• Nenhum resultado encontrado

Aplicação de técnicas de engenharia de sistemas ao programa nanosatc-br, desenvolvimento de cubesats

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "Aplicação de técnicas de engenharia de sistemas ao programa nanosatc-br, desenvolvimento de cubesats"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

Aplicação de Técnicas de Engenharia de Sistemas ao

Programa NANOSATC-BR, Desenvolvimento de CubeSats

Systems Engineering Techniques Applied to the

NANOSATC-BR, CubeSats Development Program

Tiago Travi Farias, tiago.travi.farias@gmail.com Lorenzzo Quevedo Mantovani

Marcos Antônio Laurindo Dal Piaz Dr. Eng. Otavio Santos Cupertino Durão

Dr. Nelson Jorge Schuch

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS,

parceria com o Centro Regional Sul de Pesquisas Espaciais - CRS/INPE-MCTI

Submetido em 10/05/2016

Revisado em 20/07/2016 Aprovado em 10/08/2016

Resumo: O trabalho tem como objetivo estudar as recentes técnicas de Engenharia de Sistemas, iniciadas há algumas décadas pela NASA devido à quantidade e complexidade de trabalhos a serem realizados e a sua aplicação no Programa NANOSATC-BR, Desenvolvimento de CubeSats. É demonstrado o quanto estas técnicas de Engenharia de Sistemas são benéficas para a Gestão de projetos complexos, que no caso do Programa NANOSATC-BR, abrange dois grandes Projetos: Projeto NANOSATC-BR1 - CubeSat 1U e Projeto NANOSATC-BR2 - CubeSat 2U. O Programa possui como primeiro objetivo o desenvolvimento e capacitação de Recursos Humanos, trabalhando com nanossatélites de padrão CubeSat (cada unidade - 1U - possui 100mm de aresta e aproximadamente 1,33 Kg de massa). O Programa tem suporte e apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Palavras chave: Plano. Engenharia de Sistemas. NANOSATC-BR. CubeSats.

Abstract: This work has the main objective the study of the most recent Systems Engineering techniques, which were developed by NASA a few decades ago in order to manage complex projects, and its applicability to the NANOSATC-BR, CubeSats Development Program. It is shown the different benefits of these

(2)

qualification and launch of national scientific nanosatellites in a CubeSats standards (cube shape with 100 mm of edge and near to 1,33kg of mass, per unit - 1U). This Program is sponsored and supported by the Brazilian Space Agency (AEB).

Keywords: Plan. Systems Engineering. NANOSATC-BR. CubeSats.

Introdução

O Programa NANOSATC-BR, Desenvolvimento de CubeSats, visa a capacitação de Recursos Humanos através de estudos e desenvolvimento dos Projetos: NANOSATC-BR1 - CubeSat 1U e NANOSATC-BR2 - CubeSat 2U. As Missões tem por objetivo o desenvolvimento e operação de nanossatelites, padrão CubeSat (cada unidade - 1U - possui 100mm de aresta e aproximadamente 1,33 Kg de massa). O NANOSATC-BR1, (NCBR1), foi o primeiro Nanossatelite Científico Brasileiro lançado ao espaço, completando em19 de Junho de 2016 dois (02) anos operacional em órbita Terrestre. Já o NANOSATC-BR2, (NCBR2), ainda não lançado, possui o dobro de volume do NCBR1, sendo o segundo nanossatelite científico deste Programa Brasileiro. Seu lançamento esta sendo planejado para ser efetuado em uma janela entre Outubro/Novembro de 2016, provavelmente por um lançador DNEPER de uma base de lançamento na Rússia.

Devido a complexidade e similaridade com as grandes missões espaciais, aplicou-se ao Programa NANOSATC-BR Técnicas de Engenharia de Sistemas, desenvolvidas pela NASA e outras grandes companhias. O objetivo foi de desenvolver um projeto de forma segura, padronizada e bem gerenciada.

As técnicas e conceitos: - Work Breakdown Structure - WBS [1],que possui a estruturação geral do Programa; - Function Tree [2] para melhor identificação de falhas de cada Projeto; - Modelo "V"de Engenharia de Sistemas [3]foi utilizado como Metodologia de referência.

