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DOMÍNIO CENÁRIO TENDENCIAL CENÁRIO A CENÁRIO B

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Academic year: 2021

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REVISÃO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL DE GRÂNDOLA FASE 2| CENARIZAÇÃO

DESCRIÇÃO DOS CENÁRIOS

DOMÍNIO CENÁRIO TENDENCIAL CENÁRIO A CENÁRIO B

EVOLUÇÃO DE ACORDO COM AS POLÍTICAS ATUALMENTE EM VIGOR

MANUTENÇÃO DA LÓGICA DOMINANTE NOS VÁRIOS SETORES PRODUTIVOS

MANUTENÇÃO DA DINÂMICA TERRITORIAL EM CURSO

MANUTENÇÃO DE RISCOS E DOS FATORES DE DEGRADAÇÃO DO AMBIENTE DO TERRITÓRIO E DA PAISAGEM

SISTEMA URBANO APOIADO EM GRÂNDOLA

,

CARVALHAL

,

MELIDES E UM POLO AZINHEIRA DOS BARROS

/

LOUSAL

MANUTENÇÃO DA LÓGICA ATUAL DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

REFORÇO DAS COMPONENTES PATRIMONIAIS

,

DA INVESTIGAÇÃO E DA VALORIZAÇÃO DE UMA SOCIEDADE ABERTA ÀS NOVAS TECNOLOGIAS

POUCO AMBICIOSO RELATIVAMENTE AO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS

RELEVÂNCIA DO SETOR PRIMÁRIO

INSTALAÇÃO DE INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO ASSOCIADA ÀS FILEIRAS AGRÍCOLA

,

FLORESTAL E MINEIRA

DIMINUTA INTERVENÇÃO NO SETOR TURÍSTICO

PERMANÊNCIA DO MODELO DE EDIFICABILIDADE NO SOLO RÚSTICO

SISTEMA URBANO POLARIZADO POR GRÂNDOLA

,

CARVALHAL

,

MELIDES E LOUSAL

CONSOLIDAÇÃO DA POLÍTICA DE REABILITAÇÃO URBANA DOS CENTROS TRADICIONAIS

ABERTURA A LÓGICAS DE REDE INTERMUNICIPAIS

,

REGIONAIS E MESMO NACIONAIS

,

NOS DOMÍNIOS CULTURAL

,

CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO

REFORÇO DA ATRATIVIDADE DO

C

ENTRO

C

IÊNCIA

V

IVA DO

L

OUSAL

DINAMIZAÇÃO SOCIOECONÓMICA DA

F

AIXA

P

IRITOSA

I

BÉRICA

REDUÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS ASSOCIADOS ÀS ÁREAS MINEIRAS

AFIRMAÇÃO DA DIMENSÃO ATLÂNTICA NACIONAL

APOSTA NA PROTEÇÃO DO AMBIENTE

,

NA REDUÇÃO DOS RISCOS E NA SALVAGUARDA DOS RECURSOS NATURAIS E NA

VALORIZAÇÃO DA PAISAGEM

FOMENTO DA PRODUÇÃO ENERGÉTICA COM BASE EM FONTES RENOVÁVEIS

DIVERSIFICAÇÃO

,

QUALIFICAÇÃO E INTEGRAÇÃO TERRITORIAL DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO CONCELHIO

QUALIFICAÇÃO E DIVERSIFICAÇÃO DA OFERTA TURÍSTICA EM TODO O TERRITÓRIO CONCELHIO

SISTEMA URBANO APOIADO NO TRIÂNGULO GRÂNDOLA

,

CARVALHAL E MELIDES

CONCLUSÃO DO IP

8

E REQUALIFICAÇÃO DA LINHA DO SUL

DESENVOLVIMENTO DA MOBILIDADE SUAVE

POLÍTICA PROATIVA DE ORDENAMENTO DA EDIFICABILIDADE NO ESPAÇO RÚSTICO

NOVO MODELO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À POPULAÇÃO

IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICA RELEVANTE DE INTERVENÇÃO CULTURAL E VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS PATRIMONIAIS

REFORÇO DA ATRATIVIDADE DO

C

ENTRO

C

IÊNCIA

V

IVA DO

L

OUSAL

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DOMÍNIO CENÁRIO TENDENCIAL CENÁRIO A CENÁRIO B Ec o n o m ia

No plano do desenvolvimento económico, o Cenário Tendencial mantém a lógica atualmente dominante nos vários setores produtivos.

