psíquico e educacional. Portanto,

quanto mais cedo ocorrer detecção da perda auditiva, mais precocemente medidas

de intervenção poderão ser tomadas e, dessa forma, as dificuldades encontradas

pela criança serão minimizadas ou até mesmo eliminadas.

(35)

micromecânica das células ciliadas externas (CCE), fenômeno que parece ser

modulado pelas vias auditivas eferentes, que o fazem por meio do sistema

olivococlear. Esse tipo de emissão fornece informações fisiológicas sobre a função

coclear e acredita-se que as emissões presentes podem estar relacionadas à

integridade das CCE. As EOA são úteis, por exemplo, na diferenciação de distúrbios

cocleares, dentre outros constituindo-se, portanto, em importante teste da bateria de

exames audiologicos.

Segundo Kemp, as EOA são sons que decorrem de uma atividade interna à

cóclea e que são encontrados no meato acústico externo (MAE). Existem estudos

que relatam evidencias de que essa atividade coclear está associada ao processo

auditivo.

Existem diferentes tipos de registro de EOA, as quais podem ser divididas em

duas categorias: emissões otoacusticas espontâneas (EOAEsp) e as emissões

otoacusticas evocadas (EOAE). Nas emissões otoacusticas evocadas temos três

categorias: emissões otoacusticas evocadas por estimulo transiente (EOAET),

emissões otoacusticas evocadas - produto de distorção (EOAE- PD), e emissões

otoacusticas evocadas por estimulo-frequencia (EOAEF).

(36)

Norton e Stover (1999) afirmam que o enfoque do trabalho clínico nas emissões

otoacústicas evocadas transitórias deve-se ao fato de este tipo de estímulo fornecer

informações sobre toda a extensão da cóclea, o que, em situações clínicas, significa

maior quantidade de informações no menor tempo possível

O procedimento de detecção das EOA é simples e rápido e busca identificar

aqueles que têm alta probabilidade de apresentar perda auditiva e necessitam de

um diagnóstico completo, possibilitando a identificação precoce da deficiência

auditiva e a intervenção fonoaudiológica (WEBER, 2001).

Dentre os principais aspectos apresentados pela literatura, que se associam à

deficiência auditiva na história clínica pré e perinatal, encontram-se: prematuridade,

infecções intra-uterinas, baixo peso e infecções perinatais (AZEVEDO, 1996).

Dentre as infecções perinatais que são evidenciadas como preditores da

alteração auditiva, a meningite é a principal delas, mas ainda são apontadas as

infecções respiratórias e sepse. Estudos demonstram

que existem cerca de 25% de

chance de desenvolvimento de meningite em pacientes com sepse, sendo os fatores

de risco para as infecções respiratórias bastante similares.

Em estudos realizados no sudoeste do Brasil observou a ocorrência de pelo

menos um fator de risco para meningite bacteriana em 98% da amostra de neonatos

com sepse e que nessa população a perda auditiva é freqüente, estando presente

em 64%.

(37)

crianças, o que interfere nos processos de aquisição de linguagem e

desenvolvimento biopsicosocial, envolvendo o prognóstico de adaptação de AASI

(aparelho de amplificação sonora individual) e o implante coclear.

Detemo-nos, a seguir, em aspectos relacionados à aquisição de linguagem, e

a relação mãe bebê .

Nos atuais estudos sobre avaliação de linguagem com bebês, tem–se destacado

a importância de se olhar para o sujeito, para a ação da criança. Assim, invés de ter

como objeto de estudo a linguagem enquanto sistema abstrado de signos, o objetivo

é estudar a comunicação verbal de indivíduos e entre indivíduos, através da

observação de comportamentos (PERISSINOTO, 2003).

Nessa direção, Souza e Maia (2005) realizaram um levantamento sobre a

prática clinica fonoaudiológica junto a bebês, investigando aspectos do manejo

clinico-terapêutico por meio de depoimentos de fonoaudiólogos que atuam com

bebês. Verificaram que houve reconhecimento, por parte dos profissionais, de que

há características especificas que necessitam ser contempladas nesse contexto,

sendo que há necessidade de produção cientifica maior nessa aréa não só

abordando aspectos orgânicos, mas também o entorno desses pacientes, com

atenção à sua constituição como pessoa.

