XI OLIMPÍADAS
DE BIOTECNOLOGIA
2015 / 2016
DESAFIO TEMÁTICO
A frase atribuída a Antoine Laurent de Lavoisier
“Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma”
e datada do século XVIII, conhece hoje um novo
significado quando, graças à Biotecnologia,
desperdícios são convertidos em produtos de
elevado valor económico.
ANDRÉ SANTOS GASPAR
ESCOLA SECUNDÁRIA AFONSO LOPES VIEIRA
A Biotecnologia permitiu-nos transformar o que nós pensávamos ser desperdícios em produtos de alto valor económico. Sendo um destes produtos o biogás que é produzido por bactérias que
decompõem a matéria orgânica. Este gás (metano ou derivados) tem um alto valor comercial pois pode ser utilizado como combustível sendo uma ótima alternativa aos atuais combustíveis fósseis, que são mais poluentes e menos eficientes, além de que, ao contrário dos combustíveis fósseis, o biogás não é limitado pois ele é produzido pela decomposição dos resíduos orgânicos que nós emitimos.
Assim, graças à biotecnologia conseguimos alcançar dois feitos enormes: conseguimos reduzir o uso de combustíveis fósseis e conseguimos reciclar os resíduos orgânicos que produzimos, transformando-os em biogás e fertilizantes naturais para tornar as terras agrícolas mais produtivas.
Com o avançar da Biotecnologia vamos descobrindo cada vez mais usos para as coisas a que antes chamávamos desperdícios, talvez um dia nos tornaremos eficientes o suficiente para conseguirmos reaproveitar todos os nossos desperdícios.
MARGARIDA DURÃO
COLÉGIO VALSASSINA
Desde o século XVIII que a frase atribuída a Antoine Laurent de Lavoisier “Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, despertou grande interesse na comunidade científica, no sentido de desenvolvimento e progresso tecnológicos. Isto é, na Natureza tudo tem uma razão e uma
utilidade, mesmo aquilo que, à partida, pode aparentar ser um desperdício.
Graças à evolução da Biotecnologia, muitos desses referidos desperdícios são convertidos em
produtos de elevado valor económico. A título de exemplificação, a quitina, um dos biopolímeros mais abundantes e presentes nas carapaças dos crustáceos, tem sido objeto de estudo por muitos cientistas e investigadores. Pode-se pensar que este material, desperdiçado, por exemplo, nas cervejarias ou
marisqueiras, não tem qualquer tipo de serventia (daí as carapaças irem para o lixo). No entanto, já foi provado que este biopolímero é a matéria prima mais importante na criação daquilo a que se pode chamar “uma alternativa eco-friendly” ao plástico. Devidamente alterada molecularmente, a tecnologia que está a ser desenvolvida a partir da quitina, permite, ao sujeitar este material a diversas
temperaturas, que este assuma as diferentes funcionalidades do plástico, mas sem impacto negativo no ambiente. A aplicabilidade deste material, não só a nível industrial e de construção, mas também
MARTA MOTA PAIVA DE ANDRADA
ESCOLA SECUNDÁRIA DE MIRAFLORES
Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Esta frase quando foi enunciada pela primeira vez, no século XVIII, por Antoine Lavoisier, pretendia explicar fenómenos microscópicos que tomavam expressão à escala macroscópica. Hoje em dia, esta frase conhece um novo significado
atribuído pela Biotecnologia. Atrevo-me quase a dizer que este é como se fosse o lema desta “nova” ciência, pois a essência da Biotecnologia é precisamente esta: é transformar algo, num outro algo que seja útil à nossa sociedade.
A Biotecnologia utiliza ferramentas, como a engenharia, alia-as ao conhecimento científico e, a partir do encontro destas duas áreas, é capaz de transformar aquilo que pouco interesse parece ter para a sociedade em algo indiscutivelmente incrível e proveitoso, extraindo todo o seu potencial. Esta é uma ciência que “vê” mais longe, percebe aquilo que uma coisa pode ser e, em vez de a “desperdiçar”, não, arranja uma maneira de lhe dar utilidade, pelo que, para a Biotecnologia, “nada se perde”.
Assim, ao “criar” novos produtos a partir de outros existentes, a Biotecnologia não “cria” mas “transforma”, e ao não desperdiçar o que a Natureza nos oferece, isto é, ao produzir algo que contribua para a nossa sociedade a partir de o já existente, esta ciência promove um ciclo de
constante renovação, sendo o melhor exemplo da utilização do nosso intelecto para promover um mundo sustentável.