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HÁ MUNDO POR VIR? O Riso dos Ratos, Joca Reiners Terron DIVULGAÇÃO. BRUNA FORTE

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FORTALEZA - CEARÁ,TERÇA-FEIRA, 1 DE JUNHO DE 2021

www.opovo.com.br/vidaearte vidaearte@opovo.com.br | 3255 61 37

“Sua própria morte se resumiu à im-portância de um gatilho ou de uma des-culpa: existia apenas para disparar algo mais essencial, algo que daria fim ao

seu sofrimento, ainda que temporaria-mente. Sabia que em poucos meses não sentiria mais nada, nem amor, nem ver-gonha, nem ódio”. Na terra arrasada de um país sem nome e sem esperança, um homem diagnosticado com uma doen-ça fatal promete vingar a filha de uma violência sofrida dentro da noite insone.

Entre sacos de lixo na sarjeta e ratos que parecem zombar de qualquer crença no amanhã, o novo livro do escritor cuiaba-no Joca Reiners Terron desenha um pre-sente em coma.

“O Riso dos Ratos” (2021), publicado pela editora Todavia, é uma epopeia ao avesso, uma embarcação à deriva que

indica: para frente, o pior. Numa escrita íntima, o autor de obras como “A mor-te e o memor-teoro” (2019), “Noimor-te dentro da noite” (2017) e “A tristeza extraordinária do leopardo-das-neves” (2013) entrela-ça realidade e ficção no novo romance. Neste mundo em colapso, Joca Reiners Terron habita as fronteiras da criação.

MUNDO

POR

VIR?

| LITERATURA |

Novo romance do escritor cuiabano Joca Reiners Terron publicado pela

editora Todavia, ficção “O Riso dos Ratos” (2021) expõe fissuras de um presente que se esfacela

RENA TO P ARAD A/ DIVULG A ÇÃO

O Riso dos Ratos,

Joca Reiners Terron

Gênero: fi cção brasileira Ano de lançamento: 2021 Número de páginas: 208 Editora: Todavia

(todaviali-vros.com.br) Quanto: R$ 62,90 (físico); R$ 39,90 (e-book) DIVULG A ÇÃO BRUNA FORTE bruna.forte@opovo.com.br

O POVO: “O Riso dos Ra-tos” tateia um presen-te que anda para trás: o protagonista, perturbado pela violência que a filha sofreu e vivo tão somente pelo desejo da vingança, passa a habitar um mer-cado, um quilombo, uma plantação e o porão de um navio. A metáfora desse País que regride atraves-sa o Brasil de 2020 e 2021 — a pandemia, o nega-cionismo, o anticientifi-cismo… Como foi o pro-cesso de criação da obra nesse cenário nacional, Joca? Essa realidade in-certa e conturbada se im-põe na ficção?

Joca Reiners Terron: Como

toda obra de ficção, o ro-mance pondera a respeito de uma pergunta: e se? No caso, e se um homem estiver tão obcecado por um problema de ordem íntima, a violên-cia a que você se refere, a ponto de não perceber que o mundo ao seu redor desmo-ronou? O que aconteceria? Evidentemente, a resposta possível é o desencadear dos fatos que acometem esse pai, uma vítima dos preceitos masculinistas ultrapassados e violentos que ainda deter-minam ações da maioria dos homens. Vivemos cercados por narrativas de ficção, desde a publicidade até a po-lítica, das redes sociais aos

preconceitos que obstruem nossos horizontes. Diante desse fato, a atual missão de um escritor de ficção como eu é dizer a verdade, é inven-tar a realidade.

OP: Como essa iminência da morte, que apresenta ao protagonista o presente como ponto final da traje-tória, altera a relação do sujeito com o entorno? Joca: Todos nós vivemos na

ex-pectativa de que em nosso instante final vai passar um filminho diante de nossos olhos, o filme de nossa vida, algo que dará sentido ao todo, amarrando episódios que de outro modo parece-riam soltos, caóticos. Não sabemos se isso acontece, já que ninguém voltou para contar o que acontece

de-pois do fim do filme. De fato, ninguém quer morrer sem concluir o que vinha fazen-do, e essa é outra ilusão. O protagonista do romance se apega à vingança como uma ideia porque é a única pos-sibilidade que lhe resta, é o que o mantém vivo.

OP: O flerte com um fu-turo apocalíptico e pós -apocalíptico perpassa outras obras suas. Em “A Morte e o Meteoro”, por exemplo, a Amazônia é completamente destruí-da pelo homem branco, o “grande mal”. O líder indígena e escritor Ail-ton Krenak, no entanto, recorda que seu povo há mais de 500 anos resiste a um mundo em colapso. Quem já experimentou esse fim do mundo, Jo-ca? No contexto urbano, quem vivencia o mundo que já se acabou?

Joca: Na verdade, não chego

a determinar no meu ro-mance anterior ou mesmo neste se a história se passa no futuro. No anterior, te-mos uma missão espacial chinesa rumo a Marte, o que talvez seja um indicativo, já que viagens tripuladas para Marte ainda são impossí-veis. Em “O riso dos ratos” não há nem mesmo men-ção se a história se passa no Brasil, já que nenhum lugar

ou personagem tem nome, exceto por um supermer-cado chamado Futurama, o que é irônico. As cidades começam a morrer pelo seu centro, em geral, veja só o centro de Fortaleza ou o de São Paulo, são lugares aban-donados pelo poder, que mi-grou para outras regiões da cidade, levado pela especu-lação. Quem vive nesses lu-gares, mendigos, sem tetos, pessoas marginalizadas, são habitantes de um mundo que já acabou. Quando ve-mos um homem passar com seu carrinho de supermer-cado cheio de tralhas, esse é o habitante de um mundo extinto. Nós, que os vemos das janelas de nossos car-ros, teremos nosso próprio apocalipse, que talvez nos aguarde na próxima esqui-na. As pessoas não perce-bem que se o mundo acaba para um, acaba para todos.

