• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO"

Copied!
35
0
0

Texto

(1)

1 CIDADE CONCENTRADA

Com pact ação Ur bana na Escala da Megacidade

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA M ACKENZIE

PROGRAM A DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISM O

Lilian Regina M achado de Oliveira

CIDADE CONCENTRADA

Compactação Urbana na Escala da M egacidade

(2)

Lilian Regina M achado de Oliveira

CIDADE CONCENTRADA

Compactação Urbana na Escala da M egacidade

Dissertação de mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Arquit etura e Urbanismo da Universidade Presbit eriana M ackenzie com part e das exigências para obt enção do título de mestre em arquit etura e urbanismo.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Leite de Souza.

(3)

3 CIDADE CONCENTRADA

Com pact ação Ur bana na Escala da Megacidade Lilian Regina M achado de Oliveira

CIDADE CONCENTRADA

Compactação Urbana na Escala da M egacidade

Dissertação de mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Arquit etura e Urbanismo da Universidade Presbit eriana M ackenzie com part e das exigências para obt enção do título de mestre em arquit etura e urbanismo.

Aprovada em ___ de ________ de 2009.

BANCA EXAM INADORA

Prof. Dr. Carlos Leit e de Souza Universidade Presbiteriana M ackenzie.

Profa. Dra. Lizete M aria Rubano Universidade Presbiteriana M ackenzie.

Prof. Dr. Leando M edrano

(4)

DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Nancy e Roberto, pelo constante suporte,

carinho e estímulo; e à cidade de São Paulo, que despertou em

(5)

5 CIDADE CONCENTRADA

Com pact ação Ur bana na Escala da Megacidade

AGRADECIMENTOS

À Profa. Dra. Lizete M aria Rubano.

Ao orientador Prof. Dr. Carlos Leite de Souza.

A todos os professores do curso de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana M ackenzie, por seu entusiasmo ao transmitir conhecimento.

Ao Sr. Benedito E. E. Antunes.

À colega Juliana Kallas.

À Nina.

(6)

RESUMO

Est e trabalho tem como tema o crescimento demográfico e geográfico das cidades frente ao

esgotamento dos recursos naturais do Planeta. Aborda algumas produções do escritório holandês

M VRDV, mostrando seu processo de trabalho e traça um panorama das megacidades da atualidade,

com ênfase especial na megacidade de São Paulo.

Palavras-chave: M egacidades. Compactação Urbana. M VRDV. Densidade. São Paulo.

ABSTRACT

This work is about the populat ion and geographical growth of the cities in general, in a context of

exhaustion of the natural resources in our Planet. It considers some of the works of the Dutch office

of architecture M VRDV, showing their work style, and displays a general view of the megacities of our

time, with special attention to the city of São Paulo.

(7)

7 CIDADE CONCENTRADA

Com pact ação Ur bana na Escala da Megacidade

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO______________________________________________________________________________________________________________09

CAPÍTULO 1 CIDADE COMPACTA ___________________________________________________________________________________________13

1.1. O ESGOTAMENTO DOS RECURSOS E O CRESCIMENTO DAS CIDADES____________________________________________________________14 1.2. CIDADE COMPACTA E CIDADE DISPERSA ____________________________________________________________________________________20 1.3. A DENSIDADE COMO UMA FÓRMULA ________________________________________________________________________________________29 1.4. SOLO EMPILHADO_________________________________________________________________________________________________________32

(8)

CAPÍTULO 3 MEGACIDADES _______________________________________________________________________________________________72

3.1. O SÉCULO DAS CIDADES___________________________________________________________________________________________________73

3.1.1. AS MEGACIDADES DE ONTEM E DE HOJE _______________________________________________________________________________74 3.1.2. A INVASÃO DO TERCEIRO MUNDO______________________________________________________________________________________80

3.2. OS DESAFIOS DAS MEGACIDADES____________________________________________________________________________________________84 3.2.1. AS INFRA-ESTRUTURAS_______________________________________________________________________________________________84 3.2.2. AS MEGAFAVELAS ___________________________________________________________________________________________________90

3.3. MEGACIDADES CONCENTRADAS_____________________________________________________________________________________________98 3.3.1. DENSIDADES E MEGACIDADES ____________________________________________________________________________________99 3.3.2. AS MEGACIDADES COMO PALCO DE TRANSFORMAÇÃO_____________________________________________________________104 3.3.3. DENSIFICAR PARA LIBERAR? ____________________________________________________________________________________105 3.3.4. O FUTURO DAS MEGACIDADES___________________________________________________________________________________109

