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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

LUCEMIR MELO DE SOUSA

O DESEMPENHO DO MUNICÍPIO DE NATAL: ANÁLISE ATRAVÉS DE INDICADORES POSITIVOS DE EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA, PERÍODO DE 2008−2012.

Orientador: Prof. Dr. Edmilson Jovino de Oliveira

Natal/RN Agosto/2015

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LUCEMIR MELO DE SOUSA

O DESEMPENHO DO MUNICÍPIO DE NATAL: ANÁLISE ATRAVÉS DE INDICADORES POSITIVOS DE EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA, PERÍODO DE 2008−2012.

Monografia apresentada à Banca Examinadora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em cumprimento às exigências legais como requisito final à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Dr. Edmilson Jovino de Oliveira

Natal/RN Agosto/2015

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA Sousa, Lucemir Melo de.

O desempenho do município de Natal: análise através de indicadores positivos de execução orçamentária e financeira, período de 2008−2012. / Lucemir Melo de Sousa. - Natal, RN, 2015.

39f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Edmilson Jovino de Oliveira.

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Contábeis.

1. Administração pública – Natal/RN - Monografia. 2. Gasto público – Monografia. 3. Gestão orçamentária - Análise de desempenho - Monografia. 4. Indicadores de desempenho – Monografia. I. Oliveira, Edmilson Jovino de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

LUCEMIR MELO DE SOUSA

O DESEMPENHO DO MUNICÍPIO DE NATAL: ANÁLISE ATRAVÉS DE INDICADORES POSITIVOS DE EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA, PERÍODO DE 2008−2012.

Monografia apresentada à Banca Examinadora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em cumprimento às exigências legais como requisito final à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em 16/12/2015

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Prof. Dr. Edmilson Jovino de Oliveira

Orientador

________________________________________ Prof. Msc. Daniele da Rocha Carvalho

Membro

________________________________________ Prof. Msc. Luiz Vieira de Oliveira Sobrinho

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Seu Luciano e a Dona Mirna, meus pais, por todo amor, apoio, preocupação, conselhos e acima de tudo pelo respeito e liberdade com que sempre me trataram e me deram.

A minha irmã Luciana por ser uma pessoa totalmente diferente de mim e me ensinar diariamente a respeitar e admirar isso.

Aos familiares que torceram e torcem por mim.

Aos meus amigos e irmãos do coração que sempre estão comigo me incentivando, apoiando e abrindo a minha mente.

A minha namorada Milagros por todo o companheirismo, incentivo e amor que nunca me faltaram.

A professora Daniele Rocha, que apesar de não ter sido a minha orientadora sempre se dispôs a me ajudar e sempre que lhe foi possível o fez.

Ao meu orientador, professor Edmilson Jovino de Oliveira pelo apoio, profissionalismo e por todas as orientações dadas, que foram essenciais para a execução e finalização deste trabalho.

A todas as pessoas especiais que passaram por mim e me ensinaram muito em todos esses anos freqüentando a UFRN.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a todos àqueles que possam fazer uso das informações nele contido e a todos os familiares e amigos que me incentivaram de alguma forma a concluir o curso de ciências contábeis.

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo geral analisar o desempenho da gestão orçamentária e financeira do município de Natal durante o período de 2008 a 2012 através de indicadores positivos. Os indicadores utilizados foram: o comprometimento da receita corrente, investimento real, receitas correntes próprias de manutenção, retorno real dos recursos do contribuinte e autonomia financeira real. Os mesmos caracterizam-se por seus resultados serem avaliados de forma que quanto maior os valores, melhor o desempenho. Foram utilizadas as pesquisas: descritiva, bibliográfica, documental, quantitativa e qualitativa. Os dados da pesquisa foram extraídos do sítio do da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) através da base de dados Finanças do Brasil (FINBRA) – dados contábeis dos municípios. Os resultados da pesquisa revelaram que o município de Natal teve o comprometimento da receita corrente favorável em todos os anos, obtendo uma média de 1,1406, o que prova que houve sobra de recursos correntes para investir. O investimento real obteve uma média de 0,8913, evidenciando que o governo investiu um pouco abaixo do ideal devido ao fato das despesas totais de capital terem sido superiores aos investimentos em todo o período analisado. As receitas correntes próprias de manutenção apresentaram uma média de 0,3545, o que é um resultado bem abaixo do ideal. O retorno real dos recursos do contribuinte teve como resultado uma média de 0,9523, o que significa que para cada R$ 1,00 arrecadado pelo governo, R$ 0,9523 voltou para seu contribuinte em forma de serviços. E por fim a autonomia financeira, que com uma média de 0,3697, mostrou-se bem abaixo do ideal, assim como as receitas correntes próprias de manutenção anteriormente citada. Assim, diante do exposto e sabendo que todos os indicadores apresentaram uma baixa dispersão dos valores em torno da média e conseqüentemente uma grande representatividade da média, pode-se afirmar que o município de Natal apresentou uma regularidade no que diz respeito ao desempenho de sua gestão na administração dos recursos orçamentários e financeiros, porém, a capital nordestina apresentou também um alto grau de dependência de recursos de terceiros para suprir suas despesas. Dos cinco indicadores utilizados, apenas dois deles obtiveram médias bem abaixo do ideal, ambos relacionados à arrecadação de receita própria, sendo eles: a receita corrente própria de manutenção e a autonomia financeira real. Palavras-chave: Administração pública. Análise de desempenho. Indicadores de desempenho.

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ABSTRACT

This work has as main objective to analyze the performance of budgetary and financial management of the city of Natal during the period 2008 to 2012 through positive indicators. The indicators used were the impairment of current income, real investment, own chains of maintenance revenues, actual return on taxpayer resources and real financial autonomy. They are characterized by their outcomes are evaluated so that the higher the values, the better the performance. Descriptive, bibliographical, documentary, quantitative and qualitative: surveys were used. The survey data were extracted from the site of the National Treasury Secretariat (STN) through the Finance database of Brazil (FINBRA) - accounting data from municipalities. The survey results revealed that the city of Natal had the commitment of the favorable current revenue every year, giving an average of 1.1406, which proves that there was plenty of current resources to invest. The actual investment scores a 0.8913, showing that the government invested a little less than ideal due to the fact that total capital expenditures were higher than the investments in the analyzed period. Current own maintenance revenues showed an average of 0.3545, which is a result well below the ideal. The actual return on taxpayer resources resulted in an average of 0.9523, which means that for every R $ 1.00 collected by the government, R $ 0.9523 returned to his taxpayer in the form of services. Finally financial autonomy, with an average of 0.3697, proved to be well below the ideal, as well as their own revenue streams previously mentioned maintenance. Thus, in view of the above and knowing that all indicators show a low dispersion of values around the mean and therefore a great representation of the average, it can be said that the city of Natal presented a regular basis with regard to the performance of its management in the management of budgetary and financial resources, however, the northeastern capital also showed a high degree of dependence on third-party funds to meet their expenses. Of the five indicators used, only two of them obtained averages well below the ideal, both related to their own revenue collection, namely: the very current income maintenance and real financial autonomy.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – EO1 - Comprometimento da receita corrente...30