OP: Nesse ínterim, qual é o seu interesse nessas escritas sobre um não-futuro? Qual é a impor-tância da literatura no registro do presente que se esfacela?

Joca: Não tenho um interesse

específico pelo assunto, mas o assunto se impõe a qual-quer pessoa de hoje em dia que tenha dois neurônios. Na última década, o futuro como ideia deixou de

exis-tir, na medida em que não questionamos seriamente o aquecimento global, po-líticas ambientais, e não só, a própria democracia vem sendo extinta, ou as insti-tuições que caracterizam o Estado republicano. Novas narrativas acerca do futuro precisam ser inventadas, para a ideia mesma de futu-ro voltar a vigorar. Por ora, o que temos é a iminência das catástrofes, no plural, pois são múltiplas, estão em todos os lugares. A literatu-ra tem, no máximo, um pa-pel recordatório, de alerta. A ficção científica desde sua origem cumpriu um papel de norte moral, Jules Verne era um moralista.

OP: Por fim, o protagonis-ta da obra está “aprisiona-do ao torvelinho “aprisiona-do pre-sente”. Em sua leitura, há mundo por vir?

Joca: Adulterando a frase

cé-lebre de Kafka, sim, existe esperança, esperança in-finita. Mas não para nós, brasileiros. É claro, po-rém, que ainda estamos em tempo de mudar de ideia, o primeiro passo é tirar do poder essa corja que ocupa o Palácio do Planalto. Mas para isso precisamos nos libertar deste presente que nos congela, pois corremos o risco de retrocedermos ao passado e à barbárie.

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VIDA&ARTE

FORTALEZA - CE, TERÇA-FEIRA, 1 DE JUNHO DE 2021

􀣥

FLÁVIO PAIVA*

contato@flaviopaiva.com.br www.flaviopaiva.com.br *ESCREVE ÀS TERÇAS C O N F I R A E STA E O U T R A S C O LU N A S E M W W W. O P O V O . C O M . B R / C O LU N A S O documentário “Portuñol” apresenta as fusões das línguas portuguesa e espanhola, além do guarani, nas fronteiras do Brasil com seus países vizinhos

NA DÚVIDA

SOBRE A PRÓPRIA

CAPACIDADE DE

LIDERANÇA, A

ELITE NATIVA TEM

OPTADO EM FICAR

COM AS SOBRAS

DO ENTREGUISMO

O senhor-cidadão deu meia-volta?

O Brasil passa por um fenômeno estrutural po-lítico tão drástico quanto inquietante. No epicen-tro de inflexão da sua metanarrativa de origem colonial está um governo que prioriza o aniquila-mento da democracia, a degradação dos biomas nacionais, a ausência de fronteiras para espo-liações por parte do agronegócio e o extermínio oportunista e acelerado do maior número possí-vel de desafortunados do país.

Como isso tem ocorrido sem freios, aumenta a urgência e a necessidade de muitas teses e de-bates para que se chegue a um entendimento do que pode ser feito diante do competente método despótico vigente e sua produção de embaraços emotivos e cognitivos na população, onde o crer desconjura o saber e o conhecimento, infernizan-do a vida social e despedaçaninfernizan-do a esfera pública.

Tais atos me levam a pensar que a conivên-cia das elites com os desatinos do presiden-te da República e seus asseclas está associada ao temor de se ver compelida a pensar com a própria cabeça e a participar da formulação de uma proposta de país que pudesse estar à altura dos avanços dos movimentos sociais e da classe trabalhadora, que, mesmo tendo desmilinguido

antes de amadurecer, passou a assumir espaços substanciais de poder.

No livro “A revolução burguesa no Brasil” (Edi-toras Kotter e Contracorrente, 2020), o pensador e político paulistano Florestan Fernandes (1920 – 1995) reflete com lucidez sobre o padrão estru-tural da sociedade brasileira e suas variantes de organização de poder. Mostra, inclusive, como o senhor de engenho atuava no processo colonial apenas como agente econômico de expropriação.

Com a Independência (1822) surgiu o agente negociante importador e exportador, que, jun-tamente com muitos burocratas, teve destaque na mudança do estatuto colonial para a ideia de formação da sociedade nacional. Inclinado a transformar a acumulação de riqueza em fonte de poder, mantinha o regime patrimonialista, a escravatura e a repressão como técnica de controle social e político.

Assim como o senhor de engenho, esse senhor-cidadão passou a atuar no circuito da mercan-tilização, também limitado ao âmbito interno. Ambos nunca deixaram de ser intermediários na drenagem de riquezas para fora do País. Flores-tan caracterizou de autocracia a maneira com

que as elites nativas se juntaram para manter a estruturação das desigualdades, agindo com vi-rulência quando ameaçadas de perder riqueza, poder e prestígio.

Nas últimas décadas, embora o proletariado tenha enfraquecido por assumir novas formas de servidão, atreladas ao consumismo e ao dese-jo de ostentação, e as conquistas sociais encon-trem dificuldade de coesão em torno do conceito de sociedade de bem-estar, o senhor-cidadão sente-se mais confortável com um capataz im-becil, mas bom de trabalho sujo, do que evoluir no processo democrático.