CAPÍTULO 4 SÃO PAULO _________________________________________________________________________________________________111

4.1. A ESCALA METROPOLITANA EM SÃO PAULO_________________________________________________________________________________112

4.2. OS DESAFIOS DE SÃO PAULO_______________________________________________________________________________________________118 4.2.1. MOBILIDADE ___________________________________________________________________________________________________119 4.2.2. HABITAÇÃO____________________________________________________________________________________________________121 4.2.3. POLUIÇÃO _____________________________________________________________________________________________________122 4.2.4. ÁGUA _________________________________________________________________________________________________________124 4.2.5. LIXO __________________________________________________________________________________________________________125 4.2.6. VIOLÊNCIA_____________________________________________________________________________________________________127

4.3. AS POSSIBILIDADES DA CIDADE ____________________________________________________________________________________________129

CONSIDERAÇÕES FINAIS_______________________________________________________________________________________142

(9)

9 CIDADE CONCENTRADA

Com pact ação Ur bana na Escala da Megacidade

INTRODUÇÃO

Qualquer discussão relativa ao crescimento das cidades, berços do conceito de cidadania e de

urbanidade, é relevante para o homem. É nas cidades que se desenrola a maior parte da história da

humanidade. Otópico “Cidade Concentrada – compactação urbana na escala da megacidade” reflete

uma questão real e pertinente ao momento atual das grandes metrópoles e passa, assim, a ser pauta

important e de discussão na arquitetura contemporânea.

Dentro do cenário de crescimento das cidades em todo o mundo e da perspectiva de contínuo

aumento populacional global, este trabalho tem o objetivo de contribuir para alimentar a discussão

sobre uma possível necessidade de compactação urbana e de ocupações de maior densidade.

O percurso deste trabalho inicia-se pela exposição de uma perspectiva de esgotamento de recursos

naturais, contrastando com o contínuo aumento populacional e com o crescimento das cidades.

Expõe o modelo de cidade compacta e de ocupação de alta densidade como uma resposta da

(10)

possível necessidade de compactação, o solo empilhado é explorado, mostrando-nos alternativas de

apropriação do espaço.

O segundo capítulo aborda algumas produções do escritório holandês M VRDV, que tem sua produção

alimentada e embasada por pesquisa e estimulada pelas pautas decorrentes do crescimento das

cidades x recursos naturais. M ostra seu processo de trabalho fortemente cercado por questões por

eles formuladas, a partir de temas pert inentes às cidades.

O terceiro capítulo aborda a evolução das megacidades. Apresenta suas dinâmicas, suas

potencialidades e seus desafios. Expõe as transformações do cenário das megacidades de ontem e de

hoje e coloca as perspectivas futuras para elas.

O quarto e último capítulo faz um recorte na megacidade de São Paulo, inserindo-a dentro do

contexto global das megacidades. Este capítulo identifica importantes deficiências da cidade e

peculiaridades desta metrópole em particular. A partir dos problemas identificados na atual realidade

de São Paulo, o olhar sobre a cidade se encerra com a formulação de questões inerentes ao ambiente

(11)

11 CIDADE CONCENTRADA

Com pact ação Ur bana na Escala da Megacidade

Por tratar de um tema atual, a pesquisa buscou um referencial bibliográfico sempre que possível o

mais recente, tanto em livros publicados como em periódicos. Nest e trabalho, o termo megacidade é

utilizado considerando-se a definição adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que define

megacidade como aquela que apresenta mais de 10 milhões de habitantes dentro de seus limites

geográficos formais.

Os principais referenciais teóricos utilizados foram os textos de Richard Rogers em Cidades para um

pequeno planet a (2001), Javier M ozas em Densit y.New colect ive housing (2006), Andréas Ruby em

Groundscapes (2006), Jane Alison em Fut ure Cit y: experiment and ut opia in archit ect ure (2007), Veronique

Patteuw em Reading M VRDV (2003), além de diversas publicações de Winy M ass (1999, 2003, 2005, 2007).