(3)

Metodologia

A Engenharia de Sistemas de um modo geral tem a missão de suprir as necessidades dos stakeholders, utilizando Método de Gestão, Organização e Planejamento para analisar e executar todas as etapas de um projeto complexo. A Metodologia utilizada para a realização do Plano de Engenharia de Sistemas foi o Modelo em ‘V’ (Figura 1),que descreve tanto o planejamento (lado esquerdo do 'V') quanto sua integração (lado direito), simultaneamente conectando ambos os lados para verificação e validação do desenvolvimento da respectiva missão do projeto em análise.

Figura 1 - Modelo 'V' de Engenharia de Sistemas aplicada a um Projeto, figura adaptada de

LOUREIRO,1999 [3]. Necessidade dos usuários, requisitos e aprovação Requisitos de sistemas Projeto arquitetônico Desenvolvimento de componentes Componentes integrados Capacidade operacional Sistemas integrados Subsistemas integrados Validação Verificação Verificação Definir o que vai

ser contruído/ desenvolvido Integração, verificação e validação do que foi desenvolvido

Fonte: [3] - LOUREIRO, G. A systems engineering and concurrent engineering framework for the integrated development of complex products. Thesis (Doctor thesis in Manufacturing

Engineering) - Loughborough University, England, 1999, pag. 56.

Para o maior controle da missão do projeto em análise, foi desenvolvido o WBS[1],(Figura 2), amplamente utilizado por sua capacidade de estruturar

(4)

Figura 2 - WBS do Programa NANOSATC-BR, Desenvolvimento de CubeSats.

Programa NANOSATC-BR: Projeto NANOSAT-BR1 e Projeto NANOSATC-BR2

Gerencimaneto Concepção Pesquisa Projeto Contratação Homologação

Plano de Projeto Árvore de Funções WBS Orçamento Controle

Alunos Pesquisadores Empresas Requisitos/ Restrições Estudos de viabilidade Alunos ISIS Cargas úteis Validação de modelos Testes ambientais/ funcionais Plataforma Projeto de Engenharia Projeto de Fabricação Projeto de Montagem Projeto de Testes Projeto de Lançamento Viabilidade Avaliação de custos ISIS Plano de testes Testes Resultados Lançamento

Fonte: Desenvolvida pelos autores para o Programa NANOSATC-BR, Desenvolvimento de

CubeSats.

Com o objetivo de especificar os requisitos para cumprir as missões dos Projetos NCBR1 (Figura 3) e NCBR2 (Figuras 4 e 5), foram construídas as suas

Function Trees, as quais possibilitam reduzir sistemas complexos aos seus

pontos mais básicos, dividindo o Projeto em funções e sub-funções. Dessa maneira,as necessidades das missões são atendidas mais facilmente e de forma mais clara, para que no caso da ocorrência de falhas, as mesmas sejam identificadas e corrigidas rapidamente.

(5)

Figura 3 - Function Tree do Projeto NANOSATC-BR1.

Projeto NANOSATC-BR1: Cargas Úteis Enviar Plataforma

e Carga útil até sua órbita

Validar CI Validar FPGA Magnetômetro XEN 1210

Manter Plataforma e Carga útil operacionais

Disponibilizar dados aos cientistas Levar carga útil até a órbita: 630 Km; 98º,SS Proteger mecanicam ente plataforma e carga útil durante o lançamento Proteger termicamen te plataforma e carga útil durante o lançamento Proteger plataforma e carga útil contra radiação Fornecer energia elétrica Proteger CI contra radiação Controlar e comandar CI Conectar CI com plataforma Fornecer energia elétrica Proteger FPGA contra radiação Controlar e comandar FPGA Conectar FPGA com plataforma Fornecer energia elétrica Coletar dados do campo magnético terrestre Conectar Magnetôm etro com plataforma Controlar e comandar Magnetôm etro Controlar e comandar Cargas úteis e Plataforma Analisar parâmetros funcionais das cargas úteis e plataforma Proteger termicamente plataforma e carga útil em órbita Proteger mecanicamente plataforma e carga útil em órbita Fornecer energia elétrica para plataforma e cargas úteis Comunicar plataforma/cargas úteis com estação

terrena

Fonte: Desenvolvida pelos autores para o Projeto NANOSATC-BR1.

