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Avaliação sobre acessibilidade das instalações de escolas na cidade de Caxias/MA

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Avaliação sobre acessibilidade das instalações de escolas na

cidade de Caxias/MA

Evaluation about the accessibility of the building of schools in the

city of Caxias/MA

Gabriel dos Santos Rocha, gabrielspo10@hotmail.com1

Ronnie James da Silva Sousa2

Francisco William Policarpo de Albuquerque3

Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão - FACEMA, Caxias, Maranhão

Submetido em 16/10/2017 Revisado em 17/10/2017 Aprovado em 30/11/2017

Resumo: Muitos brasileiros não têm acesso à educação pela falta de instituições adequadas para recebê-los. O objetivo da pesquisa é mostrar a realidade interna de escolas no tocante à acessibilidade. Estudos de caso foram realizados em duas escolas públicas na cidade de Caxias-MA, visando analisar a adequação das mesmas às recomendações da NBR 9050/2015. Os resultados destacam pontos positivos, porém grande parte do estudo apenas mostra a grande problemática acerca da adequação recomendada por norma.

Palavras chave: Pessoa portadora de deficiência. Acessibilidade. Inclusão escolar.

Abstract: Many Brazilians do not have access to education because there are no institutions prepared to receive them. This research aimed to show the internal reality of schools regarding accessibility. Case studies were performed in two public schools in the city of Caxias-MA, in order to analyze their adequacy to the recommendations of NBR 9050/2015. The results highlight positives points, but much of the study only shows the big problem with regard to the adequacy recommended by the NBR. Keywords: Disability. Accessibility, School inclusion.

1lattes.cnpq.br/4852814724035827 2lattes.cnpq.br/0646811507368052 3lattes.cnpq.br/0646811507368052

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Introdução

Mais do que um lugar para aprender a ler e escrever, o ambiente escolar é o local onde a criança começa a descobrir o mundo e interagir socialmente. No entanto, obstáculos presentes no espaço físico escolar vêm suprimindo esse direito mesmo este sendo assegurado por lei. O estudo sobre o tema é justificado pelo fato da existência do Decreto Federal n° 5296 (2004), onde no Art. 24 prevê que os estabelecimentos de ensino públicos e privados devem proporcionar condições de acesso e utilização dos seus ambientes para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

O problema da falta de acessibilidade é algo realmente preocupante, uma vez que uma parte considerável da população é impedida de gozar de algo fundamental que é a educação, pelo fato de que escolas não estão estruturadas a dar condições mínimas para inserir aqueles que detêm algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida.

Contudo, mesmo que juridicamente o direito a uma educação igualitária seja garantido, a realidade constatada revela a ineficiência da obediência ao supracitado Decreto Federal. Segundo dados do Ministério da Educação MEC (2009, apud PINHO, 2010) apenas 17,5% das escolas brasileiras têm banheiros e dependências acessíveis - contando salas, corredores e auditórios - adequados a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Sendo que por lei, desde 2007 todas as escolas deveriam ser adequadas a pessoas com deficiência. E ainda, dados do censo escolar realizado pelo mesmo MEC (2009, apud PINHO, 2010), fornecidos pelas próprias escolas - mostram que o índice de acessibilidade na rede pública é de 14,6% e na privada é de 29,7%. Estas informações somente reforçam a ideia de uma educação ainda inacessível e munida de inúmeras barreiras que ainda devem ser transpostas para se alcançar uma educação acessível para todos.

Diante deste fato, viu-se a necessidade de realizar um levantamento e analisar duas escolas caxienses e suas estruturas para saber se as condições apresentadas eram concordantes com a NBR 9050 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2015) - Norma Regulamentadora que rege sobre preceitos de acessibilidade em edificações - e se estas são convenientes para receber e atender com qualidade e eficiência aos alunos.O objetivo geral do presente trabalho foi avaliar o acesso interno do ambiente escolar no tocante à acessibilidade. Tendo como

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objetivo específico julgar e discutir os resultados do estudo e compará-los com a NBR 9050/2015. O autor tido como destaque foi Calado (2006) que auxiliou na fundamentação teórica deste trabalho de pesquisa.

