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ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3.º CEB

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Academic year: 2021

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Datas da visita: 12 e 13 de Abril de 2007

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SCOLA

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CEB

DE VAGOS

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A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a avaliação externa. Por sua vez, o programa do XVII Governo Constitucional estabelece o lançamento de um “programa nacional de avaliação das escolas básicas e secundárias que considere as dimensões fundamentais do seu trabalho”.

Após a realização de uma fase piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação de acolher e dar continuidade ao processo de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa da Escola Secundária de Vagos realizada pela equipa de avaliação que visitou a Escola em 12 e 13 de Abril de 2007.

Os diversos capítulos do relatório – caracterização da unidade de gestão, conclusões da avaliação, avaliação por domínio-chave e considerações finais - decorrem da análise dos documentos fundamentais da Escola, da apresentação de si mesma e da realização de múltiplas entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para a Escola, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades de desenvolvimento e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola/agrupamento, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação deparou-se com o facto da Escola não ter apresentado durante o desenvolvimento desta acção, em tempo útil, informação relevante sobre as actividades de avaliação interna encetadas no final do ano lectivo de 2004/2005. Ressalte-se ainda que, para o painel de apresentação da Escola, foi apenas convocado/convidado um número reduzido de representantes dos diferentes grupos da comunidade educativa (6), dos quais só compareceram 4 elementos (Presidente e Vice-Presidente do Órgão de Gestão e Presidentes da Assembleia da Escola e do Conselho Pedagógico). Estas situações condicionaram, de alguma forma, o processo de avaliação externa.

O texto integral deste relatório, bem como um eventual contraditório apresentado pela Escola, será oportunamente disponibilizado no sítio internet da IGE (www.ige.min-edu.pt).

Escala de avaliação utilizada – níveis de classificação dos cinco domínios

Muito Bom - A escola revela predominantemente pontos fortes, isto é, o seu desempenho é mobilizador e evidencia uma acção intencional sistemática, com base em procedimentos bem definidos que lhe dão um carácter sustentado e sustentável no tempo. Alguns aspectos menos conseguidos não afectam a mobilização para o aperfeiçoamento contínuo.

Bom - A escola revela bastantes pontos fortes, isto é, o seu desempenho denota uma acção intencional frequente, relativamente à qual foram recolhidos elementos de controlo e regulação. Alguns dos pontos fracos têm impacto nas vivências dos intervenientes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem frequentemente do empenho e iniciativa individuais. Suficiente - A escola revela situações em que os pontos fortes e os pontos fracos se contrabalançam, mostrando frequentemente uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco determinada e sistemática. As vivências dos alunos e demais intervenientes são empobrecidas pela existência dos pontos fracos e as actuações positivas são erráticas e dependentes do eventual empenho de algumas pessoas. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo.

Insuficiente - A escola revela situações em que os pontos fracos ultrapassam os pontos fortes e as vivências dos vários intervenientes são generalizadamente pobres. A atenção prestada a normas e regras tem um carácter essencialmente formal, sem conseguir desenvolver uma atitude e acções positivas e comuns. A capacidade interna de melhoria é muito limitada, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco consistentes ou relevantes para o desempenho global.

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Escola Secundária C/3.º CEB de Vagos – Vagos

II – Caracterização da Unidade de Gestão

A Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Vagos está instalada no edifício actual desde 1998, encontrando-se inserida no complexo escolar e desportivo do Concelho.

O edifício tem uma arquitectura própria, apresentando uma estética arrojada no panorama das edificações escolares portuguesas, com espaços interiores aprazíveis para convívio e lazer. Os espaços destinados às actividades lectivas são diversificados (salas comuns, específicas e para pequenos grupos, biblioteca/centro de recursos e serviços de administração escolar). As salas específicas são: os laboratórios de Física (1), Química (1), Biologia (2) e Tecnologias da Informação e Comunicação (3); uma sala de Educação Tecnológica e Visual; um auditório. A Escola partilha o pavilhão gimnodesportivo da autarquia com outras escolas e instituições do Concelho.

No presente ano lectivo a Escola possui 603 alunos, dos quais 487 frequentam o ensino diurno. O 3.º ciclo é constituído por 9 turmas do ensino regular (4 do 7.º ano, 2 do 8.º ano e 3 do 9.º ano) e por 4 turmas dos cursos de educação e formação (CEF - tipo 2: Cozinheiro e Acompanhante de Crianças e tipo 3: Operador de Informática). O ensino secundário tem 9 turmas dos cursos científico-humanísticos, 3 turmas dos cursos tecnológicos (Informática e Acção Social) e 1 turma de CEF (tipo 4: Assistente Administrativo). O ensino nocturno (básico e secundário) é frequentado por 116 alunos.

O corpo docente é constituído por 79 professores e o não docente por 36 funcionários, sendo que a maioria pertence ao quadro. A psicóloga da Escola também desenvolve a sua actividade na Escola Profissional Agrícola de Vagos.

O meio envolvente da Escola é caracterizado por uma população essencialmente agrícola e operária, situando-se o nível médio de escolaridade dos pais nos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico. Verifica-se que cerca de 14% dos alunos beneficia de auxílios económicos (escalões A e B). É de referir que o Índice do Desenvolvimento Social do meio é médio (IDS=3).

III – Conclusões da avaliação

1. Resultados Suficiente

A Escola tem feito um levantamento estatístico dos resultados escolares dos alunos, particularmente sobre as taxas de transição e retenção no final de ano e as classificações atribuídas nas diferentes disciplinas no final de cada período.

