• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE"

Copied!
37
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA DA EMPRESA

EMBRAER

Marcelo José Scarpa Espinola

Orientador:

Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves

RIO DE JANEIRO

2009

(2)

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO VEZ DE MESTRE

Marcelo José Scarpa Espinola

ANÁLISE ECONÔMICA E FINANCEIRA DA EMPRESA

EMBRAER

Apresentação de monografia à Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa

Por: Marcelo José Scarpa Espinola

RIO DE JANEIRO 2009

(3)

AGRADECIMENTOS

Ao criador meu eterno amigo.

A minha família por acreditar em mim e sempre me apoiar.

A todos os professores sempre prontos a nos ensinar com dedicação

(4)

RESUMO

Este estudo tem por objetivo realizar uma análise econômico-financeira das demonstrações contábeis da empresa Embraer, considerando referencial teórico. O perfil, o histórico da empresa e suas perspectivas foram estudados. Foi realizado estudo analítico sobre o desempenho econômico e financeiro da empresa até o ano de 2005 aplicando os modelos levantados no referencial teórico. A situação econômica e financeira da Embraer será analisada tendo em visa seu desempenho e perspectiva e como isto pode ser relevante para os investidores.

(5)

METODOLOGIA

De acordo com a classificação proposta por Vergara (2003), uma pesquisa pode ser caracterizada quanto aos fins e quanto aos meios.

Quanto aos fins a sua finalidade, esse processo de pesquisa pretende aprofundar o conhecimento sobre o processo de análise da situação econômica e financeira de empresas com base nos demonstrativos financeiros, sua aplicação e importância para os diferentes agentes econômicos.

Quanto aos meios o estudo se configura como uma pesquisa bibliográfica sobre o tema.

Também é uma pesquisa que pode ser caracterizada como sendo um estudo de caso já que se volta a para a análise de um objeto específico e singular, a empresa Embraer.

Os dados foram coletados através de levantamento de bibliografia disponibilizada durante o transcorrer do curso e através de outras publicações, tais como revistas especializadas em negócios e aviação, agência de notícias e através de buscas na rede mundial de computadores (internet) .

Tal procedimento foi escolhido por proporcionar um leque amplo e objetivo de informações sobre o referencial teórico e dados específicos sobre a empresa objeto do estudo.

Os dados coletados serão tratados através de modelos de análise de demonstrações contábeis e de investimentos empregando-se planilhas eletrônicas como ferramenta de calculo e organização de dados.

O método escolhido se, por um lado, permite uma análise da empresa sob vários aspectos de seu desempenho econômico e financeiro, por outro lado, não é adequado a análises relativas em relação à outras empresas .

(6)

INTRODUÇÃO

Os principais usuários das ferramentas econômicas e financeiras de uma empresa, para tomada de decisão, eram os administradores da mesma, o governo e seus credores, especialmente os bancos.

Recentemente todas as ações da Embraer foram transformadas em ordinárias nominativas pois a empresa aderiu ao Novo Mercado do IBOVESPA. As implicações disto sobre o valor e movimentação das ações da empresa não poderiam ser melhores avaliadas pelos interessados ao obterem maior conhecimento da situação econômica e financeira da empresa.

Este estudo tem como objetivo geral Analisar a situação econômica e financeira da empresa Embraer a fim de apoiar a tomada de decisões. Como objetivos intermediários, que visam atingir o objetivo geral proposto o estudo se propõe a conhecer a empresa Embraer e seu histórico; estudar os modelos teóricos de análise econômica e financeira das demonstrações financeiras; levantar informações sobre suas demonstrações financeiras e analisar a situação econômica e financeira da empresa tendo em vista os modelos teóricos estudados.

Este estudo delimita-se a abordar a análise econômica e financeira da empresa Embraer com base em suas demonstrações financeiras publicadas em seu relatório anual de 2005, através de diversos modelos teóricos aplicados aos dados referentes aos anos de 2003, 2004 e 2005 do balanço em reais e segundo os princípios contábeis vigentes no país.

O estudo também procura aprofundar o conhecimento sobre a empresa em relação ao seu perfil, histórico e mercado para efetuar análise de desempenho e indicar suas perspectiva.

Embora relevante, não se pretende estabelecer comparações com empresas similares; pois estas estão localizadas em outros países, o que implicava na obtenção de dados formatados segundo os mesmos princípios contábeis e expresso em uma mesma unidade monetária.

A recente expansão do mercado de capitais no Brasil, com várias empresas abrindo capital e emitindo papéis, fez com cada vez mais pessoas se interessassem em obter informações que lhe possibilitem uma melhor avaliação acerca da situação de uma empresa afim de subsidiar suas decisões de investimento. A análise das demonstrações financeiras de uma empresa pode ser ferramenta muito importante e

(7)

útil para atender esta necessidade cada vez mais presente na vida econômica do país.

As informações que esse estudo pretende produzir podem se mostrar de interesse para aqueles que pretendam tomar contato com algumas ferramentas de análise econômica e financeira de demonstrações contábeis.

Os resultados a serem alcançados também poderão ser úteis para os detentores de papéis da Embraer ou que tenham algum interesse sobre os mesmos tendo em vista que terão mais uma fonte de informações sobre a empresa.

(8)

CAPÍTULO I - ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Deve-se entender, em princípio, a análise de balanços como um sistema de informação que tem por objetivo a transformação de dados em informações. Estas, por sua vez, servirão de subsídios para o processo de tomada de decisões. Corroborando a proposição supracitada, Matarazzo (2003) afirma que a análise de balanços tem por objetivo a transformação dos dados das demonstrações financeiras em informações, para a tomada de decisões.

A análise de balanço constitui-se em um processo de estudo sobre as demonstrações contábeis, que tem por objetivo a avaliação e diagnóstico da empresa no que se refere aos aspectos operacionais, econômicos, patrimoniais e financeiros.

Outrossim, uma vez entendido que a análise de balanço visa fornecer informações para a tomada de decisões, torna-se importante delinear, resumidamente, os usuários dessas informações. O usuário interno, à luz de Matarazzo (2003), usa as análises para concluir, por exemplo, se a empresa necessita ou não de crédito, se qualidade da administração é boa ou ruim, se a mesma tem ou não condições de pagar suas dívidas, se é ou não lucrativa, entre outros aspectos. Já os principais usuários externos, de acordo com Iudícibus (2000), são os seguintes:

1. Investidores: buscam identificar a situação econômico-financeira da empresa; 2. Fornecedores: análise da capacidade de pagamento da empresa compradora; 3. Bancos: utilizam os relatórios para aprovar empréstimos e limites de

empréstimos;

4. Governo: utilizam as análises com a finalidade de obter informações sobre a arrecadação de impostos;

5. Sindicatos: determinação da produtividade do setor, fator preponderante para reajuste de salários.

Segundo Dante C. Matarazzo (2003), a Análise de Balanços pode prestar as seguintes informações:

1. Situação Financeira. 2. Situação Econômica.

(9)

3. Desempenho.

4. Eficiência na utilização dos recursos. 5. Pontos fortes e fracos.

6. Tendências e perspectivas. 7. Quadro evolutivo.

8. Adequação das fontes às aplicações de recursos. 9. Causas das alterações na situação financeira. 10. Causas das alterações na rentabilidade. 11. Evidência de erros da administração.