No terceiro e quarto capítulos, foram utilizados como referencial teórico, textos e dadosextraídos da

publicação The Endless Cit y: The urban Age Project by t he London School of Economics and Deut sche Bank´s

Alfred Herrhausen Societ y (2007), a publicação Planet a Favela de autoria de M ike Davis (2007), São Paulo

(12)

O trabalho aqui desenvolvido não se propõe a esgotar o tema, mas sim a traçar um percurso através

do qual se possam reunir ingredientes que fomentem a discussão das questões atuais e futuras,

(13)

13 CIDADE CONCENTRADA

Com pactação Urbana na Escala da M egacidade

(14)

1. CIDADE COMPACTA

1.1. O ESGOTAM ENTO DOS RECURSOS E O CRESCIM ENTO DAS CIDADES

As cidades, que surgiram inicialmente para proteger a vida, são hoje o grande agente de destruição do

nosso planeta. Constituem uma ameaça ao ecossistema e à sobrevivência do homem na Terra. Nossas

cidades assumem hoje a responsabilidade por uma parcela significativa do consumo de recursos do

planeta, sendo também importantes protagonistas da poluição global.

Se o futuro da civilização deverá ter a cidade como palco, parece tornar-se inevitável uma reavaliação

dos nossos modos de produção e de consumo. É importante refletir que o planeta Terra é um

recipiente fechado, onde há compensações ecológicas e ciclos de recursos, os quais são simplesm ente

(15)

15 CIDADE CONCENTRADA

Com pact ação Ur bana na Escala da Megacidade

De acordo com o Berlage Institute1, que estuda a capacidade de produção global do Planeta e que

analisou o cálculo ecológico das necessidades de alimento na Terra, se fossemos todos adotar o

modelo de consumo americano atual e, se aceitarmos a hipótese de que em 30 anos a população do

planeta crescerá 100%, necessitaremos de aproximadamente 8 planetas Terra. Em outras palavras,

precisamos mudar nossos hábitos radicalmente, ou precisaremos expandir o tamanho do nosso

Planeta. (M ORENO; GRINDA, 2002)

Será possível balancear a equação que envolve as nossas demandas e os recursos da Terra? Haverá

espaço em nosso planeta para atender a todas as nossas buscas e desejos? (M AAS; WINY, 2005)

No começo deste terceiro milênio, o mundo atingiu uma densidade jamais antes alcançada; e o mais

interessante é que a maior taxa de crescimento populacional ocorreu justamente nas cidades: cada

vez temos mais pessoas procurando pelos mais variados recursos e, principalmente por espaço.

“ M uit o provavelment e, há cerca de 12 mil anos, no final da era glacial, existiam cerca de 10 milhões de humanos. A int rodução da agricult ura, a especialização das at ividades humanas e o cresciment o das cidades, imprimiu um rápido aument o nesse número. Na época de Thomas M alt hus, quando a revolução indust rial mal t inha começado, esses números chegam a 1 bilhão. At é 1930 at inge-se 2 bilhões.

At ualment e giram em t orno de 5,8 bilhões e at é o ano de 2025, a não ser que ocorra

1Est e projet o, realizado pelo Inst itut o Berlage, tece ref lexões sobre a capacidade produt iva global do planet a e analisa o cálculo ecológico das

(16)
(17)

17 CIDADE CONCENTRADA

Com pact ação Ur bana na Escala da Megacidade

De acorco com Denise Xavier, as somente duas megacidades com mais de 10 milhões de habitantes,

de 1950 (New York e Tokyo), hoje se ext enderam para 20 megacidades: a maioria em países com

baixos índices de desenvolvimento humano, problemas graves de desigualdade social, pobreza,

conflitos sócio políticos, entre outros. Em 2015, segundo a autora, as projeções apontam para a

existência de 22 megacidades. (XAVIER; DENISE, 2005)

Dentre as principais questões que a humanidade do século XXI enfrentará, o mundo urbano com

cert eza ocupará papel de protagonista. A temática desafiará o homem a lidar com uma estrutura

sensível, que envolve processos sociais, políticos, históricos e ambientais, entre outros.

Se, no futuro, mais pessoas habitarão o planeta, a perspectiva de uma vida urbana cada vez mais

densa nos coloca na posição de absorver est e crescimento e conciliá-lo com a capacidade de nosso

ecossistema.