No triénio 2002/2005, realça-se o insucesso obtido no 9.º ano de escolaridade e o sucesso relativo no 12.º ano, bem como a existência de alunos que não terminaram o seu ciclo de estudos, desistindo, principalmente nos anos iniciais.

Para reduzir o insucesso e combater o abandono escolar no 3.º ciclo do ensino básico, foi criado, ainda em finais do ano lectivo de 2004/2005, em parceria com o Instituto de Emprego de Aveiro, um curso com forte componente prática. Nos anos seguintes, a Escola aderiu à criação de cursos de educação e formação, apresentando-se, actualmente, como uma via importante de aprendizagem para muitos dos alunos e que tem contribuído para a redução progressiva desse abandono.

As classificações obtidas em 2005/2006, nos exames nacionais dos 9.º e 12.º anos, não apresentam um padrão consistente. Assim, nalgumas disciplinas, os resultados foram superiores à média nacional (9.º ano – Matemática; 12.º ano - Química e Matemática) e noutras situaram-se abaixo da média (9.º ano – Língua Portuguesa; 12.º ano - Português B e Matemática Programa Novo). Porém, no 12.º ano, verificaram-se classificações negativas em três das quatro disciplinas em que um maior número de alunos fez exames - Matemática Programa Novo (69.6), Matemática (77.8) e Química (81.8).

Não é prática da Escola a realização de estudos comparativos entre os resultados obtidos pelos seus alunos nos exames nacionais e os resultados de outras escolas sociologicamente semelhantes.

Os alunos possuem uma boa relação afectiva com a Escola, tendo participado na avaliação do Projecto Educativo – que vigorou no triénio 2002/2003-2004/2005 –, nas eleições para a Associação de Estudantes e na implementação de projectos. Os alunos fazem-se representar nos diferentes órgãos onde têm assento, à excepção dos Conselhos de Turma em virtude de não serem convocados pelos responsáveis da Escola. Os discentes têm um comportamento disciplinado, sem casos de violência física ou verbal. Existe um bom clima de relações interpessoais entre os alunos e o pessoal docente e, particularmente, com o pessoal não docente. A assiduidade dos alunos não é regular, principalmente nos CEF, situação que a Escola tenta minimizar através da acção dos Directores de Turma.

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Escola Secundária C/3.º CEB de Vagos – Vagos

A Escola não valoriza, de forma evidente, os sucessos escolares dos alunos, pois não promove a difusão dos resultados da avaliação, nem procede à implementação de quadros de mérito. Os pais e encarregados de educação demonstram satisfação com as aprendizagens, principalmente nos cursos vocacionados para o prosseguimento de estudos. Igualmente, o tecido empresarial da região, representado pelo Núcleo Empresarial de Vagos (NEVA), encontra-se satisfeito com a oferta que a Escola proporciona em cursos eminentemente práticos.

2. Prestação do serviço educativo Insuficiente

O Conselho Pedagógico e os Departamentos Curriculares não exercem uma acção pró-activa no sentido de promover a articulação intra e interdepartamental. Porém, o Plano Anual de Actividades contempla um conjunto de acções onde se prevê a interacção entre várias disciplinas e alguma articulação interdepartamental.

Não é garantida a sequencialidade entre os dois níveis de ensino, nem a assunção dos Projectos Curriculares de Turma como instrumentos de gestão pedagógica.

Não existem mecanismos instituídos para o acompanhamento efectivo, a supervisão e a monitorização da prática lectiva dos docentes. À excepção das turmas de CEF, a articulação entre os professores de cada turma é realizada informalmente.

Verificaram-se fragilidades estruturais, ao nível da equidade e da transparência, pelo facto do Conselho Pedagógico não ter definido e ponderado critérios gerais de avaliação, nem ter realizado a aferição dos diferentes critérios utilizados por cada Grupo Disciplinar. Por outro lado, aquele órgão e os Departamentos não controlam, ao longo do ano, o cumprimento dos programas em cada disciplina/turma.

No capítulo da formação constatou-se que a Escola não apresenta uma política consistente de formação do seu pessoal docente, ao não identificar as acções que considera prioritárias e ao não satisfazer as necessidades sentidas pelos professores.

A Escola apoia adequadamente os alunos com necessidades educativas, através do sistema de tutorias e do apoio a algumas disciplinas. No entanto, verificou-se que não estão definidos perfis de alunos para a frequência destas duas modalidades de apoio.

Quanto à abrangência do currículo verifica-se que a Escola, no ensino diurno, privilegia o prosseguimento de estudos, não descurando, todavia, os cursos de cariz eminentemente prático para satisfazer parte da sua população escolar.

É realizado pela Psicóloga um apoio sistemático e consistente aos alunos na transição de nível de ensino, na orientação e reorientação vocacional e no ingresso no ensino superior.

A Escola desenvolve várias actividades de enriquecimento curricular. Contudo, os alunos consideram que estas são pouco atractivas, sendo que muitas delas não foram programadas para preencher os seus tempos livres.

3. Organização e gestão escolar Insuficiente

O planeamento realizado pelo órgão de gestão não se revela eficaz para o desenvolvimento das suas actividades. Dos três documentos identificadores e orientadores da acção educativa, a Escola apenas elaborou o Plano Anual de Actividades e o Projecto Curricular de Escola, embora este se resuma à matriz do 3.º ciclo. O Projecto Educativo expirou no ano lectivo de 2004/2005, não existindo, desde então, quaisquer iniciativas para a sua substituição.

