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Evidenciação Voluntária do Capital Intelectual no Contexto Brasileiro: Cotejamento com os Contextos Internacional e Australiano

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Academic year: 2021

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Evidenciação Voluntária do Capital Intelectual no Contexto Brasileiro: Cotejamento com os Contextos Internacional e Australiano

Autoria: Fernando Nitz de Carvalho, Sandra Rolim Ensslin, Deisy Cristina Corrêa Igarashi Resumo:

Este estudo apresenta os resultados de uma investigação sobre a evidenciação voluntária do Capital Intelectual (CI) nos relatórios de administração das 25 maiores companhias abertas brasileiras (Capital Social), listadas na BOVESPA, divulgadas com data base de 31/12/2004. A inspiração para esta pesquisa foi o trabalho seminal de Guthrie et al(1999), que realiza uma investigação semelhante na Austrália, nos relatórios das 20 maiores companhias abertas. A metodologia utilizada foi a técnica da "análise de conteúdo", adaptada por Guthrie et al (1999); a classificação para as categorias e elementos constituintes do CI foi a proposta por Sveiby (1997). Observe-se que esta escolha metodológica se deu em função dos resultados obtidos em uma investigação, no contexto internacional, onde foi possível identificar uma tendência de procedimentos, que informa o presente trabalho. Os resultados apontam para (i) uma incidência alta de divulgação voluntária de CI nos relatórios das empresas brasileiras; (ii) uma significativa tendência para evidenciação em termos qualitativos (narrativa), mas não quantitativos; (iii) maior freqüência do capital externo como categoria de CI; (iv) similaridade nos resultados obtidos tanto no contexto brasileiro quanto no contexto internacional; e, (v) discrepância entre os resultados obtidos no contexto nacional e no contexto australiano.

1 INTRODUÇÃO

Em uma organização, podem ser encontrados três tipos de capital: o capital financeiro, representado, por exemplo, pelos valores monetários e ações; o capital físico, como por exemplo, estoques e equipamentos; e, finalmente, o capital intelectual, representado, por exemplos, pelo espírito empreendedor, pelos processos administrativos e pela carteira de clientes (LYNN, 1998; BRENNAN, 2001; GOH, LIM, 2004). É exatamente neste último tipo de capital - Capital Intelectual (CI) - que esta pesquisa pretende fazer uma intervenção.

Ao investigar a literatura sobre o tema, constatou-se que diversas são as terminologias utilizadas para identificar o CI e diversos são os conceitos a elas associados. Quanto às terminologias empregadas para este capital, encontra-se destaque para: intangíveis, ativos intangíveis, capital intangível, recursos intangíveis, capital intelectual e propriedade intelectual (GUTHRIE, PETTY, 2000a; LEV, 2001; KAUFMANN, SCHNEIDER, 2004). Um amplo espectro de conceitos para cada termo na literatura foi encontrado. Entretanto, estes conceitos podem ser associados, basicamente, a dois eixos de pesquisa: aquele que investiga o CI como produto (sua materialização) e aquele que investiga a origem e formação (análise conceitual) do CI. No primeiro eixo, o mais explorado, alguns autores relacionam o CI, diretamente, ao valor econômico e à produção de riqueza que este gera (OCED, 1999); outros o associam à questão da agregação de valor e promoção de competitividade e de sustentabilidade (BARNEY, 1991; STEWART, 1998, 2001;GUTHRIE, PETTY, 2000a/b). Já no segundo eixo, o menos explorado, alguns autores entendem o CI como o resultado do aprendizado e conhecimento organizacional (ROOS et al, 1997; SÁNCHEZ, CHAMINADE, OLEA, 2000; PABLOS, 2004); outros pesquisadores o associam à tecnologia da informação (DAVEN-PORT, PRUSAK, 1998); ainda outros entendem o CI como um aspecto sinergético resultante de elementos inter-relacionados (BUKN, LARSEN, MOURISTSEN, 2001). Em síntese, enquanto no primeiro eixo, o debate em torno do CI tem sido uma busca pela materialização de suas propriedades, quer seja em termos quantitativos ou qualitativos, o

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segundo sugere que o capital intelectual pode ser entendido como uma coesão entre uma variedade de elementos heterogêneos, compreendidos como práticas inter-relacionadas.