Segundo Richard Rogers, a população que ocupa áreas urbanas, que era de 29% em 1950, passou

para 36% em 1965 e 50% em 1990, podendo alcançar 60% em 2025. Ele afirma também que, no

princípio do século XX, apenas um décimo da população mundial vivia em cidades, enquanto hoje,

metade da população mundial ocupa áreas urbanas, podendo esta proporção atingir três quartos da

população mundial nos próximos trinta anos. (ROGER; RICHARD, 2001)

M EGACIDADE PAÍS

Pop. 2005 (milhões) Pop. 2015 (milhões)

Beijing China 10,7 12,8

Buenos Aires Argentina 12,5 13,3

Cairo Egito 11,1 13,1

Calcutá Índia 14,2 16,9

Delhi Índia 15 18,6

Dhaka Bangladesh 12,4 16,8

Guangzhon China 10,4 10,4

Istambul Turquia 9,7 1,2

Jakarta Indonésia 13,2 16,8

Karachi Paquistão 11,6 15,1

Lagos Nigéria 10,8 16,1

Los Angeles

Est ados

Unidos 12,2 13

M anila Filipinas 10,6 12,9

Cid. Do M éxico M éxico 19,4 21,5

M umbai Índia 18,1 21,8

M oscou Rússia 10,6 11

Nova York

Est ados

Unidos 18,7 19,8

Osaka-Kobe Japão 11,2 11,3

Rio de Janeiro Brasil 11,4 12,7

São Paulo Brasil 18,3 20,5

Xangai China 14,5 17,2

Tóquio Japão 35,1 35,4

Populações das Megacidades com mais de 10 milhões de habitantes

(18)

Se a fragilidade e a limitação de nosso meio ambiente já parecem fazer parte de uma constatação

global, é fundamental o reconhecimento do cuidado necessário a ser tomado com as conseqüências

ambientais e sociais do desenvolvimento urbano.

A metrópole da modernidade deve abrigar uma arquitetura que enfrenta a congestão.

Uma arquitetura que se estrutura de modo a abraçar e proporcionar as densidades dos

acontecimentos urbanos. Uma arquitetura que encara os macro e micro processos da metrópole. A

profissão agora se confronta com a questão de como lidar com enorme número de exigências

paradoxais. Como incorporar a multiplicidade que envolve a M etrópole da modernidade?

FONTE: http://news.bbc.co.uk/2/shared/spl/hi/world/06/urbanisation/html/urbanisation.stm

DISPONÍVEL EM 19.06.08

(19)

19 CIDADE CONCENTRADA

Com pact ação Ur bana na Escala da Megacidade “ A congest ão met ropolit ana inclui t ambém as int erpret ações de fluxos, processos, relações, ações, at ividades e int erações ent re pessoas, anim ais, veget ações, gases, líquidos, objet os, signos, part ículas, edifícios, sons, informações, formas, mat eriais, resíduos, subst âncias, invest iment os, energias, ent re out ros element os que povoam os processos de produção, reprodução, dest ruição e mudanças dos t errit órios da met rópole.” (XAVIER, 2007, P142)

Nunca tivemos tanta tecnologia e capacidade de comunicação. Porém, a ligação eletrônica e física,

acompanhou uma liberdade individual que reduziu nossa interdependência e, como conseqüência,

nosso senso de interesse comum. Passa a ser de importância fundamental acreditar na aposta de

Richard Rogers de que as novas tecnologias nos capacitam a expandir o uso do recurso humano mais

valioso: a imaginação criativa, ou o poder intelectual.

Embora as cidades requeiram e consumam rapidamente recursos naturais, a arquitetura e o

planejamento urbano não parecem estar desenvolvendo, no mesmo ritmo, novas formas de lidar com

a natureza. Novas formas de articular a arquitetura e a natureza, novos limites e diferentes soluções

(20)

1.2. CIDADE COM PACTA E CIDADE DISPERSA

O desejo por uma urbanidade vertical empilhada não é novo. Embora tenha ela tenha sido

extensivamente estudada e proposta o seu auge ocorreu entre os anos 30 e 60. Segundo Javier

M ozas, o debate cidade dispersa X cidade compacta vem desde o início do século XX.

Na Europa central, havia o confronto de Siedlungen x Höff – Siedlungen com suas edificações de baixa

densidade nos subúrbios e Höff com super-quadras auto-suficientes. Esta discussão também

cotaminou o 3º CIAM , de 1930 em Bruxelas, onde os conceitos de “ Cidade jardim” e “ Cidade

arranha-céus” se contrapunham. Hoje, sob a lente da sustentabilidade, a cidade densa pode ser

reinterpretada ou reinventada. (M OZAS; JAVIER, 2006)

Karl Ehn. Karl Marx Hof. 1927-1930. Viena

(21)

21 CIDADE CONCENTRADA

Com pact ação Ur bana na Escala da Megacidade

As cidades do início do século XIX, não eram devidamente preparadas para a vida coletiva. Sem

saneamento adequado, com epidemias que proliferavam com facilidade e com resíduos domésticos e

industriais contaminando com facilidade o ambiente, a expectativa de vida em muitas cidades

industriais inglesas não chegava aos 25 anos. (M OZAS; JAVIER, 2006)

Est es cenários levaram pensadores como Ebenezer Howard em 1898 e Patrik Abercrombie em 1944, a

propor as Cidades-jardim e as New Towns: uma menor concentração de habitantes em ambientes

menos densos e mais verdes (ROGERS, 2001).