Não foram definidos critérios pedagógicos de gestão do tempo escolar. Os horários dos transportes escolares estão desadequados ao horário de funcionamento da Escola.

Apesar de terem sido definidos dois critérios para a distribuição do serviço docente (continuidade pedagógica no mesmo nível de ensino e adequação do perfil da turma ao professor), na prática, e na generalidade das situações, a distribuição é determinada pela preferência de cada docente e sua antiguidade.

Os órgãos e as estruturas da Escola não exercem algumas das competências que lhes estão atribuídas por lei, situação indiciadora de que as suas lideranças não são exercidas na sua plenitude.

Os serviços de administração escolar dão uma resposta satisfatória aos utentes. A gestão do pessoal não docente revelou-se adequada.

A Escola está associada ao Centro de Formação das Escolas do Concelho de Vagos, que tem proporcionado a realização de várias acções para pessoal docente e não docente. Todavia, não foram recolhidas evidências de que a Escola proceda à auscultação prévia sobre as necessidades de formação dos diferentes profissionais ou que possua um plano de formação interno que permita colmatar eventuais insuficiências.

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Escola Secundária C/3.º CEB de Vagos – Vagos

A Escola tem boas instalações, com espaços limpos e equipamento adequado ao desenvolvimento das suas actividades, nomeadamente ao nível dos laboratórios e das salas específicas. No entanto, tem falta de espaços para o desenvolvimento de trabalhos em pequenos grupos. Por sua vez, a biblioteca/centro de recursos, apesar de ter um horário de funcionamento adequado, dispõe, em determinados momentos do dia, de um espaço reduzido para o desenvolvimento das actividades programadas, devido à excessiva concentração de utentes resultante de uma gestão inadequada do seu espaço.

A captação de verbas, para além das provenientes do Orçamento de Estado, provém, essencialmente, da candidatura a acções financiadas pelo Programa de Desenvolvimento Educativo para Portugal (PRODEP) e do aluguer de salas para formação. No entanto, a Assembleia de Escola desconhece o montante das verbas arrecadas em receitas próprias, apesar de ser responsável pela definição das linhas orientadoras do orçamento.

Para além da Associação de Pais ter sido constituída por força da iniciativa do Conselho Executivo e da decisão da entrega presencial das avaliações aos encarregados de educação nos finais de período, não foram tomadas outras medidas de modo a incentivar a participação dos pais na vida escolar. É de registar o facto dos representantes dos pais e encarregados de educação, eleitos em cada turma, não serem convocados para as reuniões dos respectivos conselhos.

De um modo geral, existe igualdade de oportunidades para todos os alunos, nomeadamente na constituição de turmas e no acesso a experiências escolares diversificadas. Contudo, em relação aos apoios educativos, verificou-se que o seu horário de funcionamento é por vezes incompatível com os semanários/horários dos alunos.

Foi realçado, como aspecto positivo, o bom clima de relações interpessoais que se vive entre todos os actores escolares.

4. Liderança Insuficiente

O órgão de gestão não apresenta uma visão prospectiva do desenvolvimento da Escola. São referidos como objectivos gerais a educação para a cidadania e a escolarização plena dos alunos. No entanto, não são apresentadas estratégias e metodologias consistentes para a sua consecução.

O Conselho Executivo, apesar do esforço na gestão quotidiana da Escola, não assume, de forma clara, algumas das suas competências directas, nem consegue controlar as que devem ser exercidas pelos restantes órgãos e estruturas educativas, verificando-se uma débil articulação entre os mesmos.

A Escola, no passado, demonstrou ter capacidade de resolver situações de abandono escolar de alguns dos seus alunos, com a implementação dos cursos de educação e formação. Contudo, actualmente, não se verifica abertura à inovação, nem interesse na mobilização da comunidade para o desenvolvimento de projectos propiciadores de mais valias nas aprendizagens dos alunos. Neste contexto, embora os professores denotem interesse no sucesso educativo dos seus alunos e os funcionários não docentes cumpram as tarefas que lhes estão cometidas, não é visível a motivação para a mudança.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da Escola Suficiente

No final do ano lectivo de 2004/2005, a Escola constituiu uma equipa para proceder à avaliação interna, responsável pela análise dos resultados dos alunos do 3.º ciclo, no triénio 2002/2003 - 2004/2005, e pelo tratamento dos dados dos inquéritos de satisfação aplicados à comunidade escolar. Por sua vez, em 2005/2006, foi efectuada a avaliação do Projecto Educativo. Destas actividades de avaliação interna foram detectados alguns pontos fortes e fracos da acção da Escola, designadamente: falta de espaços para trabalho de grupos reduzidos, bom clima de relações interpessoais, fraca participação dos encarregados de educação no acompanhamento do percurso escolar dos seus educandos, insucesso e abandono escolares dos alunos no 3.º ciclo do ensino básico e satisfatórias taxas de aprovação por disciplina dos alunos do 12.º ano. Decorrente desta avaliação foram implementadas, para suprir alguns dos constrangimentos identificados, as seguintes medidas: entrega presencial aos encarregados de educação das avaliações finais de período e criação dos cursos de educação formação.

No entanto, o processo de auto-avaliação desenvolvido, apesar de ter vindo a produzir informação útil, não abrange, de forma sistemática e consistente, as principais áreas-chave do trabalho, assim como não tem sido promotor de estratégias de aperfeiçoamento contínuo e progressivo do planeamento, da gestão das actividades e da organização da Escola.