Duas outras constatações são verificadas, quando da leitura sobre CI: propósito das informações e estágio de desenvolvimento da pesquisa em CI. Quanto ao propósito das informações sobre o CI, este depende do uso que a organização quer fazer desta informação: ela pode desejar investigar o CI para oferecer informações aos usuários internos ou externos. No primeiro caso, objetiva saber quais são os intangíveis críticos da organização que precisam ser monitorados, para o alcance dos objetivos estratégicos ou para a melhoria das competências centrais (SÁNCHEZ, CHAMINADE, OLEA, 2000), ou ainda, para seu gerenciamento de forma pró-ativa (KAUFMANN, SCHNEIDER, 2004). No segundo caso, trata-se da necessidade de oferecer a terceiros informações úteis sobre as práticas organizacionais (GUTHRIE et a., 1999; BRENNAM, 2001; GON, LIM, 2004; PABLOS, 2005). Quanto ao estágio de desenvolvimento da pesquisa em CI, este pode ser associado a dois momentos: o primeiro é aquele em que os pesquisadores/práticos têm direcionado esforços à conscientização da importância de reconhecer o potencial do capital intelectual na criação e gestão de uma vantagem competitiva (EDVINSSON, MALONE, 1997; STEWART, 1998; SVEIBY, 1998); o segundo é aquele em que se busca validar e legitimar a pesquisa sobre CI, partindo de suas bases epistemológicas (BUKN, LARSEN, MOURISTSEN, 2001). Neste contexto, cumpre estabelecer a afiliação do presente artigo em termos de: (i) terminologia - será adotada a expressão CI, para se referir ao tema, face ao entendimento de que esta terminologia está mais vinculada ao enfoque gerencial que a presente pesquisa possui (observe-se que, por possuir um enfoque gerencial, esta investigação não se deterá a nenhum tipo de discussão dos aspectos relativos à legislação vigente); (ii) conceito - entende-se, no contexto desta pesquisa, que CI se refere às descrições das atividades de gestão que a gerência inicia e apóia, em busca da agregação de valor organizacional e promoção de sua continuidade; (iii) propósito das informações – tem-se os usuários externos como aqueles a que a pesquisa está destinada; e, (iv) estágio de desenvolvimento da pesquisa em CI – o presente artigo focaliza o primeiro momento, por acreditar que o fato de evidenciar voluntariamente o CI promove, aos olhares externos, a organização que tem esta prática.

A preocupação sistematizada com CI teve início no eixo prático - no contexto organizacional - onde a iniciativa de evidenciação de CI é atribuída à Companhia de Seguros sueca, Skandia (a qual publicou, em 1994, o primeiro relatório contemplando ativos intangíveis) e ao Grupo Konrad (o qual desenvolveu, em 1993, o “balanço invisível”) (PABLOS, 2005; BUKH, LARSEN, MOURISTSEN, 2001). O eixo teórico se seguiu a esta iniciativa prática, tendo a literatura sobre CI emergido em 1997, quando da divulgação das pesquisas pioneiras de Brooking (1996), Edvinsson (1997), Edvinsson, Malone (1997), Sveiby (1997 e 1998) e Stewart (1998). Os primeiros 10 anos de vida do CI constituem uma experiência interessante, que pode inspirar tanto empresas interessadas em identificar, evidenciar e gerenciar seus intangíveis, quanto pesquisadores interessados em sistematizar e estabelecer as bases para este campo disciplinar emergente.

Neste contexto, o objetivo do presente trabalho é investigar as formas de divulgação do Capital Intelectual, por empresas brasileiras, nos relatórios de administração. Este artigo busca analisar se as empresas brasileiras estão divulgando, voluntariamente, seus ativos de capital intelectual em seus relatórios de administração e verificar se a evidenciação voluntária do CI das companhias brasileiras comporta-se de maneira similar àquela do contexto internacional. De forma mais pontual, pretende-se comparar/contrastar o trabalho seminal de Guthrie et al (1999), que realizou uma investigação no contexto da Austrália (nos relatórios anuais das 20 maiores companhias aberta), com o trabalho que os autores deste artigo realizam no contexto brasileiro. Este estudo está organizado da seguinte forma: a Seção 2 apresenta a metodologia de pesquisa; em seguida, a Seção 3 realiza um estudo revisionista do

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contexto internacional; a Seção 4 apresenta os resultados da investigação empírica, faz o cotejamento do comportamento do contexto nacional e do contexto internacional e compara e contrasta os resultados brasileiros com os resultados australianos; finalmente, o artigo tece comentários finais, apontando recomendações para futuras pesquisas.