Na dúvida sobre a própria capacidade de lide-rança, a elite nativa tem optado em ficar com as sobras do entreguismo e parece dar meia-volta rumo ao tempo em que não precisava se explicar pelo que fazia. Talvez hoje até ache que a destrui-ção ambiental com apoio do Ministério do Meio Ambiente esteja exagerada e que o Brasil pudesse ter mais unidades de conservação, mais reservas e melhor aproveitamento do seu potencial bioe-conômico, mas o senhor-cidadão prefere assumir uma covarde condição análoga à de senhor de en-genho, fingindo que não tem nada a ver com isso.

Nesta terça-feira, 1º, será apresentada uma performance dramática a partir do espetáculo “Matriarquia (Em processo)”, com a atriz Camila Pitanga RODRIGO PINHEIRO E G AL CIPRES TE/DIVULG A ÇÃO DIVULG A ÇÃO DIVULG A ÇÃO

O

MELHOR

DA A G E N DA C U LT U R A L

Q U E R D I V U L GA R S E U E V E N T O ? R E P O R T E R @ O P O V O . C O M . B R

MOSTRA SESC

DE CINEMA

BATE-PAPO SOBRE

HITCHCOCK

INSCRIÇÕES BATE-PAPO

As inscrições para a IV Mostra Sesc de Cinema se iniciam nesta terça-feira, 1º de junho. Cineastas de todos os estados brasileiros poderão inscrever suas obras para participação de exibições nacionais e regionais das produções. Podem ser inscritos curtas, médias e longas metragens. As obras devem ter sido finalizadas a partir de 1º de janeiro de 2019. As inscrições irão até o fim do mês.

Quando: a partir de hoje, 1º; inscrições até 30

de junho

Onde: sesc.com.br/mostradecinema

Ocorrerá nesta terça-feira, 1º, um bate-papo ao vivo sobre Alfred Hitchcock, cineasta responsável por “Psicose”, “Vertigo - Um Corpo Que Cai”, “Janela Indiscreta” e “Os Pássaros”. A obra do diretor britânico será debatida pelo diretor e curador do Belas Arte Grupo André Sturm e pelo escritor, jornalista e roteirista Marçal Aquino. A conversa será aberta por Alexandre Martins Fontes.

Quando: nesta terça-feira, 1º, às 18 horas Onde: Belas Artes À La Carte no YouTube

INFORMAÇÕES SOBRE ATRAÇÕES, DATAS E HORÁRIOS SÃO DE RESPONSABILIDADE DOS ORGANIZADORES DOS EVENTOS

CAMILA PITANGA NO

DRAMATURGIA ENCENA

DRAGON

BALL Z KAI

PROCESSO CRIATIVO ANIMAÇÃO

O Dramaturgia Encena reúne programação voltada para discutir configurações

e as figurações da feminilidade e da maternidade contemporânea. Nesta terça-feira, 1º, será apresentada uma performance dramática a partir do espetáculo “Matriarquia (Em processo)”, com a atriz Camila Pitanga. Em seguida, a artista e a diretora Cristina Moura participarão de um bate-papo sobre o processo criativo da obra, com mediação de Lorena Wendt, gerente do Sesc Fortaleza.

Quando: nesta terça-feira, 1º, às 19 horas;

bate-papo às 20 horas

Onde: Sesc Ceará no YouTube; bate-papo

em @caiapitanga no Instagram

Estreia na Warner Channel nesta terça-feira, 1º, “Dragon Ball Z Kai”, releitura do anime “Dragon Ball Z” original que foi produzida para marcar o aniversário de 20 anos do mangá de Akira Toriyama. Os episódios serão exibidos de segunda a sexta-feira, na faixa das 9 e das 15 horas, e mais quatro serão veiculados aos sábados na faixa das 14 horas.

Quando: a partir desta terça-feira, 1º Onde: Warner Channel

PORTUÑOL NO

CANAL BRASIL

DOCUMENTO

Com direção de Thais Fernandes, o documentário “Portuñol” estreia nesta terça-feira, 1º, no Canal Brasil. A obra

apresenta as fusões das línguas portuguesa e espanhola, além do guarani, nas fronteiras do Brasil com seus países vizinhos. A partir dessa mistura de culturas, surge o “portuñol” que forma a identidade de seus habitantes. O documentário foi premiado como melhor longa gaúcho no Festival de Cinema de Gramado de 2020.

Quando: hoje, dia 1º, às 20h45min Onde: no Canal Brasil

Ocorrerá nesta terça-feira, 1º, um bate-papo

ao vivo sobre Alfred Hitchcock, cineasta responsável por “Psicose” DIVULG A ÇÃO

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FORTALEZA - CE, TERÇA-FEIRA, 1 DE JUNHO DE 2021

􀢭

&

BEM-ESTAR

AUTOCUIDADO

MAIS ATIVOS

PROCESSOS

Apaixonada por cosméticos e atuante na área de cosmética natural com a loja Alquimist, a química Aline Machado, 32, explica que o processo pioneiro da saboaria natural é a saponificação. “Consiste na mistura de manteigas e óleos vegetais, no caso dos cosméticos veganos, com a lixívia, uma solução de soda cáustica concentrada”, detalha. Já para os condicionadores sólidos, é feito uma

emulsão sólida com ativos e emulsificantes. Ela aponta que os produtos sólidos concentram mais ativos, responsáveis pelo tratamento. “Produtos líquidos contém de 80% a 90% de água, sobrando apenas 10% para todos os outros ingredientes e, com isso, existem menos de 5% de ativos”, pontua.

