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REFLEXÕES SOBRE A ARQUIBANCADA DE FUTEBOL PROFISSIONAL NO BRASIL E SUA ETNOGRAFIA

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REFLEXÕES SOBRE A ARQUIBANCADA DE FUTEBOL PROFISSIONAL NO BRASIL E SUA ETNOGRAFIA

Gustavo Longhi de Carvalho1

RESUMO: Este artigo procura, de maneira inicial, fazer uma etnografia da

arquibancada de futebol profissional no Brasil, com base na observação de uma partida de futebol representativa a partir da arquibancada e em entrevistas dirigidas com dois assíduos frequentadores das arquibancadas. Neste trabalho também há um histórico parcial das manifestações políticas realizadas nas arquibancadas brasileiras e um breve resumo da evolução, com o tempo, do número pessoas que frequentam os principais estádios do país.

PALAVRAS-CHAVE: Etnografia da arquibancada de futebol; torcidas de futebol; manifestações políticas nos estádios.

1) Introdução e Objetivo

É indiscutível o fato de que não se pode analisar o futebol de forma completa considerando-se apenas o que ocorre dentro das quatro linhas do campo. A influência dos torcedores na arquibancada sobre os resultados das partidas e sobre a dinâmica do futebol é enorme. Para se verificar isto, basta assistir a um jogo com o estádio lotado e a outro com o estádio vazio – são dois eventos muito diferentes, mesmo contendo as mesmas regras e o mesmo número de jogadores. As torcidas de futebol são tão importantes que demandam estudos profundos sobre vários aspectos que a envolvem, como sua formação e seu comportamento – muitos destes estudos já foram feitos, e muitos ainda serão realizados.

O objetivo deste artigo é, de maneira inicial, abordar a etnografia da arquibancada dos estádios em que se joga futebol profissional no Brasil, passando também de maneira breve pelas pouco comuns manifestações políticas que ocorreram nestes estádios.

1 Jornalista e engenheiro mecânico, com mestrado nesta última área. Pesquisador da História do Futebol,

e aluno especial de Pós-Graduação da FFLCH-USP. Texto preparado como trabalho de conclusão da disciplina “História Sociocultural do Futebol”, ministrada pelo Prof. Dr. Flavio de Campos.

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Para a realização deste trabalho, além da pesquisa em referências sobre torcidas, seu autor acompanhou pela arquibancada a uma partida da Série A do Campeonato Brasileiro de 2015 (Corinthians x Figueirense, em 27/06/2015) e entrevistou duas pessoas que assistem, há décadas e frequentemente, a partidas de futebol na arquibancada. O objetivo das entrevistas e da presença in loco na partida foi descrever, dentro das limitações da pesquisa, como a arquibancada de futebol profissional no Brasil é formada. Estas observações e entrevistas serão descritas no decorrer do texto.

Reforça-se, por fim, que o trabalho visa à descrição da assistência às partidas apenas de futebol profissional porque há muitos jogos e campeonatos de futebol amador no Brasil, que têm uma etnografia da audiência certamente diferente da que será aqui descrita.

2) Manifestações Políticas nos Estádios – Breves Observações

“É muito difícil, senão quase impossível, que um jogador fale de política. Eles não falam. Têm temor, têm medo.” Carlos Caszely (Jogador do Chile nas Copas de 1974 e 1982) “Éramos as ovelhas negras. Éramos os dissidentes, em um universo de futebol que sempre se manteve isolado, desejando ser neutro e apolítico.” Leonardo Veliz (Jogador do Chile na Copa de 1974) In: EDELMAN, E.; PLUNKETT, J. The Opposition (A Oposição). Filme (23 min.). EUA: ESPN Films, 2014.

Uma pergunta, complexa e vasta, que pode ser feita, é a seguinte: quais foram as principais manifestações políticas que já ocorreram nas arquibancadas dos campos de futebol do Brasil?

Ao se pesquisar este assunto, observa-se que foram muito poucas as manifestações políticas presentes nas arquibancadas do futebol brasileiro. Quando estas ocorreram, foram fatos de grupos isolados e que não tiveram grande repercussão, salvo raríssimas exceções. Observa-se que, mesmo nos tempos atuais (2015), em que as manifestações políticas são marcadas de maneira muito rápida pelas redes sociais, as mesmas são marcadas em locais públicos, mas não nas arquibancadas dos estádios. Quando muito, elas chegam até a porta dos estádios, mas não entram nos mesmos. Isto ocorre, pelo menos, por duas razões: uma delas é a restrição a manifestações por parte dos responsáveis pela segurança nos estádios e a outra é pelo hábito real e antigo das pessoas de irem ao jogo apenas para assisti-lo e nada mais. Os protestos, salvo exceções, quando ocorrem, são referentes a alguma questão que envolve o clube de

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coração do torcedor – por exemplo, uma crítica à equipe, ao técnico ou aos dirigentes do seu clube. Pode-se dizer que se tratam, portanto, de protestos mais futebolísticos que políticos.