2 METODOLOGIA

No que se refere aos procedimentos utilizados no contexto internacional, a pesquisa caracteriza-se como um estudo revisionista; foram coletados 20 artigos empíricos, resultantes de estudos feitos em diversos países e com um foco na evidenciação voluntária de CI. A amostra comporta os seguintes artigos, referenciados, nesta ordem nos Quadro 1 e 2: Guthrie, Petty (2000a); Brennam (2001); Van der Meer-Kooistra, Zijlstra (2001); Guthrie (2001); Bozzolan, Favotto, Ricceri (2003); April, Bosma, Deglon (2003); Bontis (2003); Goh e Lim (2004); Pablos (2004); Mavridis (2004); Chiang, Menah (2004); Abeysekera (2004); Bozbura (2004); Vergauwen, Van Alem (2005); Pablos (2005); Gallego, Rodriguez (2005); Hevas (2005); Petty, Cuganesan (2005); Vandemaele, Vergauwen, Smits (2005); Gomes, Serra, Ferreira (2005). O período de análise inclui artigos publicados entre os anos de 2000 e 2005, sendo a amostra aleatória e não estatística, portanto não se permitindo inferir generalizações. Justifica-se o ano de 2000 para início da descrição, uma vez que anteriormente a esta data, mais especificamente entre 1994 e 1999, os estudos eram esparsos e devotados, apenas, à dimensão teórica do tema. Foi feita uma busca nos artigos selecionados em termos de: metodologia utilizada pelos pesquisadores; fonte de dados (Quadro 1); fonte de classificação de CI; categoria mais representativa; a natureza da evidenciação (Quadro 2). Após a apresentação de cada Quadro (1 e 2), faz-se uma análise crítica e verificação das tendências, que virão por informar o estudo no contexto brasileiro. Como principal limitação da pesquisa, destaca-se o número de artigos e periódicos analisados: os resultados apenas permitem inferir tendências e perspectivas, não sendo possível generalizações de caráter mais incisivo. Outro ponto que pode ser visto como uma limitação da análise é a predominância de artigos do periódico Journal of Intellectual Capital. Tal fenômeno já era esperado, considerando-se que este periódico é especializado em temas relacionados a CI.

No que se refere à metodologia do estudo empírico aqui desenvolvido, a pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa-ação, uma vez que os autores do presente trabalho tiveram envolvimento significativo com o objeto que se propuseram a investigar: ler, interpretar e correlacionar não são atividades discretas, mas mutuamente includentes e dependentes do olhar do pesquisador (EDEN, HUXHAM, 1996). Para subsidiar esta tarefa, esta pesquisa adotou a metodologia de Guthrie, Petty (2000b). Foi realizada uma análise de conteúdos dos relatórios de administração, divulgados com data base de 31/12/2004, das 25 maiores empresas brasileiras de capital aberto, selecionadas pelo critério do Capital Social, coletados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O relatório de administração constitui-se como uma fonte útil de informação sobre uma empresa, visto que nele é relatado para os acionistas e para o público em geral o que é importante para a organização. Ou seja, o relatório de administração de uma empresa é uma ferramenta que ela utiliza para passar sua imagem para o público (usuário externo). Observe-se que o administrador da empresa tem controle total da divulgação discricionária de informações no relatório.

2.1 UNIVERSO E AMOSTRA

Na data da pesquisa, 04 de maio de 2005, existiam 388 empresas citadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA). A amostra de empresas listadas na bolsa brasileira, escolhida como objeto de estudo deste artigo, consiste em uma amostra não aleatória, não

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estatística, das primeiras 25 empresas de capital aberto, com maior Capital Social. A amostra está resumida na Tabela I.

