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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ANALISTAS DO PODER JUDICIÁRIO E DO MPU CNPJ Ofício n.º 063/2017 Brasília/DF, 22 de maio de 2017.

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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ANALISTAS DO PODER JUDICIÁRIO E DO MPU CNPJ 09.619.521.0001-04

Ofício n.º 063/2017

Brasília/DF, 22 de maio de 2017.

Exmo. Sr. Presidente,

A Associação Nacional dos Analistas do Poder Judiciário e do Ministério Público da União – ANAJUS, entidade sem fins lucrativos regularmente constituída sob o CNPJ n.º 09.619.521/0001-04 vem, por meio de seus representantes legais asseverar e sugerir o que se segue.

Recentemente (em 27/04/2017) esse egrégio tribunal divulgou em seu sítio eletrônico a notícia de que seriam nomeados, para o seu quadro de servidores, de 81 (oitenta e um) técnicos judiciários e 24 (vinte) analistas judiciários.

( http://intranet2.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2017/maio/tjdft-empossa-105-novos-servidores)

Parabenizamos a atual gestão pelo seu empenho na busca pela excelência na prestação jurisdicional do TJDFT, mormente mediante a priorização da área judicial e ainda a priorização da primeira instância, para onde, segundo informações contidas na notícia, serão destinados os servidores recém-empossados.

Entretanto, no que tange à priorização da 1.ª instância, datavenia, entendemos que algumas ações concretas que estão sendo adotadas por essa Corte de justiça encontram-se equivocadas.

Estamos nos referindo à recente nomeação de um número de Técnicos Judiciários quase 4 (quatro) vezes superior ao número de Analistas Judiciários.

Vale ressaltar que essa ação concreta (última convocação de servidores para nomeação) não é uma ato isolado, já que, no total de aprovados do último concurso, o TJDFT já convocou 269 técnicos judiciário e 82 analistas judiciários. (

http://www.tjdft.jus.br/acesso-rapido/concursos/analista-e-tecnico-judiciario/quadro-de-convocados)

Exmo.Sr.

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________________________________________________________________________________________________________

MD. Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios NESTA

E isso se sucede porque a referida ação concreta efetivada pelo TJDFT mencionada contraria uma das diretrizes estabelecidas pelo próprio tribunal, por intermédio do grupo de trabalho criado com o escopo de Priorização do 1.º grau da Justiça qual seja: a priorização da realização de concursos públicos para o cargo de Analista Judiciário.

Vale ressaltar que o TJDFT criou grupo de trabalho para elaborar o Plano de Ação para traçar diretrizes para a priorização da 1ª Instância e, após estudos, apresentaram Relatório Final, o qual foi acolhido pelo Pleno Administrativo do TJDFT,

em 10.04.2015 e o Plano de Ações aprovado foi, posteriormente, encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

No mencionado “Plano de Ações” encaminhado ao CNJ, no quesito de “Equalização da Força de Trabalho”, estabeleceu como objetivo a transformação de cargos de Técnico Judiciário e Auxiliar Judiciário que vagarem em cargos de Analista Judiciário. (vide documentos anexos).

Cumpre ressaltar ainda que, dentre as diretrizes apresentadas no quesito “Equalização da Força de Trabalho” também consta o seguinte objetivo: “Adequar o conteúdo programático do concurso para o provimento do cargo de Técnico Judiciário”, cuja estratégia de ação é:

“- Adequar o conteúdo programático do concurso para o provimento dos cargos de técnico judiciário, priorizando-se as matérias de processo civil, civil, processo penal, penal e português, com o objetivo de favorecer a seleção de candidatos com conhecimento jurídico, tendo em vista a expectativa de que o Processo Judicial Eletrônico

reduzirá as atividades cartorárias mecanizadas e, em contrapartida, demandará mais

trabalho técnico especializado na área do conhecimento jurídico.”

Entendemos que também é equivocada, s.m.j., a referida estratégia de ação, já que o cargo de Técnico Judiciário possui como requisito de ingresso o nível intermediário de escolaridade e, portanto, não se poderia cobrar, nos concursos para esse cargo específico, as disciplinas de Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito Penal e Direito Processual Penal, por serem disciplinas eminentemente de nível superior, sob pena de poder configurar vilipendio às próprias atribuições do cargo de Analista Judiciário, cujo concurso público, esse sim, por ser o cargo de nível superior do Poder Judiciário da União, deve necessariamente possuir essas disciplinas como obrigatórias.

Nesse toar, entendemos que somente poderiam ser cobradas nos concursos para o cargo de Técnico Judiciário, “Noções de Direito Constitucional” e “Noções de

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Direito Administrativo”, tudo isso em estrita adequação às disposições contidas na Lei n.º 11.416/2006.

Outrossim, a ação concreta de nomear mais servidores para o cargo de Técnico Judiciário do que para o cargo de Analista Judiciário vai em sentido oposto à grande maioria das ações implementadas pela quase totalidade dos tribunais no âmbito do Poder Judiciário da União que, em razão da crescente implantação do processo judicial eletrônico, têm buscado converter cargos vagos de Técnico judiciário em cargos de Analista Judiciário. Referidos tribunais também passaram a realizar concursos quase que exclusivamente para o cargo de Analista Judiciário, à exemplo do Tribunal Regional Federal da 1ª Região – TRF1, que, na busca pela equalização de sua força de trabalho, enviou um PL ao Congresso solicitando a criação de 297 cargos de Analistas Judiciários, ao passo que para o cargo de Técnico foi prevista a criação de somente a metade dessas vagas (doc. anexo).