Materiais e métodos

Ao iniciar-se os estudos sobre os espaços de ensino médio foi buscado, antes de tudo, aprofundamento dos conhecimentos sobre as normas que contemplam as questões relacionadas à acessibilidade na construção do espaço estudantil. A metodologia da pesquisa abrangeu as seguintes etapas:

1. Pesquisa sobre a NBR 9050: foi feito um levantamento sobre tudo o que contempla esta norma utilizando a internet como ferramenta, em seguida as informações foram filtradas para a aplicação que englobam a acessibilidade relacionada ao ambiente escolar, simplificando, desta forma, o trabalho;

2. Escolha do local: os idealizadores discutiram de forma a escolher a escola em que o acesso fosse mais fácil, tanto no âmbito de deslocamento, como também, menos burocrático no que diz respeito à autorização dos gestores para realização do estudo;

3. Delineamento: após a coleta de informações bibliográficas e análise do espaço físico da escola, com autorização legal de seus dirigentes, os dados obtidos foram analisados e delimitados pontos de observação específicos, que foram fotografados, como: desníveis de portas, rampas, largura de portas, degraus, corredores, sinalização, bebedouros, mobiliário, sanitários, barras de apoio, corrimãos, boxes de banheiros elevatórios. Em seguida, os dados foram comparados e julgados conforme a NBR 9050/ABNT;

4. Instrumentos de Coleta: os instrumentos de coleta constituíram-se nos seguintes itens: aparelho celular Samsung Galaxy S4 e Motorola Moto G1, para registro fotográfico; fita métrica de 10 metros; caderno e caneta, para anotações; notebook;

5. Procedimento de Análise dos Resultados: apurada observação, fotografias e medição de setores específicos da escola, foram listadas as medidas encontradas e comparadas com as recomendações da NBR 9050, de forma a apontar os possíveis erros e acertos apresentados em relação ao que rege a norma.

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Resultados e discussões

Neste capítulo serão analisadas as condições estruturais das escolas no âmbito da acessibilidade com base nas normas e legislação anteriormente apresentadas, para observar se estão de acordo ou não com o que é recomendado.

Foram analisadas duas escolas. Uma delas apresentava pontos positivos que contribuía na inclusão, mas também algumas irregularidades, mesmo na tentativa, em alguns aspectos, de se adequar a NBR 9050; a outra, alunos com deficiência física ou que tenham mobilidade reduzida não teriam dificuldades no deslocamento, mas encontrariam grandes problemas para se adaptar à sala de aula, refeitório e, principalmente, no ambiente dos banheiros.

Antes, deve-se tratar do entendimento do tema em questão. Qual a definição de acessibilidade? “Acessibilidade desempenha papel fundamental para que haja igualdade social, em que todas as pessoas, indiferentemente de suas necessidades e características, possam utilizar o espaço da melhor maneira, o mais confortável e seguro possível.” (ALMEIDA, GIACOMINI & BORTOLUZZI, 2013, p. 2)

Já segundo os seguintes autores:

As necessidades de deslocamentos são intrínsecas ao cotidiano da população, logo, deve-se preocupar em garantir essa mobilidade de forma segura, eficiente, com acessibilidade universal e sustentável para todos. [...] acessibilidade como o acesso da população para realizar suas atividades e deslocamentos. (ALVES & RAIA JR., 2010, p. 4)

Com base nas perspectivas citadas, segue a análise das dependências internas dos objetos de estudo.

O Centro de Ensino Eugênio Barros, situado no município de Caxias - MA, é uma instituição estadual, que engloba somente o Ensino Médio. Já a Escola Municipal Antenor Gomes Viana Junior, também pertencente ao município de Caxias-MA, é uma instituição municipal, que engloba somente o Ensino Fundamental.