Esta coibição de manifestações políticas por parte dos responsáveis pela segurança dos estádios é muito antiga e tradicional – pode-se tomar como exemplo o relato do pesquisador Luiz Henrique de Toledo, que presenciou a proibição de manifestações políticas no estádio do Morumbi (SP) na véspera do segundo turno das eleições presidenciais de 1989, na partida que decidiu o Campeonato Brasileiro daquele ano (São Paulo 0 x 1 Vasco da Gama) (TOLEDO, 2012). Mesmo este dia sendo particular, por ser véspera de eleição, com proibição geral de campanha política, observa-se que nas demais datas as manifestações não são vistas com bons olhos pelos gestores do futebol2.

Dentre as raras manifestações políticas nas arquibancadas, as mesmas podem ser divididas em duas frentes: manifestações políticas gerais e manifestações políticas ligadas ao futebol. Estas últimas envolvem apoio ou críticas a determinados dirigentes, e, apesar de não serem muito comuns, aparecem com mais frequência que as primeiras, que serão abordadas a seguir.

As manifestações políticas gerais nas arquibancadas que podem ser lembradas são as seguintes:

- Faixa exposta na arquibancada do estádio do Morumbi, por torcedores do Corinthians, no dia 11/02/1979 (jogo Corinthians 2 x 1 Santos), pedindo “Anistia ampla, geral e irrestrita”3.

- Faixa com o mesmo conteúdo exposta no mesmo estádio, mas pela torcida do Santos, na partida Palmeiras 2 x 1 Santos, de 4 de março de 19794. Esta faixa levou à rápida prisão de duas pessoas que a expuseram. As figuras 1 (capa do jornal) e 2 (capa

2 A Fifa, órgão máximo do futebol, proibiu formalmente manifestações políticas e religiosas por parte dos

torcedores. Mais informações se encontram no texto disponível no site

https://pergunteaoarbitro.wordpress.com/2015/06/29/corinthians-x-figueirense-faixa-com-critica-a-beira-do-campo-pode/. Acesso em: 15. Jul.2015.

3 Um texto mencionando esta manifestação está disponível nos sites

http://futebolecoisademulhersim.blogspot.com.br/2011/02/historias-do-esporte-gavioes-da-fiel-e.html e

http://timaoparasempre.blogspot.com.br/2012/09/a-historia-secreta-da-acao-direta_25.html.

Esta faixa teve destaque na capa do Caderno de Esportes do jornal Folha de S. Paulo de 12/02/1979 – vide site http://acervo.folha.com.br/fsp/1979/02/12/20/. Acesso em: 14.Jul.2015.

4 Um texto mencionando esta faixa está disponível no site

http://prof-guilherme.capesp.org/arquivos/2524. Esta faixa teve destaque na capa do jornal Folha de S. Paulo de 05/03/1979 – vide site http://acervo.folha.com.br/fsp/1979/03/05/2/. Acesso em: 14.Jul.2015.

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do Caderno de Esportes) mostram imagens do jornal Folha de S. Paulo do dia 5 de março de 1979, que tratam desta partida. Reforça-se que, após manifestações em diversos locais, fora dos estádios, a Lei da Anistia entrou em vigor no dia 28 de agosto de 19795.

- Faixa exposta por torcedores, no dia 3 de setembro de 1989, no estádio do Maracanã (RJ), com os dizeres “Fora Pinochet. Lula”, contrários ao ditador chileno Augusto Pinochet, que governaria o Chile até março do ano seguinte, e favoráveis ao brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que era candidato a presidente do Brasil. Esta faixa pode ser vista aos 2:15 minutos do vídeo que está no site

https://www.youtube.com/watch?v=yu6l4g79Iv4. A faixa foi levantada pelos

torcedores no momento em que o jogador Careca fez o único gol da Seleção Brasileira e da partida, que foi contra o Chile e valia a vaga na Copa do Mundo de 1990. Neste dia, o Maracanã estava com mais de cento e quarenta mil torcedores presentes. Logo após a mesma ser levantada, percebe-se que já há um movimento para baixá-la e nota-se que a rede de TV que transmitia a partida muda a imagem para outro ponto da torcida, que estava comemorando o gol.

Figura 1: Imagem da capa do jornal Folha de S. Paulo de 05/03/1979, com a faixa pedindo anistia (ACERVO FOLHA2, 2015).

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Figura 2: Imagem da capa do caderno de Esportes da Folha de S. Paulo de 05/03/1979 (ACERVO FOLHA2, 2015).

- Outro movimento que ocorreu mais por parte dos jogadores, mas que também se estendeu para a arquibancada, ainda que em menor escala, foi a Democracia Corinthiana. Detalhes sobre este movimento podem ser encontrados no livro do pesquisador e professor José Paulo Florenzano (FLORENZANO, 2009). Pode-se dizer que as faixas da torcida do Corinthians a favor do movimento Diretas Já, em 1984, foram um eco do movimento citado, que teve seu auge em 1982 e 1983. As faixas exibiam dizeres como “Eu quero votar para presidente” e “Presidente quem escolhe é a gente”6.