Siedlung Stuttgart. 1927. Viviendas de J.J.P. Oud Fonte: MOZAS, Javier. Density.New colective housing.

Vitória-Gasteiz: a+t ediciones, 2006. 447 p. (página 41)

Siedlung Stuttgart. 1927. Viviendas de J.J.P. Oud Fonte: MOZAS, Javier. Density.New colective housing.

Vitória-Gasteiz: a+t ediciones, 2006. 447 p. (página 41) Ebenezer Howard. Diagrama dos três imas, com sua

expressão dos objetivos e vantagens das Cidade Jardim. Fonte: MOZAS, Javier. Density.New colective housing.

(22)

Outra importante discusão do tema e o surgimento do termo mega-estrutura que, segundo Jane

Alison, originou-se durante a década de 1970, do arquiteto teórico e historiador Reyner Banhan. De

acordo com Jane Alison, as mega-estruturas eram caracterizadas por construções na escala de massa,

estruturas heróicas nas quais pequenas partes, cápsulas ou partições, poderiam ser adicionadas ou

removidas, silenciosamente relocadas de acordo com a demanda espacial do dia ou da hora. Para ela,

definitivamente, uma das mega-est ruturas, precursora dos grandes edifícios multifuncionais, é o

Ragintz, de Eilfried Huth e Gunther Domenig (1965-69). (ALISON; JANE, 2007)

Hans Hollein – City-Communication Interchange como Meio de Expressão – 1962 – Coleção do Museu Nacional de Arte Moderna – Centro George Pompidou - fonte: ALISON, Jane; BRAYER, Marie-Ange; MIGAYRIU, Frederic; SPILLER, Neil. Future City: experiment and utopia in architecture. Reino Unido, 2007. 336 p. (página 109)

Eilfried Huth & Gunther Domenig – Ragnitz – Austria, 1965-69

(23)

23 CIDADE CONCENTRADA

Com pactação Urbana na Escala da M egacidade

A geração de 1968, segundo Winy M aas, foi quem lançou as bases para uma arquitetura da larga

escala, fantasiando cidades tridimensionais ou que andavam, como as Walking Cities, ou que não

tinham limites. Estas fantasias e experimentações da arquitetura, alimentaram as imagens de ficções

científicas, em filmes e histórias como a cidade de Gothan City, de Batman e o Quinto Elemento.

A produção que se seguiu a esta geração criou cidades, que embora tenham tido sucesso em sua

época, foram posteriormente criticadas por serem uniformes, repetitivas e por negligenciarem o

espaço do indivíduo singular.

Archigram – Walkig Cities

(24)

“ As cidades se t ornaram alvo de crít ica por ecologist as e sociólogos que pediam por desenvolviment os em pequena escala. O efeit o f oi suprimir o pensament o sobre operações em larga escala na arquit et ura e urbanismo, selando o dest ino dessa abordagem: nenhum out ro f enômeno dent ro da hist ória da arquit et ura t em sido crit icado de uma maneira t ão pesada e t ão ext ensa como est e. Transformou o moviment o moderno em t abu. Embora muit os ainda creiam em sua relevância, a maior part e das pessoas quer deixa-lo de lado assust ado pela sua complexidade, seu pot encial de crít ica e a probabilidade de comissões perdidas em sua agenda.” (M ASS, 2005, p.476)

Porém, a crítica pesada às megacidades, ao invés de gerar uma maior reflexão sobre o tema, atrofiou

e abafou a tendência a pensamentos sobre a mega-escala. De certa forma, um retrocesso que

estimulou pensamentos para uma menor escala, e a introversão de possibilidades.

Nos dias atuais, com o avanço dos processos de saneamento, da tecnologia e da reciclagem, o modelo

de cidade densa não precisa mais ser visto como um risco à saúde. A população destas cidades pode

usufruir de vantagens culturais e sociais do convívio em proximidade, sem se expor a riscos inerent es

ao adensamento, como no passado.