(38)

deve estar atento para a presença ou ausência de vinculo entre a mãe e o bebê,

que, como mostra a literatura, é fundamental para o acesso à linguagem”.

Nesse sentido, como argumenta DOLTO, (1999) o ser humano é um ser de

linguagem, antes mesmo de poder falar. No ventre da mãe, a função simbólica do

feto já está sendo operada dando sentido ao corpo do bebê.

Para mãe, o momento da gestação é uma evidência concreta do alojamento,

em si, de um novo ser. Para o bebê, a mãe é fundamental, pois é quem lhe oferece

seu próprio corpo como abrigo e lhe dá sustentação respiratória e nutricional via

placenta. As circunstâncias da nova vida que se cria, desde a concepção, a vida

uterina e o nascimento, são os primeiros indicadores do processo de

desenvolvimento dessa vida. O bebê tem a necessidade de escutar que é

reconhecido como sujeito, mesmo quando ainda é incapaz de falar (DOLTO, 1999)

O desenvolvimento do neonato se dá através da comunicação sensorial, sendo

esta auditiva, visual, olfativa, gustativa e tátil. A comunicação que se estabelece

permite que a estrutura psíquica se desenvolva a partir da vivência corporal. Por

conhecer o bebê, a mãe identifica quando seu choro é de fome, de sono, de dor e os

momentos em que deve acarinha-lo, nina-lo, o que está ligado a diversas

modulações de voz e conteúdos discursivos.

Ao contrario da maioria dos animais, o ser humano possui uma vida intra-uterina de duração reduzida, o que lhe confere um despreparo para a vida logo ao nascer. Essa prematuração e a fragilidade que dela resulta fazem com que o recém-nascido, ao ser confrontado com as ameaças do mundo externo, dependa das pessoas responsáveis pelos seus cuidados (Garcia-Roza, 1991:130).

(39)

bebê, o qual se encontra em fase de constituição. Ela se torna assim seu suporte

egóico.

O bebê com uma mãe dedicada as suas necessidades é envolvido na

semântica afetiva, o que favorece seu desenvolvimento emocional. Assim, na

relação mãe bebê, a mãe tem como função a estimulação orgânica e a comunicação

afetiva, que preparam o acesso à linguagem.

No entanto, nem sempre esta interação é possível, como quando os neonatos

estão em graves situações clínicas de saúde que promovem a internação hospitalar.

É nessa condição que a avaliação do contexto interrelacional e posteriormente a

intervenção do fonoaudiólogo se tornam importantes para o futuro do bebê.

(ISOTANI, 2002).

2.3.2 – FORMAS DE INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

A intervenção fonoaudiológica apresenta vários tipos de assistência ao

neonato envolvendo o sistema sensório motor oral, o acompanhamento auditivo, os

aspectos de desenvolvimento de linguagem e a interação mãe/bebê as quais

abordamos a seguir.

(40)

dificuldades de alimentação constituem fator de risco à sobrevivência e

desenvolvimento dos neonatos (HERNANDEZ, 2001).

Andrade e Guedes (2005) realizaram uma intervenção fonoaudiológica,

durante o processo de alimentação de neonatos prematuros por intermédio do

Método Canguru. O Método Canguru é um tipo de assistência neonatal que envolve

o contato precoce pele a pele entre mãe e recém-nascido de baixo peso, de forma

crescente e pelo tempo que ambos entenderem ser prazeroso e suficiente,

permitindo, dessa forma, maior participação dos pais no cuidado ao recém-nascido.

As vantagens do método são entendidas como as de: estimular o contato precoce

da mãe ou pai com o recém-nascido; aumentar o vínculo afetivo mãe/bebê; estimular

o aleitamento materno; diminuir o tempo de separação entre o recém-nascido e a

família; facilitar o controle térmico da criança; diminuir as doenças e infecções

hospitalares; proporcionar maior confiança e competência aos pais no manuseio do

recém-nascido e diminuição da permanência do bebê no hospital.