Tabela 2 – EO2 – Investimento Real...31

Tabela 3 – EO3 – Receitas correntes próprias de manutenção... 31

Tabela 4 – EO4 – Retorno real dos recursos do contribuinte... 32

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Indicadores de execução orçamentária e financeira... 24 Quadro 2 – Interpretação do coeficiente de variação... 29

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS Art. – Artigo

CGU – Controladoria Geral da União CRC - Conselho Regional de Contabilidade CV – Coeficiente de Variação

DP – Desvio-padrão

FINBRA – Finanças do Brasil

IBGE – Instituto Brasileiro de geografia e estatística LOA – Lei de Orçamento Anual

MPGO – Ministério Público do estado de Goiás RN – Estado do Rio Grande do Norte

STN – Secretaria do Tesouro Nacional EUA – Estados Unidos da América

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 12 1.1 TEMA E PROBLEMA ... 12 1.2 OBJETIVOS ... 14 1.2.1 Geral ... 14 1.2.2 Específicos ... 14 1.3 JUSTIFICATIVA ... 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 16 2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ... 16 2.2 RECEITA PÚBLICA ... 18 2.3 DESPESA PÚBLICA ... 20

2.4 EFICIÊNCIA DOS GASTOS PÚBLICOS ... 22

2.5 INDICADORES DE DESEMPENHO ... 22

3 METODOLOGIA ... 25

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA ... 25

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA ... 25

3.3 INSTRUMENTO E PROCESSO DE COLETA DE DADOS ... 27

3.4 INDICADORES DE DESEMPENHO UTILIZADOS NA ANÁLISE ... 27

4 RESULTADO E ANÁLISE ... 30

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1. INTRODUÇÃO

1.1 TEMA E PROBLEMA

Segundo o CRC-GO (1996 apud BEZERRA FILHO, 2008), no Brasil, o interesse popular pela gestão dos recursos públicos teve sua origem embrionária na época da prosperidade colonial, quando surgiram lideranças nos diversos segmentos sociais, como os militares, o clero e os intelectuais recém-chegados da Europa, que por sua vez traziam em sua bagagem cultural, os ideais democráticos assimilados em seus estudos no Velho Mundo.

De acordo com Giacomoni (1986, p.15), o orçamento é um dos mais antigos e tradicionais instrumentos utilizados na gestão dos negócios públicos. Foi concebido inicialmente como um mecanismo eficaz de controle político dos órgãos de representação sobre os Executivos, e sofreu, ao longo do tempo, mudanças no plano conceitual e técnico para acompanhar a própria evolução das funções do Estado.

Para Jund (2009), o orçamento pode ser definido como uma ferramenta de planejamento da ação governamental, composto das despesas fixadas pelo Poder Legislativo, que por sua vez autoriza o Poder Executivo a realizá-las durante um exercício financeiro, mediante a arrecadação de receitas suficientes e previamente estimadas, além de ter o dever de contribuir com a redução das desigualdades da sociedade, uma vez que consiste na distribuição de riquezas, sendo necessário, para isso, que a sua elaboração e execução sejam realizadas com a responsabilidade e a competência necessárias à correta gestão em prol do interesse público.

A instituição orçamentária sempre foi cercada por uma série de regras, com o intuito de ser mais consistente no cumprimento de sua finalidade. Tais regras ou princípios recebiam grande ênfase e atenção na fase em que os orçamentos possuíam forte conotação jurídica, de tal forma que foram incorporadas à legislação e sobrevivem até os dias atuais (JUND, 2009).

Nesse sentido, a própria Lei nº 4.320, de 17/03/1964, que estatui normas gerais de Direito Financeiro, aplicáveis a todas as esferas da Administração Pública (art. 1°), determina obediência aos princípios da unidade, universalidade e anualidade (art. 2°). Além destes últimos, destacar-se-ão, também, outros princípios

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importantes e defendidos pela corrente doutrinária dos tratadistas, tais como os princípios da publicidade e da clareza (BEZERRA FILHO, 2008).

O princípio da publicidade constitui-se numa das bases essenciais dos governos democráticos, onde caracteriza o orçamento como um instrumento público, que deve ser de conhecimento não só dos representantes eleitos pelo povo, mas de toda a comunidade e em todas as fases do seu ciclo (JUND, 2009).

Por sua vez, o princípio da clareza visa à compreensão do orçamento como instrumento de múltiplas funções que pode ser visto de várias óticas ou dimensões, e que, apesar do seu rigor técnico, deve ser expresso de forma clara, ordenada, objetiva e completa, permitindo, assim, o seu entendimento não só pelos especialistas, mas por todas as pessoas que tenham interesse nas informações apresentadas nele (JUND, 2009).

A contabilidade através dos seus registros permite o controle e análise dos atos e fatos administrativos e econômicos no que diz respeito ao patrimônio de uma entidade pública, fato esse que possibilita a geração de informações proporcionando o acompanhamento permanente da situação da entidade em questão. Trata-se de um importante elemento auxiliar de controle para o atingimento dos objetivos e finalidades proporcionando ainda uma constante autoavaliação e autocorreção administrativa (ANDRADE, 2012).

A etapa de verificação em que cabe aos órgãos externos de fiscalização de cada poder verificar, analisar, apurar e concluir o entendimento sobre determinado assunto administrativo ou contábil é chamado de controle externo. Verifica-se que este controle pode ser exercido tanto pelo poder legislador do ente federado, como pelos tribunais de contas, conselhos e comissões especiais e até mesmo pelo cidadão (ANDRADE, 2012).

Silva (2012), fala que, a base para discussão da eficiência (a Constituição Federal de 1988 trata da economicidade no art. 70) dos governos são os registros contábeis. A partir dos dados da contabilidade outras análises poderão ser realizadas.

Segundo Heinrich (apud SUZUKI; GABBI, 2009), a avaliação de desempenho serve para melhorar a gestão do programa, dos serviços públicos e das políticas públicas, além de ter como objetivo servir ao propósito de ajudar os gestores a entender como suas ações e decisões estão ligadas aos resultados obtidos e quais

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fatores contextuais ou exógenos podem limitar ou aumentar sua efetividade como gestores.

Ciente do exposto, Silva (2012) propõe indicadores de execução orçamentária e financeira, patrimoniais e gerais com o intuito de analisar as demonstrações contábeis e assim contribuir com a avaliação da gestão pública. Os indicadores positivos têm o propósito de evidenciar resultados contábeis da gestão em que os quocientes da razão dos itens de análise representam situações em que o valor final deverá ser quanto maior, melhor, ou seja, o Governo utilizou adequadamente os recursos públicos.