12. Providências que deveriam ser tomadas e não foram. 13. Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.

A Analise de Balanços para tomada de decisões pode ser dividida nas seguintes etapas, conforme Dante C. Matarazzo (2003):

1. Escolha de indicadores 2. Comparação com padrões 3. Diagnóstico ou conclusões 4. Decisões

A comparação de índices aos padrões, requer atenção para as características do setor e indústria. Deve-se procurar ao máximo utilizar índices padrões dentre empresas comparáveis.

Contudo existe a possibilidade de se analisar a empresa comparando a composição dos itens das demonstrações financeiras e sua evolução no tempo.

(10)

CAPÍTULO II - ÍNDICES FINANCEIROS

À luz de Matarazzo (2003, p.147), “índice é a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa”. Outrossim, Padoveze (2000) destaca que os índices financeiros têm por objetivo diagnosticar situações problemáticas, verificar tendências dos fatos e fornecer subsídios para o processo de tomada de decisão. Em relação ao método de análise através dos índices, de acordo com Gitman (2001), não se deve meramente aplicar uma fórmula sobre dados financeiros para calcular um dado indicador. Faz-se necessário o uso de uma base de comparação para a emissão de algum juízo de valor. De acordo com o mesmo autor, duas comparações podem ser feitas: cross-sectional (comparação de índices financeiros de empresas diferentes no mesmo ponto no tempo) e de séries temporais (avaliação dos resultados da organização ao longo do tempo).

Matarazzo (2003) subdivide a análise das Demonstrações Financeiras em análise da situação financeira e análise da situação econômica. Divide ainda os índices em três grupos: índices de estrutura de capitais e de liquidez, que evidenciam aspectos da situação financeira, e os índices de rentabilidade, que evidenciam aspectos da situação econômica.

2.1 Índices de Estrutura de Capitais

Os índices desse grupo mostram, de acordo com Matarazzo (2003), as grandes linhas de decisões financeiras, em termos de obtenção e aplicação de recursos.

São medidas que destacam a relação entre as fontes de capital da empresa, ou seja, o posicionamento do capital próprio frente ao capital de terceiros, avaliando a segurança que a empresa oferece aos capitais alheios e revelando sua política de obtenção de recursos e de alocação dos mesmos nos diversos itens do Ativo.

Como o Ativo de uma empresa é financiado pelos capitais próprios e de terceiros, quanto maior a participação de capitais de terceiros nos negócios de uma empresa, maior será o risco a que eles estarão expostos.

(11)

Por fim, segundo Gitman (2001), em geral, quanto mais dívida a empresa usa em relação ao total de seu ativo, maior será a sua alavancagem financeira. Em outras palavras, quanto maior a alavancagem financeira de uma empresa, maiores serão seu risco e retorno esperados.

2.2 Participação de Capitais de Terceiros

Também chamado de grau de endividamento, este índice estabelece a proporção entre os recursos de terceiros e os recursos próprios utilizado pela empresa. Por esta razão, é considerado um indicador do risco de insolvência. Do ponto de vista estritamente financeiro, quanto maior a relação: Capitais de Terceiros/ Patrimônio Líquido, menor a liberdade de decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a esses Terceiros. Em resumo, relaciona o montante de capital de terceiros para cada R$ 100,00 de capital próprio.

Capitais de Terceiros x 100 Patrimônio Líquido

2.3 Composição do Endividamento

A análise do resultado acima permite conclusões acerca do perfil da dívida. O índice acima revela o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais, sendo uma medida da qualidade do passivo da empresa, em termos de prazos. Neste caso, é vantajoso para a organização possuir dívidas com maiores prazos de pagamento, pois a mesma disporá de maior tempo para a geração dos recursos necessários.

Passivo Circulante x 100 Capitais de Terceiros

(12)

2.4 Imobilização do Patrimônio Líquido

Este índice exprime o quanto do Ativo Permanente da empresa é financiado pelo seu Patrimônio Líquido, evidenciando, desta forma, a maior ou menor dependência de aporte de recursos de terceiros para manutenção de seus negócios. Ou seja, quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante e, conseqüentemente, maior será a necessidade de capitais de terceiros para o seu financiamento.

Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido

2.5 Imobilização dos Recursos não Correntes

O índice acima indica qual o percentual de Recursos não Correntes que a empresa aplicou no Ativo Permanente. Tendo em vista que os elementos do Ativo Permanente podem ter vida útil de 2 a 50 anos, não é necessário financiar todo o Imobilizado com recursos próprios, sendo possível a utilização de recursos de longo prazo, desde que o prazo seja compatível com o de duração do Imobilizado, ou suficiente para que a empresa gere recursos capazes de resgatar as dívidas de longo prazo.

Ativo Permanente x 100

Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo

2.6 Índices de liquidez

A liquidez refere-se à solvência da organização, ou seja, à capacidade da mesma em saldar suas obrigações. Para Matarazzo (2003), são índices que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, procuram medir a solidez

(13)

financeira da empresa. Quanto maior os índices de liquidez, melhor será a situação da empresa. As principais medidas de liquidez são a geral, corrente e seca.

2.7 Liquidez Geral

O índice de liquidez geral indica a capacidade de honrar as obrigações de curto e longo prazo, utilizando recursos de curto e longo prazo. Relaciona quanto a empresa possui no ativo circulante e realizável a longo prazo para cada R$ 1,00 de dívida total (passivo circulante + exigível a longo prazo). Assim, pode-se dizer que quanto maior o resultado mais solvente será a organização.

Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

2.8 Liquidez Corrente

Este quociente indica a capacidade de pagar obrigações de curto prazo com recursos de igual duração. Representa quanto a empresa possui no ativo circulante para cada R$ 1,00 de passivo circulante. Neste sentido, quanto maior o resultado apurado, mais solvente será a organização.

Ativo Circulante Passivo Circulante

2.9 Liquidez Seca

O índice de liquidez seca compara o ativo líquido (ativo circulante – estoques) com as dívidas de curto prazo. Neste caso, de acordo com Ching, Marques e Prado (2003), este quociente proporciona uma análise mais conservadora, pois elimina o risco associado à incerteza da venda dos estoques.