- Há registro de que faixas pedindo “Diretas Já” foram vistas na arquibancada no amistoso que o time do Santos fez contra a Seleção de Israel, em Tel Aviv, no dia 16 de maio de 1984 (Israel 2 x 1 Santos), numa partida com cerca de 25 mil pessoas presentes ao estádio (NASCIMENTO, 2012, p.230). Esta manifestação é curiosa, pelo menos, por duas razões: por ocorrer fora, e longe, do Brasil, e por ter sido feita três semanas após a emenda que instituía eleições diretas no país ter sido rejeitada no Congresso Nacional Brasileiro.

6 Uma reportagem mostrando estas faixas está na revista Placar n. 715, de 03.Fev.1984, p. 26-27. Este

material está disponível no site

https://books.google.com.br/books?id=XgJlo3ClHpwC&pg=PA27&lpg=PA27&dq=%22Presidente+que m+escolhe+%C3%A9+a+gente%22&source=bl&ots=qfmT8Up8VA&sig=mbM9HC_jhsEex15w1uolQc GLEys&hl=en&sa=X&ved=0CDIQ6AEwA2oVChMInPmgrPfbxgIVwjweCh1hEACG#v=onepage&q= %22Presidente%20quem%20escolhe%20%C3%A9%20a%20gente%22&f=false. Acesso em: 14. Jul.2015.

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- Pode-se dizer que a ênfase com que o Hino Nacional Brasileiro passou a ser cantado nos estádios a partir de junho de 2013, em jogos da seleção nacional, tornou este momento uma manifestação política. Este ato dos torcedores foi diretamente ligado às manifestações que tomaram as ruas de grande parte do país naquele mês. Este fato ficou claro na partida Brasil 2 x 0 México, disputada no dia 19 de junho de 2013, no Estádio Castelão, em Fortaleza (CE), e válida pela Copa das Confederações daquele ano. Naquele dia, houve intensas manifestações de protesto contra diversos aspectos do país em várias cidades, inclusive em Fortaleza e nos arredores do estádio do jogo.

Porém, pode-se dizer que o que se passou das manifestações para o interior do estádio e o jogo foi a intensidade do hino cantado imediatamente antes do seu início, com os jogadores perfilados e os torcedores cantando o hino “à capela” após a banda parar de tocá-lo, numa cena muito impactante. Este momento marcante com os torcedores cantando o Hino Nacional Brasileiro “à capela” passou a ocorrer em todos os jogos do Brasil dentro do território nacional até a Copa do Mundo de 2014. Um dos vários fatores que podem justificar a diferença entre as manifestações dentro do estádio e os protestos fora dele é o fato de que o público que pode assistir aos jogos do Brasil no estádio é, atualmente, uma parcela muito restrita da população, em geral com alto poder aquisitivo, e que não contém todas as classes sociais que estavam presentes nas manifestações de rua naquele momento. Mas esta é uma questão mais complexa, que requer um estudo mais aprofundado, que foge ao escopo deste trabalho.

3) A Etnografia da Arquibancada – Passos Iniciais

Neste capítulo, inicialmente será feito um breve histórico sobre a evolução da quantidade de público nos principais estádios e jogos clássicos brasileiros, pois a descrição da arquibancada passa pela quantidade de público nela presente.

Após, será feita uma também breve descrição e análise da arquibancada de futebol profissional no Brasil, com base nas seguintes fontes:

1) Presença do autor deste trabalho na arquibancada no jogo Corinthians x Figueirense, em 27 de junho de 2014.

2) Entrevista com dois assíduos frequentadores de arquibancadas de futebol há mais de quatro décadas: o engenheiro e pesquisador José Roberto Fornazza (FORNAZZA, 2015) e o engenheiro, turismólogo e professor Sérgio Miranda Paz (PAZ, 2015). O conhecimento deles sobre as torcidas e a sua vivência nas

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arquibancadas, num período considerável, trouxeram dados fundamentais para a confecção deste trabalho.

3.1) O Público nos Maiores Estádios do Brasil

A quantidade de pessoas nos estádios é um dos fatores que têm uma relação direta com a etnografia da arquibancada. Afinal, com mais lugares disponíveis, há uma possibilidade maior para as pessoas de menor poder aquisitivo terem acesso aos mesmos. Procurando observar a evolução do público nos maiores estádios do país, observa-se que o auge dos grandes públicos ocorreu nas décadas de 1960 e 1970, indo até o início da década de 1980.