Diante disso e aliado a concepção de Torres (apud GALVÃO, 2012) de que a percepção da sociedade tem crescido com relação à necessidade de avaliar se os gastos públicos estão de acordo com as necessidades coletivas. Ao conhecer estes gastos, a população pode exigir que os gestores públicos utilizem os recursos nos serviços de forma mais eficaz e eficiente. O Estado vem buscando mecanismos para facilitar o entendimento da população e tem aperfeiçoado as técnicas de controle das finanças públicas. Neste contexto, a presente pesquisa busca responder ao seguinte problema: Qual o desempenho da gestão orçamentária e financeira do município de Natal no período de 2008 a 2012 de acordo com os indicadores positivos de desempenho?

1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Geral

Analisar através de indicadores positivos de execução orçamentária e financeira o desempenho do município de Natal no período de 2008 a 2012.

1.2.2 Específicos

 Caracterizar a administração pública;  Conceituar receitas e despesas públicas;

 Identificar e calcular os indicadores positivos de desempenho;  Analisar os dados das execuções orçamentárias e financeiras.

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1.3 JUSTIFICATIVA

A informação junto à participação e conhecimento da sociedade no acompanhamento e controle da gestão dos gastos públicos somadas ao cumprimento de princípios tais como eficiência, clareza, publicidade e transparência listados na Lei de Responsabilidade Fiscal, caracterizam, sem dúvida, preceitos fundamentais para a realização do estudo em questão.

A contabilidade é a ciência que permite o registro dos aspectos patrimoniais dos acordos, tanto no sentido preditivo, quanto no de controle e feedback. É ela a fiadora do princípio da transparência, possibilitando a cidadania, a democracia e a autoridade compartilhada. Diminui a distância entre os praticantes dos jogos de poder à medida que informa. (CUNHA, 2005)

A participação contínua da sociedade na gestão pública é um direito assegurado pela Constituição Federal, permitindo que os cidadãos não só participem da formulação das políticas públicas, mas, também, fiscalizem de forma permanente a aplicação dos recursos públicos. É de fundamental importância que cada cidadão assuma essa tarefa de participar de gestão pública e de exercer o controle social do gasto do dinheiro público. A Controladoria-Geral da União (CGU) é um dos órgãos de controle da correta aplicação dos recursos federais repassados a estados, municípios e Distrito Federal. No entanto, devido às dimensões do Estado Brasileiro e do número muito grande de municípios que possui (5.560), a CGU conta com participação dos cidadãos para que o controle dos recursos seja feito de maneira ainda mais eficaz (CGU, 2015).

Dessa forma, a pesquisa se justifica por mostrar a sociedade uma análise através de indicadores positivos de execução orçamentária e financeira o desempenho do município de Natal no período de 2008 a 2012.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Segundo Matias-Pereira (2009, p. 62), pode-se argumentar em sentido amplo que:

A Administração Pública designa o conjunto de serviços e entidades incumbidos de concretizar as atividades administrativas, tendo como propósito a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade no âmbito dos três níveis de governo: federal, estadual ou municipal, segundo preceitos de Direito e da Moral, visando o bem comum.

De acordo com Carvalho Filho (2005, p. 5), existe um consenso entre os autores no sentido de que a expressão “administração pública” exprime mais de um sentido. Fato esse que decorre da extensa quantidade de atividades que compõem o objetivo do Estado e também o próprio número de agentes públicos e seus órgãos incumbidos de sua execução. Devido a isso é que, para melhor entender a expressão deve-se dividi-la sob a perspectiva dos executores da atividade pública, de um lado, e da própria atividade, de outro.

Para Marinela (2012, p. 19), podem-se apontar dois critérios para conceituar a Administração Pública: o formal e o material. O critério formal, orgânico ou subjetivo trata a Administração pública como o conjunto de órgãos, a estrutura estatal, onde alguns autores até citam como sinônimo de Estado, quando pensado no aspecto físico, estrutural. Partindo desse critério, é convencionado por parte da doutrina que a expressão Administração Pública deve ser grafada com as primeiras letras maiúsculas. Já no critério material ou objetivo, a administração pública não é vista como o conjunto de órgãos, mas sim como a atividade administrativa exercida pelo Estado ou, ainda, função administrativa. Nesse sentido, a expressão administração pública deve ser grafada com as letras iniciais minúsculas, conforme a convenção doutrinária.

Conforme Moreira Neto (1999, p. 81), administração pública é o conjunto de tarefas predominantemente executórias, exercidas por pessoas jurídicas de direito público ou por suas delegatárias, gerindo recursos total ou parcialmente públicos, na continuação dos interesses legalmente competentes ao Estado.

Para Meirelles (2002, p. 63), numa visão global, a Administração é, pois, todo o aparelhamento do Estado preordenado à consecução de serviços, com o intuito de

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satisfazer as necessidades coletivas. A administração não pratica atos de governo; pratica, tão-somente, atos de execução, tendo maior ou menor autonomia funcional, segundo a competência do órgão e de seus agentes.

“Administração lato sensu é toda atividade destinada a organizar o desenvolvimento das atividades humanas, entendendo-se como Administração Pública as atividades do Estado objetivando a realização de seus fins.” (BRAZ, 2001)

Granjeiro e Castro (2000, p. 9) descrevem: “a idéia central da administração pública é a ação racional, definida como a ação corretamente calculada para realizar determinados objetivos desejados.”

Segundo Moraes (2002, p.310), de forma objetiva, a administração pública pode ser definida como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para a consecução dos interesses coletivos e subjetivamente como o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado.

Andrade (2010, p. 73) fala que o conceito de Administração Pública no sentido formal, subjetivo ou orgânico, envolve tanto a Administração Direta quanto a Indireta. Sendo a Administração Pública direta aquela composta pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como os seus Ministérios e Secretarias. Onde se tem a atividade administrativa prestada de forma direta ou centralizada. Já a Administração Pública indireta caracteriza-se por ser o conjunto de pessoas administrativas (têm personalidade jurídica própria) vinculadas à Administração direta que irão desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada. É composta pelas autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. Alguns autores acrescentam a este rol as agências reguladoras e agências executivas.

Para Jund (2009, p. 47), a Administração Direta constitui o conjunto dos órgãos integrados na estrutura central de cada poder das pessoas jurídicas de direito público com capacidade política, sendo, portanto, a gestão dos serviços públicos realizada pelas próprias pessoas políticas por intermédio dos seus órgãos. Órgãos estes que possuem características como: Ausência de Personalidade Jurídica; Ausência de Patrimônio Próprio e Capacidade Processual Excepcional.

Ainda de acordo com Jund (2009, p. 48), a Administração Indireta trata-se do conjunto de entidades com personalidade jurídica que, vinculados a um órgão da

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Administração Direta, prestam serviços públicos ou de interesse público, que por sua vez, proporcionarão ao Estado a satisfação de seus fins administrativos. As entidades da Administração Indireta possuem, necessária e cumulativamente, as seguintes características: personalidade jurídica; criação ou autorização por Lei Específica; Patrimônio Próprio e Vinculação aos Órgãos da Administração Direta.