Nome Capital Social (R$) Nome Capital Social (R$)

PETROBRAS 32.896.137.750,00 COPEL 3.480.000.000,00 ELETROBRAS 20.785.195.909,48 BRASIL TELECOM 3.435.787.767,67 BANCO BRASIL 9.864.153.395,17 SABESP 3.403.688.565,23 BANCO ITAU 8.101.000.000,00 BRASKEM 3.402.968.293,84 BANCO BRADESCO 7.700.000.000,00 LIGHT 3.345.369.460,07 VALE DO RIO DOCE 7.300.000.000,00 EMBRAER 3.149.780.045,54 TELEMAR 7.120.864.712,98 SIDERURGICA DE TUBARAO 2.782.105.976,27 TELESP CELULAR 6.427.557.341,20 NET 2.748.650.800,11 GERDAU S.A. 5.206.968.523,52 CESP 2.655.433.454,45 UNIBANCO 5.000.000.000,00 BANESPA 2.536.794.330,02 AMBEV 4.742.803.034,47 VOTORANTIM 2.478.582.123,76 CPFL ENERGIA 4.082.035.927,75 TRACTEBEL 2.445.766.091,90

PÃO DE AÇUCAR 3.509.420.736,98

Tabela I. Empresas da amostra

Fonte: Bolsa de Valores de São Paulo - BOVESPA

2.2 ANÁLISE DE CONTEÚDO DOS RELATÓRIOS DE ADMINISTRAÇÃO

Uma análise do conteúdo dos relatórios de administração das empresas listadas na amostra foi realizada utilizando-se a metodologia de Guthrie et. al. (1999). Tais autores utilizaram um sistema de quatro códigos numéricos, conforme descrito abaixo, para apontar a existência (ou não) da evidenciação do elemento, e como este estava sendo divulgado:

• 0 = Item não apareceu no relatório anual;

• 1 = Item apareceu no relatório anual em forma narrativa; • 2 = Item recebeu um valor numérico no relatório anual; • 3 = Item recebeu um valor monetário no relatório anual.

Observe-se que em seu estudo empírico, Guthrie et. al. (1999) verificaram que os itens referentes ao capital intelectual foram relatados em forma discursiva em, praticamente, todos os casos, aplicando-se, então, somente o sistema de códigos 0:1. O mesmo foi verificado nos relatórios de administração da amostra selecionada para o presente estudo, conforme se pode constatar na seção 4.2, limitando o código numérico também a 0:1.

Guthrie et. al. (1999), Brennam (2001), Goh, Lim (2004) utilizaram, em seus estudos empíricos, a classificação proposta por Sveiby (1997), tanto em termos das categorias (3), quanto em termos dos elementos (24), conforme a Figura 1.

Para a coleta de dados deste estudo, dois pesquisadores, separadamente (sem conhecimento do trabalho um do outro), leram os relatórios anuais e registraram as informações relacionadas a cada elemento, utilizando uma matriz desenhada especificamente para este fim (Figura 1). Quando o elemento era mencionado no relatório de administração, ele era assinalado com o valor 1 (um), caso contrário, era marcado o valor 0 (zero). Um terceiro pesquisador, independentemente, confirmou a pontuação atribuída a cada empresa.

Para ilustrar o processo de registro das informações relacionadas a cada elemento, exemplifica-se com a Empresa 1 – Itaú. Como pode ser observado na coluna referente à Empresa 1, o valor 1 foi sinalizado 12 (doze) vezes, o que significa que 12 elementos de CI foram identificados no relatório. A seguir, é demonstrado o processo de extração deste valor 1 na intersecção com o elemento – Marcas. O relatório de administração de 2004 do Itaú na página 13, apresenta a seguinte declaração: “A marca Itaú foi considerada, novamente, a mais

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valiosa do país, com base em estudo elaborado pela consultoria inglesa Interbrand, que avalia a importância e força da marca na geração de resultados futuros da empresa, (...)”. Como pode ser visto o elemento marca se fez presente, no segmento, fato este que levou os pesquisadores a assinalá-lo na matriz.

