TECNOLOGIA DO CONCRETO
INTRODUÇÃO DOSAGEM DO CONCRETO
Índices e Conceitos Gerais
Traço
Teor de agregados (m)
Resistência à compressão característica (fck)
Resistência de dosagem (fcd)
Relação água/cimento (a/c)
Consistência x Trabalhabilidade
Abatimento (slump)
Relação água/materiais secos (H)
Teor de argamassa ótima ()
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Traço
Traço do concreto: Teor de agregados (m):
Proporções dos materiais:
No traço final o cimento deve ser unitário;
Proporção entre o cimento e os agregados:
c : a : p
cimento : areia : brita1
: a : p
1
: m
1 : a : p cimento : areia : brita
m
Resistência à compressão
A resistência à compressão é a propriedade mais
controlada do concreto.
No Brasil, o ensaio de resistência á compressão é
realizado da seguinte forma:
CP’s padrão de 15 x 30 cm ou 10 x 20 cm;
adensamento manual ou mecânico;
desforma em 24 h;
cura em câmara úmida
ou por imersão até o ensaio;
Resistência característica e de projeto
Os corpos-de-prova, moldados de diferentes
betonadas, de
um mesmo concreto
(homogêneo), têm
resultados diferentes
.
Por isso, se ensaiarmos muitos CP’s, teremos os
resultados distribuídos por uma faixa de valores, na forma do gráfico abaixo
Variabilidade da resistência
Quanto mais variável forem os resultados de resistência, maior será a
distância entre a resistência média e a característica.
5%
95%
1,65 Sd
fcm fck
f
c(resistência)
(f
req
ü
ência)
fck
95%
5%
Resistência de dosagem
Portanto, para garantir a resistência característica (fck), nossa
resistência de dosagem (fcd) deve ser maior:
Valor do desvio padrão (Sd) adotado pela
NBR12655:
4 MPa - Produção em massa, com controle rigoroso da umidade dos agregados e com equipe bem treinada. A água de amassamento é corrigida em função da correção de umidade dos agregados.
5,5 MPa – Produção em volume, com controle rigoroso da umidade dos agregados e com equipe bem treinada.
7 MPa - Produção em volume, sem controle de umidade.
Sd
f
f
cd
ck
1
,
65
.
Grau de hidratação do cimento (
)
A medida que o cimento hidrata, o concreto ganha
resistência. Depende de:
Idade;
Cura;
Tipo de cimento (CP V-ARI).
Hidratação do cimento:
Inicia no contato com a água
Início da pega (2 a 3 hrs) – inicia solidificação Final da pega (8 a 12 hrs) - estado sólido
28 dias (70 a 80% da resistência final)
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Relação água/cimento (a/c)
Lei de Abrams:
“Dentro do campo dos
concretos plásticos, a
resistência aos
esforços mecânicos,
variam na relação
inversa da relação
água/cimento”
(segue a tendência parabólica)
Vários fatores
influenciam a
resistência, mas a
relação a/c tem grande influência.
Fórmula de Powers:
fc = resistência à compressão (MPa).
a/c = relação água-cimento.
= grau de hidratação (entre 0 e 1).
n = constante que depende dos materiais (da ordem de 3)
k = constante que depende dos materiais (da ordem de
120)
Resistência à compressão x Relação a/c
n
c
a
k
f
C
Teste sua calculadora:
a/c = 0,6 Fc = ?? Mpa
Fc = 35 Mpa a/c = ??
fc = resistência à compressão (MPa). a/c = relação água-cimento.
= grau de hidratação (entre 0 e 1) 0,75 (28 dias).
n = constante que depende dos materiais (da ordem de 3) k = constante que depende dos materiais (da ordem de 120)
Resistência à compressão x Relação a/c
n
c a k
fC
/ . 32 , 0 . 679 , 0 .
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Fc = 26,7 MPa
a/c = 0,53
Consistência x Trabalhabilidade
Consistência
Trabalhabilidade
Fenômeno objetivo:
Seca; Plástica; Fluída.
Apesar de objetivo é
difícil de mensurar:
Ensaio de abatimento do tronco de cone (slump)
Depende do uso:
Equipamento de mistura; Transporte;
Lançamento;
Abatimento (slump)
Determinação da consistência pelo abatimento do
tronco de cone (NBR NM 67)
Molde usado
Abatimento (slump)
Determinação da consistência pelo abatimento do
Relação água materiais secos (H)
Lei de Lyse
MESMA
CONSISTÊNCIA
cimento brita
areia
água
cimento brita
areia
água ÁGUA
MATERIAIS SECOS
m
c
a
H
p
a
c
c
a
p
a
c
c
a
H
1
/
/
/
H secos materiais água (H) RelaçãoLei de Lyse:
“para materiais de mesma natureza, formato, textura e dimensão máxima
característica, a massa de água por unidade de volume de concreto é o principal determinante da consistência do
concreto fresco.”
Isolando-se a influência
dos agregados!
Teor de argamassa ótimo (
)
O teor ótimo de argamassa é o mínimo necessário para
preencher os vazios dos agregados graúdos e dar bom acabamento superficial.
PASSO 1
(H
elene/T
er
zi
an,
1993)
Aparência da mistura
(superfície áspera pela falta de argamassa)
Aparência da mistura
(superfície está compacta, sem vazios)
Teor de argamassa ≥ teor ótimo
Teor de argamassa < teor ótimo
Teor de argamassa ótimo (
)
PASSO 2
Teor de argamassa ótimo (
)
PASSO 3
Raspar a superfície e observar o acabamento.
Se não der certo nestes 3 testes, aumentar em 0,02 o teor de argamassa.