(41)

Segundo Buhler (2004), a proposta terapêutica para o neonato abrange a

estimulação odorífera e gustativa, a estimulação dos reflexos de alimentação -

procura, sucção e deglutição - e dos reflexos de defesa (vômito e mordida), e as

ações do sistema estomatognático.

No trabalho fonoaudiológico de intervenção em relação a alimentação, de

acordo com as informações obtidas durante a avaliação, define-se o aumento de

volume

do alimento ingerido observando-se o comportamento de estresse com

bocejos, soluços, palidez, hipertonia ou hipotonia, dificuldade em manter o estado de

alerta, entre outros sinais, a fim de verificar a predisposição desde RN para a

alimentação via oral (ANDRADE, 1996).

Em alguns casos, pode-se utilizar a técnica sonda-dedo para se alimentar os

bebês simultaneamente ao trabalho de estimulação do sistema sensório motor oral.

Esta técnica é realizada através da fixação de uma sonda gástrica de calibre 0,4mm

ou 0,6 mm ao dedo mínimo ou indicador, estando acoplado na outra ponta uma

seringa sem embolo, a qual será preenchida por leite. Com o neonato posicionado

no colo, introduz-se o dedo na cavidade oral, e ele passa a sugar. (RIOS, 2003).

A ação fonoaudiológica procura, assim, habilitar o neonato a exercer

coordenadamente as funções de respiração, sucção e deglutição quando não são

adquiridas naturalmente. Promove o aleitamento materno, proporcionando aumento

da imunidade ao neonato e o fortalecimento da relação mãe-bebê; influência

positivamente o desenvolvimento craniofacial, que de outra forma poderia gerar

alterações no funcionamento dos órgãos fonoarticulatórios (ANDRADE, 1996).

(42)

terapêutica fonoaudiológica, com o início da estimulação auditiva. Diversos autores

têm considerado o primeiro ano de vida da criança

como um periodo complexo, por

acontecerem muitas modificações morfológicas e funcionais no sistema nervoso que

determinarão o adequado desenvolvimento da linguagem e fala. A restrição auditiva

nessa fase poderá gerar uma inabilidade irreversível para a discriminação auditiva,

prejudicando a aquisição da linguagem e, consequentemente, o desenvolvimento

social, psiquico e educacional da criança (NORTHEN; DOWNS, 1989).

A intervenção orgânica na abordagem fonoaudiológica ao neonato é, como já

dissemos, um dos aspectos desse tipo de assistência. O outro volta-se à sua

constituição como sujeito, seu acesso à linguagem e as relações interpessoais

envolvidas para tal.

Nesse sentido, conforme abordamos no item anterior,

a importância da mãe

como sujeito responsável pela construção de primeiro ambiente experienciado pelo

bebê é fundamental para sua constituição como pessoa e para seu acesso à

linguagem. Sendo assim, entende-se que a intervenção do fonoaudiólogo na relação

mãe/bebê, vai na direção de fortalecer a segurança da mãe em si mesma e em sua

capacidade de se doar ao filho e reconhecê-lo como objeto de amor que necessita

de seus cuidados, repercutindo no bom envolvimento sensorial que pode ser

oferecido por ela.

Estas considerações vão na direção de uma intervenção fonoaudiológica

integral ao neonato da qual o Método Canguru, apresentado a propósito da

intervenção fonoaudiológica ao processo de alimentação, é um bom exemplo.

(43)

estomatognático e auditivo, bem como a inserção social da criança no meio em que

vive. Assim, para um adequado desenvolvimento de linguagem é fundamental a

interação de fatores orgânicos, psíquicos e sociais. Qualquer tipo de alteração

nesses fatores acarretará desvio no processo de seu desenvolvimento.

Também Ferraz (2003), utilizando a concepção de desenvolvimento humano

de Winnicott, descreve uma possível atuação do fonoaudiólogo em Unidades

Neonatais e discute os fundamentos e as técnicas utilizadas para os atendimentos.

Esse estudo aponta a importância do atendimento fonoaudiológico ser iniciado logo

no primeiro dia de vida do neonato, possibilitando o vinculo mãe-bebê e a

adequação ambiental para o desenvolvimento da função de alimentação do neonato.