(14)

Disponível+Títulos a Receber+Outros Ativos de Rápida Conversibilidade Passivo Circulante

2.10 Índices de Rentabilidade

As medidas de rentabilidade, para Ross, Westerfield e Jordan (2000), pretendem medir a eficiência com que a empresa utilizou seus ativos e administra suas operações. Matarazzo (2003), por seu turno, salienta que esse grupo de índices mensura a rentabilidade dos capitais investidos, ou seja, qual o grau de êxito econômico da empresa.

2.11 Giro do Ativo

O giro do ativo relaciona o montante de vendas da empresa para cada R$ 1,00 de investimento total. Isto é, expressa quantas vezes o ativo transformou-se em vendas. Neste sentido, quanto maior o resultado, melhor é a eficiência global da administração na geração de vendas com seus ativos disponíveis.

Vendas Líquidas Ativo

2.12 Margem Líquida

O índice em questão tem por objetivo estabelecer a relação existente entre o montante que a empresa obtém de lucro para cada R$ 100,00 vendidos, ou seja, mede a lucratividade das vendas avaliando o ganho operacional da empresa em relação ao seu faturamento. Quanto maior o valor aferido, mais elevado terá sido o lucro líquido da organização.

(15)

Lucro Líquido x 100 Vendas Líquidas

2.13 Rentabilidade do Ativo

A rentabilidade do ativo total (ROA) mede a eficiência global da empresa na geração de lucros com seus ativos disponíveis. Outrossim, determina o percentual de lucro para cada R$ 100,00 de investimento total.

Lucro Líquido x 100 Ativo

2.14 Rentabilidade do Patrimônio Líquido

A rentabilidade do patrimônio líquido (ROE) mensura a remuneração do capital próprio investido na empresa, ou seja, quanto a empresa obteve de retorno para cada R$ 100,00 de capital próprio investido. Além de avaliar a remuneração do capital próprio, a ROE permite analisar se esse rendimento é compatível com outras alternativas de aplicação.

Lucro Líquido x 100 Patrimônio Líquido

(16)

CAPÍTULO III - RESULTADOS E ANÁLISE

3.1 A empresa EMBRAER

A Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. é uma Sociedade Anônima de Capital Aberto, com sede em São José dos Campos - SP, sendo a principal empresa do segmento aeroespacial no país. Seus produtos estão presentes nos cinco continentes, possuindo filiais e parceiros em vários países do globo.

A Embraer figura entre as maiores empresas exportadoras do Brasil, tendo alcançado o primeiro lugar nos anos de 1999 e 2001 e o segundo entre 2002 e 2004.

Suas atividades incluem a fabricação, comercialização, prestação de serviços de aeronaves e componentes. Já produziu cerca de 3.900 aviões que voam em mais de 65 países diferentes.

Sua força de trabalho corresponde a mais de 17.000 empregados diretos e mais de 5.000 empregos indiretos localizados principalmente no Brasil.

A Embraer é uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo, um dos quatro maiores fabricantes de aviões comerciais junto com as gigantes Boeing (Americana) e Airbus (Consórcio Europeu), e a Bombardier (Canadense), sua principal concorrente no segmento de aviação regional. Vários dos seus produtos foram e são grandes sucessos comerciais, tais como o pioneiro Bandeirantes e o treinador Tucano, entre outros.

A empresa também atua no segmento de defesa, na prestação de serviços e na aviação executiva. Existem, ainda, parcerias no mercado de peças e equipamentos de precisão em pareceria com outras companhias.

Trata-se, em fim de uma bem sucedida empresa brasileira atuando em ramo de alta tecnologia, competitividade e complexidade industrial.

(17)

3.2 Histórico

A Embraer foi criada em 19 de agosto de 1969 como uma empresa estatal ligada ao Ministério da Aeronáutica.

O projeto estratégico da Aeronáutica, do qual derivou posteriormente a fundação da Embraer, priorizou a formação de recursos humanos de alto nível e da criação de centro tecnológico capaz de desenvolver programas e projetos na área de aviação. Para tanto foram criados no ano de 1945 o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA).

No ano de 1965 engenheiros formados pelo ITA se reuniram no CTA para projetar um avião de transporte leve para Força Aerea Brasileira (FAB) que mais tarde foi batizado de Bandeirantes.

A construção de dois protótipos foi iniciada em 1966 e o primeiro vôo em 22 de outubro de 1968. Enquanto o desenvolvimento técnico avançava o programa industrial esbarrava na falta de empresas capazes e interessadas na fabricação da aeronave. O governo, então, decidi criar uma empresa para ser o braço industrial da FAB e dar prosseguimento ao programa do Bandeirantes e de outros projetos em desenvolvimento como um avião planador, um avião agrícola e do jato de treinamento MB-326.

A Embraer começou a operar em janeiro de 1970 em um terreno de 2,5 milhões de metros quadrados próximo ao aeroporto de São José dos Campos.

O primeiro avião a sair da linha de produção da empresa foi o avião agrícola EMB-200 Ipanema (mais de 1000 unidades produzidas) em janeiro de 1972. O segundo foi o o planador EMB-400 Urupema (10 exemplares).

Em agosto de 1972 decolou o primeiro Bandeirantes produzido pela Embraer. O avião contou inicialmente com a contração de 80 exemplares pela FAB, mas logo também foi vendido para empresas de transporte regional que passaram a contar com incentivo do governo para aumentar a malha de transporte aéreo brasileira. Entretanto, o Bandeirantes alcançou sucesso internacional e o aparelho se manteve em produção por 18 anos tendo sido produzidos mais de 500 aparelhos Bandeirantes.que operavam em 36 países diferentes.

(18)

Em setembro de 1972 a Embraer iniciou a produção do jato MB-326 da Aermacchi com o nome de Xavante, dois quais foram produzidos 182 exemplares. Alguns dos Xavantes foram exportados para Togo, Paraguai e Argentina.

No final dos anos 70 e início dos anos 80 a Embraer passa a desenvolver projetos iniciados na própria companhia. O primeiro foi o avião de transporte leve EMB-121 Xingu, que foi homologado em 1979 como o primeiro avião pressurizado produzido no Brasil. Durante 8 anos foram entregues 106 aparelhos, dois quais 51 exportados principalmente para a França.

Atendendo uma demanda da FAB a Embraer iniciou em dezembro de 1978 o desenvolvimento de um treinador turbo-hélice avançado, que seria conhecido como T-27 Tucano. O avião demonstrou grande desempenho e conquistou a confiança de 14 países com mais de 650 exemplares entregues. O avião também foi selecionado pela Força Aérea Britânica (RAF) e sendo produzido sob licença na Shorts Brothers em Belfast, na Irlanda do Norte.

Em 1984 a Embraer forma uma joint-venture com a alemã Liebherr chamada ELEB. A nova empresa do grupo tinha o objetivo de produzir trens de pouso, componentes hidráulicos e outros equipamentos de precisão destinados à aviação.