De uma forma geral, aponta-se para a conservação dos atuais níveis de produção de cortiça e pinha, principais produtos florestais concelhios. A agricultura será marcada pela produção convencional, de cariz

dominantemente intensivo, tendo uma expressão marginal os produtos associados a práticas agrícolas sustentáveis. Mantém-se um nível frágil e pontual de empreendedorismo e inovação, sendo diminuto o grau de associativismo e dinamismo das associações de produtores. As grandes superfícies comerciais prevalecem como modelo dominante de distribuição.

No que respeita o setor mineiro, admite-se a estagnação da atividade do agrupamento dos municípios da Faixa Piritosa Ibérica e a ausência de impactos concretos do setor no desenvolvimento socioeconómico do território abrangido.

Em contrapartida, acredita-se num aumento do interesse e da procura do Centro Ciência Viva do Lousal e no desenvolvimento de novas relações institucionais com entidades relevantes.

Enfim, impõe-se a revisão e redistribuição da intensidade turística atualmente licenciada no concelho, procurando um reequilíbrio e alargamento da capacidade à totalidade do território concelhio. Contudo, não se antecipa uma diversificação significativa da oferta de animação.

O Cenário A caracteriza-se pela importância atribuída ao setor primário, nomeadamente às atividades tradicionais do concelho (agrícola, florestal e mineiro). No domínio do turismo, este Cenário é bastante conservador, não prevendo alterações de qualidade significativas. Ainda que os

estrangulamentos atuais de distribuição da intensidade turística sejam revistos, manter-se-á a insustentabilidade da ocupação do solo atualmente prevista por via de um modelo turístico desajustado à realidade do mercado atual, e com uma afetação do solo e consumo de recursos de grande impacto. Antevê-se, igualmente, um défice de oferta ao nível da animação turística, limitada e pouco variada.

Relativamente às atividades produtivas primárias, preconiza-se o aumento da área ocupada pelos povoamentos florestais e da sua produtividade, bem como o desenvolvimento de produtos agrícolas de qualidade (com destaque para o vinho) e a crescente aplicação de práticas agrícolas mais sustentáveis. Apesar do fraco grau de associativismo e dinamismo das associações de produtores, antecipa-se a criação de novas empresas, produtos e serviços com incorporação de valor por via da inovação e consequente geração de emprego e captação de nova população ativa. Ainda assim, este Cenário mantém as grandes superfícies comerciais como os principais polos de distribuição.

O Cenário A acredita na dinamização socioeconómica do território da Faixa Piritosa Ibérica numa perspetiva transfronteiriça e no aumento de valências científicas, de divulgação, investimento e reforço da componente de inovação e desenvolvimento do Centro Ciência Viva do Lousal. No entanto, permanecem incertezas relativamente ao potencial instalado, tanto no que respeita a viabilidade de exploração da jazida da Lagoa Salgada, muito dependente da variação mundial do preço do minério, como das reservas de gás de xisto cuja sustentabilidade económico-financeira e ambiental não estão devidamente avaliados. Daí o propósito deste Cenário de promover o aprofundamento do conhecimento sobre este tema.

Por fim, e apesar deste modelo de futuro assentar muito num retorno ao setor primário como forma de potenciar os recursos endógenos concelhios, considera-se ainda a vantagem de apoiar a instalação de alguma indústria de

transformação associada às fileiras agrícola, florestal e mineira, procurando captar investimento e criar valor económico e social nestes domínios.

O Cenário B é, entre todos, o mais otimista ao nível do desenvolvimento económico, suportado pela diversificação e qualificação da base económica do concelho e pela integração territorial desta dinâmica.