“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.” (BRASIL, 1988)

2.2 RECEITA PÚBLICA

Para Angélico (1995, p. 44), “receita pública em seu sentido mais amplo, é o recolhimento de bens aos cofres públicos. Ingresso, entrada ou receita pública são, na verdade, expressões sinônimas na terminologia de finanças públicas.”

De acordo com Andrade (2012, p. 58), receita define-se como todo e qualquer recolhimento aos cofres públicos, seja ele em dinheiro ou outro bem representativo de valor, cujo governo tenha o direito de arrecadar em virtude de leis, contratos, convênio e quaisquer outros títulos, de que seja oriundo de alguma finalidade específica, cuja arrecadação lhe pertença ou caso figure como depositário dos valores que não lhe pertençam.

Segundo Jund (2009, p. 141), conceitua-se como receita todo o recebimento ou ingresso de recursos arrecadados pela entidade com o fim de ser aplicado em gastos operacionais e de administração. A receita pública, portanto, consiste no conjunto de ingressos financeiros, com fontes e fatos geradores próprios e permanentes, originados da ação e de atributos inerentes à instituição, que, na qualidade de elemento novo, produz acréscimos patrimoniais, sem, contudo, gerar obrigações, reservas ou reivindicações de terceiros.

De acordo com Silva (1991, p. 83), o Estado dispõe de recursos ou rendas que lhe são entregues através da contribuição das coletividades. Esse montante de recursos caracteriza a denominada receita pública, cuja função é suprir todos os encargos com a manutenção da sua organização. Diante disso, podemos afirmar que os Ingressos ou Receitas correspondem a todas as quantias recebidas pelos cofres públicos, ao passo que as receitas públicas correspondem ao ingresso que, integrando-se ao patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou

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correspondência ao passivo, vem acrescentar o seu vulto como elemento novo e positivo.

Segundo Bezerra Filho (2008, p.49), a receita na Administração Pública representa o ingressos de recursos financeiros nos cofres públicos, podendo ser receita orçamentária ou receita extra-orçamentária, dependendo da sua origem. A receita orçamentária é caracterizada por enquadrar-se nos itens da tabela da receita codificada na legislação própria, previsíveis nos orçamentos públicos, como receitas correntes ou de capital. Já a receita extra-orçamentária é aquela que ingressa nos cofres públicos, porém não é de prioridade do Estado, logo, não é receita pública. São exemplos destas: cauções, fianças, consignações em folha de pagamento a favor de terceiros e retenções na fonte.

Para Moreira Neto (1999, p.84), a receita pública é o ingresso de dinheiro no patrimônio financeiro público, seja ele permanente ou não. Podem ser receitas correntes, basicamente as tributárias, as de contribuição e patrimoniais, e destinam-se a atender às despesas classificáveis como correntes; e receitas de capital, basicamente as provenientes de operações de crédito, alienação de bens e transferências de capital, do mesmo modo destinadas a atender às despesas classificadas como de capital.

Bezerra Filho (2008, p.50) esclarece que as receitas orçamentárias compreendem dois grupos de contas, correspondentes às categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital. As receitas correntes são os recursos financeiros que ingressam nos cofres do Estado de forma regular, a fim de financiar, a princípio, as despesas correntes. Ultrapassada a despesa corrente, poderá financiar despesas de capital.

Receitas de capital são os recursos financeiros oriundos de possibilidades permitidas pela legislação através da constituição de dívidas, da conversão em espécie de seus bens e direitos; dos recursos recebidos de outras pessoas de Direito Público ou Privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital. Transações também conhecidas como: operações de créditos, alienações, convênios e doações, respectivamente. (BEZERRA FILHO, 2008)

Andrade (2012, p. 62) mostra que no grupo Receitas Correntes constitui-se de receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes. Já as Receitas de

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Capital, dividem-se em: operações de créditos, alienação de bens, amortização de empréstimos, transferências de capital e outras receitas de capital.

Andrade (2012, p. 66) ainda conceitua receita extraorçamentária como:

A receita extraorçamentária refere-se aos ingressos que não integram o orçamento público, ou seja, são todos recolhimentos efetuados, que constituirão compromissos exigíveis a curto prazo, cujo pagamento independe de autorização legislativa, razão pela qual classificadas em contas financeiras adequadas, preexistentes no plano de contas da entidade. O ente público figurará apenas como depositário de valores que, a princípio, não lhe pertencem. São exemplos: cauções, fianças, depósitos em garantia, consignações, retenções na fonte, salários não reclamados, contas a classificar a posteriori, antecipações de receitas orçamentárias, recebimentos de recursos entre órgãos da mesma esfera de governo, entre outros.

2.3 DESPESA PÚBLICA

Despesa trata-se de todo desembolso efetuado pelo Estado no atendimento dos serviços e encargos assumidos no interesse geral da comunidade, nos termos da Constituição, das leis, ou em decorrência de contratos ou outros instrumentos. (SILVA, 1996)

Jund (2009, p.173) conceitua despesa pública como o conjunto de dispêndios do Estado ou de outra pessoa de Direito Público a qualquer título, a fim de saldar gastos fixados na lei do orçamento ou em lei especial, com o objetivo de realizar e garantir o funcionamento dos serviços públicos. Em outras palavras, as despesas públicas formam o complexo da distribuição e emprego das receitas para custeio e investimento em diferentes setores da administração governamental.

Segundo Kohama (2009, p.87), despesa pública caracteriza-se por serem os gastos fixados na lei orçamentária ou em leis especiais cujo destino é à execução dos serviços públicos e dos aumentos patrimoniais; à satisfação dos compromissos da dívida pública; ou ainda à restituição ou pagamento de importâncias recebidas a título de cauções, depósitos, consignações, etc.

“É o conjunto de dispêndios realizados pelos entes públicos para o funcionamento e manutenção dos serviços públicos prestados à sociedade.” (CARVALHO, 2010)

Slomski (2003, p. 318) expõe que entende-se por despesa pública todo o consumo de recursos orçamentários e extra-orçamentários. Sendo recursos orçamentários todos aqueles fixados pela Lei de Orçamento Anual (LOA) e recursos extra-orçamentários aqueles provenientes da geração de passivos financeiros,

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classificados como receita orçamentária, constituindo-se em despesa extra-orçamentária quando de seu recolhimento e/ou pagamento a quem de direito.

Moreira Neto (1999, p. 84) explica:

A despesa pública é o dispêndio de dinheiro extraído do patrimônio financeiro público, legalmente autorizado e administrativamente conferido, destinado a atender ao custeio das atividades administrativas internas e externas do estado. Podem ser classificadas segundo vários critérios, mas a classificação legal distingue as despesas correntes, necessárias às operações normais e regulares do Estado, e as despesas de capital, que se caracterizam por serem economicamente reprodutivas em acréscimo ao patrimônio publico.

Rege fundamentalmente, a despesa pública, o princípio da legalidade, tomado em sua expressão própria do Direito Financeiro que, sob seu enunciado positivo, exige a vinculação à prévia autorização legislativa e, sob seu enunciado negativo, veda a realização de quaisquer despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam as previsões orçamentárias (art. 167, II, CF).