Com o atual cenário globalizado do planeta e a perspectiva cada vez maior de uma grande densidade

populacional mundial, assuntos que envolvam a larga escala, parecem ocupar cada vez mais espaço, e

sua discussão passou a ser item de peso dentro da formulação de soluções para a ocupação

(25)

25 CIDADE CONCENTRADA

Com pactação Urbana na Escala da M egacidade

Hoje, as organizações que apóiam a sustentabilidade e o desenvolvimento de baixo consumo, são

favoráveis ao desenvolvimento de alta densidade. As Nações Unidas e diversas organizações já se

manifestam atualmente contra o crescimento espalhado, de baixa densidade. O Tratado de Kyoto2

enfatiza a necessidade de compactação. Esta crescente cultura da densidade poderá abrir novas

possibilidades para a arquitetura.

2

O Trat ado de Kyot o, assinado na cidade de Kyot o, no Japão, estabeleceu um calendário at avés do qual os países desenvolvidos t em a obrigação de reduzir a quant idade de gases poluent es em pelo menos 5,2% at é 2012, em relação aos níveis de 1990. Os países signatários devem colocar planos par a reduzir a em issão de gases entr e 2008 e 2012.

SHANGHAI

(26)

Podemos mesmo concluir que a alta densidade compactada, além de otimizar o uso do solo e liberar

o território para a agricultura e para a preservação de áreas naturais, ainda reduz a necessidade de

deslocamentos, otimizando o uso de recursos energéticos e de infra-estruturas oferecidas pelas

urbes.

“ Além da oport unidade social, o modelo de “ cidade densa” pode t razer benefícios ecológicos maiores. As cidades densas, at ravés de um

planejament o int egrado, podem ser pensadas t endo em vist a um aument o de sua eficiência energét ica, menor consumo de recursos, menor nível de poluição e, além disso, evit ando suas expansão sobre a área rural. Por est as razões, acredit o que devem os invest ir na idéia de “ cidade compact a” – um a cidade densa e socialment e diversificada onde as at ividades econômicas e sociais se sobreponham (...) ” (ROGERS, 2001, p.32)

A cidade compacta exige a rejeição do modelo monofuncional de desenvolvimento das cidades. Nas

cidades densas, edifícios de uso misto, aproximando habitações, equipamentos, prestadores de

serviço e infra-estruturas de lazer, reduzem a necessidade de deslocamento. (ROGERS, RICHARD, 2001)

Exemplos passados devem servir para a reflexão de hoje. O tema da compactação não é novo, e hoje

(27)

27 CIDADE CONCENTRADA

Com pactação Urbana na Escala da M egacidade

respostas para a questão: poderemos adicionar qualidade à quantidade? Assim, a busca pelas

necessidades individuais e o respeito ecológico, devem achar seu lugar dentro da arquitetura de

mega- escala.

Pensar novas formas de ocupação e de espaço envolve obrigatoriamente novos desafios para a

arquitetura, novas ferram entas e novos limites, problemas que a arquitetura parece estar ainda muito

aquém de enfrentar com respostas ou mesmo com indagações.

Dados alarmantes quanto ao desenvolvimento das cidades e quanto ao futuro do planeta nos

mostram que é necessário que a natureza seja de fato um tema de investigação dentro da produção

arquitetônica.

Pensar o planejamento e estratégias de uso e ocupação do solo, procurando um desenvolvimento

sustentável, não é tarefa fácil. Esta é uma atividade que, assim como todas as questões que envolvem

o tema da sustentabilidade, não pode pressupor um raciocínio linear. Deve saber apreender os

múltiplos fatores que as questões ambientais exigem: múltiplas variáveis e, principalmente, um

pensamento que não tem como base a escala de tempo do homem, mas sim, da natureza.

(28)

O homem divide seu território em função de questões históricas, geográficas e culturais,

estabelecendo limites político-administrativos. Porém, a natureza possui seus próprios limites, ciclos e

compensações. Não incorporá-los, pode levar ao colapso de uma civilização. (DIAMOND, JARED, 2005)

Uma arquitetura mais ambiciosa, viabilizada com seriedade e compromisso, alimentada pela pesquisa

e sustentada por investimentos, terá que solucionar a equação densidade X qualidade, conciliando o

anseio pelo espaço e pela propriedade do solo, com a possível escassez do mesmo e com o

crescimento demográfico.