“Cada pele tem a sua indicação. Com relação a disfunções dermatológicas e/ ou sensibilidade, geralmente os naturais tendem a ser melhor aceitos. Sem esses químicos sintéticos muitas peles sensíveis se dão bem com eles”, acrescenta. A experiência da estudante Isadora de Araújo, 23, com os cosméticos sólidos transformou a sua rotina de cuidados. “Eu sofria com uma oleosidade excessiva no couro cabeludo. Com o uso constante do xampu em barra de

tratamento, meu couro cabeludo mudou completamente, pondo fim à oleosidade excessiva. No rosto, a oleosidade também foi controlada sem agressão ou ressecamento à pele”, comenta. O armazenamento destes produtos deve ser feito em locais frescos e arejados, visto que são biodegradáveis e costumam perder a consistência se ficarem molhados o tempo todo. “A dica é: usou, coloca num local separado do banheiro onde não vai ficar recebendo os respingos de água”, sugere Aline.

Produtos feitos com ingre-dientes naturais, sem testes em animais e com embala-gens biodegradáveis. Esta é a proposta dos cosméticos sólidos, itens indicados para quem busca uma rotina de cuidados mais consciente e aliada a uma produção sus-tentável. “A principal dife-rença é que nos cosméticos sólidos não uso embalagem plástica, ou seja, no final da vida útil do produto, não vai ter nada para jogar no lixo”, argumenta Laura Colares, 34, proprietária da loja de cos-méticos naturais Calêndula.

Segundo levantamen-to feilevantamen-to no início de abril pela startup Opinion Box, mais de 40% das brasileiras priori-zam produtos com quantidade mínima de químicos. Os itens sóli-dos ganham consumidores pela composição com maté-rias-primas de origem natu-ral e o aumento da vida útil do produto, que pode durar até três meses. Laura conhe-ceu esta área ao viajar para Alto Paraíso no ano de 2012, mas só se aprofundou no as-sunto ao realizar um curso de naturologia em Fortaleza.

“Entendi que tudo que co-memos e passamos no corpo influencia na nossa saúde e na do planeta. Comecei a me questionar sobre o por-quê de apenas a alimentação saudável ser mais pratica-da? Mas e o que passamos na nossa pele? Por que não se preocupar?”, relata. Desta vontade de mudança criou a Calêndula, empreendimento local que tem uma lista vas-ta de produtos naturais para todo o corpo, como xampu, condicionador e sabonete. As versões sólidas são feitas com tensoativos verdes bio-degradáveis e a combinação de ervas aromáticas, óleos vegetais e óleos essenciais.

Apesar do formato diferen-ciado, o método de aplicação não é difícil. Para produtos corporais, como deso-dorantes e hidra-tantes, basta mas-sagear o item na pele. Já com os xampus e

condicio-nadores, é necessário mo-lhar o produto para, depois, manuseá-lo com a palma da mão. O procedimento fun-cionou bem para a servidora pública Gabriela Fontenelle, que se interessou pelos itens após ler informações sobre os danos das substâncias quími-cas no corpo. Após o uso de xampu, condicionador e hi-dratante corporal em barra, ela notou uma “diminuição drástica da queda de cabelos, além da pele mais viçosa e menos sensível”.

| TENDÊNCIA |

Na contramão dos testes em animais e com embalagens biodegradáveis,

produtos sólidos crescem como uma alternativa consciente no mercado de cosméticos

SUSTENTABILIDADE

Onde encontrar

Calêndula Cosméticos Naturais Mais informações: @calendula_cosmeticos_ naturais no Instagram Alquimist

Mais informações: @alqui-mistofi cial no Instagram Mulher Terra Biocosméticos

Mais informações: @mulher.terra no Instagram Magia Preta Mais informações: @magiapreta no Instagram Flora Bamboo Mais informações: @fl orabamboo no Instagram LARA MONTEZUMA lara.montezuma@opovo.com.br

ESPECIAL PARA O POVO

e

PRATICIDADE

DIVULGAÇÃO NA TÁLIA MARQUES/DIVULG A ÇÃO

ciado, o método de aplicação não é difícil. Para produtos corporais, como deso-dorantes e

hidra-xampus e

condicio-Os produtos da Calêndula são biodegradáveis to feito no início de abril

pela startup Opinion

químicos. Os itens sóli-dos ganham consumidores

Os cosméticos sólidos possuem mais ativos em comparação aos produtos líquidos

O formato sólido também diminui o consumo de plástico

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VIDA&ARTE

FORTALEZA - CE, TERÇA-FEIRA, 1 DE JUNHO DE 2021

􀏄

O que é e como jogar 1. O jogo é constituído de 81 quadrados numa grade de 9 x 9 quadrados, subdivivida em nove grades menores de 3 x 3 quadrados. 2. Cada fileira (vertical e horizontal) deverá conter números de 1 a 9. 3. Cada grade menor, de 3 x 3 quadrados, deverá conter números de 1 a 9.

4. Nas fileiras horizontais e verticais da grade maior, cada número deverá aparecer uma só vez.

SUDOKU

PALAVRAS CRUZADAS

23 DE SETEMBRO A 22 DE OUTUBRO 23 DE OUTUBRO A 21 DE NOVEMBRO 22 DE NOVEMBRO A 21 DE DEZEMBRO 21 DE JUNHO A 22 DE JULHO 23 DE JULHO A 22 DE AGOSTO 23 DE AGOSTO A 22 DE SETEMBRO

22 DE DEZEMBRO A 20 DE JANEIRO 21 DE JANEIRO A 19 DE FEVEREIRO 20 DE FEVEREIRO A 20 DE MARÇO 21 DE MARÇO A 20 DE ABRIL 21 DE ABRIL A 20 DE MAIO 21 DE MAIO A 20 DE JUNHO

Brincar

Os mundos de Liz.