O estádio mais emblemático e famoso do Brasil é o Maracanã. Fundado em 1950, teve seu maior público extraoficial já no seu ano de fundação, na decisão da Copa do Mundo entre Brasil e Uruguai. Há fontes que indicam que havia um número próximo de duzentas mil pessoas naquele dia no estádio, embora este número não possa ser comprovado, pois o número oficial de ingressos vendidos foi de 173 mil. Porém, certamente muitos entraram, de diferentes formas, sem pagar ingresso naquele dia (GEHRINGER, 2014). Porém, a partir da década de 1960 os grandes públicos no estádio, com mais de 100 mil torcedores, se tornaram mais frequentes. Dos dez maiores públicos da história do estádio, sete ocorreram nas décadas de 1960 e 19707.

O maior público oficial do estádio ocorreu na partida Brasil 1 x 0 Paraguai, de 1969, com mais de 183 mil pagantes. Durante décadas, até meados dos anos 1990, o Maracanã foi conhecido como “o maior estádio do mundo”, com capacidade para 200 mil pessoas.

O estádio do Morumbi, em São Paulo, a partir de 1970, quando suas obras foram totalmente concluídas, tinha capacidade para 150 mil pessoas e durante mais de vinte anos foi conhecido como “o maior estádio particular do mundo”.

Entre os clubes, o fenômeno do auge dos grandes públicos ocorreu em período similar. A tabela 1 indica os anos em que ocorreram os maiores públicos dos principais clássicos do país.

7 Dado retirado do site http://lista10.org/diversos/os-10-maiores-publicos-do-futebol-brasileiro-de-todos-os-tempos/. Acesso em 15.Jul.2015.

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Tabela 1: Anos em que ocorreram os maiores públicos dos principais clássicos do país (PLACAR, 2015).

Clássico Ano em que ocorreu o seu maior

público

Corinthians x Palmeiras 1974

São Paulo x Santos 1980

Corinthians x São Paulo 1982

Santos x Palmeiras 1978

Corinthians x Santos 1977

Palmeiras x São Paulo 1979

Flamengo x Fluminense 1963 Vasco x Botafogo 1968 Flamengo x Vasco 1976 Fluminense x Botafogo 1971 Botafogo x Flamengo 1962 Fluminense x Vasco 1984 Grêmio x Internacional 1971 Cruzeiro x Atlético (MG) 1969 Bahia x Vitória 1994 Atlético (PR) x Coritiba 1978

Todos os clássicos paulistas citados na tabela 1 ocorreram no Morumbi, e todos os cariocas ocorreram no Maracanã. Curiosamente, o recorde de público na história do Morumbi não ocorreu em nenhuma destas partidas – o mesmo foi verificado no jogo Corinthians 1 x 2 Ponte Preta, de outubro de 1977, quando o Morumbi recebeu mais de 138 mil pagantes.

Pode-se dizer que o marco do fim dos grandes públicos ocorreu em 1983, quando o jogador Zico deixou o time do Flamengo e foi jogar na Udinese, da Itália. Seu último jogo pelo clube naquele ano foi a final do Campeonato Brasileiro (Flamengo 3 x 0 Santos), que por coincidência tem o maior público da história do Campeonato Brasileiro, com mais de 155 mil pagantes. Após isto, os grandes públicos se tornaram cada vez mais esporádicos, resistindo até meados dos anos 1990, com o destaque para a partida Palmeiras 4 x 0 Corinthians, de 1993 (104401 pagantes), no Morumbi, e

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Fluminense 3 x 2 Flamengo (120418 pagantes), de 1995, no Maracanã – pode-se dizer que estes dois jogos marcaram o fim dos enormes públicos nestes estádios, com uma menção honrosa ao jogo Botafogo 0 x 0 Juventude, de 1999 (final da Copa do Brasil), que teve mais de cem mil pessoas no Maracanã.

Esta queda dos grandes públicos nos estádios em jogos marcantes tem várias razões, e uma delas foi a diminuição da capacidade dos grandes estádios, por motivos alegados de modernização e segurança. Desta forma, já desde o início da década de 2000 não há estádios no Brasil (e há pouquíssimos no mundo) com capacidade para mais de cem mil pessoas. Mas esta não é a única razão para o fim dos grandes públicos nos estádios – em muitos casos, mesmo os estádios atuais estão longe de ficarem lotados em clássicos, o que ocorria com muito mais dificuldade no passado.

Com relação ao público das partidas do Campeonato Brasileiro, um curioso levantamento feito pelo professor Oliver Seitz concluiu que, em média, o público do Campeonato Brasileiro, entre 1967 e 2014, foi de 14937 torcedores por jogo. Considerando-se apenas o período entre 2005 e 2014, a média foi coincidentemente quase igual: 15259 pagantes por jogo (SEITZ, 2015). Como os Campeonatos Brasileiros tiveram formatos muito diferentes e, sobretudo nos anos de 1973 a 1986, um grande número de clubes, conclui-se que as duas médias calculadas indicam situações diferentes: nos campeonatos mais antigos, havia um grande número de jogos entre clubes menos tradicionais, ditos “pequenos”, enquanto, nos últimos anos, na Série A do campeonato praticamente só há times muito tradicionais e de grande torcida, ditos “grandes”. Desta forma, uma parcela muito maior dos jogos atuais é entre times “grandes”, ao contrário do que ocorria no passado, e daí pode-se concluir que, para que as médias do passado e do presente sejam iguais, a média de público nos jogos entre os times “grandes” caiu consideravelmente nas últimas décadas. Isto porque, evidentemente, a média de público entre os jogos dos times “pequenos” era certamente muito menor que a média dos jogos entre os times “grandes”, como sempre ocorreu em todos os locais.