A principal função do NCBR1 é o subsistema de Carga Útil, como pode ser observada na Figura 3, a qual representa o propósito da Missão do nanosatélite. Assim, as demais sub-funções dividem-se com o objetivo de estratificar em menores especificações, sendo elas: - Enviar a Plataforma com sua Carga Útil até sua Órbita Terrestre, para que possa cumprir a Missão de forma efetiva; - Validar a Placa de Circuito Integrado (CI); - Validar a Field

Programmable Gate Array(FPGA); - Obter dados da região Magnetosférica com

o Magnetômetro XEN 1210; - Manter a Plataforma e as Cargas Úteis operacionais, evitando falhas/erros nos demais subsistemas, recebendo e transmitindo informações; - Por fim, disponibilizar dados aos cientistas, para que

(6)

realizadas em órbita. Pode-se observar este fato pela sua Function Tree realizada para suas Cargas Úteis Científicas (Figura 4) e para as suas Cargas Úteis Tecnológicas (Figura 5).

Figura 4 - Function Tree do Projeto NANOSATC-BR2(Cargas Úteis Científicas).

Projeto NANOSATC-BR2: Cargas Úteis Científicas Enviar Plataforma

e Carga útil até sua órbita Sonda Langmuir Magnetômetro XEN 1210 (interno e externo) Manter Plataforma e Carga útil operacionais

Levar carga útil até a órbita: 630 Km; 98º,SS Proteger mecanicam ente durante o lançamento e em órbita Proteger termicamen te durante o lançamento e em órbita Proteger plataforma e carga útil contra radiação Fornecer energia elétrica Medir a densidade iônica da Ionosfera Equatorial Introduzir a sonda em meio plasmático Conectar Sonda com plataforma, controlar e comandar Fornecer energia elétrica Medir intensidade do campo magnético terrestre Captar dados AMAS Conectar Magnetôm etro com plataforma, controlar e comandar Controlar e comandar Cargas úteis e Plataforma Analisar parâmetros funcionais das cargas úteis e plataforma Disponibilizar dados aos cientistas Comunicar plataforma/cargas úteis com estação

terrena

Fonte: Desenvolvida pelos autores para o Projeto NANOSATC-BR2.

A finalidade científica da Missão do Projeto NCBR2, pode ser observada na Figura 4. As Cargas Úteis Científicas são compostas por: - Sonda de Langmuir, a qual tem o objetivo de medir a densidade iônica da Ionosfera Equatorial; - Dois magnetômetros XEN 1210, um externo e outro interno, os quais tem o objetivo de medir a intensidade do Campo Magnético Terrestre, principalmente na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS).

(7)

Pela Figura 5, pode-se ver a Function tree das Cargas Úteis Tecnológicas do Projeto NCBR2, as quais têm as seguintes funções: - 1º FPGA, tem a função de validar a placa e comandar todos os periféricos do subsistemas de Carga Útil; - CI, tem o objetivo de validar uma biblioteca de células resistentes/tolerantes à radiação; - a 2º FPGA, a qual tem o objetivo de validar técnicas para minimizar efeitos de radiação em circuitos eletroeletrônicos; - O primeiro Sistema de Controle de Atitude de um satélite com Tripla Redundância desenvolvido no Brasil, o qual tem o objetivo de regular o spin em órbita para controlar movimentos do satélite.

Figura 5 - Function Tree do Projeto NANOSATC-BR2 (Cargas Úteis Tecnológicas).

Projeto NANOSATC-BR2: Cargas Úteis Tecnológicas

Enviar Plataforma e Carga útil até

sua órbita

FPGA Manter Plataforma e

Carga útil operacionais

Levar carga útil até a órbita: 630 Km; 98º,SS Proteger mecanicam ente durante o lançamento e em órbita Proteger termicamen te durante o lançamento e em órbita Proteger plataforma e carga útil contra radiação Fornecer energia elétrica e conectar com plataforma Validar e comandar periféricos FPGA CI Controlar e comandar Cargas úteis e Plataforma Analisar parâmetros funcionais das cargas úteis e plataforma Comunicar plataforma/cargas úteis com estação

terrena Fornecer dados aos cientistas Validar técnicas para minimizar efeitos de radiação dos circuitos Validar biblioteca de células tolerantes à radiação Fornecer energia elétrica Fornecer energia elétrica Conectar FPGA com plataforma Conectar CI com plataforma Sistema de Controle de Atitude de Tripla Redundância Fornecer energia elétrica Regular spin em órbita para controlar movimento do satélite Obter dados de telemetria Conectar sistema com plataforma, controlar e comandar

(8)

Conclusão

Com a aplicação e implementação de técnicas de Engenharia de Sistemas ao Programa NANOSATC-BR, Desenvolvimento de CubeSats, pode-se concluir que os Projetos: NCBR1 e NCBR2 têm um padrão organizacional e gerencial ótimos, os quais poderão ser utilizado como modelos para futuras missões do próprio Programa NANOSATC-BR, Desenvolvimento de CubeSats.