Assim, a par do reforço da importância do setor florestal, tanto em área plantada como ao nível dos resultados da produção, aponta para a crescente aplicação de modos de produção agrícola sustentável e para o surgimento de novos produtos de qualidade, dos quais o vinho se evidencia.Com o

desenvolvimento de um sistema integrado de logística e de distribuição, flexível e dinâmico, estas produções de qualidade chegarão em melhores condições ao consumidor final podendo vir a desempenhar um papel relevante na oferta e na qualidade da experiência turística. Para isso, há uma

expectativa relativamente às associações de agricultores e produtores florestais que podem vir a assegurar a introdução no mercado de novos produtos, com elevada competitividade no mercado nacional e internacional. Complementarmente, aceita-se neste Cenário que a reutilização de edificação abandonada no espaço rural, pode, desde que devidamente regulada e ordenada, constituir um fator de humanização do concelho e nalguns casos de criação de valor económico e emprego em áreas socialmente deprimidas. O setor turístico assume neste Cenário um relevo significativo, promovendo-se uma distribuição mais flexível e dinâmica do índice de intensidade turística do concelho no sentido de potenciar uma repartição mais equitativa,

tipologicamente variada e territorialmente mais abrangente das experiências de alojamento e da oferta de animação turística. Deverá neste contexto dar-se especial atenção à especificidade dos recursos turísticos em presença e à sua promoção estrategicamente articulada.

Com uma linha de costa contínua de cerca de 50 quilómetros, o concelho de Grândola propõe-se dar um contributo para a afirmação da dimensão atlântica do país e o turismo é seguramente, entre outros, um veículo para esse

desígnio. Todavia, não fica de fora desta opção de futuro, o desenvolvimento de outras formas de potenciação desta fachada atlântica do território de Grândola, nomeadamente no que respeita ao setor energético nas suas diferentes vertentes tecnológicas e modelos de exploração. Note-se aliás que este setor é reconhecido neste Cenário como uma alternativa económica a não desprezar, considerando, as condições climáticas, as fontes inerentes às manchas florestais concelhias (biomassa) e, hipoteticamente, o gás de xisto (mediante avaliação prévia de sustentabilidade). A implementação de políticas de promoção da eficiência energética acompanha esta lógica.

Enfim, o aumento do interesse e da procura do Centro Ciência Viva do Lousal merece destaque, suportado pelo desenvolvimento de novas relações

institucionais e pela dinamização socioeconómica do território da Faixa Piritosa Ibérica à escala transfronteiriça.

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DOMÍNIO CENÁRIO TENDENCIAL CENÁRIO A CENÁRIO B Te rr it ó ri o , U rb a n id a d e e P a is a ge m

No Cenário Tendencial a dinâmica territorial em curso terá naturalmente propensão a manter-se. Acolhe-se, portanto, um sistema urbano indicado pela evolução tendencial verificada no seio da qual a freguesia de Azinheira dos Barros e São Mamede do Sádõ tem vindo a repartir a sua polaridade com os aglomerados do Lousal e Azinheira dos Barros.

O povoamento, por outro lado, é marcado pelo abandono do espaço rústico por parte das populações locais, pela sua concentração na Vila de Grândola e Carvalhal, por alguma reconversão do edificado existente para novas atividades agrícolas e florestais mas sobretudo pelo crescimento da segunda habitação. Daí que seja expectável a persistência de alguns focos de construção ilegal existentes.

Complementarmente, verifica-se o reforço dos mecanismos de intervenção de reabilitação urbana, ao nível do edificado e espaços públicos dos centros urbanos tradicionais (Grândola e Melides), processo já em curso e com perspetivas de consolidação.

Por outro lado, considerando a crise de setor imobiliário (ainda sem um desfecho muito claro) e, inversamente, a dinâmica que tem demonstrado a procura turística de índole territorial, reconhece-se o surgimento de novas atividades turísticas de pequena dimensão e diferenciação positiva, dispersas pela faixa central e interior do concelho.

Este modelo de ocupação está fortemente dependente da rede de acessibilidades e mobilidade as quais não se espera, neste Cenário, que venham a ter alterações significativas. Mantêm-se a incerteza

relativamente à finalização do IP8 e à requalificação da linha de caminho de ferro (linha do sul). Por outro lado, considera-se neste panorama a

continuação do funcionamento deficiente da rede de transportes existente, com um parque automóvel envelhecido e uma rede viária insegura, facto que não favorece a mobilidade intra-concelhia, ameaça relevante para a coesão social e territorial local. De igual modo, a implementação de novas redes de mobilidade suave não se encontra prevista.

Não pode, por fim, deixar de mencionar-se a degradação da paisagem provocada pela persistência de inúmeras explorações de inertes, dispersas pelo território concelhio, questão a encarar necessariamente no quadro deste Cenário.