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Escola Secundária C/3.º CEB de Vagos – Vagos

Porém, são alguns sinais positivos para a mudança e para a melhoria sustentada da Escola o bom relacionamento inter-pessoal entre discentes, docentes e pessoal não docente e a preocupação manifestada com o sucesso educativo dos alunos.

IV – Avaliação por domínio-chave

1. Resultados

1.1 Sucesso académico

A Escola tem feito um levantamento estatístico dos resultados escolares dos alunos, particularmente sobre as taxas de transição e retenção no final de ano e as classificações atribuídas nas diferentes disciplinas no final de cada período. Este levantamento de dados é apresentado em Conselho Pedagógico e nos Departamentos Curriculares.

No ano lectivo de 2005/2006, a média da classificação obtida pelos alunos nos exames nacionais do 9.º ano foi superior à média nacional na disciplina de Matemática (2.48 - 2.42) e inferior na disciplina de Língua Portuguesa (2.57 - 2.67).

No 12.º ano, nas quatro disciplinas em que um maior número de alunos fez exames, constatou-se que os seus resultados, comparativamente à média nacional, foram inferiores nas disciplinas de Português B (111.3 – 112.9) e de Matemática Programa Novo (69.6 – 71.5). Todavia, os resultados obtidos nas disciplinas de Química (81.8 – 78.5) e de Matemática (77.8 – 63.3), apesar de negativos, ficaram acima da média nacional. Foi realizado um estudo do percurso dos alunos que, no ano lectivo de 2002/2003, ingressaram no 10.º ano e que terminaram o 12.º ano em 2004/2005, tendo-se verificado, neste ano lectivo, elevadas taxas de aprovação por disciplina. Contudo, refira-se que, nos resultados da avaliação do 3.º período, referentes a 2002/2003, no 10º ano, 41% dos alunos, inicialmente inscritos, abandonaram a Escola ou ficaram retidos. Relativamente ao 3.º ciclo, a Escola analisou os resultados dos alunos que ingressaram, em 2002/2003, no 7.º ano de escolaridade, dos matriculados no 8.º ano, em 2003/2004, e dos que terminaram com sucesso o 9.º ano em 2004/2005. Desta análise, concluíram que a taxa de sucesso académico foi apenas de 38% e que a taxa de abandono tinha sido elevada. Refira-se que a Escola não dispõe de dados quantitativos sobre o abandono escolar, que lhe permita fazer estudos comparativos interna e externamente.

Com o objectivo de combater o abandono escolar foi adoptada, como estratégia, a implementação, no ano de 2004/2005, de um curso de carácter prático, em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional e, posteriormente, de cursos de educação e formação. Estas vias de formação têm-se revelado como uma mais-valia no incentivo à aprendizagem dos alunos com maiores dificuldades educativas, na redução das situações de abandono e na inserção no mercado de trabalho, havendo, por parte dos Directores de Turma, um acompanhamento sistemático dos alunos que indiciam possíveis casos desse abandono.

Não existem evidências de que a Escola proceda à realização/difusão de estudos comparativos dos resultados escolares dos 9.º e 12.º anos com os de outras escolas sociologicamente semelhantes. No entanto, tem sido feito um levantamento dos resultados da avaliação interna e da avaliação externa dos alunos do 12.º ano.

1.2 Participação e desenvolvimento cívico

Os alunos demonstram gostar da Escola. Foram envolvidos na fase de avaliação do Projecto Educativo, que vigorou no triénio 2002/2005, através do preenchimento de questionários.

A Associação de Estudantes foi constituída, após eleições participadas, e tem motivado os alunos para actividades da Escola ou exteriores a esta, como é o caso da semana da Ciência, das Escolíadas e da realização de eventos desportivos e musicais. Esta Associação pretende atribuir aos alunos, no final do presente ano lectivo, um prémio de reconhecimento de mérito escolar, considerando esta acção fundamental para estimular o gosto pelo saber e pelas aprendizagens adquiridas na Escola. Refira-se, ainda, que um prémio semelhante está instituído para o ensino recorrente, sendo estas iniciativas da exclusiva responsabilidade dos alunos. No entanto, alguns docentes dinamizadores de clubes têm atribuído prémios a estudantes que se destacam nas actividades desenvolvidas.

Os alunos encontram-se representados nos órgãos da Escola, à excepção dos Conselhos de Turma, para os quais não são convocados.

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Escola Secundária C/3.º CEB de Vagos – Vagos

1.3 Comportamento e disciplina

Os alunos revelam, em geral, um comportamento disciplinado, sem casos de violência, o que contribui para a existência de um clima tranquilo e propiciador das aprendizagens.

No início do ano, os encarregados de educação e os alunos tomam conhecimento do Regulamento Interno e das orientações sobre o processo de avaliação.

Existe um bom relacionamento entre toda a comunidade educativa, particularmente entre alunos e funcionários.

Relativamente à assiduidade, constata-se que nas diferentes turmas, em especial nos CEF, existem situações de alunos que faltam com alguma frequência. Os Directores destas turmas tentam, na medida do possível, incutir-lhes regras de pontualidade e de assiduidade para fomentar o sucesso.

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens

A Escola procura responder às expectativas dos alunos, principalmente dos que frequentam cursos de prosseguimento de estudos do ensino secundário, não descurando, todavia, as aprendizagens dos cursos com componente prática, que apresentam taxas de empregabilidade elevadas.

Constatou-se que não existe, por parte da Escola, uma valorização significativa das aprendizagens, nomeadamente no que concerne ao conhecimento e à difusão dos resultados da avaliação dos alunos e à implementação de quadros de mérito.