Figura 1 – Matriz desenhada para análise de conteúdo dos relatórios da administração 1 2 ... 25 Total % Capital Intelectual 1 Capital Interno 1.1 Propriedade intelectual 1.1.1 Patentes 0 0 0 2 8% 1.1.2 Direitos Autorais 0 0 0 0 0% 1.1.3 Marcas registradas 1 0 0 11 44% 1.2 Recursos de infra-estrutura 1.2.1 Filosofia gerencial 0 0 0 14 56% 1.2.2 Cultura corporativa 0 0 0 15 60% 1.2.3 Processos gerenciais 0 0 0 13 52% 1.2.4 Sistemas de informações 1 1 0 21 84% 1.2.5 Sistemas de relacionamentos 1 1 1 23 92% 1.2.6 Relações financeiras 1 1 1 19 76% 2 Capital Externo 2.1 Marcas 1 1 1 25 100% 2.2 Clientes 1 1 1 25 100% 2.3 Fidelidade de clientes 0 0 0 13 52% 2.4 Nome de companhia 1 0 0 16 64% 2.5 Canal de distribuição 1 1 0 21 84% 2.6 Colaboração dos negócios 1 1 1 22 88% 2.7 Acordo licenciado 1 1 1 13 52% 2.8 Contrato favorável 1 1 0 20 80% 2.9 Acordo de franchising 0 0 0 1 4% 3 Competência dos funcionários

3.1 Know-how 0 1 0 13 52%

3.2 Educação 1 1 0 18 72%

3.3 Qualificação vocacional 0 1 0 14 56% 3.4 Conhecimento relacionado ao trabalho 0 0 0 17 68% 3.5 Competências relacionadas ao trabalho 0 1 0 17 68% 3.6 Espírito empreendedor 0 1 0 13 52% Total 12 14 .... 6 14,64 61% Fonte: Adaptado de Sveiby (1997)

Após o processo de atribuição dos valores (0:1), foi feito um somatório, no eixo vertical, dos elementos presentes na divulgação de cada empresa (no caso da Empresa 1, 12 (doze) elementos se fizeram presente). Simultaneamente, foi feito um somatório, no eixo horizontal, para verificação do número total de ocorrência de cada elemento (o elemento marcas, por exemplo, ocorreu nas 25 empresas da amostra). Na seqüência, os pesquisadores calcularam a freqüência, em termos percentuais, com que cada elemento foi divulgado; identificaram a categoria mais representativa de CI nos relatórios de administração das empresas; realizaram um cotejamento entre os resultados obtidos no contexto nacional e o contexto internacional, com vistas a verificar a existência (ou não) de similaridades entre os dois cenários; e, finalmente procederam a comparação dos resultados brasileiro com os australiano. Justifica-se esta comparação/contraste em função da similaridade existente entre os dois estudos, em termos de (i) semelhança na amostragem (as maiores companhias de

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capital aberto, listadas em instâncias nacionais de mercado de ações) e (ii) semelhanças nas bases metodológicas (técnica da análise de conteúdo e o framework de classificação - categorias e elementos do CI).

3 EVIDENCIAÇÃO DO CI NO CONTEXTO INTERNACIONAL: UM SUMÁRIO DOS PROCEDIMENTOS UTILIZADOS

Esta seção apresenta os resultados da investigação dos estudos empíricos, no contexto internacional. Este estudo busca identificar a tendência dos procedimentos utilizados, tendência esta que irá informar a pesquisa no contexto brasileiro. Os Quadro 1 e 2 apresentam os resultados da investigação, salientando os seguintes aspectos: país investigado, ano de publicação do artigo, metodologia e fonte de dados (Quadro 1), fonte de classificação de CI, categoria mais representativa, e, a natureza da evidenciação (Quadro 2). Na seqüência de cada Quadro (1 e 2), é feita uma análise crítica e indicação das tendências.