DANIEL BRANDÃO

www.estudiodanielbrandao.com

As aventuras do grandiloquente DJ.

@albanoseletor

Entre as sarjetas.

ISE NISHI

@entreassarjetas

HORÓSCOPO PERSONARE

www.personare.com.br | a.martins@personare.com.br

PEIXES

AQUÁRIO

CAPRICÓRNIO

SAGITÁRIO

ESCORPIÃO

LIBRA

VIRGEM

LEÃO

CÂNCER

GÊMEOS

TOURO

ÁRIES

Procure evitar estresse e dar valor ao que gera bem-estar. O dia a dia exige ritmo moderado. Chegou a hora de zelar pelas questões básicas que dão sustentação à vida, já que a Lua Minguante transita conjuntamente a Júpiter no setor associado às rotinas e à saúde, e ambos quadram com o Sol.

Se estiver só, tente curtir a sua própria companhia. A fase pede uma postura socialmente reservada e voltada para as relações íntimos. Momento de zelar por privacidade e qualidade nas parcerias, como aponta a Lua Minguante conjunta a Júpiter no setor social e a tensão de ambos com o Sol.

Procure relaxar e dar espaço às pessoas do entorno imediato, evitando a convivência forçada, pois Lua e Júpiter quadra com o Sol. Procure oferecer carinho, mas sem exagerar. Busque ter tranquilidade. A vida familiar pode entrar em clima de maior intimidade durante este período.

A Lua encontra Júpiter e ambos quadram com o Sol entre os setores espiritual e de crise, o que exige recuo estratégico para recuperar as energias. Recolhimento e autocuidado são

fundamentais agora. Por isso, tente reduzir os movimentos e se dedicar ao bem-estar pessoal.

A Lua encontra Júpiter e ambos quadram com o Sol na área de amizades, indicando a necessidade de se recolher. O setor relacionado à vida íntima recebe a Lua Minguante, o que benefi cia revisões acerca da vida, especialmente de questões que necessitam de ajuste a longo prazo.

Tente aproveitar para avaliar a relevância de certos acordos. A Lua Minguante aspectada a Júpiter e Sol no eixo relacionamentos-trabalho aponta a importância de aliviar a pressão sobre as parcerias. Busque dar às partes envolvidas espaço para se recolher, pois a produtividade está comprometida.

Contatos pontuais podem levar a acordos, já que a Lua encontra Júpiter, embora o Sol tensionado não recomenda tomar decisões que causem impacto no dia a dia. Procure adotar postura reservada e refletir de modo sereno sobre as questões da sua vida que precisam de ser finalizadas.

Discrição é fundamental! Tente evitar especulações de qualquer natureza, devido ao Sol tensionado. Ótimo fase para diminuir gastos e organizar o orçamento a longo prazo, visto que a Lua Minguante no setor material encontra Júpiter, oportunizando ajustes que gerem estabilidade.

Busque conciliar a introspecção requerida agora com as demandas familiares, Já que Lua e Júpiter quadram com o Sol. A Lua Minguante transita por seu signo em conjunção a Júpiter, o que favorece reflexões profundas sobre a vida, especialmente sobre os ajustes necessários.

A tensão com o Sol na casa comunicativa exige discrição. A Lua Minguante conjunta a Júpiter na área de crise demanda ritmo moderado na gestão dos desafios. Procure aproveitar esse momento de retração para fazer pequenos movimentos que possam ganhar impulso no futuro.

Busque separar o privado do público para preservar seu território e suas fi nanças. A Lua Minguante conjunta a Júpiter na área de amizades sugere moderar a articulação interpessoal e dar valor aos contatos seletos. Nesse momento, menos é mais, sobretudo em tempos de pandemia.

Chegou a hora de cuidar da sua vitalidade devido à tensão com o Sol em seu signo. Seu rendimento no trabalho pode fi car mais lento com a Lua Minguante na área profi ssional. Procure não criar expectativas de resultados imediatos. Tente se dedicar aos projetos de longo prazo.

O SANTO

São Justino

O ANJO

Vehuiah

São Justino foi conhecido por sua fé e suas obras dentro da igreja. Nasceu na Palestina, em Siquém, no berço de uma família pagã, porém possuía sede de conhecimento. Em sua busca pela verdade, teve um encontro com um ancião que lhe ensinou a filosofia. Mesmo assim ele sentia um vazio, que foi preenchido no momento em que conheceu o mistério de Deus e Jesus Cristo. Justino dedicou muito

tempo aos estudos da filosofia e do cristianismo, se tornou um sacerdote que buscava sempre uma maneira de corresponder todos os dias sua fé, sendo intitulado como o primeiro santo após os padres apostólicos. Porém, em tempos onde os cristãos eram muito perseguidos, foi denunciado por um filósofo pagão, Justino foi julgado, flagelado e martirizado no ano de 167 por não negar Jesus Cristo. Invoca-se este anjo para empreender e executar as coisas mais difíceis. Interiormente é equilibrado e sabe o potencial de cura que tem nas mãos. São extremamente curiosos e estão sempre em busca da verdade, é equilibrado interiormente. Tem tendência a encontrar vários amores, mas demora a desligar-se de um amor antigo. Encara tudo com otimismo e por sua nobreza de caráter preocupa-se com os amigos. Adora a família unida.