Os pais e encarregados de educação, de uma forma geral, demonstram satisfação pelas aprendizagens proporcionadas aos seus educandos.

É reconhecido pelo tecido empresarial da região, representado pelo Núcleo Empresarial de Vagos (NEVA), a necessidade dos CEF para a satisfação dos seus associados. As empresas têm proporcionado estágios aos formandos, embora considerem que, por vezes, a suas necessidades extravasam os cursos que são facultados pela Escola.

2. Prestação do serviço educativo

2.1 Articulação e sequencialidade

O Conselho Pedagógico não promove nem desenvolve mecanismos que visem incentivar uma cultura de articulação e sequencialidade pedagógica, quer de âmbito disciplinar, quer entre as diversas estruturas da Escola.

Os Departamentos Curriculares funcionam, principalmente, através das sub-estruturas - conselhos das áreas disciplinares. No entanto, nestas sub-estruturas não são promovidas formas de trabalho cooperativo entre os docentes (realização de testes ou troca e partilha de materiais), nem de articulação intra-disciplinar (apoios educativos, planos de recuperação visando o cumprimento dos programas e apoio à prática lectiva dos docentes em sala de aula), à excepção da definição de critérios de avaliação para cada disciplina.

Contudo, em alguns Departamentos (Matemática/Informática e de Ciências/Tecnologias) é visível, através das actividades propostas no Plano Anual de Actividades, a existência de alguma articulação, intra e inter departamental.

Não é perceptível, pela distribuição do serviço docente, a preocupação em garantir a sequencialidade entre os dois níveis de ensino, já que a continuidade pedagógica se verifica apenas dentro de cada nível.

Os Projectos Curriculares de Turma não apresentam uma estrutura comum, assumindo-se principalmente como documentos administrativos e de histórico da turma e não como verdadeiros documentos de gestão pedagógica. No entanto, a criação de uma matriz comum para a sua elaboração é um dos objectivos da Coordenação dos Directores de Turma, tendo igualmente sido patenteada a necessidade de formação nesta área. Por outro lado, constatou-se que não se faz o aproveitamento da informação dos Projectos Curriculares de Turma de anos lectivos anteriores.

É garantido pela Psicóloga, na transição do 3.º ciclo para o ensino secundário, um apoio sistemático aos alunos, através da orientação nas opções a tomar e no acompanhamento durante o seu percurso escolar. Nos dois níveis de ensino, é feita, por vezes, a reorientação vocacional dos alunos e, no final do ensino secundário, é prestado apoio na escolha dos cursos e na apresentação das candidaturas de acesso ao ensino superior.

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2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula

Não estão previstos mecanismos que permitam garantir um acompanhamento efectivo e uma supervisão interna da prática lectiva dos professores. Ao longo do ano, e por Grupo Disciplinar, é constatado o grau de consecução programática realizado por cada docente e, no final do ano, são transmitidas ao Conselho Pedagógico as matérias não leccionadas. No entanto, não existem referências a eventuais incumprimentos dos programas, bem como a quaisquer iniciativas para obviar os atrasos constatados.

A articulação entre os docentes de cada turma é realizada de forma meramente informal, ao contrário das turmas de CEF em que há reuniões próprias para o efeito.

O Conselho Pedagógico não define critérios gerais de avaliação, nem afere os critérios utilizados pelos diferentes grupos disciplinares, situações que comprometem a equidade e a transparência na avaliação realizada. Na opinião dos interlocutores daquele órgão, a ausência de critérios gerais resulta da falta de consenso sobre o assunto.

As acções de formação realizadas pelos docentes centram-se, exclusivamente, nas áreas da informática e da biblioteca, não satisfazendo as suas necessidades.

2.3 Diferenciação e apoios

A Psicóloga identifica e avalia psico-pedagogicamente os alunos com necessidades educativas especiais, abrangidos pelo Decreto-lei n.º 319/91, de 23 de Agosto. Em colaboração com o Conselho de Turma e com a Professora da Educação Especial são definidas as medidas a adoptar com esses alunos. Esta docente faz um acompanhamento sistemático dos discentes, em contexto de sala de aula, ou fora deste, preferencialmente na biblioteca.

Para os alunos com outras necessidades educativas funciona o sistema de tutorias e de apoio a algumas disciplinas, que decorrem na biblioteca, onde se encontram, para este efeito, professores das várias áreas disciplinares. No entanto, não foi definido o perfil de aluno para a frequência destas duas modalidades de apoio.

A implementação de cursos com um desenho curricular eminentemente prático é uma aposta da Escola na diferenciação da sua oferta, atendendo às características de uma franja da população escolar.

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

A oferta educativa dos cursos diurnos privilegia a componente de prosseguimento de estudos (cerca de 76%), relativamente aos cursos eminentemente de carácter prático (cerca de 24%). No 3.º ciclo do ensino básico, para além da Educação Tecnológica, não é proporcionada aos alunos outra disciplina da área artística.

As actividades de enriquecimento curricular são desenvolvidas nos clubes de Informática, Francês, Ciência e Rádio, do núcleo de Jornalismo e do laboratório da Matemática. Todavia, os alunos consideram que estas não são atractivas, nem mobilizam a sua participação.

É visível a valorização das componentes experimentais e práticas do currículo desde o 3.º ciclo do ensino básico.

3. Organização e gestão escolar

3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

O Plano Anual de Actividades descreve de forma sucinta a estrutura curricular e apresenta alguma coerência interna, prevendo a realização de algumas acções promotoras da articulação interdisciplinar e interdepartamental.