Quadro 1: Quantidade de empresas investigadas, Metodologia utilizada e Fonte de extração de Dados País Investigado Ano de

publicação Metodologia Fonte de dados utilizada Austrália 2000 Análise de Conteúdo Relatório de Administração Irlanda 2001 Análise de Conteúdo Relatório de Administração Holanda 2001 Revisão da literatura, “Brainstorming”,

Entrevistas Relatório de Administração + Percepção dos gestores Nova Zelândia 2001 Questionário Percepção dos gestores Itália 2003 Análise de Conteúdo e Análise de Regressão Relatório de Administração África do Sul 2003 Análise de Conteúdo, Entrevistas e

Questionários Relatório de Administração + Percepção dos gestores Canadá 2003 Análise de Conteúdo Relatório de Administração Malásia 2004 Análise de Conteúdo Relatório de Administração Espanha 2004 Análise Longitudinal Relatório de Administração Japão 2004 Análise de Regressão Relatório de Administração Estados Unidos 2004 Análise de Regressão Relatório de Administração Sri Lanka 2004 Análise de Conteúdo Relatório de Administração Turquia 2004 Questionário Percepção dos gestores Holanda, França e

Alemanha

2005 Análise de Conteúdo Relatório de Administração Índia 2005 Estudo Longitudinal Relatório de Administração Espanha 2005 Questionário Percepção dos gestores Grécia 2005 Análise de Regressão Relatório de Administração Hong Kong 2005 Análise de Regressão e Análise Longitudinal Relatório de Administração Holanda, Suécia e

Reino Unido 2005 Análise de Conteúdo e Estudo Longitudinal Relatório de Administração Portugal 2005 Análise de Conteúdo Relatório de Administração Fonte: Elaboração própria

Conforme evidenciado no Quadro 1, em relação à metodologia utilizada pelos pesquisadores para investigar a evidenciação voluntária do CI, percebe-se que a análise de conteúdo foi à metodologia mais empregada. Quando esta metodologia é a única utilizada no estudo, percebe-se um percentual de 35% de sua presença; quando esta metodologia é usada em combinação com outra(s) metodologia(s), esta incidência aumenta para 50%. Uma possível explicação para a opção pela análise de conteúdo reside na dificuldade de mensuração em termos quantitativos: muitas vezes, analisam-se dados qualitativos dos relatórios, para o que a análise de conteúdo oferece um bom arcabouço de ferramentas.

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Observando-se o Quadro 1, identifica-se, facilmente, a predominância do relatório de administração da organização como fonte de dados. Ou seja, em 70% dos estudos empíricos, utilizou-se apenas este relatório como fonte de dados da pesquisa, provavelmente pela facilidade de acesso. Em 15% dos trabalhos, utilizou-se a percepção dos gestores; observe-se que este percentual reduzido pode ser explicado pela dificuldade de se obter respostas em questionários ou entrevistas; em 10%, foram combinadas as duas fontes de dados, originando-se trabalhos provavelmente mais holísticos, mas com menor amplitude e apreoriginando-sentando maior dificuldade na coleta dos dados. Com relação ao Quadro 1, tem-se a indicação das seguintes tendências: em termos da metodologia, a técnica de análise de conteúdo foi a preferida; em termos de fonte de dados, o processo de extração foi baseado nos relatórios da administração das empresas. Na seqüência, apresenta-se o Quadro 2, que inclui o “framework” utilizado nos artigos, a categoria de CI mais representativa e a natureza de evidenciação do CI.

Quadro 2: Fonte de classificação, Categoria mais representativa e Natureza da evidenciação País Investigado Ano de

publicação Classificação Categoria representativa mais evidenciação Natureza da Austrália 2000 Proposta por Sveiby (1997) Capital Externo Narrativo Irlanda 2001 Proposta por Sveiby (1997) Capital Externo Narrativo Holanda 2001 Categorias do modelo "Skandia" (1997)

e elementos do modelo "Danish” (1997) Não apresentado Quantitativo Nova Zelândia 2001 Não era o foco da pesquisa Não apresentado Quantitativo Itália 2003 Proposta por Sveiby (1997) + FASB Capital Externo Narrativo África do Sul 2003 Proposta por Sveiby (1997) Capital Externo Narrativo Canadá 2003 Modelo próprio Não apresentado Narrativo Malásia 2004 Proposta por Sveiby (1997) Capital Externo Narrativo Espanha 2004 Modelo próprio Não apresentado Quantitativo Japão 2004 Proposta pelo Centro de Pesquisa do CI

da Austrália Não apresentado Quantitativo Estados Unidos 2004 Não era o foco da pesquisa Não apresentado Quantitativo Sri Lanka 2004 Proposta por Sveiby (1997) Capital Humano Narrativo Turquia 2004 Proposto por Bontis (1998) Não apresentado Narrativo Holanda, França