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FORTALEZA - CE, TERÇA-FEIRA, 1 DE JUNHO DE 2021

􀎑

CLOVISHOLANDA@OPOVO.COM.BR | *ESTA COLUNA É PUBLICADA TODOS OS DIAS

CLÓVIS

HOLANDA

CLOVISHOLANDA@OPOVO.COM.BR | *ESTA COLUNA É PUBLICADA TODOS OS DIAS

HOLANDA

CASA COR 2021

Confirmado o endereço da Casa Cor Ceará 2021. Mostra vai acontecer em outubro na avenida Rui Barbosa, 901, imóvel da família Boris, onde residiram Philippe Boris e Risa Boris, e atualmente administrado pelos filhos Rosanne, Bertrand, Christiane e Giselle. A casa foi projetada pelo arquiteto Reginaldo Rangel e construída nos anos 1973 e 1974. Promete! Na foto, a diretora da Casa Cor Ceará, Neuma Figueiredo, entre prefeito José Sarto e primeira-dama do Estado, Onélia Santana.

MINHA

JANGADA VAI

SAIR PRO MAR...

Pandemia deu novo gás ao

mercado de embarcações de lazer, no Brasil e no mundo. O turismo e a ostentação náutica estão em alta, haja vista o zum zum por aqui, todos os finais de semana, no mar e nas lagoas.

A Associação Brasileira dos

Construtores de Barcos e seus Implementos apontou crescimento de 20% ano passado. A fabricante de iates de luxo Azimut, desde 2010 no País, registrou aumento de 25% nas vendas em 2020.

Para quem não deseja ter uma

lancha ou iate para chamar de seu, uma boa solução é o Click&Boat, aplicativo de aluguel de barcos, recém-chegado ao Brasil.

Já é possível pelo app

reservar, com um clique, barcos nos principais balneários do mundo. No Brasil, o serviço está disponível no Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Ilhabela e Ubatuba.A intenção é chegar ao litoral nordestino em breve.

É como um Airbnb das

águas, com opções que vão de veleiros a iates luxuosos com diárias de até R$ 700 mil, podendo escolher com ou sem capitão, por horas ou dias.

Nesse climinha, o sábado foi

de encontro entre lanchas, na Lagoa do Uruaú. Ana Carolina Fontenele promoveu o lançamento da coleção de joias de sua Diamond Design com show a partir de um píer.

Convidados ficavam

em suas lanchas

acompanhando a música, enquanto barco levava baldes com espumantes e petiscos enviados pela anfitriã. Como tudo no Ceará, terminou em forró, na voz de Xand Avião, o convidado onipresente num certo circuito social

da Cidade.

Desembarcando em terra

firme, fez sucesso vídeo, publicado pelo cantor Paulo Benevides, pedindo novamente esposa Camila em casamento. Após pausa relacional, casal refez a romântica troca das alianças e segue naquele afã bonito da felicidade a dois.

Corrigindo roteiro: publiquei que

Victor Melo e Germana estavam com os filhos no México. Na verdade, é a Costa Rica.

Prestigiada, virtualmente

ontem, a missa de Sétimo Dia da empresária Raimundinha Ximenes. Família, amigos e clientes de sua R. Ximenes nutrem saudades da sua sempre envolvente e carismática presença.

Hoje, às 19h30min, fotógrafo

e artista visual Rodrigo Frota participa de bate-papo virtual, a convite da Unifor, sobre a

exposição “50 Duetos” em cartaz na Universidade. Com ele estarão a curadora Denise Mattar e mediação de Adriana Helena, gestora do Espaço Cultural Unifor.

No mais, aglomerações,

políticas, esportivas ou festivas, negligenciando o caráter democrático do coronavírus: pega geral. Com Copa América e tudo!

O papa tem razão: o Brasil não

tem salvação e não é por falta de reza ou excesso de cachaça, como sugeriu o pontífice...

Vou indo me refrescar

com o sorvete de cumaru, a “baunilha brasileira”. Lançamento da linha natural da Yozenn, zero açúcar, sem lactose e com produção artesanal, porque até para adoecer a gente precisa controlar o peso... Fui!

Faz sucesso entre fashionistas e afins o seriado “Halston”, uma das estreias de maio do Netflix. A produção conta a história do estilista Roy Halston, um dos nomes mais importantes da moda nos EUA durante os anos 70, cujas criações até hoje influenciam a indústria de roupas no mundo.

Sua cliente mais famosa foi a primeira-dama Jackie Kennedy, que usou um dos chapéus do designer, modelo pillbox, para a posse do marido John Kennedy. É indicado a quem se interessa sobre a trajetória de marcas icônicas, com o aviso de que a série, nostálgica e cheia de beleza e glamour, não economiza em cenas de sexo, uso de drogas e violência verbal.

Cinema

António Zambujo ressignifi ca a bossa nova

CANTOR português António Zambujo

se inspira na música brasileira

DIVULGAÇÃO

| MÚSICA |

Cantor português lança disco “Voz e violão” em homenagem a João Gilberto

António Zambujo nunca es-condeu a sua admiração pela Música Popular Brasileira. Como todo apaixonado pelo gênero, o cantor e compositor português tem um mestre, uma pedra filosofal para entender essa nossa riqueza cultural tão apreciada no mundo todo: João Gilberto. É justamente para reiterar essa influência e ho-menagear o genial baiano que Zambujo acaba de lançar “Voz e Violão”, seu mais recente álbum.

Enquanto Portugal bate re-cordes de vacinação e retoma aos poucos a vida social e cul-tural, Zambujo afirma já ser possível perceber se o mundo pós-pandemia será melhor ou pior: “O que é bom vai continuar bom, o que é ruim vai continuar

uma m ..”, disse. “A sensação que eu tenho é de que a balança está sempre muito equilibrada, a porcentagem do bem e do mal está sempre muito próxima. Vamos ter de continuar a lutar e a denunciar o que está mal, na esperança de que as coisas pos-sam mudar”, reflete.