O Projecto Educativo existente abrange o triénio de 2002/2005, tendo sido avaliado no ano lectivo de 2005/2006. No entanto, até à presente data, ainda não foi elaborado um novo documento.

O Projecto Curricular de Escola resume-se à estrutura curricular do 3.º ciclo do ensino básico e apresenta algumas orientações para as Áreas Curriculares não Disciplinares e para as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Não é perceptível a preocupação com a definição de critérios de gestão do tempo escolar assentes em princípios pedagógicos, designadamente o horário das actividades de enriquecimento curricular e dos apoios, que funcionam em tempos desajustados às necessidades dos alunos.

Os horários dos transportes escolares, situação que segundo os interlocutores, já melhorou, não se encontram adaptados ao horário de funcionamento das actividades lectivas. Os tempos de espera, antes e depois do término das aulas, não são adequados, apesar da Escola se encontrar aberta para acolher os alunos. Também

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a segurança dos transportes escolares tem sido motivo de alguma insatisfação e preocupação dos pais e encarregados de educação. Sendo um problema que afecta grande parte dos alunos, não foi colhida qualquer evidência de iniciativas consistentes com o objectivo de superar a situação.

Os diversos interlocutores destacaram, como aspecto positivo, o bom clima de relações inter-pessoais entre toda a comunidade escolar.

3.2 Gestão dos recursos humanos

A Escola definiu critérios para a distribuição do serviço docente, nomeadamente a continuidade pedagógica dentro do mesmo nível de ensino e a adequação do perfil da turma ao docente, particularmente nas turmas dos CEF. No entanto, a distribuição de serviço assenta, predominantemente, na preferência indicada pelos professores, tendo por base o critério de antiguidade.

Relativamente ao cargo de Director de Turma, apesar de não haver a definição de perfis, a função é atribuída a professores que já conhecem a turma ou que demonstram ter capacidades relacionais específicas (turmas dos CEF).

Os titulares dos cargos de gestão de topo e intermédia – Assembleia de Escola, Conselho Pedagógico e Departamentos Curriculares – não exercem algumas das competências que a lei determina (Assembleia - definir as linhas orientadoras para a elaboração do orçamento; Conselho Pedagógico – definir princípios gerais nos domínios da articulação e diversificação curricular, dos apoios e complementos educativos e das modalidades especiais da educação escolar; Departamentos – assegurar a coordenação das orientações curriculares e dos programas de estudo, promovendo a adequação dos seus objectivos e conteúdos à situação concreta da escola).

A gestão do pessoal não docente revelou-se adequada, existindo rotatividade apenas em alguns sectores, quando necessário.

Os serviços de administração escolar estão estruturados por áreas comuns e dão uma resposta satisfatória às necessidades dos seus utentes. Verifica-se, no entanto, alguma “resistência à mudança”, particularmente na utilização das novas tecnologias da informação e comunicação, tendo em conta a existência, nestes serviços, de grupos etários diferenciados.

O pessoal não docente tem participado em várias acções de formação proporcionadas pelo respectivo Centro de Formação e por outras entidades, de acordo com a sua preferência pessoal. Porém, não existe uma prática intencional dos responsáveis da Escola, no sentido de orientar os seus funcionários para acções de formação que procurem dar resposta às necessidades.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros

A Escola apresenta boas instalações, revelando preocupação com a manutenção e o embelezamento de alguns espaços, através da exposição de trabalhos realizados pelos alunos. No entanto, a Escola considera que a falta de espaços condiciona o desenvolvimento do trabalho em pequenos grupos, área que foi considerada problemática na sequência da avaliação do Projecto Educativo desenvolvido no triénio 2002/2003-2004/2005. As salas específicas de Ciências Naturais, Ciências Físico-Químicas, Informática, Educação Visual e Tecnológica dispõem do material necessário para a realização das actividades experimentais e práticas. A biblioteca/centro de recursos, apesar de ser muito procurada por alunos e professores, ainda não se assume como um pólo dinamizador da qualidade das aprendizagens, através da implementação de dinâmicas próprias, não se verificando uma gestão adequada do seu espaço.

Os espaços exteriores apresentam-se limpos e razoavelmente bem cuidados, sendo a entrada vigiada.

A Escola consegue obter receitas próprias, mediante a candidatura a acções financiadas pelo Programa de Desenvolvimento Educativo para Portugal (PRODEP) e o aluguer de instalações, através de protocolos (empresas, Núcleo Empresarial de Vagos e Academia de Informática). No entanto, a Assembleia de Escola revelou desconhecer o montante daquelas receitas, apesar da responsabilidade que tem na definição das linhas orientadoras do orçamento.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa

No início do ano é disponibilizado pelos Directores de Turma, aos encarregados de educação, um extracto do Regulamento Interno. Os critérios de avaliação relativos a cada disciplina são dados a conhecer aos alunos e constam de um dossier existente na reprografia, que pode ser solicitado por qualquer pai/encarregado de educação.

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A Associação de Pais foi constituída por força da iniciativa do Conselho Executivo. Contudo, ultrapassada esta fase, os órgãos sociais desta associação têm-se revelado inactivos, não se fazendo representar nos órgãos onde têm assento e para os quais são convocados.