De acordo com Slomski (2003, p. 319), a despesa orçamentária classifica-se, segundo sua natureza, em: Categorias econômicas, Grupos de Natureza de Despesa e Elementos de Despesa. Segundo a categoria econômica as despesas se dividem em Despesas Correntes e Despesas de Capital, sendo a primeira todas as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital; e a segunda, aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

Para Bezerra Filho (2012, p.138), as despesas orçamentárias devem ser classificadas em conformidade com os anexos da Lei Federal 4.320/1964 que, após várias atualizações, estão consolidados nos critérios definidos como: classificação institucional; classificação funcional; classificação programática e classificação quanto à natureza da despesa.

Bezerra Filho (2012, p.142) ainda mostra que a classificação funcional, composta de um rol de funções e subfunções pré-fixadas (atualmente pela Portaria MPGO nº 42/1999), servirá como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental, nas três esferas. Pode-se dizer que se trata de uma classificação independente dos programas e obrigatória para União, Estados e Municípios. A classificação funcional é representada por cinco dígitos, onde os dois primeiros referem-se à função, enquanto que os três últimos dígitos representam a subfunção, basicamente buscando responder à indagação “em que” área de ação governamental a despesa será realizada.

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2.4 EFICIÊNCIA DOS GASTOS PÚBLICOS

Segundo Matias-Pereira (2009, p. 62), tratando-se de Administração Pública torna-se relevante definir os conceitos de eficácia, eficiência e efetividade. Eficácia é uma medida normativa do alcance de resultados, enquanto a eficiência é uma medida normativa da utilização de recursos nesse processo. Levando para o campo econômico, a eficácia de uma empresa refere-se à sua capacidade de satisfazer uma necessidade da sociedade por meio do suprimento de seus produtos (bens ou serviços), enquanto a eficiência é uma relação técnica entre entradas e saídas. Logo, conclui-se que a eficiência é uma relação entre custos e benefícios. É a razão entre o esforço e o resultado, entre a despesa e a receita. A eficiência caracteriza-se por fazer corretamente as ações e/ou atividades a que se propõe, e da melhor maneira possível. Daí a ênfase nos métodos e procedimentos internos. A eficácia se preocupa em fazer de forma correta as ações e/ou atividades a que se propõe para atender às necessidades da empresa e do ambiente em que a envolve. De maneira objetiva, pode-se definir que a eficiência está relacionada ao método com qual realizamos as ações pretendidas, eficácia diz respeito ao resultado final da ação (alcançou-se ou não o objetivo pretendido) e efetividade corresponde ao grau de qualidade do resultado obtido.

2.5 INDICADORES DE DESEMPENHO

Ao se tratar de análise dos balanços e demonstrativos das entidades públicas Andrade (2012) lembra que, uma análise criteriosa e bem-feita, onde se subtende que também pode ser feita através de indicadores de desempenho, quando embasada em dados e relatórios confiáveis, permitirá ao administrador público uma tomada de decisão mais precisa e tempestiva que tenderá ao real cumprimento dos princípios da administração pública, tais como os de economicidade, equilíbrio, eficiência, assim como também ajudará a promover uma mudança cultural nos usuários dos recursos públicos.

Andrade (2012) ainda diz que, ao analisar os dados decorrentes da escrituração contábil, decompondo-os em partes segmentadas, obtêm-se os subsídios para uma melhor interpretação e absorção de informações para seus componentes.

(24)

O Tribunal de Contas da Bahia (apud Silva, 2012) deixa claro que a utilização de indicadores de desempenho para medir os resultados obtidos pelos administradores é um mecanismo que está relacionado ao conceito de gerenciamento voltado para resultados, método este que tem sido utilizado nas administrações públicas de diversos países, principalmente nos de cultura anglo-saxônica, como por exemplo, EUA, Austrália e Reino Unido. Alguns autores da literatura especializada caracterizam a utilização de indicadores de desempenho como um instrumento de mensuração quantitativa e qualitativa de aspectos do desempenho. Um indicador de desempenho é um número, percentagem ou razão que mede um aspecto do desempenho, com o objetivo de comparar esta medida com metas preestabelecidas ou até mesmo para analisar o comportamento de determinada entidade durante determinado período.

Silva (2012) esclarece que as principais análises dos balanços orçamentários se dão através de receitas e despesas previstas comparadas com as executadas. Ao realizar esta comparação, haja vista que o fator subjetivo da receita prevista é muito grande, podendo apresentar valores superestimados, ocorre o risco de perder-se o significado do indicador. Assim, o foco principal dos indicadores apreperder-sentados a seguir é o resultado divulgado pelas entidades governamentais, tendo em vista que os mesmos servem de base para as auditorias.

Diante disso, Silva (2012), propõe indicadores de execução orçamentária e financeira, patrimoniais e gerais com o intuito de analisar as demonstrações contábeis e com o auxílio de métodos quantitativos, contribuir com a avaliação da gestão pública.

Para melhor identificação, o quadro 1 a seguir mostra os indicadores de execução orçamentária e financeira positivos e negativos e como eles são calculados.

Quadro 1 – Indicadores de execução orçamentária e financeira Indicadores de execução orçamentária e financeira

Indicadores Positivos

Código Indicador Fórmula

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corrente correntes

EO2 Investimento real Investimentos / despesas de capital

EO3 Receitas correntes próprias de manutenção

Receitas correntes – transferências de recursos recebidos / receitas correntes

EO4 Retorno real dos recursos do contribuinte

Despesa executada / receita executada

EO5 Autonomia financeira real Receitas totais próprias / despesas totais

Indicadores Negativos EO6 Amortização e refinanciamento

de dívida real

Amortização e refinanciamento de dívida / despesa de capital

EO7 Operações de crédito e

refinanciamento real

Operações de crédito e

refinanciamento / receita de capital EO8 Encargos da dívida na despesa

corrente

Juros e encargos da dívida / despesas correntes

EO9 Comprometimento de recursos correntes com pessoal

Pessoal e encargos sociais / despesas correntes

E10 Comprometimento com

despesas de financiamento

Juros e encargos da dívida +

amortização da dívida e

refinanciamento / despesas totais Fonte: Silva (2012), adaptado

Todos os indicadores de execução orçamentária e financeira, patrimonial e gerais são subdivididos em positivos e negativos. A análise dos indicadores positivos se dá de forma que quanto maior o seu resultado, melhor. O que significa dizer que o governo fez uso adequado dos recursos públicos. Já os indicadores negativos, quanto maior for seu resultado, pior, ou seja, o contribuinte almeja que o governa diminua tais indicadores.

(26)

3 METODOLOGIA

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUSA

De acordo com Andrade (2010), os tipos de pesquisas podem ser classificados de várias formas. Essas formas vão variar de acordo com os diferentes tipos de enfoque, quanto à natureza, aos objetivos, aos procedimentos e ao objeto.