e Alemanha 2005 Proposto por Bontis (2002) Não apresentado Narrativo Índia 2005 Não era o foco da pesquisa Não apresentado Narrativo Espanha 2005 Modelo próprio Capital Humano Quantitativo Grécia 2005 Proposta por Sveiby (1997) Não apresentado Narrativo Hong Kong 2005 Proposta por Sveiby (1997) Capital Interno Narrativo Holanda, Suécia

e Reino Unido 2005 Proposta por Sveiby (1997) Não apresentado Narrativo Portugal 2005 Proposta por Sveiby (1997) Capital Interno Narrativo Fonte: Elaboração própria

Percebe-se, claramente, uma predominância do modelo proposto por Sveiby (1997), que se fez presente em 45% dos trabalhos analisados. Em 10%, o framework proposto por Bontis (2002) foi utilizado; em 30%, ou foi criado um modelo próprio de análise ou foram utilizados outros modelos.

Considerando-se que o CI compreende Capital Interno, Humano e Externo, observe-se que, dentre os trabalhos que identificaram uma das três categorias, o Capital Externo obteve 56%, ou seja, as informações sobre os clientes e mercados foram mais evidenciadas pelas empresas do que as informações sobre os funcionários, conhecimentos, (Capital Humano - 22%) processos e tecnologias (Capital Interno - 22%). É interessante notar o contexto histórico e temporal no qual os artigos revisados estão inseridos: a década de 90 foi marcada

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por uma preocupação com o cliente, o que ficou evidente nos resultados obtidos. Os autores do presente artigo assumem, em caráter de hipótese, que, caso este estudo revisionista venha a ser replicado para o final da década de 2000, os resultados poderão ser diferentes, uma vez que o início deste novo milênio é marcado por uma preocupação com Capital Humano, considerado o principal agente das organizações (SVEIBY, 1997).

O próximo aspecto analisado se refere à natureza da evidenciação do CI. Observe-se que, nos trabalhos analisados, o percentual de 70% da natureza da evidenciação do CI remete a um tom narrativo, por meio de produção textual (seção 4.2). Nos trabalhos em que a natureza da evidenciação quantitativa é evidenciada, percebe-se uma redução da noção de CI a questões de desembolsos feitos pela organização (por exemplo, gastos com treinamento, gastos com pesquisa e desenvolvimento).

Com relação ao Quadro 2, tem-se a indicação das seguintes tendências: em termos da classificação, a proposta de Sveiby (1997) é privilegiada; em termos de categoria mais representativa, o Capital Externo tem posição de destaque; em termos da natureza da evidenciação, prevalece o tom narrativo.

A partir das tendências verificadas no cenário internacional, foi possível replicar a investigação no cenário brasileiro. A próxima seção apresenta os resultados obtidos.

4 EVIDENCIAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL NOS RELATÓRIOS DE ADMINISTRAÇÃO BRASILEIROS

A evidenciação de CI em relatórios de administração das empresas brasileiras é examinada sob três perspectivas. Inicialmente, a freqüência de divulgação dos elementos de CI é avaliada e identificada a categoria mais representativa. Em seguida, é apresentada a natureza da evidenciação de CI, por meio de segmentos extraídos dos relatórios. Na seqüência, os resultados brasileiros são cotejados com os resultados obtidos no contexto internacional, a fim de confirmar similaridade (ou não). Finalmente, os resultados brasileiros são comparados/contrastados com os resultados do contexto australiano Guthrie et al (1999). 4.1 FREQUÊNCIA DA EVIDENCIAÇÃO E CATEGORIA MAIS REPRESENTATIVA

Os elementos de CI propostos por Sveiby (1997) (Figura 1) foram examinados nos relatórios de administração das empresas da amostra (Tabela I), por meio da metodologia de Guthrie et al (1999). O Quadro 3 exibe as freqüências encontradas na análise do conteúdo dos relatórios de administração das 25 empresas da amostra.