Como forma de incentivar a participação dos pais e encarregados de educação na vida dos seus educandos foi decidido que a entrega das avaliações nos finais de período, pelos Directores de Turma, era realizada presencialmente. Porém, apesar da Escola ter procedido à eleição dos representantes dos pais e encarregados de educação em cada turma, estes não são convocados pelo Conselho Executivo para as respectivas reuniões. Existe uma boa relação e colaboração entre a Escola e o Núcleo Empresarial de Vagos. Este núcleo demonstra satisfação pelos cursos proporcionados pelo estabelecimento de ensino, nomeadamente os de componente prática.

3.5 Equidade e justiça

De uma forma geral, existe igualdade de oportunidades para todos os alunos, nomeadamente na constituição das turmas e no acesso a experiências escolares diversificadas.

No entanto, a equidade e a justiça são condicionadas pela incompatibilidade entre os horários de alguns apoios e os semanários/horários dos alunos, bem como pela inexistência de critérios gerais de avaliação e respectivas ponderações, por nível de ensino ou por ano de escolaridade. Constatou-se, por exemplo, que alguns alunos só podem beneficiar de apoio à disciplina de Matemática se faltarem a aulas de Educação Moral e Religiosa Católica. Verificou-se também que não é realizada, nos órgãos próprios, qualquer aferição das classificações dos testes e das classificações de final de período lectivo.

4. Liderança

4.1 Visão e estratégia

O órgão de gestão não apresenta uma visão prospectiva do desenvolvimento da Escola para os próximos três anos, não havendo uma definição clara das metas a atingir, nem das estratégias conducentes à sua viabilização, de modo a constituírem-se como referência para a acção da Escola. Todavia, a educação para a

cidadania é apontada, pelos vários interlocutores, como um objectivo geral a atingir, bem como a escolarização plena dos alunos, concretizada através da criação dos CEF. É de referir que, neste âmbito, o

Conselho Executivo tem participado em reuniões com outras escolas da região, visando a diversificação da oferta de formação dos CEF.

A Escola limita-se a apontar como constrangimentos à sua acção a persistente carência de espaços e a falta de investimento das famílias no percurso escolar dos seus educandos.

As estratégias para a superação dos problemas apresentados não partem de uma reflexão conjunta, mas de iniciativas individuais, particularmente do órgão de gestão, que tem tentado, por exemplo, adaptar alguns recantos dos seus espaços para minorar o problema das instalações, embora não seja evidente a existência de um plano consistente para a sua gestão.

Não foi visível que houvesse, por parte do Conselho Executivo, um planeamento eficaz do seu trabalho e uma política global para a Escola, apesar do empenho evidenciado na gestão quotidiana e na superação de alguns constrangimentos. A sua actuação não demonstra uma assunção plena das competências previstas na lei, o que condiciona, consequentemente, o exercício das competências por parte dos outros órgãos e estruturas educativas.

4.2 Motivação e empenho

A actuação do pessoal docente e não docente assenta mais no cumprimento das determinações do órgão de gestão, do que na motivação e na mobilização para a prossecução de objectivos comuns.

É patente a dificuldade dos responsáveis da Escola em definir e implementar estratégias promotoras da articulação entre os diferentes órgãos, bem como de mobilizar os profissionais para a consecução de um projecto colectivo.

Contudo, é de registar a preocupação dos professores com o sucesso educativo dos seus alunos, daqueles que optam pelos cursos de carácter prático e dos que querem ingressar no ensino superior, particularmente nos cursos que exigem classificações elevadas.

Destaque-se, ainda, o entusiasmo do representante da Associação de Estudantes, que aposta na valorização do espaço da Escola e no incentivo aos alunos com maior sucesso académico, através da atribuição de prémios.

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4.3 Abertura à inovação

A Escola já demonstrou, com a implementação dos Cursos de Educação e Formação, uma dinâmica de inovação, que lhe permitiu a obtenção de resultados com efeitos positivos na diminuição gradual do abandono escolar e no aumento dos níveis de empregabilidade dos alunos.

Presentemente, a Escola revela alguma inércia na abertura à inovação e na capacidade para mobilizar a comunidade educativa em torno do desenvolvimento de projectos, quer sejam da sua iniciativa ou em parceria com outras entidades. É de destacar que, neste contexto, o estabelecimento de ensino não tem revelado capacidade para superar problemas persistentes, como é o caso dos transportes escolares e a oferta de actividades extra-curriculares que consigam mobilizar a participação dos alunos. No entanto, os interlocutores consideram que a Escola foi inovadora ao antecipar o processo de aulas de substituição, antes da sua implementação a nível nacional.

4.4 Parcerias, protocolos e projectos

As parcerias existentes com as empresas da região decorrem da determinação legal para o funcionamento dos cursos de índole essencialmente prática, quer sejam dos CEF quer sejam dos cursos tecnológicos. Dada a diversidade dos cursos leccionados na Escola, tem sido fundamental a articulação com o Núcleo Empresarial de Vagos e outras entidades, tais como Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), para a integração dos formandos no mundo do trabalho.

Relativamente aos projectos em desenvolvimento na Escola, para além dos clubes, destaca-se a “Semana da Ciência e da Tecnologia”, projecto aberto às escolas vizinhas, a participação da Escola na Feira Cultural Concelhia, no Equamat, nas diferentes Olimpíadas e no Desporto Escolar.