Em relação ao objetivo o presente trabalho caracteriza-se por ser uma pesquisa descritiva, que segundo Gil (2000, apud Matias-Pereira, 2010), “visa descrever as características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis.”

Se tratando da classificação das pesquisas com base nos procedimentos técnicos utilizados, Gil (2009) define dois grandes grupos de delineamentos: aqueles que se valem das chamadas fontes de “papel” e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No primeiro grupo, estão contidas a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. Já no segundo, encontram-se a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post facto, o levantamento e o estudo de caso.

Para a presente análise foi utilizada a pesquisa bibliográfica e a documental; bibliográfica por ser elaborada a partir de material já publicado, constituído de livros, artigos de periódicos e material disponibilizado na Internet; e documental, que se utiliza de materiais que não receberam tratamento analítico (Gil, 2000 apud Matias-Pereira, 2010).

A abordagem do problema foi quantitativa, devido ao uso de recursos e de técnicas estatísticas (média, desvio-padrão e coeficiente de variação), e também qualitativa, pela interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados (Gil, 2000 apud Matias-Pereira, 2010).

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA

O presente estudo tem como universo todos os municípios do estado do Rio Grande do Norte e a amostra em questão é o município de Natal.

(27)

Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, foi fundada em 1599 às margens do Rio Potengi. Com uma área de 167.264 km², e população estimada de 869.954 habitantes, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estáticas (IBGE), de 2015, é conhecida por suas belezas naturais, lindas praias, dunas, lagoas e coqueiros (NATAL, 2015).

Tudo começou com as Capitanias Hereditárias quando o Rei de Portugal Dom João III, em 1530, dividiu o Brasil em lotes. As terras que hoje correspondem ao Rio Grande do Norte couberam a João de Barros e Aires da Cunha. A primeira expedição portuguesa aconteceu cinco anos depois com o objetivo de colonizar as terras. Antes disso, os franceses já aportavam por aqui para contrabandear o pau-brasil. E esse foi o principal motivo do fracasso da primeira tentativa de colonização. Os índios potiguares ajudavam os franceses a combater os colonizadores, impedindo, a fixação dos portugueses em terras potiguares (IBGE, 2015)

Passados 62 anos, em 25 de dezembro de 1597, uma nova expedição portuguesa, desta vez comandada por Mascarenhas Homem e Jerônimo de Albuquerque, chegou para expulsar os franceses e reconquistar a capitania. Como estratégia de defesa, contra o ataque dos índios e dos corsários franceses, doze dias depois os portugueses começam a construir um forte que foi chamado de Fortaleza dos Reis Magos, por ter sido iniciada no dia dos Santos Reis. O forte foi projetado pelo Padre Gaspar de Samperes, o mesmo arquiteto que projetou a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação (IBGE, 2015).

Concluído o forte, logo se formou um povoado que, segundo alguns historiadores, foi chamado de Cidade dos Reis. Depois, Cidade do Natal. O nome da cidade é explicado em duas versões: refere-se ao dia que a esquadra entrou na barra do Potengi ou a data da demarcação do sítio, realizada por Jerônimo de Albuquerque no dia 25 de dezembro de 1599 (IBGE, 2015).

Com o domínio holandês, em 1633, a rotina do povoado que começa evoluir foi totalmente mudada. Durante 21 anos, o forte passou a se chamar Castelo de Keulen e Natal Nova Amsterdã. Com a saída dos Holandeses, a cidade volta a normalidade. Nos primeiros 100 anos de sua existência, Natal apresentou crescimento lento. Porém, no final do século XIX, a cidade já possuía uma população de mais de 16 mil habitantes (IBGE, 2015).

A partir de 1922, o desenvolvimento de Natal ganhou ritmo acelerado com o aparecimento das primeiras atividades urbanas. Pela sua posição geográfica

(28)

privilegiada é o ponto das Américas mais próximo da Europa, na IIº Grande Guerra Mundial, já no século XX, serviu de base militar para os nortes americanos, ganhando ares de metrópole internacional, transformando definitivamente Natal e a cidade teve seu nome conhecido por milhões de cidadãos pelo mundo (NATAL, 2015).

Nos anos pós-guerra a cidade continuaria a se desenvolver e sua população cresceria, mas só alguns anos mais tarde é que esse quadro mudaria definitivamente. Foi no início da década dos anos 80 com a construção da Via Costeira, este um marco importante. São 10 km de praias com uma excelente rede de hotéis entre as Dunas e o Mar (NATAL, 2015).

3.3 INSTRUMENTO E PROCESSO DE COLETA DE DADOS

Os dados da pesquisa foram extraídos do sítio da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) através da base de dados Finanças do Brasil (FINBRA) – dados contábeis dos municípios.

3.4 INDICADORES DE DESEMPENHO UTILIZADOS NA ANÁLISE

Nesse estudo foram utilizados apenas os indicadores positivos de desempenho orçamentário e financeiro bem como procedimentos de estatística descritiva.

Os indicadores positivos utilizados foram: o comprometimento da receita corrente, investimento real, receitas correntes próprias de manutenção, retorno real dos recursos do contribuinte e autonomia financeira real. Os mesmos caracterizam-se por caracterizam-seus resultados caracterizam-serem avaliados de forma que quanto maior os valores, melhor o desempenho.

O comprometimento da receita corrente (EO1) segundo Silva (2012) tem como objetivo analisar se a entidade pública fez uso das receitas correntes (executadas) para pagar despesas correntes (executadas). Quando o resultado for superior a 1 significa que sobraram receitas correntes para pagar despesas de capital. O indicador é resultado da razão entre as receitas correntes e despesas correntes.

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O investimento real (EO2) objetiva evidenciar o quanto as entidades públicas investiram em obras, instalações, materiais permanentes. O indicador é obtido em virtude da razão entre as despesas de investimentos (capital) pelas despesas totais de capital. Significando dizer que o seu aumento é resultado de melhoras na infraestrutura. (SILVA, 2012)

As receitas correntes próprias de manutenção (EO3) têm como finalidade verificar o quanto a entidade pública depende de recursos de terceiros para pagar suas despesas correntes. O indicador é resultado da razão entre as receitas correntes próprias e as receitas correntes. Para seu cálculo são consideradas receitas correntes próprias as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial e de serviços, ou seja, as receitas correntes excluídas as receitas correntes oriundas de transferências. (SILVA, 2012)

O retorno real dos recursos do contribuinte (EO4) de acordo com Silva (2012) tem como função a análise numa visão macro o quanto o contribuinte recebeu de volta em serviços e obras (despesas executadas) com base nos recursos que lhe pagou (receita executada). O resultado ideal é 1, que mostraria que tudo que foi contribuído lhe foi retornado. Quando esse resultado ultrapassar 1 significa que a entidade fez uso de recursos do exercício anterior para realizar suas despesas. O indicador é encontrado a partir da divisão da despesa executada pela receita executada.