“A minha ligação com a mú-sica brasileira começou através do João Gilberto, foi por meio dele que cheguei a outros in-térpretes e autores. Esse foi o último disco que ele gravou e eu gosto muito da capacidade incrível que ele tem de reinven-tar as canções. Tem uma ver-são de “Chega de Saudade” que é completamente diferente da original. É também um disco gravado sem grandes cuidados

de produção, um disco ao vivo, “live on tape”, o deixaram no es-túdio e ele foi tocando, algo que eu queria fazer no meu disco também. Então, foi um bocadi-nho por isso, e também porque resolvi homenageá-lo”, destaca.

A relação com o Brasil se amplia além de João Gilberto. O artista português gravou tam-bém uma canção do Caetano, ‘Como Dois e Dois’, e uma ou-tra,’Tu Me Acostumbraste’, que não é dele, mas que também faz parte do repertório do Caetano. “Cheguei a ‘Tu Me Acostum-braste’ pela versão da Chavela Vargas, fiquei apaixonado. Cla-ro que conheço a versão do Cae-tano também, porque conheço tudo dele. Mas a minha versão, apesar de ser mais inspirada na

Chavela Vargas, acabou por fi-car mais próxima da versão do Caetano porque é mais ritma-da. Sobre ‘Dois e Dois’, eu tinha sido convidado para participar de um disco da Gal Costa, fiquei muito surpreso, e fui matar saudades”, relembra.

Zambujo também olha para o cenário contemporâneo por-tuguês. “Há vários gêneros aqui, vocês aí no Brasil não conhecem muito outro gênero musical português que não seja ligado a uma tradição, associa-do ao faassocia-do. Mas há coisas bas-tante interessantes, ligadas ao indie, ao rock, e a maioria delas cantada em português, ainda que haja alguns intérpretes que cantam em inglês”, convida.

(Agência Estado)

ENQUANTO HOUVER SOL...

Em Tulum, no México, Leonardo Vidal e Marcella Cidrão. Agenda de gastronomia, belezas naturais e romance. De lá, seguem para os EUA com o plus do roteiro: vacinação.

JOAO

FILHO T

A

VARES

GRADUAÇÃO

Gabriela Dias Branco da Escóssia em cerimônia de encerramento de curso no tradicional Collège du Léman, em Versoix, Genebra. Filha de Graça e Jório da Escóssia, a jovem agora retorna a Fortaleza onde dá sequência aos estudos.

DOMINGANDO 

Na Praia de Mundaí, em Porto Seguro (BA), pausa na agenda para Aristófanes Canamary e Vânia com meu colega jornalista Lúcio Brasileiro (O POVO). O restaurante é o famoso Colher de Pau.

Boa terça-feira!

exposição “50 Duetos” em cartaz na Universidade. Com ele estarão a curadora Denise Mattar e mediação de Adriana Helena, gestora do Espaço

o caráter democrático do coronavírus: pega geral. Com

tem razão: o Brasil não tem salvação e não é por falta de reza ou excesso de cachaça, como sugeriu o pontífice...

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vida&arte

FORTALEZA - CE, TERçA-FEiRA, 1 DE junhO DE 2021

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Cinema&séries

“Fazer cinema é

uma coisa mágica”

DivuLg

A

çãO/nETFLix

micael borges

Ator, cantor e compositor, Micael Borges interpreta Freddy no filme “Carnaval”. Ao O POvO, o artista repercute a preparação de elenco para o personagem, a sua relação de anos com a música e as questões sociais abordadas no longa-metragem.

o Povo - Quando surgiu o convite para o pa-pel de Freddy no filme “carnaval”?

micael borges - Entraram em contato com o meu

escritório. Em conversa com eles, a gente fez uma videochamada, a gente fez meio que um teste pra fazer o personagem. Acabou que rolou! Eu já conhecia o diretor também, ele já conhecia um pouco do meu trabalho. Foi mais ou menos assim... A gente foi conver-sando, entendendo o personagem. no final, deu tudo certo a negociação. Rolou o filme e foi incrível fazer.

oP - o filme teve cenas gravadas ao vivo no carnaval de salvador de 2020, um pouco antes da pandemia da covid-19 chegar ao brasil. vendo as cenas agora e sabendo que já faz mais de um ano que as aglomerações viraram saudade, o que você sente?

MB - Quando a gente estava rodando o filme em Salvador, a gente não ficou sabendo de casos. Quando a gente voltou, a gente descobriu que ia ter que paralisar tudo… Assim, de uma for-ma geral, cara… A gente vê o que tá acontecen-do. Sem entrar a fundo em questões políticas, a gente sabe que muita coisa poderia ter sido evitada, né? A gente tá aprendendo bastante coisa. Mas eu tenho fé de que tudo vai voltar ao normal, um “novo normal”, que a gente vai conseguir levar nossos projetos adiante. Foi uma época de ressignificação para todo mun-do. A gente viu o que era importante, o que não era. A gente viu que todo mundo precisa do outro.

oP - apesar de ser uma comédia, o filme aborda de uma forma leve e divertida de-bates essenciais, como o cotidiano das redes, a relações de afeto e a homofobia. de que forma esses temas te movimentam enquanto artista?