Análise técnica do Centro de Ensino “Eugênio Barros”

Observando as dependências da escola é possível perceber certa preocupação com a questão da acessibilidade, mesmo apresentando falhas no que concerne a ABNT NBR 9050.

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Figura 1 – Lavatório para deficientes (acima) e boxe sanitário para deficientes (abaixo).

Fonte: Obtida pelos autores.

Um ponto positivo apresentado na escola foi um lavatório e um boxe sanitário próprio para deficientes (Ver Figura 1). O boxe possui 2,25 m² (1,5 m x 1,5 m), atendendo as recomendações da norma, porém, o lavatório é menor do que a altura mínima recomendada, pois o mesmo possui 0,70 m e as condições mínimas segundo a NBR 9050 (2015) é de 0,78 m.

Os corredores secundários, de acesso às salas de aulas, são amplos e têm dimensões equivalentes em que, portadores de deficiência física, teriam facilidade de mobilidade permitindo todos os tipos de movimentos necessários à sua locomoção. O corredor principal, por sua vez, também não traz dificuldades, apresentando 2,80 m de largura. A norma NBR 9050 (2015), no item 6.11.1, recomenda que a largura dos corredores de uso público seja de pelo menos 1,5 m.

Figura 2 – Corredor secundário (à esquerda) e corredor principal (à direita).

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A escola apresenta oito salas de aula, todas com portas de largura e altura adequadas, com 0,80 m x 2,10 m. Mas, metade destas, apresenta desníveis que não seguiam as normas, o mesmo acontece com as salas de outros setores como: diretoria, laboratório de informática e biblioteca, como mostrado na Figura 3. Não possibilitando, dessa forma, que cadeirantes ou quaisquer portadores de mobilidade reduzida tenham acesso fácil a esses locais.

Figura 3 – Portas de entrada: das salas de aula, diretoria, sala de informática e biblioteca.

Fonte: Obtida pelos autores.

O mobiliário escolar apresenta inadequações quanto às recomendações da NBR 9050. Nesta especifica-se que no mínimo 5% da ocupação total deve estar acessível a deficientes físicos, o que não acontece, como mostrado na Figura 4 em que, dentre o mobiliário escolar, não há nenhuma carteira adequada. Abaixo há a ilustração de uma carteira adaptada a pessoa em cadeira de rodas (Figura 5).

Figura 4 – Mobiliário escolar. Figura 5 – Exemplo de carteira adaptada.

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O bebedouro, segundo o parágrafo 9.1 da NBR 9050, deve estar com a bica na altura máxima de 0,90 m e mínima de 0,73 m do piso. Enquadrando-se a norma, a bica do bebedouro do Eugênio Barros possui altura de 0,84 m, porém, abaixo da bica deve haver uma área de aproximação de no máximo 0,50 m (ver figura 7), nesse ponto o bebedouro não atende as recomendações, pois a área de aproximação existente é de 0,20 m.

Figura 6 – Bebedouro da escola Figura 7 – Esquema de bebedouro

Fonte: Obtida pelos autores Fonte: NBR ABNT 9050/2015

Análise técnica da E.M. Antenor Gomes Viana Júnior

Escola Municipal Antenor Gomes Viana Júnior, situada no município de Caxias, localizada na Avenida Santos Dumont, S/N, bairro Antenor Viana.

Figura 8 – Rampa de acesso às dependências da escola.

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A Figura 8 mostra que a entrada da escola não é acessível. A rampa mede 4,30 m x 1,20 m, que condiz com a normatização estabelecida, no entanto, apresenta algumas falhas ao longo de sua extensão como o buraco indicado pela seta vermelha, o que certamente traria problemas de locomoção a um deficiente físico.

Figura 9 – Corredor principal da instituição.