A autonomia financeira real (EO5) é obtida pela razão entre as receitas totais próprias e as despesas totais. Nesse calculo é considerado receita própria o total de receitas excluídas toda e qualquer transferência ou operação de crédito. Se tratando de receitas correntes são excluídas as transferências correntes e nas receitas de capital são excluídas as transferências de capital e as operações de crédito/refinanciamento de dívida. (SILVA, 2012)

No que diz respeito à estatística descritiva, que de acordo com Silva (2012, p. 2), pode ser entendida como “um conjunto de medidas que envolvem a reunião, a caracterização e a apresentação de um conjunto de dados sob estudo”, os métodos estatísticos utilizados foram à média aritmética, o desvio-padrão e o coeficiente de variação.

A média aritmética é calculada a partir do somatório de todas as observações em um conjunto de dados dividido pelo total de itens em questão. (LEVINE, BERENSON, STEPHAN, 2000 apud SILVA, 2012).

(30)

De acordo com Silva (2012) o desvio-padrão caracteriza-se por medir o grau de dispersão dos dados em relação à média. O menor desvio-padrão significa mais regularidade.

Levine, Berenson, Stephan (2000, apud Silva, 2012) mostram que a função do coeficiente de variação é medir a dispersão relativa dos dados em relação à média aritmética, sendo expresso em percentagem em vez de termos de unidades dos dados específicos. Oliveira (2010, apud Silva, 2012) explica que o coeficiente de variação pode ser interpretado da seguinte forma:

Quadro 2 – Interpretação do coeficiente de variação

I) CV <15%

Baixa dispersão dos valores em torno da média e grande representatividade da

média da série.

II) 15% < CV < 30%

Média dispersão dos valores em torno da média e média representatividade da

média da série.

III) CV >30%

Alta dispersão dos valores em torno da média e baixa representatividade da

média da série. Fonte: Oliveira (2010, apud Silva, 2012)

(31)

4 RESULTADO E ANÁLISE

As tabelas 1 a 5 mostram os resultados dos indicadores positivos de execução orçamentária e financeira do município de Natal no período de 2008 a 2012.

Tabela 1 – EO1 - Comprometimento da receita corrente

Ano Receita Corrente Despesa Corrente Resultado do

Indicador 2008 1.096.559.410,00 846.127.009,80 1,2960 2009 1.047.426.364,72 984.300.772,62 1,0641 2010 1.181.077.576,80 1.098.203.885,72 1,0755 2011 1.383.142.190,77 1.225.471.873,69 1,1287 2012 1.495.415.341,34 1.313.034.673,30 1,1389 MÉDIA 1.240.724.176,73 1.093.427.643,03 1,1406 DP 191.608.794,83 186.247.158,46 0,0927 CV 15,44% 17,03% 8,13%

Legenda: Média – Média aritmética; DP – Desvio padrão; CV – Coeficiente de variação

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da pesquisa

O resultado do comprometimento da receita corrente é exposto na tabela 1. Este indicador é obtido através da razão entre as receitas correntes e as despesas correntes. O resultado do indicador é analisado de forma que quanto maior ele for, melhor. Com base na tabela 1 pode-se analisar que em todos os anos pesquisados os resultados foram favoráveis (índice>1), significa dizer que sobraram receitas correntes para pagar despesas de capital. Neste caso, existe capitalização de recursos. A maior variação do indicador em questão ocorreu do ano 2008 para 2009, onde em 2008 obteve-se o melhor desempenho (1,2960) e em 2009 o pior dentre os 5 anos (1,0641). Porém, observa-se também que com o passar dos anos esse desempenho foi aumentando gradativamente. O indicador obteve uma média de 1,1406, variando de 1,0479 a 1,2333 em torno da média. O desvio-padrão foi de

(32)

0,0927 e o coeficiente de variação foi de 8,13% em torno da média, o que indica uma baixa dispersão do valores em torno da média e conseqüentemente uma grande representatividade da média da série.

Tabela 2 – EO2 – Investimento Real

Ano Investimentos Despesas de

Capital Resultado do Indicador 2008 174.193.203,70 179.189.279,00 0,8658 2009 130.293.159,83 134.924.283,77 0,9657 2010 54.024.928,52 58.739.271,41 0,9197 2011 42.637.933,46 50.792.938,95 0,8394 2012 52.163.334,08 60.247.726,44 0,8658 MÉDIA 90.662.511,92 96.778.699,91 0,8913 DP 58.478.252,52 57.321.002,84 0,0508 CV 64,50% 59,23% 5,70%

Legenda: Média – Média aritmética; DP – Desvio padrão; CV – Coeficiente de variação

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da pesquisa

O investimento real apresentado na tabela 2 objetiva evidenciar o quanto o município gastou em investimentos (obras, aquisições de materiais permanentes, entre outros), quanto maior o índice maior o desenvolvimento em infraestrutura. Este indicador é obtido através da razão entre as despesas de investimento e as despesas totais de capital. Observando a tabela 2 nota-se que de 2008 para 2009 houve um aumento significativo dos investimentos, deixando claro que o ano em que o município de Natal percentualmente mais investiu foi em 2009, chegando ao índice de 0,9657. Dois anos depois o índice cai e chega ao seu pior resultado (0,8394), concluindo 2012 com um pequeno aumento nos investimentos. O indicador obteve uma média de 0,8913, variando de 0,8405 a 0,9421 em torno da média. Seu desvio-padrão foi de 0,0508 e o coeficiente de variação 5,70%, indicando uma baixa dispersão dos valores em torno da média.

(33)

Ano

Receitas correntes – transferências de recursos recebidos

Receitas correntes Resultado do Indicador 2008 356.470.634,10 1.096.559.410,00 0,3251 2009 337.989.865,56 1.047.426.364,72 0,3227 2010 409.829.140,04 1.181.077.576,80 0,3470 2011 535.222.336,60 1.383.142.190,77 0,3870 2012 584.007.867,68 1.495.415.341,34 0,3905 MÉDIA 444.703.968,80 1.240.724.176,73 0,3545 DP 109.531.303,76 191.608.794,83 0,0327 CV 24,63% 15,44% 9,24%

Legenda: Média – Média aritmética; DP – Desvio padrão; CV – Coeficiente de variação

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da pesquisa

A tabela 3 mostra as receitas correntes próprias de manutenção, que por sua vez é obtida pela razão entre as receitas correntes subtraídas das transferências de recursos recebidos e as receitas correntes. Quanto maior for esse indicador, melhor, pois mostra uma maior independência do município. Observando a tabela 3 nota-se que o município de Natal em todos os anos pesquisados mostrou uma notável dependência de recursos de terceiros para pagar suas despesas correntes. Em sentido amplo, o indicador mostra que para cada R$ 1,00 arrecadado, o município (em 2008, por exemplo) disponha de R$ 0,32 de recursos próprios, chegando a aumentar a essa comparação para R$ 0,39 em 2012, ano em que o município obteve mais receitas próprias. O indicador apresentou uma média de 0,3545, variando de 0,3218 a 0,3872 em torno da média. O desvio-padrão encontrado foi de 0,0327 e o coeficiente de variação 9,24%, evidenciando a grande representatividade da média da série.