MB - Olha, eu acho que… Eu tenho um filho. Quando alguém me pergunta sobre essas questões, eu sempre cito o meu filho. Eu aprendi no tea-tro e em casa o respeito acima de tudo. inde-pendentemente de qualquer posicionamento que a pessoa tiver, a gente tem que ter res-peito. Mesmo quando a gente for expor nossas opiniões. Eu acho que, quando a gente não tem o respeito, a gente não consegue entender o ponto de vista do outro ou o que a pessoa está sentindo. A gente precisa do próximo, né? Pra tudo. A gente sozinho não é ninguém. Então, eu prezo sempre pelo respeito, independente-mente do que for. O respeito é a base de tudo. Ao passo que diverte, o

filme “Carnaval” toca em questões sociais pertinen-tes. Com cenas gravadas ao vivo no Carnaval de Salva-dor de 2020, na Bahia, o novo lançamento da Netflix fala sobre a força da amizade e o cotidiano das mídias sociais, mas não só. Amores, sexua-lidade, cancelamento, ego-centrismo, espiritualidade e patrimônio são algumas das múltiplas temáticas aborda-das na produção brasileira. Estrelado por Giovana Cor-deiro, GKay, Samya Pascotto e Bruna Inocencio, com Mi-cael Borges e Flávia Pavanel-li no elenco, o longa-metra-gem estreia amanhã, 2, na plataforma de streaming.

Na trama, Nina (Giovana Cordeiro) é uma influenciado-ra digital — a profissão “do momento”, que cria tendên-cias no mundo on-line a par-tir da fidelidade de seu públi-co — em ascensão.

Com cerca de 300 mil se-guidores na rede social Ins-tagram, ela busca a marca do primeiro milhão. Nina namo-ra o pnamo-raticante de crossfit e também influenciador Mar-cão (Lipy Adler). O relaciona-mento parece de fachada, ba-seado no engajamento que um pode oferecer ao outro.

Quando um vídeo da traição de Marcão viraliza, Nina vira chacota na Internet, “a cor-na do crossfit”. Para superar o término, a jovem consegue um novo trabalho: integrar o time de influenciadoras convidadas do cantor de axé Freddy (Micael Borges), no Carnaval de Salva-dor, Capital do Estado da Bahia. Nina faz a chamada “permuta” e abdica do retorno financeiro para levar suas três melhores amigas, Michele (GKay), Vivi (Samya Pascotto) e Mayra (Bru-na Inocencio), (Bru-na viagem.

O quarteto inseparável é formado por personalidades muito distintas, mas que se completam de alguma for-ma. Aí mora um dos desta-ques do filme. Mayra, amiga de infância de Nina, é ligada ao poder das pedras e dos cristais para o equilíbrio es-piritual, mas enfrenta gran-des traumas. Já Vivi gosta de videogames e tudo relacio-nado à cultura geek, como tecnologia e filmes de ficção científica (“Star Wars”, por exemplo). Michele é desbo-cada, fala o que pensa, faz amizade fácil e não tem tem-po a perder quando o assun-to é conquista. A produção explora essas individualida-des, entregando para cada personagem uma subtrama.

Isso também acontece com outros papéis, embora com menor tempo de tela. O can-tor baiano Freddy vive um expoente na carreira, mas passa por conflitos internos. Já Luana (Flavia Pavanelli), é a influenciadora “musa” de

Nina. Ela chega à trama para aconselhar a protagonista so-bre como atingir a tão sonha-da fama. No entanto, a “su-perstar das redes” se vê presa no próprio pedestal.

Quem também integra o elenco do filme são os atores baianos Jean Pedro e Rafael Medrado, que interpretam, respectivamente, o produtor Salvador e o guia de turismo Samir. Salvador tem alma receptiva, aprecia a vida e apresenta a “Salvador de Sal-vador”. Já o tímido Samir é praticante de esportes e, ao mesmo tempo, um apaixona-do pela cultura geek.

Produção da Camisa Lis-trada em parceria com a Net-flix, “Carnaval” tem direção de Leandro Neri. Ele também assina o roteiro, junto com Luisa Mascarenhas e Aude-mir Leuzinger. Na trilha so-nora, além do hit de Freddy, destaque para Durval Lelys com “We Are The World of Carnaval” (1988). Ambientada em Salvador, na Bahia, a co-média também explora o pa-trimônio histórico e cultural da primeira capital do Brasil. No âmbito da espiritualidade, o filme apresenta um ritual de

| FILME |

“Carnaval”, lançamento brasileiro da Netflix, estreia amanhã, 2. Ambientada

em Salvador, na Bahia, a comédia aborda, de maneira leve, questões sociais diversas

“No tic-tic-tac do meu

coração reNascerá”

A trama de “Carnaval” é ambientada em

Salvador, uma das folias mais famosas do Brasil

DivuLgAçãO/nETFLix/DESiREE DO vALE Luiza EstEr

luizaester@opovo.com.br

ESPECiAL PARA O POvO

benzimento. Ao que parece, há a preocupação em trazer assuntos pertinentes ao mun-do contemporâneo — numa história jovial e divertida — sem o aspecto caricato.

No meio da maior festa de rua do mundo, cada perso-nagem tem um reencontro consigo e descobre a força do outro em suas vidas. Os afetos regem essas descobertas. As cenas da multidão carnava-lesca foram gravadas ao vivo, quando a Covid-19 ainda não era uma realidade no País. O restante das filmagens acon-teceu em estúdio ou locação, seguindo protocolos sani-tários. Enquanto a folia não pode chegar, o filme “Carna-val” lembra o ritual mágico, como na canção “Beija-flor” (1993) da banda Timbalada: “No tic-tic-tac do meu cora-ção renascerá”.

Amores,

sexualidade,

cancelamento,

egocentrismo,

espiritualidade

e patrimônio

são algumas

das temáticas

abordadas

A força da amizade das personagens nina, vivi, Mayra e Michele no filme

Cultura baiana é pano de fundo da trama, disponível no netflix

Estreia do filme

“Carnaval”

Estreia do filme

Quando: amanhã, 2

Onde: Netflix

Referências

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