Interessado na incorporação de uma nova aeronave de ataque para a FAB, o governo brasileiro estabelece acordo com os italianos para participar do projeto AMX. A Embraer fica responsável por 30% do projeto que tinha as empresas Aeritalia (hoje Alenia) e Aermacchi pelo lado italiano.

O vôo inaugural do primeiro protótipo brasileiro ocorreu em outubro de 1985 e a primeira entrega de um total de 53 células do AMX à FAB foi realizada em 1989.

O projeto foi extremamente útil à Embraer; pois representou um verdadeiro salto tecnológico e proporcionou o aperfeiçoamento do processo de cooperação no desenvolvimento de projetos e fabricação de aeronaves.

O projeto seguinte foi fruto de um acordo de cooperação entre o Brasil e Argentina através da Fábrica Militar de Aviones (FMA). A Embraer ficou responsável por 2/3 do projeto iniciado em 1985.

Tratava-se de um projeto ambicioso de fabricação de transporte leve e, ao mesmo tempo, revolucionário para a época; pois, adotava a configuração dos

(19)

propulsores pouco usual “pusher” e incorporava novas tecnologias. Contudo as qualidades técnicas do projeto esbarraram na pouca aceitação do produto no mercado devido o preço elevado do produto; logo o projeto foi suspenso com grande prejuízo.

No início dos anos 90 o fracasso do CBA-123 se juntou ao ambiente político e econômico desfavorável para que a Embraer enfrentasse sua pior crise que quase resultou em falência.

Após várias medidas de restruturação que resultaram no corte de metade dos funcionários a empresa sob a liderança de Ozires Silva preparou sua recuperação através do desenvolvimento de um novo produto que incorporava algumas lições apreendidas do CBA-123: tecnologia útil é aquela que o mercado está disposto a pagar; avião caro não vende; e quanto menos depender de fatores políticos melhor será.

O novo aparelho de 45 passageiros (EMB-145) seria um avião a jato voltado para o crescente transporte mercado regional. A fim de reduzir os custos e tempo de produção, o aparelho teria alta comonalidade de estruturas e sistemas com o Brasília. O desenvolvimento e a fabricação do aparelho seriam realizados em parceria com diversas empresas fornecedoras de peças e sistemas.

Em dezembro de 1994 a Embraer é privatizada e seus novos controladores seriam o Grupo Bozano e os fundos de pensão Previ e Sistel. O Estado preservaria os seus interesses estratégicos atraves da propriedade de ação de classe especial (Gonden Share) que lhe permitiriam alguns poderes de veto, tais como na transferência de controle.

Em 11 de agosto de 1995 decolou o primeiro protótipo reconfigurado para 50 passageiros do programa do EMB-145.

O momento era bastante favorável ao lançamento de um jato de 50 lugares, a aviação regional, especialmente nos EUA e Europa, estavam em franco crescimento. Havia um único concorrente na categoria o pioneiro CRJ-200 da Bombardier.

As primeiras entregas ocorreram em 1996 e em pouco tempo o bom desempenho e a economia tornaram-se argumentos valiosos na expansão das vendas do aparelho renomeado ERJ-145. A Embraer conquistou grandes

(20)

encomendas de operadores norte-americanos como Continetal Express, American Eeagle e US Airways .

Este fato acirrou a disputa com a canadense Bombardier, resultado em diversos conflitos comerciais travados pelos dois governos no âmbito da Organização Mundial de Comércio (OMC). E após muitas negociações e decisões favoráveis aos dois lados, várias alterações em programas de incentivos governamentais tiveram que ser reconsideradas. Isto não impediu o crescimento das vendas das duas empresas que passaram a dominar este segmento de mercado. O sucesso do ERJ-145 e a demanda dos clientes incentivaram a Embraer a desenvolver uma família de aviões baseadas neste modelo: ERJ-135 (37 passageiros), ERJ-140 (44 passageiros) e ERJ-145 XR (50 passageiros com alcance estendido). Já foram entregues mais de 900 aparelhos da família ERJ-145 que conta com mais de 1400 pedidos.

A implantação do Sistema Integrado de Vigilância da Amazônia (SIVAM) e do programa de modernização da FAB no final da década de 90, gera o desenvolvimento dos atuais três principais projetos da Embraer na área de defesa.

A FAB encomendou EMB-145 AEW&C (5 unidades) de vigilância e controle aéreo e o EMB-145 RS/AGS de sensoramento remoto (3 unidades). Trata-se de aviões derivados do EMB-145 em parceria com outras empresas fornecedoras de sistemas, tais como a norte-americana Raytheon e a sueca Ericcson . Além do Brasil o México e a Grécia, também, se tornaram clientes das aeronaves de vigilância da Embraer.

O segundo projeto foi de uma aeronave leve de ataque e treinamento avançado com uma cabine digital ALX, derivada do treinado T-27 e também conhecida como Super Tucano. O aparelho contou inicialmente com a encomenda de 99 aparelhos para FAB e, mais recentemente obteve seu primeiro contrato de exportação de 25 unidades para a Colombia. A FAB recebeu seu primeiro aparelho em dezembro de 2003.

O terceiro e último foi a programa de modernização e revitalização dos aparelhos de caça Northrop F-5 da FAB. O programa contou com a participação da empresa israelense Elbit e da Italiana Galileo e realizou a primeira entrega 2005.

(21)

A Embraer estabelece parceria com grupo europeu de empresas aeroespaciais formado pela EADS, Dassault, Thales e Snecma, que passam a integrar sua estrutura societária com 20% das ações com direito a voto.

Durante a edição de 1999 do famoso salão de Le Bourget na França. A Embraer comunica oficialmente o lançamento de nova família de jatos: Embraer 170 (70-78 lugares), 175 (78-86 lugares), 190 (94-106 lugares) e 195 (106-118 lugares).

O lançamento visava atender ao crescimento das empresas de aviação regional que passaram a demandar aviões de maior capacidade e também ia de encontra a previsível diminuição das vendas de aviões na faixa de 50 assentos.

O surgimento das Companhias de Aviação do tipo Low Cost - Low Fare provocou um acirramento na competição na aviação em vários mercado pelo mundo. Empresas domésticas e internacionais também passaram a demandar aeronaves menores e mais econômicas de forma a se adequar as diferentes características de quantidade de passageiros e distância de cada rota.

Este mercado era só marginalmente atendido por algumas versões menores das consagradas famílias de jatos 717 e 737 da Boeing e A320 da Airbus. E não só a Embraer apontava para o desenvolvimento de aviões na faixa de 70-110 passageiros, a sua grande rival Bombardier e a tradicional fabricante teuto-americana Fairchild-Dornier também previam lançamento de novas aviões para este mercado.