O Projeto NCBR1 foi um sucesso, suas Missões Científicas e Tecnológicas foram concretizadas como o esperado e se encontram ainda operacionais em órbita espacial coletando dados.

O Projeto NCBR2 esta passando pela fase de finalização, faltando a realização dos testes ambientais esperada para meados de julho de 2016, e com provável lançamento planejado para ser efetuado em uma janela entre Outubro/Novembro de 2016, provavelmente por um lançador DNEPER de uma base de lançamento na Rússia.

Agradecimentos

O autor agradece ao Programa NANOSATC-BR, Desenvolvimento de CubeSats da Parceria e Convênio: UFSM - INPE/MCTI, ao Programa PIBITI/INPE-CNPq/MCTI, a 30ª Jornada Acadêmica Integrada (JAI) da UFSM, a AEB, ao colega Rodrigo Passos Marques e colegas do Laboratório de Mecânica Fina, Mecatrônica e Antenas (LAMEC/CRS/INPE-MCTI), aos colegas do Laboratório de Radiofrequência e Comunicações do CRS/INPE-MCTI, ao Laboratório de Ciências Espaciais de Santa Maria (LACESM/CT-UFSM), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Santa Maria Design House (SMDH/FATEC-UFSM), a Jornada Nacional de Iniciação Científica na68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso (SBPC) e a Revista Brasileira de Iniciação Científica (RBIC) pela oportunidade de apresentação, publicação e divulgação do trabalho.

(9)

Referências

[1] EUROPEAN COOPERATION FOR SPACE STANDARDIZATION. Space Project

Management – Project Planning and Implementation. Noordwijk,

2009.(ECSS-M-ST-10C).

[2] EUROPEAN COOPERATION FOR SPACE STANDARDIZATION. Space Project

Management – Project Breakdown Structure. Noordwijk, 2003.(ECSS-M-10B).

[3] LOUREIRO, G. A systems engineering and concurrent engineering framework

for the integrated development of complex products. Tese de Doutorado (Doctor

Thesis in Manufacturing Engineering) - Loughborough University, England, 1999; [4] Durão, O. S. C., Schuch, N. J., et. Al. Documento Preliminar de Revisão - Status

de Engenharias e Tecnologias Espaciais do Programa NanosatC-Br – Desenvolvimento de Cubesats. Documento apresentado a AEB. Maio 2011

Imagem

Figura 1 - Modelo 'V' de Engenharia de Sistemas aplicada a um Projeto, figura adaptada de  LOUREIRO,1999 [3]
Figura 2 - WBS do Programa NANOSATC-BR, Desenvolvimento de CubeSats.
Figura 3 - Function Tree do Projeto NANOSATC-BR1.
Figura 4 - Function Tree do Projeto NANOSATC-BR2(Cargas Úteis Científicas).
+2

Referências

Documentos relacionados

Temos o campo senha, conforme dito acima, onde informara a senha para acesso e os botões para entrar e sair do programa... Mônaco Distribuidora de Peças

Na apresentação dos dados estatísticos, ficou demonstrada à todos os participantes a dimensão da pesquisa, abrangendo o setor produtivo como um todo, enfocando a produção

Os projetos, componentes de um programa, podem ser definidos como um conjunto de componentes de um programa, podem ser definidos como um conjunto de atividades

Os dados foram retirados dos prontuários de mulheres avaliadas e atendidas pela fisioterapia durante o puerpério imediato, na Maternidade Pública Municipal de Betim

There are additional ways to access alternates/swashes if you do not have one of the programs listed above: either by using your operating system’s utility Character Map

Ainda segundo Gil (2002), como a revisão bibliográfica esclarece os pressupostos teóricos que dão fundamentação à pesquisa e às contribuições oferecidas por

VUOLO, J.H. Fundamentos da Teoria de Erros, Edgard Blucher Ltda, São Paulo, 1992 YIN, R.K. Estudo de caso: planejamento e métodos, Bookman, Porto Alegre, 2005.. Quando a

To control scope, we need to manage a list of tasks... To control time, we need to manage