Teor de argamassa ótimo (
)
PASSO 4 (Só quando passar nos 3 primeiros)
Moldar o tronco de cone do slump e ao retirar o molde, observar o acabamento das superfícies laterais.
(Helene/T
erzi
an,
1993)
Teor de argamassa ≥ teor ótimo
Teor de argamassa ótimo (
)
PASSO 5
Bater com a haste na chapa de base, e observar se o cone se desagrega.
(H
elene/T
er
zi
an,
1993)
Teor de argamassa ótimo (
)
PASSO 6
Após encontrado o teor ótimo, aumentar em mais 0,02
(2%) o teor de argamassa para repor as perdas que
ocorrem naturalmente na produção e transporte do
concreto. (argamassa adere à superfície dos recipientes em que entra em contato).
(teor de argamassa)
Diâmetro máximo característico (DMC)
NBR 6118/2003:
Dmáx do agregado graúdo utilizado no concreto não
pode superar em 20% a espessura nominal do cobrimento, nem a distância entre barras.
Dmáx ≤ 1,2 (cobrimento e dist. entre barras)
dmáx ≤ ¼ do diâmetro da tubulação de bombeamento
(no caso)
dmáx ≤ 1/3 da espessura da laje
Dmáx ≤ ¼ da distância entre faces das formas
Diâmetro máximo característico (DMC)
Brita de tamanho maior tem, em geral, custo inferior.
Britas comuns são:
brita 2 (dmáx =25 mm)
brita 1 (dmáx =19 mm)
Composição de britas
1 – Escolher max do agregado graúdo compatível com
os espaços disponíveis entre as armaduras e fôrmas do projeto estrutural
2 – Escolher um
inferior para fazer a composição
3 – Determinar experimentalmente a proporção queresulte a maior massa unitária.
Tipos de dosagem
Dosagem não experimental;
Dosagem experimental;
Dosagem não experimental
O traço é fixado em bases arbitrárias, definidas pela
experiência ou tradição.
As vezes feitas através de tabelas orientativas.
Obras de pequeno porte.
Dosagem não experimental
As vezes feitas através de tabelas orientativas.
Dosagem Experimental
Primeiro é feito um concreto com um
teor de agregados (1:m) definido,;
Para ele é encontrado o teor ótimo de argamassa
();
(H
elene/T
er
zi
an,
1993)
Teor de argamassa < teor ótimo Teor de argamassa ≥ teor ótimo
Dosagem Experimental
Com o teor de argamassa ótimo encontrado, o
abatimento é ajustado (slump) para a
trabalhabilidade necessária acrescentando-se água:
Dosagem Experimental
Primeiro é feito um concreto com um
teor de agregados (1:m) definido,;
Usando o mesmo teor de argamassa ótimo() do
primeiro traço de concreto, são realizados
2 novos traços de concreto variando-se o teor de
agregados:
Um traço com
1:(m+1)
;
Um traço com
1:(m-1)
;
Para os dois traços são moldados CP’s para ensaio;
Dosagem Experimental
Pelos ensaios são avaliadas a resistência dos CP’s
moldados a partir dos 3 traços de concreto;
Número do traço T - 001 T - 002 T - 003
Traço em massa (1:m) 1: 6 1:5 1:4
Relação a/c 0,74 0,64 0,53
Abatimento (slump – mm) 95 90 100
Consumo de cimento (kg/m3) 308 352 428
Resistência à compressão
Dosagem Experimental
Os dados são
reunidos em um gráfico: 3 4 5 6 7 8 te o r a g re g a d o /c im e n to
0.50 0.60 0.70 0.80
Relação a/c 250 300 350 400 450
Consumo de cimento
20 24 28 32 R e s is tê n c ia à c o m p re s s ã o fc (MPa) a/c (kg/kg) C (kg/m3) m (kg/kg) 27MPa a/c 0,56
m = 4,3 C = 400 kg/m³
Slump 100
Dosagem Experimental
TRAÇO : slump 10±1 cm
Resistência de projeto (fck) 20 MPa
Resistência de dosagem (fcj) 27 MPa
Traço unitário total (1 : m) 1 : 4,3
Traço unitário individual (1 : a : b1) 1 : 1,28 : 3,02
Relação a/c 0,56
Teor de argamassa seca 43 %
Traço em massa para produzir 1 m3 de
concreto
Cimento 400 kg
Areia seca 512 kg
Brita 01 1208 kg
Brita 02 - kg
Água (AT) 224 litros
Dosagem Experimental
O traço é fixado através de um estudo
teórico-prático, para obtenção da mistura mais econômica
a ser feita com os materiais disponíveis e que
forneça um concreto com características
adequadas às condições de serviço.
Problema: Depende da moldagem e ensaio de
compressão em corpos de prova, e do tempo de cura para estes CP’s.
Dosagem Estimativa
Nossa proposta é utilizar as diversas ferramentas da dosagem experimental, no entanto, suprimindo os
ensaios de compressão por uma estimativa da resistência, através da fórmula de Powers.
Isto coloca este método em um patamar de qualidade e
segurança inferior ao de dosagem experimental,
porém com um rigor maior que o da adoção empírica de
um traço arbitrário.
Não deve descartar o bom senso e experiência dos traços
tradicionalmente usados como referência;
Deve estar restrito a obras de pequeno porte e pequenas
Referencias
Notas de Aula – Professora Dominique Elena Giordano Gonzalez - IFPR
Notas de Aula – Professor José Freitas - UFPR
CONCRETE, Microstucture,Properties and
Materials, P. Kumar Metha e Paulo J. M. Monteiro, McGraw-Hill, 2006
APOSTILA DE TECNOLOGIA DO CONCRETO - CENTRO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ- DEPARTAMENTO
ACADÊMICO DE CONSTRUÇÃO CIVIL - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CIVIL