(44)

CAPÍTULO 3

(45)

MÉTODO

Este estudo, de caráter documental, foi realizado por meio do levantamento

de publicações fonoaudiológicas sobre neonatologia. Os critérios utilizados para a

seleção dessas fontes foram:

Quanto a periodicidade: produções publicadas entre 2000 e 2006.

Quanto ao tipo de produção: livros e capítulos de livro selecionados de acordo

com a temática abordada e o período considerado; artigos publicados em revistas

nacionais especializadas da área fonoaudiológica a saber: Pró Fono- Revista de

Atualização Científica, Fono Atual, Revista da Sociedade Brasileira de

Fonoaudiologia, Revista CEFAC-Atualização Científica em Fonoaudiologia e Revista

Distúrbios da Comunicação; teses e dissertações produzidas nos programas de

pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUCSP, da

Universidade São Paulo - USP e da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP, por se

tratarem das escolas mais tradicionais na produção de conhecimento na área

fonoaudiológica.

Quanto à autoria: produções que tivessem autoria de pelo menos um

fonoaudiólogo brasileiro.

A análise das publicações foi organizada a partir da distribuição de sua

frequência, levando-se em conta 1) o período das publicações, 2) os diferentes tipos

de publicações, 3) as temáticas abordadas e 4) a vertente epistemológica a que

pertencem.

Para poder proceder a essa análise elaboramos fichas análiticas nas quais

registramos: 1) o veiculo (livro, capítulo de livro, artigo, dissertação e tese), 2) o

autor, 3) o ano, 4) o titulo, 5) o resumo, 6) a vertente epistemológica, e 7) a temática

a que pertence.

(46)

Exemplo da ficha analítica:

Veículo

Autor(es)

Ano

Título

Resumo

Vertente

Epistemológica

Temática

Para poder classificar as características teórico-conceituais dos trabalhos e

caracterizar a vertente epistemológica e a temática, lemos os trabalhos na integra. A

vertente epistemológica foi caracterizada como positivista ou dialética histórica. As

temática, de modo a abranger o maior número de trabalhos possível, foram definidas

como alimentação, audição, linguagem, respiração, família e dicionário.

A seguir apresentamos quatro fichas analíticas e descrevemos o modo como

as analisamos, , para exemplificar o método utilizado quanto à classificação da

vertente epistemológica e da temática do trabalho. Os demais itens da análise,

entendemos, são auto evidentes e carecem de explicação.

FICHA ANALÍTICA I

Veiculo Livro

Autor(es)

Crepaldi, E. A.; Modes, L.

Ano

2006

Titulo

Mini dicionário de siglas em neonatologia para profissionais da

saúde

(47)

Epistemológica

Temática Dicionário

Como se pode observar na ficha, tratar-se de um dicionário de siglas sobre a

neonatologia, o que caracteriza a obra dentro da vertente positivista, ficando sua

temática suficientemente descrita pelo termo “dicionário .

FICHA ANALÍTICA II

Veiculo

Capítulo de livro – cap 47

Livro

Tratado de Fonoaudiologia

Autor(es)

Azevedo, M.F

Ano

2004

Titulo

Triagem auditiva neonatal

Resumo

Os programas de identificação precoce das alterações auditivas

na infância estão aumentando no Brasil, apesar das dificuldades

econômicos e sociais do país. Todo serviço de maternidade deve

procurar instituir um programa de triagem auditiva neonatal,

estabelecendo um protocolo de triagem auditiva, com

procedimentos como os exames de emissões otoacusticas,

PEATE e audiometria comportamental e uma rede de

acompanhamento com equipe multidisciplinar para os neonatos

que falharam e todos os de alto risco. A identificação da

deficiência auditiva deve ser feita antes dos três meses de idade

e o diagnostico e intervenção, antes dos seis meses de idade

para garantir um bom prognóstico de desnvolvimento auditivo, de

linguagem e de aprendizado. Os resultados obtidos no programa

desenvolvido pela Unifesp demonstra que a identificação e

intervenção precoce são possíveis e devem estender-se a outros

programas. Todos os profissionais que trabalham com recém

nascidos podem cooperar para a identificação precoce da

deficiência auditiva no Brasil.