Existem evidências de articulação com outras escolas da região, designadamente na definição de uma rede de funcionamento de diversos Cursos de Educação Formação, por forma a garantir a diversidade da oferta, atendendo às necessidades e opções dos alunos e aos interesses empresariais da região.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria da escola

5.1 Auto-avaliação

No culminar do ano lectivo de 2004/2005, a Escola formou uma equipa para realizar a avaliação interna, centrada na análise dos resultados dos alunos do 3.º ciclo, no triénio 2002/2003 - 2004/2005, e do tratamento dos dados dos inquéritos de satisfação aplicados à comunidade escolar. Por sua vez, em 2005/2006, com a introdução de mais elementos naquela equipa, foi efectuada também a avaliação do Projecto Educativo. Estes processos de reflexão interna permitiram identificar algumas debilidades e pontos fortes da acção desenvolvida pela Escola, nomeadamente: a falta de espaços para trabalho de grupos reduzidos, o bom clima de relações interpessoais, a fraca participação dos encarregados de educação no acompanhamento do percurso escolar dos seus educandos, o insucesso e abandono escolares dos alunos no 3.º ciclo do ensino básico e as taxas satisfatórias de aprovação por disciplina dos alunos do 12.º ano.

Deste exercício de avaliação interna, a equipa concluiu também que o Projecto Educativo que vigorou no triénio de 2002/2003-2004/2005 não se assume como um instrumento orientador da acção educativa, tendo referido, a este propósito, o seguinte: “(…) o Projecto Educativo será sempre algo de impreciso, sendo difícil concentrar esforços no sentido de criar a infra-estrutura de base que permita concretizar finalidades específicas e objectivas de modo a criar a sua própria individualidade”.

Na sequência das fragilidades do desempenho da Escola detectadas pela avaliação interna foram implementadas as seguintes medidas: entrega presencial aos encarregados de educação das avaliações finais de período e criação dos cursos de educação formação.

Importa ainda referir que as actividades de avaliação interna foram conduzidas exclusivamente por docentes, não contando com o envolvimento e a participação dos restantes parceiros da comunidade educativa, quer ao nível da execução quer ao nível da implementação. Por outro lado, a divulgação dos resultados da auto-avaliação foi realizada apenas de forma restrita em alguns órgãos da Escola, havendo, por parte dos alunos, pais e de alguns professores desconhecimento desses resultados.

5.2 Sustentabilidade do progresso

O processo de auto-avaliação desenvolvido, apesar de ter vindo a produzir informação útil, não abrange, de forma sistemática e consistente, as principais áreas-chave do trabalho, assim como não tem sido promotor de

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estratégias de aperfeiçoamento contínuo e progressivo do planeamento, da gestão das actividades e da organização da Escola.

Desta forma, o estabelecimento de ensino não identifica, de forma sustentada, os pontos fortes e fracos do seu desempenho, nem apresenta objectivos estratégicos para a sua acção.

Contudo, são alguns sinais positivos para a mudança e para a melhoria sustentada da Escola o bom relacionamento inter-pessoal entre discentes, docentes e pessoal não docente e a preocupação manifestada com o sucesso educativo dos alunos.

V – Considerações finais

A avaliação externa levada a efeito na Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico de Vagos permitiu identificar pontos fortes, debilidades da sua acção e oportunidades de desenvolvimento que podem constituir desafios para a melhoria.

Pontos fortes:

• Prevenção do abandono escolar, nomeadamente através da implementação de cursos de educação e formação;

• Apoio e acompanhamento na orientação vocacional dos alunos; • Comportamento e disciplina dos alunos;

• Relacionamento inter-pessoal entre alunos, docentes e pessoal não docente. Debilidades:

• Insucesso académico verificado em alguns anos de escolaridade;

• Falta do exercício de algumas competências por parte dos órgãos de topo e intermédios; • Inexistência de estratégias claras e sustentáveis para atingir os objectivos delineados; • Não aplicação de critérios pedagógicos na distribuição do serviço docente;

• Insuficiente cultura de articulação e sequencialidade pedagógicas;

• Inexistência de mecanismos de acompanhamento e supervisão da prática lectiva;

• Falta de um acompanhamento regular do cumprimento dos programas curriculares em cada disciplina/turma;

• Inexistência de critérios gerais de avaliação das aprendizagens;

• Inadequação dos projectos curriculares de turma, enquanto gestores das aprendizagens; • Incompatibilidade dos horários de algumas actividades de apoio e de enriquecimento curricular; • Ausência de convocação dos alunos e dos encarregados de educação para as reuniões dos Conselhos

de Turma;

• Inexistência de um plano de formação de docentes que responda às necessidades; • Inexistência de Projecto Educativo.

Oportunidade de melhoria:

• Assunção das competências por parte dos diversos órgãos e estruturas, perante a existência de algumas condições favoráveis ao desenvolvimento da Escola, nomeadamente o exercício de algumas actividades de avaliação interna, o bom relacionamento inter-pessoal, a ausência de problemas comportamentais e o contexto socio-económico favorável (Índice de Desenvolvimento Social médio); • Aprofundamento do processo de auto-avaliação, com o envolvimento dos diferentes parceiros e com

o alargamento a outras áreas do desempenho escolar, designadamente em relação ao acompanhamento e à avaliação do funcionamento dos diversos órgãos e estruturas.

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Nota da Direcção da IGE

Atendendo às classificações atribuídas nesta fase de avaliação externa, esta Escola deverá beneficiar de apoio específico no ano lectivo 2007/08, com a participação activa da Direcção Regional de Educação do Centro e o acompanhamento especial por parte da IGE. Neste sentido, a Escola proporá um plano de melhoria, com objectivos e metas a cumprir.

No fim do próximo ano lectivo, a IGE procederá à revisão da apreciação do desempenho da Escola, de forma a permitir que esta e a administração educativa reconsiderem a possibilidade de celebração de um contrato de desenvolvimento e autonomia.

Referências

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