3.2) O Jogo Corinthians x Figueirense, de 27 de junho de 2015 – Observações Pessoais

O autor deste texto acompanha e gosta muito de futebol desde criança, mas, por uma questão de hábito, sempre foi muito pouco aos estádios e acompanha os jogos sobretudo pela televisão. Desta forma, acompanhar no moderno estádio Arena

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Corinthians, construído para a Copa do Mundo de 2014, a partida Corinthians 2 x 1 Figueirense, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2015, foi uma experiência importante para quem só conhecia, e com pouca frequência, estádios “à moda antiga”.

Quanto ao jogo, foi uma partida comum, certamente com observações similares à da maioria dos jogos, exceto em algum caso excepcional, como são os clássicos ou jogos decisivos. Portanto, trata-se de uma partida representativa de muitas outras que ocorrem nos novos e modernos “estádios-arenas” brasileiros, que foram construídos ou reformados para serem utilizados no Mundial de 2014. O jogo ocorreu às 21h de um sábado.

A descrição das “classes de torcedores” observadas na arquibancada será feita no próximo tópico deste trabalho.

No geral, o que pôde ser observado foi:

- A visão do jogo é muito boa, praticamente de todos os lugares do campo, senão de todos eles.

- Como os ingressos são, em sua grande maioria, adquiridos por antecipação, não há grandes filas em bilheterias (quase não há bilheterias, a propósito).

- O atendimento dos funcionários e as instalações do estádio são muito bons. As arenas são indiscutivelmente mais confortáveis que os estádios convencionais para quem tem a chance de frequentá-las, além de possuírem cobertura para chuva aos torcedores em muitos pontos, o que é uma boa vantagem (PAZ, 2015).

- Apesar de cada um ter seu ingresso em uma cadeira específica e numerada, normalmente os torcedores não respeitam seu lugar no estádio e acabam sentando em uma cadeira diferente da sua.

- Apesar de haver assentos para todos, em geral o jogo é acompanhado de pé pela torcida do Corinthians, e os torcedores somente sentam ali antes do jogo e nos intervalos.

- Como já é um costume no Brasil, não houve qualquer respeito ao minuto de silêncio respeitado pelos jogadores e pelo árbitro antes do início do jogo. Nem, sequer, os torcedores sabiam em homenagem a quem era este minuto de silêncio. O Hino Nacional, porém, foi respeitado pela maioria dos presentes.

- O público presente ao estádio foi muito próximo a 25000 pessoas, e o transporte público (trem e metrô) tanto na chegada quanto na saída transcorreu sem problemas e sem superlotação.

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- Chamou a atenção o fato de que um dos lados da arquibancada (onde estava o autor) estava lotado, enquanto o outro lado estava praticamente vazio. Isto se deve ao preço dos ingressos do lado oposto, que pode chegar a cerca de três vezes mais que os ingressos do outro lado. Este “vazio” em um dos lados da arquibancada está mostrado na figura 3.

- Décadas atrás, as bandeiras faziam parte da “paisagem” das grandes torcidas. Há muitos anos, para que não fossem utilizadas como armas, elas foram proibidas. Porém, ainda há foi notada a agitação de algumas bandeiras, mas no intervalo da partida, e por torcedores organizados, no local onde eles ficam na Arena Corinthians, que é atrás de um dos gols. Estas bandeiras tremulando no intervalo estão indicadas na figura 4.

- Não houve nenhum problema maior envolvendo a torcida nesta partida, mas reforça-se que foi um jogo “tranquilo” para o torcedor corintiano, pelo menos até os minutos finais. Isto porque o Corinthians abriu 2 a 0 no placar e o Figueirense só fez seu gol pouco antes dos 30 minutos do segundo tempo.

- A torcida visitante e a organizada ficaram em locais fechados e reservados a elas, o que é comum nas novas arenas. Não foi percebida qualquer interação entre os torcedores organizados e os torcedores “comuns” dentro do estádio. Com esta ação, inibe-se de certa forma o surgimento de pequenas torcidas organizadas, que certamente não teriam espaço em um local delimitado e confinado (PAZ, 2015).

- Não houve qualquer interação ou encontro do autor do texto (e nem da grande maioria dos torcedores) com algum torcedor organizado. Nenhuma manifestação de protesto da torcida foi observada, exceto a contra o árbitro Carlos Amarilla, que será descrita a seguir neste capítulo. Os cantos entoados pelos torcedores organizados, que ocorreram durante quase todo o jogo, foram todos de incentivo ao time do Corinthians.