A crise no setor de aviação também afetou os negócios da Embraer e a empresa demitiu aproximadamente 1.800 funcionários e reduziu a cadência de produção. Contudo prosseguiu seus investimentos na ordem de 800 milhões de dólares para o desenvolvimento de uma família de jatos totalmente nova, inclusive com a aquisição de um centro de realidade virtual em 2000.

Mas tarde, esta perseverança lhe proporcionou uma grande vantagem competitiva no mercado de aviões na faixa de 70-110 lugares.

O primeiro vôo do Embraer 170 ocorreu em fevereiro de 2002 e a primeira entrega em 12 de maior de 2003. A família de aviões contava em dezembro de 2005 com 440 pedidos firmes e 118 aparelhos entregues

(22)

Em 2000 a Embraer decide diversificar sua atuação oferecendo uma versão de transporte executivo do janto ERJ-135. O primeiro vôo da nova aeronave batizada de Legacy ocorreu em 31 de março de 2001. O aparelho da categoria midsize encontrou boa receptividade no mercado de aviação executiva e já conta com 76 unidades voando em 16 países. Em 2005 o modelo foi renomeado como Legacy 600 Procurando abrir novos mercados a Embraer se associa a empresa chinesa AVIC II através de uma joint-venture na china para produção de aeronaves da família ERJ-145.

No inicio desta década o segmento de aviação comercial representava aproximadamente 80% dos negócios da companhia. Esta dependência elevava os riscos e limitava o potencial de negócios. A diretoria da empresa não permaneceu alheia a esta realidade e, após um período de prospecção, decide intensificar sua opção de diversificação através do crescimento no segmento da aviação executiva lançando o projeto dos aviões phenom 100 e 300. O primeiro é um aparelho para quatro passageiros na nova e promissora categoria Very Light Jets (VLJ), que inclue aeronaves de até nove lugares com preços estimados entre 1 milhões e 2,5 milhões de dolares. O segundo é um aparelho de até nove passageiros na categoria de Light Jets (LJ).

O objetivo da empresa é conquistar uma participação de mercado de 30% no mercado mundial de jatos executivos. Para tanto a Embraer vê a necessidade de ampliar ainda mais sua linha de produtos lançando o Lineage 1000. O aparelho é um jato para até 19 passageiros na classe Extra large e é baseado no Embraer 190.

Prosseguindo sua política de diversificação e melhoria na qualidade de atendimento aos clientes a Embraer realizou nos últimos três anos vários investimentos para incrementar sua atuação na de prestação de serviços. Adquiriu o controle da Indústria de Aeronáutica de Portugal S.A. (OGMA) em 2004, expandiu seu centro de manutenção em Nashville, Estado do Tennessee (EUA) e inaugurou novo centro de serviços na unidade de Gavião Peixoto, em São Paulo.

Em 2006 a Embraer realiza restruturação societária transformado todas as suas ações em nominativas ordinárias e adere ao Novo Mercado. Esta ação tinha como objetivo melhorar a governança corporativa da empresa, aumentar a liquidez de seus papéis e valorizar as ações da empresa.

(23)

3.3 Estrutura

A Embraer conta com quatro unidades industriais próprias:

- São José dos Campos: destinada a projeção, fabricação e suporte a aeronaves para os mercados de aviação comercial, executiva e de defesa.;

- Eugênio de Melo: desenvolvimento e fabricação de ferramental, tubos, solda e serralheria;

- Gavião Peixoto: Montagem final de aeronaves destinadas aos mercados executivos e de defesa;

- Botucatu: sede da Indústria Aeronáutica Neiva e responsável pela produção do avião Ipanema, fabricação de peças, estruturas e embalagens para outros produtos da empresa.

Escritórios Regionais:

- América do Nort:e localizado em Fort Lauderdale, na Florida (EUA);

- Europa: localizado em Villepinte nos arredores de Paris (França), que é responsável também pelo dos clientes da Africa e do Oriente-médio;

- China: localizado próximo a Pequim. - Cingapura.

Joint Ventures:

- ELEB: com sede no Brasil esta sociedade com o grupo Liebherr atua principalmente na produção de trens de pous, equipametos hidráulicos e eletromecânicos;

- Harbin Embraer: localizada em Harbin (China) esta sociedade com o grupo chinês AVIC II atua na fabricação de aviões da família ERJ 145;

- OGMA: localizada em Portugal, esta sociedade com o grupo europeu EADS atua principalmente na manutenção, revisão e modificação de aeronaves.

(24)

Centro de Suporte ao Cliente:

- EAMS: localizado em Nashvile (EUA) atua principalmente na manutenção e fornecimento de componentes dos aviões da Embraer.

3.4 Mercado e perspectivas

No mercado financeiro, especialmente na NYSE, Embraer é classificada no segmento de empresas Aeroespaciais e de Defesa. Este segmento compreende empresas que fabricam Aviões, Helicópteros, Veículos não tripulados, Satélites, Veículos lançadores, Mísseis, Foguetes, Motores e propulsores, Armamentos individuais, Tanques, Navios de Guerra, Submarinos, Sistemas de Vigilância Eletrônica, Radares, Sistemas de comunicações, Sistemas de navegação, Sistemas de sensoramento remoto, Explosivos, Etc. Embora várias empresas atuem em muitos destes setores, especialmente as Norte-americanas Boeing, Northorop-Grumman e Lockheed martin, e as européias BAE System e EADS; é preciso fazer uma restrição maior para uma correta avaliação do mercado onde a Embraer atua e suas perspectivas.

O principal mercado da Embraer é a Fabricação de Aeronaves (Aircraft Buiders).Mesmo este segmento sofre subdivisão: Defesa, Rotores (helicópterose e mistas), Aviação Comercial; aviação executiva, aviação geral (pequenas aeronaves para treinamento, lazer, ligação, experimental, utilitária, etc.).

A Embraer atua principalmente no mercado de aviação comercial com mais de 80% de participação em seus resultados, mais também já atua e tem procurado crescer nos segmentos de aviação executiva e defesa. Neste último segmento a Embraer já fabricou vários modelos desde sua criação.

O segmento de aviação comercial envolve empresas aéreas de transporte de passageiros e cargas através de linhas aéreas regulares ou vôo fretados. Este se divide em linhas aéreas principais e linhas regionais. Embora não seja rígida e existam áreas de interposição entre os dois segmentos, pode-se levantar algumas de suas características básicas:

(25)

• Linhas aéreas principais: linhas domésticas ligando os principais aeroportos do país e internacionais ligando-os ao exterior com vôos de média e longa distância que se utilizam normalmente de aeronaves de grande porte (acima de 100 lugares);

• Linhas aéreas regionais: ligação dos aeroportos secundários entre si e destes com os principais do país e do exterior através de vôos de curta e média distância e que se utilizam normalmente de aeronaves de pequeno e médio porte (abaixo de 100 lugares).