Fonte: Obtida pelos autores.

Como no ilustrado acima, todos os corredores são amplos, tendo o corredor principal 4 m de largura, e os adjacentes 2,80 m, o que proporciona o fácil deslocamento de pessoas portadoras de deficiência nas dependências da instituição. Todas as portas da instituição apresentam dimensionamento dentro do requisitado pela NBR 9050, com 0,88 m x 2,10 m, além de um curto declive na entrada, portanto, apropriadas para entrada e saída de deficientes, o que retrata a Figura 10. A norma indica que a largura mínima seja de 0,80 m.

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Figura 10 – Portas das salas e outras dependências.

Fonte: Obtida pelos autores.

Não há, nas salas de aula, assentos exclusivos para o uso de alunos em cadeira de rodas, o que traria constrangimento e desconforto ao aluno fazendo com que tenha dificuldades no aprendizado (ver Figura 11).

Figura 11 – Mobiliário escolar.

Fonte: Obtida pelos autores.

Os banheiros têm o acesso dificultado pelo fato de haver vazamentos fazendo do chão escorregadio, além disso, apesar de possuírem boxe próprio para deficientes, este não possui adaptações, como barras de apoio; lavatório em altura adequada e espaço para aproximação frontal e lateral reduzidos. O descrito pode ser constatado na Figura 12.

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Figura 12 – Sanitários e lavatórios dos banheiros.

Fonte: Obtida pelos autores.

Acessibilidade sob o ponto de vista global

Algo que deve ser frisado é que a questão da acessibilidade é algo ainda mais amplo e que, remetendo-se a pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida, estão inclusos, além dos cadeirantes, pessoas com dependência de muletas, aqueles com deficiências visuais ou auditivos, deficiência mental, ou mesmo deficiência múltipla. Considerando todos os envolvidos, o acesso à educação deve ser unânime, isto é, deve ser garantido que não haja exclusão de nenhuma pessoa portadora de qualquer deficiência ou dificuldade de locomoção.

O Centro de Ensino Eugênio Barros tem um programa no qual os alunos com deficiência auditiva têm acompanhamento de um intérprete que os auxiliam no aprendizado. Entretanto, como pode ser observado nas Figuras 02 e 03 não existe qualquer adaptação com piso tátil em nenhuma parte das dependências da escola o que impossibilita a inclusão de deficientes visuais. Além disso, na instituição não há profissionais para o auxílio de estudantes com deficiência mental.

Da mesma forma, a Escola Municipal Antenor Gomes Viana Júnior não apresenta piso tátil para assegurar a acessibilidade de alunos com deficiência visual, como pode ser acompanhado nas Figuras 09 e 10. Outrossim, não há profissionais na instituição para facilitar a inserção de alunos com deficiência mental.

A acessibilidade remete-se a um contexto diverso, que tem impacto sobre às atividades da vida cotidiana, e envolve aspectos comunicacionais, físicos, sociais e psicológicos. Como explanado por Elali (2004 apud CALADO, 2006, p. 31):

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1. Acessibilidade Física ou Arquitetônica: enfatiza o combate às barreiras físicas que constituem obstáculos para a utilização do meio, e geralmente são originadas pela morfologia dos edifícios ou de áreas urbanas.

2. Acessibilidade Comunicacional ou Informacional: refere-se à facilitação do acesso a um local tendo por base a divulgação de informações a respeito do mesmo, o que envolve, inclusive, os sistemas de comunicação visual (inclusive em braille), lumínica e/ou auditiva em seu entorno.

3. Acessibilidade Social: relativa aos processos de inclusão social de diversos grupos ou categorias de pessoas sobretudo no que se refere aos aspectos relacionados às chamadas "minorias", como grupos étnicos (negros, indígenas), homossexuais, portadores de deficiências físicas ou mentais, entre outros.