- A identificação da torcida do Corinthians com a “favela” é algo antigo e que tem uma conotação em geral positiva para a torcida e dá um caráter ainda mais popular a ela. A figura 5 é uma foto do autor do estádio minutos antes do jogo, indicando “Festa na Favela”. A figura 6 é outra foto do autor mostrando o jogo que iria começar em seguida.

- Justamente neste jogo, ocorreu uma curiosa e pouco comum manifestação por parte da torcida do Corinthians: aos 32 minutos do segundo tempo, torcedores estenderam uma faixa com o texto “Caso Amarilla 2013 – Vergonha do Futebol”. O árbitro da partida foi avisado pelo quarto árbitro e interrompeu o jogo até que a faixa

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fosse retirada pela polícia, o que gerou cerca de três minutos de paralisação e ocorreu sem maiores transtornos. A retirada da faixa ocorreu porque este tipo de manifestação é proibido Parte dos torcedores presentes ao estádio, inclusive o autor deste texto, não percebeu exatamente o que estava ocorrendo, por estar em uma posição em que não era possível visualizar a faixa. A manifestação foi uma crítica à no mínimo polêmica atuação do árbitro paraguaio Carlos Amarilla na partida Corinthians 1 x 1 Boca Juniors, pela Copa Libertadores da América de 2013. Esta atuação com vários erros capitais de todo o trio de arbitragem havia sido citada de maneira negativa em escutas telefônicas da época do jogo mas que haviam sido reveladas somente poucos dias antes do jogo Corinthians x Figueirense. Esta faixa está mostrada na figura 7. Uma observação importante é que esta faixa não foi exposta pelas torcidas organizadas do clube, ou pelo menos não no lugar que é reservado a elas.

Figura 3: Imagem do estádio Arena Corinthians durante a partida, indicando o “vazio” no lado oposto da arquibancada do estádio (Foto do autor).

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Figura 4: Imagem das bandeiras tremulando e do espaço reservado aos torcedores organizados no estádio Arena Corinthians, durante o intervalo da partida (Foto do

autor).

Figura 5: Imagem do estádio Arena Corinthians antes da partida, indicando “Festa na Favela” (Foto do autor).

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Figura 6: Imagem do estádio Arena Corinthians antes da partida, indicando o jogo que iria ocorrer (Foto do autor).

Figura 7: Foto da faixa de protesto da torcida do Corinthians na partida.

3.3) Breve Descrição da Arquibancada no Brasil

Com base na partida acompanhada e descrita e nas entrevistas realizadas, alguns aspectos da descrição das arquibancadas do futebol profissional do Brasil estão nos tópicos a seguir.

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3.3.1) “Classes” de Torcedores

Basicamente, foram observadas quatro “classes” de torcedores presentes à Arena, e as mesmas são as seguintes (a nomenclatura de cada classe foi dada pelo autor):

1) Torcedor “comum”: aquele que vai a campo para assistir ao jogo, porque gosta de futebol e do seu clube. Não tem a intenção de se manifestar de forma mais incisiva, nem de ser ouvido pelos demais ou liderá-los de alguma forma. Eventualmente muitos deles gritam, mas seu grito não ganha repercussão e só é ouvido pelas pessoas muito próximas. A maioria dos torcedores presentes ao estádio faz parte desta classe.

2) Torcedor “agitador”: aquele que funciona como um “líder local e momentâneo”, e se manifesta de forma mais expansiva e alta para ser ouvido pelo maior número de pessoas possível, e até pelos jogadores e o treinador, se for viável. Não faz parte das torcidas organizadas, mas às vezes se porta como se fizesse. Pode ser enquadrado no grupo dos torcedores “goteira”, que se aproximam de alguma forma dos organizados mas não fazem parte deles. Nas grandes arenas, estes torcedores perderam espaço, pois seus gritos e manifestações acabam não sendo ouvidos ou percebidos a uma longa distância. Nos estádios comuns ou antigos, eles são muito mais presentes, e às vezes chegam a procurar “conversar” com o técnico ou determinado jogador, aos gritos, e normalmente num tom agressivo e com críticas. No contexto atual das arenas, a possibilidade para estes torcedores continuarem se portando de maneira mais participativa, como era antes, só ocorrerá se migrarem para alguma torcida organizada (PAZ, 2015).

3) Torcedor “ocasional”: aquele que não é muito interessado em futebol e vai ao jogo porque ganhou o ingresso, ou está acompanhando algum torcedor, ou recebeu um convite, ou quer fazer parte do evento ou conhecer as novas e modernas arenas. Normalmente, eles ficam tirando fotos e “selfies” durante grande parte do jogo, sem maiores interesses na partida. Eles prezam mais conhecer o local e as demais atrações do evento, que o jogo em si8. Segundo a observação de Sérgio Miranda Paz, estes torcedores “curiosos” estão

8 Quanto à falta de atrações para os torcedores antes e no intervalo do jogo, recomenda-se a leitura ao

artigo do humorista Fábio Porchat, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 17.Mai.2015. Este artigo está disponível no site http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,show-do-intervalo,1688632.