Ao invés de ter que optar entre uma maior mortalidade ou uma menor natalidade, utilizar a paranóia

da sobrevivência como um estímulo criativo para a elaboração de novas possibilidades de ocupação

do território parece ser uma atraente alternativa para o futuro.

A arquitetura pode agora inserir uma nova característica em sua agenda: deverá definir melhor seu

usuário, substituindo a pergunta “ para quem?” (o homem “ ideal” do movimento moderno, ou ainda,

(29)

29 CIDADE CONCENTRADA

Com pactação Urbana na Escala da M egacidade

1.3.

A DENSIDADE COM O UM A FÓRM ULA

Ao longo do processo contínuo de remodelação e crescimento sofrido pelas cidades em decorrência

do aumento de sua população, explosões de densidade podem brotar em diferentes locais,

fragm entando homogeneidades urbanas de cidades. Novas construções surgem em pontos diversos,

para abrigar com flexibilidade, uma grande variedade de atividades. (TILM AN; HARM , 1997)

Não devemos considerar o processo de densificação urbana como o simples aumento de habitantes

por m2. Uma maior densidade implica necessariamente na sobreposição de sistemas funcionais,

econômicos, sociais e ambientais. A densidade exige uma intensa inter-relação entre os diversos

sistemas e componentes que constituem uma metrópole.

Trabalhar a densidade, não deve ser uma discussão simplificada entre uma cidade de baixa x alta

compactação. Deve abranger aspectos funcionais em toda a sua gama de componentes e

complexidades, como por exemplo moradia, trabalho, transporte, infra-est ruturas, lazer e a

inter-relação entre todos estes aspectos e outros mais que formam a multiplicidade de uma urbe da

modernidade.

Foto aérea de São Paulo

(30)

A arquitetura da densidade deve não somente trabalhar esses aspectos inerentes ao nosso cotidiano,

como deve abrir espaço para novas opções e realidades para a nossa vida diária.

Ao se estabelecer uma maximização dos processos de densificação urbana, leis e limites estabelecidos

pelo homem e pela sociedade poderão precisar sofrer revisões. O Homem poderá ter que atravessar

um processo de reformulação de tolerâncias, de hábitos relativos ao cotidiano e ao extraordinário.

Nesse processo de reformulação, poderemos adotar regras diferentes das atuais para o uso da luz, do

ar, do solo, e assim por diante?

(31)

31 CIDADE CONCENTRADA

Com pactação Urbana na Escala da M egacidade

Hoje, mesmo sem enfrentarmos a maximização do processo de densificação, muitos de nós já passam

tempo significativo em espaços fechados, com iluminação e circulação de ar artificiais. Até mesmo os

momentos de lazer são facilmente gastos em ambientes artificialmente controlados. A locomoção na

cidade moderna já depende de vagões subterrâneos apinhados de pessoas, elevadores lotados, etc.

Será que já não estamos reformulando nossos níveis de tolerância à compactação?

“ Dois grupos com os quais eu t ive alguma experiência – japoneses e árabes – t êm muit o maior t olerância a aglomerações em espaços públicos do que Americanos e nort e europeus (...).” (Hall; P.58, 1967)

Foto aérea da cidade de Tóquio, Japão

(32)

1.4.

SOLO EM PILHADO

Em tempos em que termos como ‘desenvolvimento sustentável’ e ‘sustentabilidade’ começam a fazer

parte do cotidiano, a água, o petróleo e os demais recursos não renováveis passam a ser, de fato, uma

preocupação mais coletiva. São preocupações que gradativamente são incorporadas à arquitetura.

É igualmente importante ressaltar que o SOLO, suporte da arquitetura, é do mesmo modo, um

recurso não renovável e também merece um olhar atento do arquiteto. A extensão da Terra é finita.

Cada vez mais, o solo deve ser considerado um bem precioso, a ser protegido e consumido na medida

justa. Como disse o astronauta Yuri Gagarin3: “ a Terra é azul” (não verde, nem marrom).

Segundo Winy M aas, cada indivíduo necessita hoje, para realizar suas expectativas, cerca de de 1,8

hectares de solo. Sendo assim, alguns países já necessitam de mais espaço do que o tamanho de seus

territórios. (M ASS; WINY, 2005)

3

Yuri Gagarin f oi um cosmonauta Russo que aos 27 anos de idade, foi o primeiro hom em a realizar um vôo em órbita na Terra, a bordo do VOSTOK I, em 12 de Abril de 1961. (fonte: W WW.unificado.com.br/ calendario/ 04/ gagarin.htm )

PLANETA TERRA

(33)

33 CIDADE CONCENTRADA

Com pactação Urbana na Escala da M egacidade

Talvez, como sugere M aas, quase meio século após os CIAM s, a preocupação e a busca por um

desenvolvimento mais sustentável possam nos indicar o rumo para novos manifestos.