4. Acessibilidade Psicológica: relacionada à percepção que uma pessoa ou grupo tem em relação à "receptividade" do ambiente a si.

Por isso, cada um dos tipos de acessibilidade demanda uma compreensão mais aprofundada das peculiaridades que envolve cada deficiência de maneira a estabelecer os critérios básicos para proporcionar a inserção das PCD’s (Pessoa com Deficiência) no ambiente escolar para a promoção de educação.

Apesar da existência de Legislações que fornecerem subsídio para à acessibilidade das PCD’s, ainda não há um grande número de instituições de ensino públicas e privadas perfeitamente adaptadas. O já mencionado Decreto Federal n° 5296 (2004, p.01) indica que:

Concepção e a implantação dos projetos arquitetônicos e urbanísticos devem atender aos princípios do desenho universal, tendo como referências básicas as normas técnicas de acessibilidade da ABNT, a legislação específica e as regras contidas no Decreto.

O Art. 11. do mesmo Decreto roga que a construção, reforma ou ampliação de edificações de uso público ou coletivo, ou a mudança da finalidade para estes tipos de edificação, deverão ser conduzidas de modo que sejam ou se tornem acessíveis à pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.

Uma vez observados os obstáculos nas escolas analisadas neste trabalho, vale a citação de Calado (2006, p. 34) ao analisar as barreiras de acessibilidade em seu estudo:

Após a constatação dessas barreiras, evidencia-se a necessidade de as mesmas serem evitadas, tendo em vista que representam

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obstáculos, cuja eliminação exige uma série de mecanismos apropriados a essa finalidade.

Diante da abordagem feita, o autor questiona as barreiras encontradas e discorre sobre as dificuldades para o desenvolvimento de meios para superá-las. Abrangendo ainda mais a problemática estudada, Lopes (2003) e Okamoto (2002) apud Calado (2006, p. 34) relacionam as divergências encontradas com o bem-estar do indivíduo.

O ambiente construído está relacionado com a vida das pessoas, encontrando-se inteiramente ligado às suas percepções, desejos e valores, e às diferentes maneiras dos usuários o experimentarem e compreenderem.

Logo, de acordo com os autores citados, não havendo acessibilidade, não há dignidade na recepção de indivíduos PCDs. Por isso, há a necessidade de buscar a adequação com urgência.

De acordo com os mesmos, uma possível solução no tocante à acessibilidade é o fato de que todos os aspectos já devem vir incorporados ao projeto, de maneira que a edificação seja apropriada a todos.

Especificamente no que se refere ao ambiente escolar, para receber de maneira adequada todo e qualquer aluno, oferecendo condições propícias para o aprendizado, troca e interação das crianças, é fundamental que o ambiente seja projetado de maneira a permitir a inclusão, viabilizando a recepção e o acolhimento dos alunos, independentemente de suas diferenças físicas, de expressão, de comunicação, de aprendizado. Enfim, tratar a todos, igualmente, em suas singularidades, com respeito e dignidade, conforme prevê a legislação. (CALADO, 2006, p. 35)

Contudo, essa proposta é uma ideia de longo prazo e não resolve a questão nas edificações já erigidas. Para estas, há a necessidade de outras resoluções.

É possível ainda justificar esse problema observando que as próprias Instituições de Ensino Superior ainda não se empenharam em incorporar nas diretrizes curriculares conteúdos referentes ao desenho universal, estando assim, em desacordo com o Decreto Federal n° 5296.

Assim, para que as duas instituições de ensino estudas possam estar aptas a receber as PCD’s é preciso intervir nas instalações físicas de forma a suprimir as

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barreiras arquitetônicas. Além disso, os gestores das escolas devem investir na contração de profissionais habilitados a fazer o acompanhamento desses alunos, para, por fim, promover a acessibilidade de forma plena e, finalmente, atender às legislações anteriormente mencionadas.