No segmento de aviação executiva, além da divisão básica entre aviões a jato e os turboélices. Temos, ainda, uma série de classificações no setor de jato em ternos de porte, preço, número de passageiros, espaço da cabine e alcance; que vão desde os leves Very Ligth Jets (VLJ) que transportam de 4 à 8 passageiros e custam normalmente entre 1,5 milhão à 3 milhões de dólares, passando pelos Entry, Light Jets, Midlight, Midsize, Super Midsize, Large, até chegar nos Ultra Large que são aeronaves de grande porte que custam mais de 40 milhões de dólares, transportam mais de 15 passageiros com grande espaço e conforte e tem alcance intercontinental.

A segmentação do setor de defesa é ainda maior e complexa e vai desde micro aeronaves não tripuladas até chegar aos enormes aviões de transporte estratégico. Entre estes dois encontram-se inúmeros tipos de aeronaves de ligação, treinamento, transporte, caça, bombardeiro, reconhecimento, vigilância, etc. A Embraer classifica todas as suas vendas a governos no setor de defesa.

A Teal Group empresa de consultoria norte-americana no setor aeroespacial e defesa divulgou uma série de estudos que apontava a Embraer como a oitavo empresa do grupo de principais fabricantes de aeronaves no mundo, atrás da Boeing, EADS, Lockheed Martin, BAE Systems, Bombardier, Textron e Dassautlt. Sua previsão para 2015 é a manutenção da posição relativa da Embraer diante de um crescimento das vendas totais do setor de cerca de 100 bilhões dólares para aproximadamente 115 bilhões de dólares. Já para a Bombardier, a principal rival no mercado de aviação regional, se prevê queda na participação relativa entre os fabricantes de aeronaves no ano de 2015.

(26)

O próprio crescimento da demanda por transporte aéreo tem resultado no aumento do porte de aeronaves comportado em muitos pontos atendidos pela aviação regional.

A queda nas restrições de sindicatos para operação de aviões de maior capacidade nas empresas subsidiárias de transporte regional no mercado americano também tem contribuído para o crescimento das vendas de aviões de maiores:

• O principal mercado continuará sendo os EUA.

• As vendas de jatos de maior valor na faixa de 70 e 110 lugares no máximo compensarão a grande queda na quantidade vendida de aviões em torno de 50 assentos;

• A Embraer tem vantagem competitiva; pois, é a única a oferecer uma família de jatos totalmente nova no segmento mais promissor de vendas (70 a 110 lugares). Isto deve garantir à Embraer a liderança no segmento de aviões regionais, para os próximos 10 anos, seguida pela Bombardier e a maior distância pela ATR.

O segmento de aviação executiva, segundo estimativas do Teal Group cresceu expressivos 350% entre 1996-2001. Em 1980 as vendas não passavam de 3 bilhões de dólares e neste ano devem passar de 13 bilhões de dólares. De um total 14.740 jatos executivos entregues nos últimos 42 anos cerca de 40 % ocorreram nos últimos 10 anos.

No Brasil não tem sido diferente em relação ao segmento de aviação executiva. A revista Flap Internacional divulgou informação dando conta que nos últimos anos o incremento sustentado foi da ordem de 5 a 8% ao ano.

A globalização e a necessidade de aumentar a produtividade continuarão a ser um forte estimulo para o crescimento da aviação executiva por parte das empresas e grandes investidores. A isto deve-se somar o surgimento dos pequenos e baratos VLJ que deverão incrementar a venda à particulares. A Teal Group estima que entre 2006 e 2015 as entregas de jatos executivos serão em torno de 10.087 unidades movimento pelo menos 141,1 bilhões de dólares, cerca de 50% a mais que no período de 1996 e 2005.

(27)

Atualmente os principais competidores são: na liderança Bombardier (25%) e Gulfstream (23,9%); no segundo time Cessna (18%) e Dassaut (16,7%); seguidas pela Raytheon (10,1%); e, por fim, os novatos formados pela Embraer e Sino-Swearinge com 3,8% cada.

A Embraer através de sua parceria com a FAB desenvolveu produtos que atuam em alguns nichos de mercado tais como: aeronaves de treinamento e ataque leve, transporte e aviões de vigilância e sensoramento eletrônico.

O mercado de Defesa é extremamente complexo, por depender de decisões governamentais está sujeito a uma série de questões políticas que apresentam grande volatilidade e variações. São decisões que estão sujeitas a uma série de considerações, tais como: política de segurança nacional, industrial, de desenvolvimento econômico, a tecnologia e ciências, tratados internacionais, alianças estratégicas, guerras e rivalidades, etc.

3.5 Análise das demonstrações financeiras

O presente capítulo procura desenvolver as ferramentas de análise de balanço da EMBRAER a partir do referencial teórico levantado e de informações extraídas dos Relatórios de Demonstração Financeira da Empresa conforme divulgado do seu Relatório Anual 2005

(28)

Tabela 1: Análise dos Índices Financeiros

2004 2005

ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL Fórmula Resultado Resultado

Participação de Capitais de Terceiros Cap.Terceirosx100 276,10 258,60 PL

Composição do Endividamento PC x 100 50,27 50,70

Cap.Terceiros Imobilização do Patrimônio Líquido A Permanentex100

52,37 49,96

PL

Imobilização dos Recursos Não AP x 100 27,82 22,33

Correntes PL + ELP

ÍNDICES DE LIQUIDEZ Fórmula Resultado Resultado

Liquidez Geral AC + RLP 1,18 1,21

PC + ELP

Liquidez Corrente Ativo Circulante

PC 1,71 1,81

Liquidez Seca Dispon+Tít.rec.+Outr

os ativos ráp.conv.

PC 1,06 1,18

ÍNDICES DE RENTABILIDADE Fórmula Resultado Resultado

Giro do Ativo Vendas Líquidas 0,61 0,54

Ativo

Margem Líquida de Lucro (ML) LL x 100 12,52 7,76

Vendas Líquidas

Rentabilidade do Ativo LOL x 100 9,79 5,29

Ativo

Rentabilidade do Patrimônio Líquido LL x 100 28,83 14,97

PL médio

3.5.2 Conclusão da Análise dos Índices Financeiros

Quanto aos indicadores de Estrutura de Capital verificou-se que o grau de endividamento total da empresa, ou seja, fração do Ativo que está sendo financiada por recursos de terceiros diminuiu de 73% em 2004 para 71% em 2005.

Ainda com relação às fontes de recursos, a relação percentual entre os recursos de terceiros (PC + PELP + REF) e os recursos próprios (PL) aplicados na empresa, em ambos os anos, foram superiores a 100% (276% em 2004 e 258% em 2005), demonstrando a política de obtenção de recursos, predominando o capital de terceiros.