Vertente

Epistemológica

Positivista

Temática Audição

(48)

A leitura do resumo do capítulo mostrou-se suficiente para classificarmos o

trabalho sobre o aumento dos programas de avaliação auditiva precoce no país.

Evidenciando que é possível identificar e intervir precocemente a audição de

neonatos, através de protocolos estabelecidos para o programa de triagem auditiva

neonatal, na qual faz o diagnóstico da audição do neonato. Por esse motivo

entendemos que o trabalho apresenta características da vertente positivista, por

fazer uma abordagem centrada no corpo, no organismo.

FICHA ANALÍTICA III

Veiculo Artigo

Revista

Pró-Fono de Atualização Científica, nº 1, vol.12

Autor(es)

Facchini, C.L.; Almeida, S.T; Delgado, S.E.

Ano

2000

Titulo

O perfil da demanda para intervenção fonoaudiológica na UTI

neonatal do Hospital das Clinicas de Porto Alegre

(49)

Resultados: A partir destes resultados podemos afirmar que

existe uma grande demanda de pacientes na UTI Neonatal, que

precisa de intervençäo fonoaudiológica, tanto na detecção da

perda auditiva, como na assistência à alimentação e que maior

demanda é de recém nascido pré-termo

Vertente

Epistemológica

Positivista

Temática Alimentação/Audição

O levantamento quantitativo, expresso por meio porcentagem, das necessidades

de neonatos em relação a assistência à alimentação e à detecção da perda auditiva

justifica classificar o trabalho na vertente como positivista e na temática alimentação

e audição.

(50)

A proposta de analisar o discurso de mãe com o objetivo de compreender o

efeito de sentido e mais ainda, fazê-lo a partir da teoria da Análise de Discurso de

Linha Francesa, explicita claramente que o trabalho pertence à vertente dialético

histórica, centrada no contexto do acontecimento de linguagem, sustentando um

modelo que integra o sujeito e a linguagem.

Os resultados serão apresentados no capítulo de Análise e discussão de dados.

Veiculo Dissertação

Autor

Nobile, A.L.

Ano

2003

Titulo

O discurso das mães de bebês de risco: seu papel no

desenvolvimento da criança

Resumo

Este trabalho discute a noção de risco adotado no atendimento

fonoaudilógico de bebes pré-termos no Hospital regional de Assis

(HRA).

A proposta do trabalho surgiu a partir da contradição entre os

resultados observados na pratica clinica e as noções teóricas

que a sustentavam. Objetivo: desse trabalho é analisar o

discurso de três mães que tiveram seus filhos prematuros,

acompanhados pelo ambulatório fonoaudiologico, a fim de

observar o efeito de sentido da noção risco em seus discursos.

Método: Para sua realização o procedimento teórico

metodológico foi a Analise do Discurso de linha francesa.

Resultados: as conclusões indicam a necessidade da

ressignificação da noção de risco e tempo que envolve o bebe

prematuro, e propõe o alçamento dessas noções como

fundamentos para o atendimento fonoaudiologico.

Vertente

Epistemológica

Dialética histórica

(51)

CAPÍTULO 4

(52)

ANÁLISE DE DADOS

Neste capítulo faremos à apresentação e discussão dos dados a partir do material

coletado em periódicos, teses e dissertações no período de 2000 a 2006

conforme

explicitado no método.

O total da produção encontrada foi de 118 trabalhos.

A tabela 1 e o gráfico 1 mostram a distribuição da produção científica do

fonoaudiólogo brasileiro sobre Neonatologia no período de 2000 a 2006, segundo o

tipo de publicação. Como se pode ver, nesse período de 6 anos, houve um

crescimento das produções, especialmente em forma de artigos e dissertações

Tabela 1.

Distribuição da produção científica do fonoaudiólogo brasileiro sobre

Neonatologia no período de 2000 a 2006, segundo tipo de publicação.