O Cenário A é, nesta matéria, equivalente ao Cenário Tendencial, não prevendo alterações significativas relativamente ao modelo instalado de edificabilidade no solo rústico e organização do território concelhio. Ou seja, os padrões de ocupação do solo tenderão a manter-se com a transferência crescente da população local para a sede do concelho e aglomerados sedes de freguesia ou complementares. Nesta lógica, aqui se considera a regularização dos focos de construção ilegal, mas também a

reconversão do edificado existente para novas atividades agrícolas e florestais. O acréscimo de recuperações do edificado no espaço rural para segunda habitação é igualmente uma vertente deste Cenário tal como, de resto, o surgimento de novas atividades turísticas de pequena dimensão em todo o concelho. A reabilitação ativa dos centros tradicionais e sua revitalização social e económica, já em curso, tenderá a traduzir-se em resultados que se espera virem a melhorar a qualidade de vida nesses aglomerados urbanos. Neste contexto, o presente Cenário aponta para uma rede urbana hierarquizada que contempla os aglomerados das quatro freguesias do concelho, embora proponha uma transferência para o Lousal do polo central da freguesia de Azinheira dos Barros e São Mamede do Sádão.

Todo este modelo de organização territorial é fortemente induzido pelo desaparecimento ou diminuição drástica das condições de serviço da rede de transportes coletivos, fator que prejudica uma parcela da população que tende a ficar crescentemente isolada, e constituindo-se como uma ameaça

incontornável para o desenvolvimento económico e social do território concelhio nas suas diferentes vertentes.

Ao nível da relação com o exterior do concelho, este Cenário não é otimista relativamente ao reforço das infraestruturas de acessibilidade rodoviárias e ferroviárias no horizonte do Plano (IP8, linha de caminho de ferro).

Prevê-se, por fim, que, face à manutenção do modelo de desenvolvimento turístico implantado, persiste a degradação da paisagem e da imagem do concelho inerente a alguns dos Núcleos de Desenvolvimento Turístico já iniciados e sem previsão de conclusão ou de entrada em funcionamento.

Este Cenário B, apesar de manter uma posição pessimista relativamente à possibilidade de proceder a alterações significativas relativamente às condições de mobilidade no concelho, aponta para uma política mais proativa de ordenamento da edificabilidade no espaço rústico. Ou seja, em termos regionais, defende-se a finalização do troço do IP8 em construção bem como a reabilitação da linha do sul com base no corredor atual. Quanto ao IC4 e à hipótese do seu prolongamento para norte (com ligação a Alcácer do Sal) ao longo de um corredor paralelo à EN 261 (a qual passaria a ter funções de distribuidora local de apoio à faixa litoral), preconiza-se o acompanhamento dos estudos de revisão do PRN2000 por parte da tutela e uma avaliação em tempo útil em função da dinâmica real de desenvolvimento turístico do litoral concelhio. Como elemento estruturante de apoio ao turismo, preconiza-se igualmente a concretização da Ecovia do Litoral Alentejano.

O sistema urbano que estrutura este Cenário assenta no reforço da

importância da Vila de Grândola como polo central concelhio e sua afirmação sub-regional, apoiada por uma triangulação com Carvalhal e Melides que assegurariam a centralização de funções de apoio à faixa costeira. Esta rede pressupõe a criação de um modelo de prestação de serviços de proximidade à população muito flexível e eficiente, baseado em sistemas de mobilidade “a pedido”, ou equivalentes, providenciando um constante e rápido apoio às populações residentes ou visitantes nas zonas mais interiorizadas do território concelhio. Para isso contribuirá igualmente a qualificação da rede viária local e a implementação de uma rede de modos suaves no concelho, que será, igualmente, um contributo para este propósito.

A politica urbana deste Cenário mantém e aprofunda a estratégia de regeneração dos centros tradicionais e de qualificação do espaço público urbano. Em termos de povoamento, aposta-se na contenção da dispersão e na regularização das manchas de ocupação ilegal.

A valorização da paisagem como recurso natural e turístico é, pois, apanágio desta opção de futuro, pelo que diferentes frentes de atuação estão aqui incluídas. Em face da realidade diagnosticada, releva-se aqui a questão da requalificação das explorações de inertes dispersas pelo território bem como a recolha, encaminhamento e tratamento dos resíduos.

Do mesmo modo, a minimização dos efeitos na paisagem da degradação dos Núcleos de Desenvolvimento Turístico integra a estratégia deste cenário.