Ademais, uma maneira de contribuir para que as futuras escolas construídas estejam em acordo com os pontos discutidos é incentivar a obrigatoriedade de disciplinas que contemplem acessibilidade nos cursos de Engenharia e Arquitetura de todo o país.

Todavia, para Calado (2006) a acessibilidade vai além de meras análises arquitetônicas. Para o autor, criar um ambiente para todos significa criar condições que façam o ambiente estar favorável para a realização de atividades pedagógicas, fazendo uso de recursos que estejam de acordo com as necessidades do indivíduo. Assim, a utilização desses recursos, bem como a realização das atividades deve ocorrer por meio de um trabalho conjunto entre a instituição escolar, especialistas da área e a própria PCD.

Dentro da proposta e análise de Calado (2006), é possível destacar um leve avanço por parte do Centro de Ensino Eugênio Barros como instituição neste quesito, uma vez que a mesma já desenvolve atividades com indivíduos surdos. Sendo estas tal como o trabalho conjunto citado pelo autor.

Conclusão

Este trabalho poderá trazer boas contribuições ao estudo da acessibilidade no ambiente escolar e coadjuvar para uma maior inserção das pessoas com deficiência em instituições públicas ou mesmo privadas. O Brasil possui ainda grandes falhas consideradas inaceitáveis que se contrapõem ao processo de desenvolvimento da educação, barreiras gritantes que dificultam o acesso ao ambiente escolar favorável a todos, independentemente de possuir deficiências ou não. Muitas crianças brasileiras continuam sem poder desfrutar de uma boa educação pela escassez de escolas adaptadas ou pela falta de consciência das pessoas que teimam em “remar contra a maré” que leva ao bom senso e ao respeito ao próximo.

Os objetivos deste trabalho foram alcançados. Pela análise feita foi verificado quão grande é e continua sendo o desafio para a construção de uma sociedade igualitária. Mas, a comunidade reivindicando seus direitos, fiscalizando e tomando

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conhecimento das melhorias e falhas, com isso, assumirá um importante papel em prol da juventude e da educação. As barreiras continuam grandes, por isso, é preciso elevar ainda mais o desejo de mudança para que, mesmo aos poucos, o país tenha o reflexo não de uma imagem de desigualdade, mas o retrato de cada um que constitui a nação, sem exclusões.

Referências

ALMEIDA, Eridiana Pizzinatto; GIACOMINI, Larissa Bressan; BORTOLUZZI, Marluse Guedes. Mobilidade e Acessibilidade Urbana. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE

CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS, 2., 2013, Passo Fundo. Anais. Passo Fundo, Rs: Nepes & Imed, 2013. p. 1 - 7.

ALVES, Priscilla; RAIA JUNIOR, Archimedes Azevedo. Mobilidade e Acessibilidade Urbanas Sustentáveis: A Gestão da Mobilidade no Brasil. 2010. Disponível em: <http://inclusao.coppetec.coppe.ufrj.br/documentosnoticias/mobilidade-e-acessibilidade-urbana.pdf>. Acesso em: 22 set. 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 2. ed. Rio de Janeiro: 2015. BRASIL. Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004. Disponível em: <

http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10939469/artigo-24-do-decreto-n-5296-de-02-de-dezembro-de-2004>. Acesso em: 02 maio 2017. p. 01.

CALADO, Giordana Chaves. ACESSIBILIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR: reflexões com base no estudo de duas escolas municipais de Natal-RN. 2006. 191 f. Dissertação

(Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2006.

PINHO, Ângela. Cotidiano, 2010. Disponível em:

<http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u734730.shtml>. Acesso em: 27 ago. 2017.

Imagem

Figura 1 – Lavatório para deficientes (acima) e boxe sanitário para deficientes (abaixo)
Figura 3 – Portas de entrada: das salas de aula, diretoria, sala de informática e biblioteca
Figura 8 – Rampa de acesso às dependências da escola .
Figura 9 – Corredor principal da instituição.
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