A composição das exigibilidades, ao compararmos o montante de dívidas no curto prazo com o endividamento total, sofreu pequena alteração em 2005 comparando-se com o ano anterior (de 50,2% para 50,7%). A Embraer encerrou o ano de 2005 com um endividamento total de R$ 3.636,8 milhões, superior aos R$

(29)

3.553,7 milhões no final do exercício anterior. O aumento do endividamento ocorreu através da obtenção de linhas de crédito de longo prazo, ou seja, do endividamento total cerca de 69,4% referem-se às linhas de longo prazo, percentual superior que o de 2004, que foi cerca de 61,7%.

O índice de imobilização do Patrimônio Líquido apresentado pela Embraer em 2005 foi de 49,9%, contra 52,3% em 2004. Este índice expressa o quanto do Ativo Permanente da empresa é financiado pelo seu Patrimônio Líquido, evidenciando, desta forma, a maior ou menor dependência de aporte de recursos de terceiros para manutenção de seus negócios, sendo considerado apropriado para esse tipo de empresa.

Com relação aos índices de liquidez, todos melhoraram em 2005 com relação ao ano anterior. A liquidez de curto prazo em 2004 era de R$ 1,7 para pagar cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, passando para R$ 1,8 no ano de 2005.

Já a liquidez seca em 2004 era de 1,1 e em 2005 passou a ser 1,2, demonstrando que como tanto em 2004 quanto em 2005 a liquidez seca da Embraer foi maior que 1, pode-se dizer que a empresa não depende da venda de estoques para saldar seus compromissos de curto prazo.

A Embraer apresentou uma liquidez geral de 1,18 em 2004 e de 1,21 em 2005, demonstrando que a empresa possui capacidade de pagamento para honrar todos os seus compromissos, dispondo de recursos circulantes e de longo prazo.

Com relação aos índices de rentabilidade verificamos queda em todos os índices no ano de 2005 em comparação com o ano anterior. Esta redução foi influenciada principalmente pela diferença entre o dólar médio utilizado na composição dos estoques, em sua maioria produtos importados, e a taxa média da moeda registrada no faturamento dos produtos acabados, que pressionou a margem bruta das vendas que atingiu 23,7% em comparação a 33,3% obtida no ano anterior. Adicionalmente, com o início da produção do EMBRAER 175 e do EMBRAER 190 e a conseqüente “curva de aprendizado” relacionada a um novo produto, o custo da sua produção inicial é maior. Além disso, com a entrada de um novo produto no mercado, os clientes lançadores recebem benefícios que afetam o preço médio de venda, acarretando uma pressão nas margens da Empresa.

(30)

A Embraer apresentou uma redução da remuneração do seu capital de 28,8% em 2004 para 14,97% em 2005; a Margem Operacional de Lucro foi de 15,9% 2004 e, 9,8% em 2005 e a Margem Líquida sobre as vendas caiu de 12,5% para 7,7% em 2005.

O giro do ativo determinou que o ativo foi transformado em vendas 0,54 vezes em 2005 enquanto que no ano anterior o resultados foi 0,61. Outrossim, em 2005, a empresa obteve R$ 5,29 de lucro líquido para cada R$100,00 vendidos, entretanto no ano de 2004, o resultado alcançado foi de R$ 9,79 de lucro para cada R$ 100,00 vendidos.

(31)

CONCLUSÃO

Esse trabalho pretendeu investigar sobre modelos de avaliação econômica e financeira com base nas demonstrações contábeis afim de subsidiar a tomada de decisões. O foco do estudo recaiu sobre sua aplicação à empresa Embraer. Tal questão se mostra importante na medida em que proporciona uma aplicação prática útil tanto para consolidar os conhecimentos, como servir de fonte de informações para os interessados em conhecer a empresa Embraer.

Para aprofundar a análise pretendida, investigou-se a perspectiva de autores como Iudícibus, J. P. Silva, Aswath Damodaran e, principalmente, Dante C. Matarazzo.

Foi efetuada pesquisa bibliográfica e de informações e dados sobre a empresa Embraer através de revistas especializadas em negócios e aviação, agência de notícias e na rede mundial de computadores.

A análise do desempenho da empresa proporcionou algumas conclusões a cerca de sua estrutura de capitais, liquidez e solvência e rentabilidade.

A estrutura de capital da Embraer que houve pequena redução na participação do financiamento de capitais de terceiros (2%); contudo, a alavancagem financeira continue alta, como bem demonstra a relação entre capitais de terceiros e capitais próprios da ordem de 258%.

A alavancagem operacional também se reduziu ligeiramente quando verificamos que uma redução na imobilização do ativo de cerca de 22% para aproximadamente 19%. A imobilização do patrimônio líquido também diminui passando de 52,3% para 49,9% nos anos abordados.

A estrutura de capital da Embraer, portanto, apresentou pequenas sinais de melhoria e redução de risco operacional e financeiro.

A liquidez também variou positivamente entre os anos de 2004 e 2005. A liquidez geral passou de 1,18 para 1,21, a liquidez corrente de 1,71 para 1,81 e a liquidez seca de 1,06 para 1,18. O balanço de 2005 demonstrou que os ativos da empresa eram mais que suficientes para honrar suas dívidas tanto no curto como no longo prazo.

(32)

O ponto negativo da empresa foi a evolução do volume de vendas e da rentabilidade no período. Isto teve como principais causas a queda do cotação do dolar em reais e a posição inicial da curva de aprendizado na produção e entrega dos novos aviões da família E-Jets 170/190. O giro do ativo se reduziu de 0,61 para 0,54 a margem líquida de lucro caiu de 12,52% para 7,76% a rentabilidade do ativo de 9,79% para 5,29% e por último a rentabilidade do patrimônio líquido diminuiu de 28,83% para 14,97%.

. A alta sensibilidade dos resultados da Embraer a variações na taxa de câmbio é fruto da grande participação das vendas externas no total de faturamento da empresa e da grande proporção de insumos importados no processo de fabricação de aviões. Além disto, contribui para esta elevada sensibilidade o grande prazo do ciclo de produção de aviões. Quando em cenário de queda na cotação da moeda estrangeira semelhante ao experimentado no ano de 2005, as compras a compra de insumos mais caros no início da produção são confrontados com uma queda do resultado das venda externas quando do sua posterior realização.

A Embraer tem feito movimentos para ficar menos dependente deste mercado e tem mantido forte esforço de venda para diversificar sua atuação nos segmentos de defesa e aviação executiva. Para tanto a empresa tem lançado produtos derivados de outros modelos, como novos modelos; tais como a nova família de jatos executivos leves Phenom.

Esta estratégia pode abrir novas opções de negócios rentáveis e ao mesmo tempo diminuir os riscos da depender de um único mercado. O sucesso de tal estratégia pode ser encontrado na sua mais próxima rival, a empresa canadense Bombardier, que mesmo acumulando algumas perdas no mercado aviação comercial regional para Embraer mais que as compensou através do aumento das vendas no crescente mercado de aviação executiva.