De forma parecida, e ainda com mais intensidade, agiu o Superior Tribunal de Justiça – STJ, enviando um PL ao Congresso, que atualmente tramita em regime de urgência, e cuja aprovação criará 640 cargos de Analistas Judiciários, e somente 30 vagas para Técnicos Judiciários (doc. anexo). Também no quadro de servidores do Supremo Tribunal Federal – STF, a diferença entre a quantidade de Técnicos Judiciários e de Analistas da área judiciária é de apenas 69 cargos, o que demonstra a preocupação da mais alta Corte do país em otimizar sua produtividade, destinando as atribuições legais mais complexas a quem de fato está investido no cargo para elas previsto (doc. anexo).

Merece destaque, por fim, a proposição do Tribunal Superior do Trabalho - TST, já aprovada à unanimidade pela Câmara dos Deputados, e em debate no Senado Federal, onde conta com parecer favorável exarado pela CCJ (doc. 04). Trata-se do PLC 100/2015, que visa à criação de 270 cargos de analista judiciário da área judiciária, providência condicionada à extinção, na medida em que vagarem, de 117 cargos de técnico judiciário e 2 cargos de auxiliar judiciário (doc. anexo), de forma a respeitar os limites legais e prudenciais da Lei de Responsabilidade Fiscal (doc.anexo).

O processo judicial eletrônico (PJe), em crescente implantação em todo o Poder Judiciário da União, demanda um quadro de servidores qualificados, de nível superior, para a realização da análise, direcionamento e processamento dos processos eletrônicos, além da atribuição de minutar despachos, decisões e sentenças e/ou votos, auxiliando diretamente os magistrados.

Nessa linha de raciocínio e, observando-se as disposições contidas na Lei n.º 11.416/2006, resta evidenciado que as atribuições dos técnicos judiciários não são

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________________________________________________________________________________________________________ compatíveis com as atribuições que vem sendo cada dia mais necessárias, com a crescente implantação do PJe, já que as atribuições dos técnicos judiciários, estabelecidas no inciso II da mencionada Lei, são de suporte técnico e administrativo, tarefas que tenderão a diminuir com a crescente implementação do PJe, senão vejamos:

“Art. 4o

As atribuições dos cargos serão descritas em regulamento, observado o seguinte:

I - ...

II - Carreira de Técnico Judiciário: execução de tarefas de suporte técnico e administrativo;”

Nesse toar, as atribuições que serão necessárias com a implementação do PJe são aquelas afetas ao cargo de Analista Judiciário, cujo inciso I, do art. 4.º da Lei n.º 11.416/2006, assim dispõe:

“Art. 4o

As atribuições dos cargos serão descritas em regulamento, observado o seguinte:

I - Carreira de Analista Judiciário: atividades de planejamento; organização; coordenação; supervisão técnica; assessoramento; estudo; pesquisa; elaboração de laudos, pareceres ou informações e execução de tarefas de elevado grau de complexidade;”

Dessa forma, entendemos que a nomeação de centenas de Técnicos Judiciários quando a crescente implantação do PJe demanda quase que exclusivamente servidores com atribuições afetas ao cargo de Analista Judiciário se mostra, desarrazoada e, no mínimo, um contrassenso. Ademais, essa iniciativa certamente favorecerá a alocação de servidores em desvio de função, prática que vem sendo sistematicamente combatida pelo Conselho Nacional de Justiça..

Ante o que foi exposto e de toda a argumentação já apresentada linhas

volvidas, rogamos a V. Exa que, doravante, seja repensada a nomeação de servidores para esse egrégio tribunal, com vistas a priorizar a nomeação de Analistas Judiciários, bem como seja elaborado estudo para o envio de projeto de lei ao congresso objetivando a conversão de cargos de Técnico Judiciário em cargos de Analista Judiciário, observando-se a proporção de dois cargos de Técnico Judiciário para um cargo de Analista Judiciário.

Ressaltamos que a Comissão de candidatos aprovados no último concurso para o cargo de Analista Judiciário desse egrégio Tribunal, formulou, tempos atrás, requerimento nesse mesmo sentido, endereçado à V. Exa., dando origem a um processo administrativo, que se encontra até o presente momento em tramitação. Referendamos o mencionado requerimento, à exceção do pedido para que cargos de Analista Judiciário – Área Administrativa sejam transformados em cargos de Analista

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Judiciário – Área Judiciária, já que, diversamente da referida Comissão, nosso entendimento é que as atribuições de planejamento; organização; coordenação; supervisão técnica; assessoramento; estudo; pesquisa; elaboração de laudos, pareceres ou informações e execução de tarefas de elevado grau de complexidade afetas à área administrativa desse Tribunal devem ser, necessariamente, realizadas por servidores do cargo de Analista Judiciário – Área Administrativa e não por Técnicos Judiciários, por configurar desvio de função.

Por fim, considerando o grau de importância que a matéria vem sendo tratada pelo Conselho Nacional de Justiça, informamos que cópia do presente requerimento será encaminhada para o citado Órgão, a fim de que haja um melhor acompanhamento daquela egrégia Corte sobre os temas aqui tratados e sobre as providências que, certamente, serão adotadas pelo TJDFT.

Sem mais para o momento e, certos de que providências imediatas serão tomadas para atender ao presente pleito, colocamo-nos à disposição de Vossa Excelência para sanar quaisquer dúvidas ou prestar quaisquer esclarecimentos, bem como, reiteramos votos de estima e apreço.

Referências

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