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diminuindo com o tempo, devido ao fato de que as arenas já estão deixando de ser uma novidade para muitos deles (PAZ, 2015).

4) Torcedor organizado: aquele é que integrante de uma torcida organizada. Tem um comportamento conhecido e já amplamente descrito. Em geral, recebem os ingressos gratuitamente, como parte da cota de ingressos que muitos clubes reservam para suas torcidas organizadas. As transmissões de TV também normalmente evitam mostrar estas torcidas (PAZ, 2015). Segundo José Roberto Fornazza, as torcidas organizadas cresceram muito nas últimas décadas e se tornaram muito mais organizadas e, até, “perigosas” (FORNAZZA, 2015).

Estes quatro tipos de torcedores descritos podem ser observados nas novas arenas brasileiras em geral, e não somente na Arena Corinthians (PAZ, 2015).

Com relação às mulheres nas arquibancadas, José Roberto Fornazza comentou que tem percebido um aumento do seu número nos últimos anos, em relação às últimas décadas. Ele comentou que

Hoje já há muitas mulheres nos estádios, recuperando o que acontecia no início, quando o futebol era frequentado igualmente por homens e mulheres, você vê isto nas fotos das arquibancadas do início do futebol. Em algum momento no tempo, talvez pelo crescimento da violência, as mulheres pararam de ir ao estádio, era algo muito raro. Agora isto está aumentando novamente (FORNAZZA, 2015).

Em relação à torcida presente aos estádios comuns (os que não são as modernas “arenas”), o comportamento da torcida se assemelha muito ao que era observado nos estádios em geral na década de 1980 (PAZ, 2015), e sua etnografia é próxima da acima descrita, com as seguintes diferenças:

- Nestes estádios, o número de torcedores “ocasionais” é baixíssimo, e muitas vezes praticamente nulo. O estádio antigo e o evento que dele fazem parte não oferecem grandes atrações para quem não é muito fã de futebol.

- As torcidas organizadas não têm um espaço próprio e restrito para elas. Normalmente, elas ficam sempre nos mesmos locais, mas não ficam confinadas e a interação entre estas torcidas e os torcedores comuns é muito maior (PAZ, 2015).

- Nestes estádios, há um número claramente menor de mulheres em relação às arenas, o que indica que não são atrativos à grande maioria das integrantes do gênero feminino.

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3.3.2) Jogos de Clubes x Jogos da Seleção Brasileira

Um importante detalhe comentado pelo pesquisador Sérgio Miranda Paz é a diferença gritante da etnografia da torcida entre os jogos dos clubes e os jogos da Seleção Brasileira. Os jogos da Seleção têm um número de mulheres presentes consideravelmente maior, e são muito mais vistos como eventos sociais ou passeios que os jogos de clubes.

Nas partidas da Seleção Brasileira, a influência das torcidas organizadas praticamente inexiste, e nos grandes jogos fica muito clara a exclusão das camadas sociais menos favorecidas dos estádios – a estas partidas, só têm acesso que é da classe A ou da B, no máximo (FORNAZZA, 2015).

Tome-se como exemplo a partida Brasil 3 x 0 Espanha, disputada no Maracanã no dia 30 de junho de 2013, e válida pela final da Copa das Confederações daquele ano. Os dois entrevistados estavam presentes nesta partida, e suas impressões foram similares: “Eu me senti na Suécia” (FORNAZZA, 2015). Sérgio Paz relatou que se sentiu como se estivesse em um shopping center de alto padrão (PAZ, 2015). Fornazza também relatou que grande parte dos presentes a esta partida não eram o público habitual dos estádios, e estavam lá devido a um convite ou porque ganharam o convite de alguém ou de alguma empresa. Para eles, o jogo era um evento social; com isso, os verdadeiros fãs de futebol ficaram de fora do estádio. Além disto, praticamente não havia negros nos locais que os dois entrevistados frequentaram, o que mostra de maneira inequívoca que a torcida naquele dia “não era uma mostra da população brasileira”, e sim apenas de uma pequena parte dela (FORNAZZA, 2015).

Ligado ao exposto anteriormente, por exemplo, na partida Brasil 0 x 3 Holanda, pela Copa do Mundo de 2014, ocorrida quatro dias depois da histórica derrota do Brasil para a Alemanha, e com o Brasil perdendo novamente, pôde-se perceber que, quando o telão mostrava os torcedores, alguns deles faziam pose e sorriam para o “mundo” – isto não seria comum ou aceitável por parte de um torcedor de clube, caso seu time estivesse perdendo de maneira similar ao que ocorria com o Brasil naquele momento (PAZ, 2015).