Ano de

Publicação Livro Capítulo Artigo Tese Dissertação

F % F % F % F % F %

2000 0 0 0 0 4 9,5 1 20 1 2,4

2001 0 0 4 16,7 2 4,8 0 0 8 19

2002 0 0 3 12,5 4 9,5 1 20 8 19

2003 0 0 10 41,7 7 16,7 1 20 5 11,9

2004 1 20 4 16,7 5 11,9 0 0 4 9,5

2005 3 60 3 12,5 10 23,8 1 20 10 23,8

2006 1 20 0 0 10 23,8 1 20 6 14,4

(53)

Gráfico 1.

Distribuição da produção científica do fonoaudiólogo brasileiro sobre

Neonatologia no período de 2000 a 2006, segundo o tipo de publicação.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Po

rc

en

ta

g

em LIVROCAPÍTULO

ARTIGO TESE

DISSERTAÇÃO

Considerando os percentuais relativos ao total de livros, capítulos, artigos, teses e

dissertações, os dados da tabela 1 mostraram que de 2000 a 2003 não houve

produção de livros. No ano de 2000, produziram-se 4 artigos (9,5%), 1 tese (20%), 1

dissertação (2,4%), e nenhum capítulo de livro do total de trabalhos publicados

desde 2000 a 2006. No ano de 2001 houve um crescimento na produção de

dissertações e capítulos: 8 (19%) e 4 (16,7%) respectivamente, além da produção

de 2 artigos (4,8%) , sendo que não houve produção de teses. No ano de 2002

predominou a produção de dissertações 8 (19%), tendo sido produzido 3 capítulos

(12,5%), 1 tese (20%) e 4 artigos (9,5%). No ano de 2003 foram produzidas 5

dissertações (11,9%), 1 tese (20%) e cresce o número de capítulos 10 (41,7%) e de

artigos 7 (16,7%). No ano de 2004 encontramos o primeiro livro publicado (20%), 4

capítulos (16,7%), 5 artigos (11,9%), 4 dissertações (9,5%) não havendo produção

de teses. No ano de 2005 encontramos 10 artigos (23,8%) e 10 dissertações

(23,8%), 3 livros (60%), 3 capítulos (12,5%) e 1 tese (20%). Este é o único ano em

que encontramos todos os tipos de publicação cientifica investigados. No ano de

2006 foram encontrados 1 livro (20%), 10 artigos (23,8%), 1 tese (20%), 6

dissertações (14,4%) não havendo produção de capítulo de livro.

(54)

35,6%) em primeiro lugar e de capítulos (24 ou 20,3%) em segundo lugar, supera

consideravelmente a produção de livros (5 ou 4,25%) e teses (5 ou 4,25%).

A seguir apresentamos

tabelas sobre à distribuição das temáticas encontradas

segundo o tipo de publicação. Inicialmente, nas Tabelas 2 e 3, mostramos as duas

temáticas mais encontradas: Alimentação (em primeiro lugar) e Audição (em

segundo), com todas sub-temáticas que as constituíram, para deixar explicitada a

riqueza desse detalhe.

Tabela 2

. Distribuição das sub-temáticas abordadas na temática Alimentação,

segundo tipo de publicação - 2000 a 2006

Tema Sub-tema LIVRO CAPÍTULO ARTIGO TESE DISSERT. Total

A

L

I

M

E

N

T

A

Ç

Ã

O

Alimentação 3 5 9 2 13 32

Alimentação/Audição 1 0 0 0 0 1

Alimentação/ SSMO 0 7 2 0 1 10

Alimentação/ SSMO/

Apego 0 0 1 0 0 1

Alimentação/

Linguagem 0 1 0 0 0 1

Alimentação/

Linguagem/ Fala 0 1 0 0 0 1

Alimentação/Fissura

Labiopalatina 0 0 2 0 0 2

Alimentação/

Respiração 0 0 1 0 0 1

Alimentação/ Fissura

de mama 0 0 1 0 0 1

Alimentação/ Conhecimento/

Mãe/Comunicação 0 0 1 0 0 1

Alimentação/ Clinica

Fonoaudiológica 0 0 0 0 1 1

Alimentação/

Orientação a mães 0 0 0 0 1 1

TOTAL 4 14 17 2 16 53

(55)