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DOMÍNIO CENÁRIO TENDENCIAL CENÁRIO A CENÁRIO B So ci ed a d e e C u lt u ra

O Cenário Tendencial assenta na manutenção da lógica atual de prestação de serviços, promovendo, contudo, o reforço das componentes

patrimoniais, da investigação e da valorização de uma sociedade aberta às novas tecnologias.

Note-se que este modelo se baseia numa rede de equipamentos de responsabilidade maioritariamente municipal em que as sedes de freguesia constituem a matriz de instalação dos vários equipamentos de apoio social (saúde, educação, desporto, cultura, segurança social, abastecimento público e segurança pública). Ora, o que tem vindo a verificar-se é que estes equipamentos estão crescentemente subutilizados, com uma oferta deficitária, ao nível dos serviços prestados, e financeiramente

insustentável. Estas dificuldades estendem-se à dinamização de alguns dos equipamentos âncora existentes (Lousal, Tróia), ameaça presente neste Cenário, justificando uma procura que se julga inevitável de rentabilização dos espaços e associações culturais já instalados.

Em contrapartida, está presente neste modelo de futuro a implementação de novos espaços museológicos, muito centrados na Vila de Grândola, e a criação de percursos culturais pelo território concelhio, alguns deles já com lógicas intermunicipais ou mesmo sub-regionais.

Finalmente, a dinamização de relações institucionais com entidades de ensino superior e polos científicos existentes emerge como uma linha de atuação encorajadora que, aliada à promoção e evolução dos serviços

online, contribui para o propósito de redução da infoexclusão.

O Cenário A diferencia-se por uma aposta vincada na abertura do sistema municipal a lógicas de rede, intermunicipais, regionais e mesmo nacionais, e pontualmente internacionais, nos domínio cultural, científico e tecnológico. Com efeito, apesar das debilidades inerentes à manutenção da rede de serviços municipais, a criação de novos espaços museológicos, percursos e rotas culturais bem como a dinamização de equipamentos âncora numa lógica de redes regionais configura uma alternativa significativa relativamente ao atual modelo de desenvolvimento social e cultural. Esta alternativa torna-se ainda mais relevante se complementada, conforme indica este Cenário, com a instalação de um polo de ensino superior e o fomento de projetos de cooperação entre o Município, escolas e empresas no desenvolvimento de meios de investigação e inovação. Esta estratégia passa igualmente pelo estímulo à criação de novas atividades de base tecnológica em setores emergentes bem como pela instalação de TIC de última geração e criação de serviços online disponíveis em todo o território concelhio.

O Cenário B corresponde à instauração de um novo modelo de prestação de serviços à população local bem como à implementação de uma estratégia poderosa de intervenção cultural, de valorização dos recursos patrimoniais e de atuação em rede. Trata-se pois de um esforço muito importante de racionalização da lógica atual de apoio à população ao nível dos serviços, públicos e privados, com base na instalação de uma oferta flexível e inclusiva, integrando várias valências (unidades móveis multifuncionais) e sistemas de monitorização muito dinâmicos e inovadores.

No plano cultural, este Cenário contêm a criação de novos equipamentos culturais, a implantação da rede museológica polinucleada conjugada com percursos e rotas culturais, o estímulo à dinamização e crescimento das diversas associações e grupos ligados à cultura, mas, em particular, a conceção e produção de um evento cultural de escala nacional/internacional anual. A valorização do património subaquático concelhio deve merecer aqui especial destaque, contribuindo novamente para a afirmação da dimensão atlântica nacional.

A par do reforço ativo da dimensão cultural do concelho, em ligação com a região, encontra-se igualmente presente no Cenário B a dinamização de relações institucionais com entidades de ensino superior e polos científicos existentes tal como a promoção e evolução dos serviços online, com consequente redução da infoexclusão e o estímulo à criação de novas atividades de base tecnológica em setores emergentes.

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DOMÍNIO CENÁRIO TENDENCIAL CENÁRIO A CENÁRIO B A m b ie n te e R ec ur so s N a tu ra is

O Cenário Tendencial é, como o nome indica, aquele que assenta numa evolução das componentes aqui envolvidas de acordo com as políticas atualmente em vigor.