O empilhamento vertical sugere não só a sobreposição de planos acima do solo como a utilização do

potencial subterrâneo, com a criação de múltiplos planos no subsolo. Reservatórios de água,

estacionamentos, espaços de lazer, de armazenagem e até mesmo de escritórios poderão ser cada

vez mais deslocados para o espaço subterrâneo. Como sugerem Winy M ass e Jacob van Rijs, o novo

terraço-jardim do futuro, poderá ser a cota zero.

Todos gostam de ter seu quintal e seu gramado, em contato com o solo. Porém, mesmo se fosse

possível estender est e modelo de ocupação para todos os indivíduos, o planeta se transformaria em

uma superfície recoberta por um carpete de baixa densidade. (RUBY, 2005)

Para esta vida imaginada em três dimensões, não só casas e escritórios devem ser empilhados.

Fábricas, estacionamentos e até mesmo a agricultura pode ser desenhada através da lente da

compactação. Desta forma, a possibilidade de um intenso empilhamento vertical passa a ser um rico

estímulo para a arquitetura.

CENTRO URBANO LEIDSCHENVEEN – Holanda - MVRDV

LEVENE, Richard; CECILIA, Fernando Márques. MVRDV:

(34)

M uitas pessoas gostam de viver em casas com quintais e jardins. Se pessoas gostam de viver em casas

com quintais, com o crescente desenvolvimento tecnológico, a arquitetura pode agora investigar

saídas para grandes terraços verticais. A arquitetura pode se debruçar sobre toda uma rica

problemática, cheia de novos ingredientes. A paisagem é t ridimensional e est á em t oda a part e.

CENTRO URBANO LEIDSCHENVEEN – Holanda - MVRDV

(35)

35 CIDADE CONCENTRADA

Com pactação Urbana na Escala da M egacidade

O empilhamento vertical, concentrado em um mesmo local, contrapõe-se ao desperdício do solo

provocado pelo espalhamento da ocupação urbana. O máximo de densidade com o mínimo consumo

de superfície vem de encontro a uma forma sustentável de lidar com o território: “ primeiro na

superfície da terra e depois, se necessitarmos mais espaço, em sua réplica empilhada através da

arquitetura” . (RUBY, 2005, p. 87)

PAVILHÃO HOLANDÊS PARA A EXPO 2000

Alemanha - MVRDV

LEVENE, Richard; CECILIA, Fernando Márques. MVRDV: stacking and layering.Madrid, Espanha: El croquis editorial, 2003. 439. (pagina 237) 3D GARDEN – Edifício de apartamentos e escritórios – Holanda

– 2001- MVRDV -LEVENE, Richard; CECILIA, Fernando Márques.

Imagem

Foto aérea de São Paulo
Foto aérea da cidade de Tóquio, Japão

Referências

Documentos relacionados

Praticamente todo o município encontra-se inserido na bacia do rio Acre, afluente da margem direita do Purus, que por sua vez possui vários afluentes

Professora do Programa de Pós-Graduação em Direito (Mestrado e Doutoramento) da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Brasil.. Procuradora Regional da República em

Pelo presente, vimos atribuir as seguintes cotas de Bolsas e Taxas (Mestrado e Doutorado) a alunos do PPGAU UPM, tendo em vista o fluxo regular e finalização de trabalhos de tese e

Para conter a peregrinação, o PDE prevê um pacote de estímulos econômicos para levar empresas até lá como isenção de IPTU, suspensão de cobrança de INSS etc (Revista Veja,

• A falta de registro do imóvel no CAR gera multa, impossibilidade de contar Áreas de Preservação Permanente (APP) na Reserva Legal (RL), restrição ao crédito agrícola em 2018

• Não garantir condições dignas e saudáveis para os trabalhadores pode gerar graves consequências para o empregador, inclusive ser enquadrado como condições análogas ao

• A falta de registro do imóvel no CAR gera multa, impossibilidade de contar Áreas de Preservação Permanente (APP) na Reserva Legal (RL), restrição ao crédito agrícola em 2018

• É necessário realizar o pagamento do ITR pelo seu fato gerador: deter propriedade, domínio útil ou posse de imóvel rural.. • O não pagamento do imposto gera cobrança do