Tabela 3

. Distribuição das sub-temáticas abordadas na temática Audição, segundo

tipo de publicação - 2000 a 2006

Tema Sub-tema LIVRO CAPÍTULO ARTIGO TESE DISSERT. Total

A

U

D

I

Ç

Ã

O

Audição 0 6 14 2 12 34

Audição e Família 0 0 0 0 2 2

Adição/Conhecimentos

de mães 0 0 1 0 0 1

Audição/Sentido para

mães e médicos 0 0 0 0 1 1

Audição/Desenvolvime

nto Global 0 0 0 0 1 1

Audição e Conhecimento de mães

0 0 1 0 0 1

TOTAL 0 6 16 2 16 40

O quadro mostra que a audição em si (34) foi aspecto mais abordado nas produções

analisadas, sendo aqui os artigos (16) e as dissertações (16) os veículos mais

utilizados.

(56)

Tabela 4

- Distribuição das temáticas segundo tipo de publicação - 2000 a 2006

Temas Livro Capítulo Artigo Tese Dissertação Total

F % F % F % F % F % F %

Alimentação

4 80 14 58,3 17 40,6 3 60 15 35,7 53 45

Audição

0 0 6 25 15 35,7 2 40 15 35,7 38 32,3

Clinica

Fonoaudiológica 0 0 0 0 1 2,3 0 0 10 23,8 11 9,3

Linguagem

0 0 2 8,3 3 7,3 0 0 0 0 5 4,3

Fala

0 0 0 0 1 2,3 0 0 1 2,4 2 1,7

Desenvolvimento

Global 0 0 1 4,2 0 0 0 0 1 2,4 2 1,7

Sucção

0 0 0 0 2 4,7 0 0 0 0 2 1,7

Dicionário

1 20 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0,8

Fissura labiopalatina

0 0 0 0 1 2,3 0 0 0 0 1 0,8

SSMO

0 0 1 4,1 0 0 0 0 0 0 1 0,8

Vocabulário de mães

0 0 0 0 1 2,3 0 0 0 0 1 0,8

Voz

0 0 0 0 1 2,3 0 0 0 0 1 0,8

Imagem

Tabela 1. Distribuição da produção científica do fonoaudiólogo brasileiro sobre  Neonatologia no período de 2000 a 2006, segundo tipo de publicação
Gráfico 1. Distribuição da produção científica do fonoaudiólogo brasileiro sobre  Neonatologia no período de 2000 a 2006, segundo o tipo de publicação
Tabela 2. Distribuição das sub-temáticas abordadas na temática Alimentação,  segundo tipo de publicação - 2000 a 2006
Tabela 3. Distribuição das sub-temáticas abordadas na temática Audição, segundo  tipo de publicação - 2000 a 2006
+7

Referências

Documentos relacionados

A falta de rotinas e procedimentos arquivísticos é resul- tado da não aplicação das normas prescritas pela legislação arquivística bra- sileira; da inexistência de um órgão

Partindo da premissa de que o gestor escolar assume importante papel nesse cenário de avaliações e que a gestão participativa surge como base para a garantia da melhoria da

Diretamente relacionados ao estágio do curso de Nutrição da UFJF, temos as Normas para os Estágios Obrigatórios que disciplinam as atividades desta comissão no âmbito dos

Na perspectiva da gestão, destacam-se: o diálogo ainda fragilizado entre as ações de formação e os demais eixos do PAIC; a falta de articulação entre as ações de formação

Não obstante a reconhecida necessidade desses serviços, tem-se observado graves falhas na gestão dos contratos de fornecimento de mão de obra terceirizada, bem

Declaro que fiz a correção linguística de Português da dissertação de Romualdo Portella Neto, intitulada A Percepção dos Gestores sobre a Gestão de Resíduos da Suinocultura:

b) Nos lotes classificados como sucatas aproveitáveis ou sucatas aproveitáveis com motor inservível (motor suprimido): empresas do ramo do comércio de peças

Concentração “História da Educação”, do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História, Política, Sociedade, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,