A Embraer surgiu como parte de um grande esforço do Estado brasileiro para estimular o desenvolvimento de industria de alta tecnologia. Provou nos últimos 37 anos ser uma empresa capaz agregar capacitação tecnologia, pessoal qualificado, estrutura produtiva eficiente com visão de mercado. Demonstrou nos últimos anos também grande flexibilidade ao lidar com situações de crise, como as graves dificuldades em 1994 e que resultaram em sua privatização e após aos sérios problemas ocorridos na aviação comercial após 11 de setembro de 2001. Nestes

(33)

dois episódios enfrentou a crise desenvolvendo parcerias para gerar novos produtos que representassem uma opção atrativa para os clientes em economia e qualidade. Foram o ERJ 145 e E-JETS 170/190. A empresa primeiro atraiu a confiança dos consumidores e recentemente também melhorou muito sua imagem perante credores e investidores através de aperfeiçoamento da governança corporativa e da busca constante pela competitividade.

No centenário do vôo do 14 bis, o sucesso da Embraer faz renovar no imaginário brasileiro o sonho de voar e conquistar através do trabalho e da engenhosidade um espaço entre os grandes do mundo.

(34)

REFERÊNCIAS

ABOULAFIA, RICHARD. 2005 BUSINESS JET SALES OVERVIEW. AvBuyer – Aviation Articles, Rowlett, 04 nov. 2004.

Disponível em: < http://www.avbuyer.com/Articles/Article.asp?Id=133>. Acesso em: jul. 2009.

ABOULAFIA, RICHARD. TEAM GROUP BUSINESS AVIATION OVERVIEW. AvBuyer – Aviation Articles, Rowlett.

Disponível em: < http://www.avbuyer.com/Articles/Article.asp?Id=133>. Acesso em: jul. 2009.

ABOULAFIA, RICHARD. 50-SEAT RJ MARKET IMPLODES. Aerospace America, Reston.

Disponível em:

http://www.aiaa.org/aerospace/images/articleimages/pdf/AA_Feb06_II.pdf. Acesso em: jul 2009.

ABOULAFIA, RICHARD. AVIATION/DEFENSE MARKET OUTLOOK. Ontario Exportes Inc., Toronto. Disponível em:

http://www.ontaero.org/PDF/MarketOutlookJul1205/Market%20Outlook%20Presentat ion%20R%20Aboulafia%20July%2005.pdf>. Acesso em: ago. 2009.

i

BETING, G.; Embraer Retrato de Um Gigante. JETSITE. Disponível em 2004 < http://www.jetsite.com.br/2006/mostra_fabricantes.asp?codi=31> . Acesso em: ago 2009.

BROWN, STUART F. The Light Jet Age. Fortune, Nova York, 26 dez 2005. Disponível em:

http://money.cnn.com/magazines/fortune/fortune_archive/2005/12/26/8364627/index. htm>. Acesso em: jul. 2009.

BANCO DO BRASIL; Qualidade do Crédito – Caderno 3 - Análise

Econômico-Financeira. Brasília, 1998.

EMBRAER; Relatório Anual 2005. São José dos Campos, 31 mar 2006. Disponível http://www.embraer.com.br/ri/portugues/content/informacoes_financeiras/relatorios_a nuais.asp>. Acesso em jul 2009.

GITMAN, L. J.; Princípios de Administração Financeira – Essencial. Porto Alegre. 2001.

IUDÍCIBUS, S.; Análise de Balanços. São Paulo: Atlas, 1994.

MATARAZZO, D. C.; Análise Financeira de Balanços. São Paulo: Atlas, 1995 SAMBRANA, CARLOS. Pequeno grande negócio. Isto È Dinheiro, São Paulo, 06 jul. 2005.

Disponível em:

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/408/estilo/69pequeno_gr.htm>. Acesso em: ago. 2009.

(35)

SILVA, J. P.; Análise Financeira das Empresas. São Paulo: Atlas, 1995.

SOUZA, F. M. Aviação Executiva no Brasil. Revista Flap Internacional, Nr. 408, Ano 43, p. 41-64, 2006.

(36)

INDICE FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 RESUMO 04 METODOLOGIA 05 SUMÁRIO 06 INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I. ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 09

CAPÍTULO II ÍNDICES FINANCEIROS 11

2.1 Índices de estruturas de capitais 11

2.2 Participação de capitais de terceiros 12

2.3 Composição do endividamento 12

2.4 Imobilização do patrimônio líquido 13

2.5 Imobilização dos recursos não correntes 13

2.6 Índices de liquidez 13 2.7 Liquidez geral 14 2.8 Liquide corrente 14 2.9 Liquidez seca 14 2.10 Índices de rentabilidade 15 2.11 Giro do ativo 15 2.12 Margem líquida 15 2.13 Rentabilidade do ativo 16

2.14 Rentabilidade do patrimônio líquido 16

CAPÍTULO III – RESULTADO E ANÁLISES 17

3.1 A empresa EMBRAER 17

3.2 Histórico 18

3.3 Estrutura 24

3.4 Mercado e perspectivas 25

3.5 Análise das demonstrações financeiras 28

3.5.1 Análise dos índices financeiros 28

3.5.2 Conclusão da análise dos índices financeiros 29

CONCLUSÃO 32

REFERÊNCIAS 35

(37)

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Cândido Mendes

Análise Econômica e Financeira da Empresa Embraer

Marcelo José Scarpa Espinola

Data da entrega:

Referências

Documentos relacionados

Realize as atividades propostas durante o período da aula e, caso fique com alguma dúvida, encaminhe um e-mail para o seu professor.. ROTEIRO DE AULA –

Desta forma, a escravidão moderna, enquanto expressão de relações de poder, presentemente estimuladas pelo capitalismo selvagem, pode ser pensada como um exemplo prático de

Um resultado não reagente é indicado uma linha roxa/rosa na área de CONTROLE (C) e nenhuma linha na área de TESTE (T) tanto na janela IgM quanto na janela IgG. Este resultado sugere

Também apresento a contribuição do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) para a educação brasileira. No terceiro capítulo, Caminhos da Investigação: a Escuta das

A Pró-Reitoria de Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e a Coordenadoria das Licenciaturas - COORLICEN, no uso de suas atribuições, torna pública

O Estado Contratante cuja legislação exigir que os contratos de compra e venda sejam concluídos ou provados por escrito poderá, a qualquer momento, fazer a declaração prevista no

Há quem diga que, com o advento das calculadoras, os cinco dedos em cada mão perderam sua utilidade prática, que era ajudar a contar até dez, e os humanos do futuro nascerão só com

Na simulação do desembarque – saída pelo portão de embarque e ingresso pelo portão de desembarque – as atividades foram facilmente executadas pela idosa, cadeirante, deficiente