Pressupõe que os efeitos das alterações climáticas no concelho de

Grândola são relativamente moderados, nomeadamente ao nível dos riscos da subida do NMM e de desertificação, em particular se comparado com o restante território alentejano.

Este cenário considera a manutenção da ocupação atual do solo na faixa costeira e a sua qualificação através da implementação das medidas que resultem da implementação do POC Espichel-Odeceixe em revisão. Contudo, há aspetos gravosos para os quais, neste domínio, não se

prevêem alterações significativas relativamente à situação atual. De relevar a gestão das áreas protegidas e sítios naturais classificados bem como a enorme massa florestal concelhia. Tal facto configura uma debilidade considerável que este cenário não enfrenta.

Finalmente, no domínio dos recursos naturais, subsiste em aberto nesta configuração de futuro uma situação expectante relativamente à viabilidade de exploração das jazidas geológicas em presença e, com exceção da Mina do Lousal (já tratada), a manutenção dos riscos de contaminação (solo e recursos hídricos) e destruição/afetação de habitats associados à situação atual da antiga Mina da Caveira.

O Cenário A é igualmente conservador relativamente ao domínio do ambiente e dos recursos naturais, não assumindo riscos e/ou expetativas de alteração significativa da situação atual.

Ou seja, pressupõe também que os efeitos das alterações climáticas no concelho são moderados (riscos de desertificação e subida do NMM), considerando igualmente a qualificação da faixa costeira por via do POC Espichel-Odeceixe e a manutenção da ocupação atual do solo nessa área do território concelhio. Esta visão do futuro é muito pouco ambiciosa no que respeita a gestão das áreas naturais classificadas, o que faz antever uma degradação desses recursos e um défice de sustentabilidade na sua ocupação e utilização. Inversamente, o Cenário preconiza uma gestão mais proactiva e sustentável da grande mancha florestal do concelho, tendo em vista uma aposta na sua exploração.

No tocante aos recursos geológicos endógenos, aponta-se neste Cenário para a conclusão do Programa Nacional de Recuperação de Áreas Extrativas

Desativadas antecipando-se, assim, alterações significativas relativamente à ameaça atual relativamente aos riscos ambientais associados à Mina da Caveira. É também valorizada neste cenário a disponibilidade de apoios comunitários para adaptação às alterações climáticas e proteção dos recursos naturais.

O Cenário B distingue-se dos anteriores pela sua aposta na proteção do ambiente, na redução dos riscos e na salvaguarda dos recursos naturais. É por isso muito exigente ao nível da capacidade de mobilização dos vários atores públicos e privados de que dependem estas políticas.

A proatividade requerida é particularmente relevante em dois aspetos que constituem ativos de grande relevância para o concelho: a faixa costeira e a floresta.

No primeiro caso, este Cenário prevê desenvolver políticas ativas de atenuação e a implementação de uma gestão adaptativa e integrada das alterações climáticas (considerando uma subida do NMM reduzida), a realização de medidas que favoreçam uma ocupação do solo sustentável e competitiva da faixa costeira e a melhoria das condições de acessibilidade e fruição do litoral, nomeadamente da frente marítima.

Quanto aos recursos florestais, aposta-se na atenuação do risco de incêndio mediante a adoção de boas práticas de gestão, na diminuição de pragas e doenças nos povoamentos por via do controlo por parte de autoridades públicas e produtores florestais, bem como no aumento do conhecimento relativo à gestão de pragas florestais. Preconiza-se a implementação de planos eficazes de ordenamento e gestão das áreas sensíveis com o aproveitamento pleno das linhas comunitárias de apoio à gestão ativa e integrada da Rede Natura 2000 e a angariação de financiamento de combate aos problemas fitossanitários bem como de gestão e recuperação da floresta.

Cabe ainda referir como componente associada à floresta e ao espaço rústico do concelho, a perspetiva de vir a potenciar a utilização de biomassa para a produção energética e, de uma forma geral, o aproveitamento das condições naturais para a produção de energias provenientes de fontes alternativas. Considera-se, portanto, fundamental neste Cenário a otimização do financiamento comunitário disponível em todos estes domínios e, nessa medida, o reforço da capacidade interna de utilização dessas fontes. Também neste Cenário se antevê a conclusão do Programa Nacional de Recuperação de Áreas Extrativas Desativadas, e nessa medida a mitigação dos riscos ambientais associados à antiga Mina da Caveira.

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