Tabela 4 – EO4 – Retorno real dos recursos do contribuinte

Ano Despesa Executada Receita Executada Resultado do indicador 2008 1.025.316.289,00 1.133.648.614,91 0,9044 2009 1.119.225.056,39 1.070.658.689,22 1,0454

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2010 1.156.943.157,13 1.184.567.900,05 0,9767 2011 1.276.264.812,64 1.385.270.579,77 0,9213 2012 1.373.282.399,74 1.502.963.564,74 0,9137 MÉDIA 1.190.206.342,98 1.255.421.869,74 0,9523 DP 136.250.151,60 181.744.340,87 0,0591 CV 11,45% 14,48% 6,21%

Legenda: Média – Média aritmética; DP – Desvio padrão; CV – Coeficiente de variação

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da pesquisa

A tabela 4 apresenta o retorno real dos recursos do contribuinte, índice obtido através da razão entre as despesas executadas e receitas executadas. Quanto maior o resultado obtido mais o contribuinte recebeu de volta em serviços e obras baseando-se nos recursos que lhe pagou. O resultado ideal é 1, o que representaria que tudo que foi contribuído foi retornado, quando a razão resulta num quociente maior que 1, como no caso de 2009 (1,0454), significa dizer que o município utilizou recursos financeiros do ano anterior para realizar as despesas. Observando isso, o maior retorno para o contribuinte depois de 2009 ocorreu em 2010, onde para aquele ano cada R$ 1,00 que o governo arrecadou, devolveu R$ 0,9767 em despesas públicas totais. O ano de menor retorno foi o de 2008 (R$ 0,9044). O indicador apresentou uma média de 0,9523, variando de 0,8932 a 1,0114 em torno da média. O desvio-padrão obtido foi de 0,0591 e o coeficiente de variação 6,21%, o que significa que houve uma baixa dispersão dos valores em torno da média.

Tabela 5 – EO5 – Autonomia financeira real

Ano Receitas totais

próprias Despesas totais

Resultado do Indicador 2008 356.470.634,10 1.025.316.289,00 0,3477 2009 337.989.865,56 1.119.225.056,39 0,3020 2010 409.829.140,04 1.156.943.157,13 0,3542 2011 535.350.725,60 1.276.264.812,64 0,4195 2012 584.007.906,68 1.373.282.399,74 0,4253 MÉDIA 444.729.654,40 1.190.206.342,98 0,3697 DP 109.557.853,66 136.250.151,60 0,0521

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CV 24,63% 11,45% 14,10% Legenda: Média – Média aritmética; DP – Desvio padrão; CV – Coeficiente de variação

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da pesquisa

A tabela 5 analisa a autonomia financeira real, encontrada através da razão entre as receitas totais próprias e as despesas totais. Esse indicador objetiva esclarecer o quanto foi arrecadado pelo próprio esforço do município para pagar todas as despesas do mesmo. O pior resultado foi obtido em 2009 (R$ 0,3020), onde a partir daí ocorreu um aumento, chegando a ter em 2012 a maior utilização de receitas totais próprias para pagar as despesas totais (R$ 0,4253). Como todos os outros indicadores positivos expostos, o resultado do índice é quanto maior – melhor, como conseqüência de não precisar fazer uso de recursos de transferências e de operações de créditos. Em reais a autonomia financeira variou de R$ 0,3020 a R$ 0,4253 de recursos próprios para cada R$ 1,00 de despesas totais. O indicador obteve uma média de 0,3697, variando de 0,3176 a 0,4218 em torno da média. Seu desvio-padrão foi de 0,0521 e seu coeficiente de variação de 14,10%, indicando uma baixa dispersão dos valores em torno da média e grande representatividade da média da série.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa teve como principal objetivo a análise do desempenho do município de Natal através dos indicadores positivos de execução orçamentária e financeira durante o período de 2008 a 2012. Os indicadores de desempenho utilizados foram: 1º) comprometimento da receita corrente; 2°) investimento real; 3°) receitas correntes próprias de manutenção; 4°) retorno real dos recursos do contribuinte e 5°) autonomia financeira real.

Durante o período analisado constatou-se que o município de Natal teve o comprometimento da receita corrente favorável em todos os anos, tendo uma média de 1,1406 (tabela 1) o que caracteriza uma sobra de recursos correntes para investir. O investimento real apresentou sua maior variação no ano de 2008 para 2009 e mostrou que o governo está investindo um pouco abaixo do ideal, obtendo uma média de 0,8913 (tabela 2) por conseqüência das despesas totais de capital terem sido superiores aos investimentos em todos os anos analisados, o que foi considerado normal visto que dentro das despesas totais de capital existem outras despesas além das de investimento. As receitas correntes próprias de manutenção ficaram bem abaixo do ideal, onde para cada R$ 1,00 arrecadado, o governo obteve uma média de R$ 0,3545 (tabela 3) de recursos próprios. O retorno real dos recursos do contribuinte teve uma média um pouco abaixo do ideal, 0,9523 (tabela 4), o que significa que o governo arrecadou um pouco mais do que devolveu ao contribuinte em despesas públicas totais; e por fim, a autonomia financeira real, que por sua vez provou que a maior utilização de receitas próprias para suprir despesas totais ocorreu em 2012 mas que ainda mostrou-se bem abaixo do ideal, com uma média de 0,3697 (tabela 5). Todos os indicadores apresentaram seus coeficientes de variação abaixo de 15%, o que significa dizer que todos eles tiveram uma baixa dispersão dos valores em torno da média e uma grande representatividade da média da série, ou seja, a média representou bem os valores encontrados em cada um dos cinco anos analisados.

Diante do exposto e sabendo que, por se tratar de indicadores positivos quanto maior for seu resultado e mais próximo de 1, melhor para a entidade em questão, pode-se afirmar através da análise desses indicadores que o município de Natal apresentou regularidade no que diz respeito ao desempenho da administração dos recursos orçamentários e financeiros, pois seus indicadores não variaram muito

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durante o período analisado e também em torno das médias obtidas.Porém, apesar da regularidade, nem todos os indicadores apresentaram resultados satisfatórios.O município apresentou um notável grau de dependência de recursos de terceiros para suprir suas despesas. Dos cinco indicadores utilizados os dois piores índices encontrados estavam relacionados à arrecadação de receita própria (receitas correntes próprias de manutenção e autonomia financeira real), obtendo uma média de 0,3545 e 0,3697 respectivamente (tabelas 3 e 5), valores que estão bem abaixo das médias dos outros três índices utilizados: 1,1406; 0,8913; 0,9523; comprometimento da receita corrente, investimento real e retorno real dos recursos do contribuinte, respectivamente (tabelas 1, 2 e 4).

Portanto, recomenda-se para futuros trabalhos a análise do município de Natal através de outros índices não contemplados aqui, como também um estudo sobre a dependência da capital nordestina em relação a recursos de terceiros. Também se recomenda que essas pesquisas sejam realizadas com outros municípios para uma maior comparabilidade.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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