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Quanto à etnografia da arquibancada que foi observada, as principais conclusões a que se chegou concordam com o que é amplamente divulgado, por exemplo, na imprensa independente, e são as seguintes:

- As novas arenas, apesar de serem mais confortáveis e modernas e oferecerem várias vantagens aos torcedores, são excludentes, pois praticamente impossibilitam o acesso a elas dos torcedores de mais baixa renda, devido ao preço dos ingressos e a um sistema que privilegia quem vai ao estádio com uma frequência maior, o sistema dos sócios-torcedores.

- Considera-se que a etnografia da arquibancada das novas arenas e a dos estádios “antigos” tem mais semelhanças que diferenças entre si

- É importante se separar os jogos de clubes dos jogos da seleção, no que diz respeito à arquibancada – a mesma tem etnografias muito diferentes nos dois casos.

- Como um contraponto às novas arenas, segue uma breve reflexão sobre a geral do Maracanã, que não existe mais há alguns anos, e na qual podiam assistir às partidas as pessoas mais humildes. Quem é contrário à geral, considerando-a “ultrapassada” e “incompatível com os tempos atuais e o mercado”, costuma dizer que “quem defende a geral nunca viu uma partida pela geral”.

Assistir a uma partida pela geral era bom? Sem dúvida, não era muito bom nem confortável, comparando-se com os outros setores do estádio. Mas a questão principal é que a geral possibilitava que muitas pessoas, mesmo assistindo mal, presenciassem a partida, estivessem lá, mesmo em jogos históricos e lotados. Isto não é mais possível atualmente.

Compreende-se a política de sócio-torcedor que os grandes clubes estão adotando, mas sugere-se que se reserve um espaço para os torcedores “comuns” e mais humildes nas arquibancadas, fornecendo condições para que eles possam adquirir um número limitado de ingressos, caso queiram. Atualmente, mesmo os sócios-torcedores têm muitas vezes dificuldades para conseguir ingressos, e somente os ingressos mais caros podem ser adquiridos pelo torcedor comum, diretamente na bilheteria. Isto pode ser considerado como uma forma de exclusão a um público que sempre ocupou as arquibancadas dos estádios e ajudou o futebol brasileiro a chegar onde chegou9.

9 Para se seguir com a discussão sobre os sócios-torcedores e os “torcedores-cliente”, recomenda-se o

texto do jornalista Mauro Cézar Pereira e o vídeo em que ele discorre sobre o assunto – ambos estão disponíveis no site http://espn.uol.com.br/post/526702_o-torcedor-cliente. Acesso em: 14.Jul.2015.

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Sem dúvida, as arenas trazem vantagens, como já dito, mas sugere-se que elas não sejam excludentes e não sigam secamente a lei pura de mercado, da oferta e da procura. Trata-se de uma questão até social, pois assistir a uma partida de futebol de uma grande equipe e da Seleção Brasileira, para boa parte da população brasileira e para o torcedor comum, era uma importante opção de lazer que existia, por décadas, até cerca de 2010 e que subitamente não existe mais.

5) Referências

ACERVO FOLHA. Acervo do jornal Folha de S. Paulo – pesquisa no jornal do dia

12.fev.1979. Disponível em: http://acervo.folha.com.br/fsp/1979/02/12/20/. Acesso em: 14.Jul.2015.

ACERVO FOLHA2. Acervo do jornal Folha de S. Paulo – pesquisa no jornal do dia

05.mar.1979. Disponível em: http://acervo.folha.com.br/fsp/1979/03/05/2/. Acesso em: 14.Jul.2015.

EDELMAN, E.; PLUNKETT, J. The Opposition (A Oposição). Filme (23 min.). EUA: ESPN Films, 2014.

FLORENZANO, J. P. A Democracia Corinthiana: práticas de liberdade no futebol brasileiro. São Paulo: Educ/Fapesp, 2009.

FORNAZZA, J. R. Entrevista de José Roberto Fornazza a Gustavo Longhi de

Carvalho. Jundiaí: 2015.

GEHRINGER, M. A grande história dos Mundiais – 1950 – 1954 – 1958. E-book. Editora e-galaxia, 2014.

NASCIMENTO, G. Almanaque do Santos FC: 1912 – 2012. São Paulo: Magma Cultural e Editora, 2012.

PAZ, S. M. Entrevista de Sérgio Miranda Paz a Gustavo Longhi de Carvalho. São Paulo: 2015.

PLACAR. Revista Placar n. 1401-A – Grandes Clássicos. São Paulo: Abril, 2015. SEITZ, O. A crise do futebol brasileiro. Disponível em

http://blogdojuca.uol.com.br/2015/07/a-crise-do-futebol-brasileiro/. Acesso em: 15.Jul.2015.

TOLEDO, L. H. Políticas de corporalidade: sociabilidade torcedora entre 1990-2010. In: HOLLANDA, B.B.B. et al. A torcida brasileira. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2012, pp. 122-158.

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