Quadro 3: Freqüência de divulgação de cada elemento e seu percentual de ocorrência Legenda Capital intelectual Total (25

empresas) Percentagem do total Capital interno Propriedade intelectual 1 Patente 2 8% 2 Direitos autorais 0 0% 3 Marcas registradas 11 44% Bens Infra-estruturais 4 Filosofia Administrativa 14 56% 5 Cultura corporativa 15 60% 6 Processos administrativos 13 52% 7 Sistemas de informação 21 84%

8 Sistemas de redes de comunicação 23 92%

9 Relação financeira 19 76%

Capital externo

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11 Clientes 25 100%

12 Lealdade dos clientes 13 52%

13 Nome da empresa 16 64%

14 Canal de distribuição 21 84%

15 Colaboração de negócios (comercial) 22 88%

16 Contrato de licenciamento 13 52% 17 Contrato favorável 20 80% 18 Contrato de franquia 1 4% Competência do funcionário 19 Know-how 13 52% 20 Educação 18 72% 21 Qualificação vocacional 14 56%

22 Conhecimento relacionado ao trabalho 17 68% 23 Competências relacionadas ao trabalho 17 68%

24 Espírito empreendedor 13 52%

Fonte: adaptado de Guthrie e Petty (2000)

Como pode ser visto no Quadro 3, dois dos 24 elementos atingiram o total de 100%, o que significa que todas as 25 empresas divulgaram, qualitativamente, os elementos de Marca e Clientes. Noventa e dois por cento (92%) das empresas divulgaram informações sobre os Sistemas de Redes de Comunicação; 88% das empresas revelaram ter Colaboração nos Negócios e 84% das empresas revelaram informações sobre Sistemas de Informações e Canais de Distribuição. Dentre os 24 (vinte e quatro) elementos, Direitos Autorais e Contratos de Franquia apresentaram os menores índices de freqüência de divulgação.

Para fins de cotejamento dos resultados obtidos no cenário nacional com aqueles obtidos no cenário internacional, apresenta-se, no Gráfico 1 informações referentes às categorias de CI, conforme aferido a partir de uma análise dos elementos evidenciados.

Gráfico 1– Percentual de evidenciação das três categorias de CI no cenário brasileiro Capital interno 29% Capital externo 38% Competência s dos funcionários 33%

Fonte: Elaboração própria

O percentual de 38% (trinta e oito por cento) do CI divulgado pertence à categoria Capital Externo (Gráfico 1), dividida da seguinte forma: Marca (16%), Clientes (16%), Lealdade dos Clientes (8%), Nome da Empresa (10%), Canal de Distribuição (13%), Colaboração Comercial (14%), Contrato de licenciamento (8%), Contrato favorável (13%) e Contrato de franquia (1%). O percentual de 33% (trinta e três por cento) estava relacionado ao Capital Humano; e, os 29% restantes estão relacionados ao Capital Interno.

Tendo sido apresentada a freqüência de divulgação dos elementos de CI e identificada a categoria de CI mais representativa da amostra do contexto brasileiro, passa-se, a seguir, à apresentação da natureza da evidenciação do CI na Brasil. Para ilustrar, são reproduzidos alguns exemplos extraídos dos relatórios de administração pesquisados.

(10)

4.2 NATUREZA DA EVIDENCIAÇÃO DO CI

Ao proceder a pesquisa, os autores observaram que as organizações da amostragem brasileira, em sua totalidade, utilizaram-se da produção textual (narrativa) para evidenciar o seu CI. Para ilustrar esta constatação, reproduzem, a seguir, alguns exemplos de divulgação do Capital Intelectual extraídos dos relatórios de administração da amostra investigada. O objetivo é ilustrar a natureza das divulgações do CI e a forma como os autores procederam à leitura dos relatórios de administração, análise das informações e a conseqüente associação destas ao respectivo elemento com o qual estavam correlacionadas.

Cumpre observar que, conforme a metodologia de Guthrie et al (1999) utilizada, no código o numérico por ele sugerido, o código 3 (item recebeu um valor monetário no relatório da administração) remete a um valor monetário de CI; assim, salienta-se que os valores monetários mencionados nos excertos ilustrativos não podem ser associados, diretamente, ao elemento de CI em questão: tais valores informam, apenas, a prática da organização em tentar alavancar o elemento em questão.

Para facilitar o acompanhamento do processo de identificação dos elementos de CI, nos excertos abaixo, as indicações explícitas e implícitas são salientadas em itálicos.

Capital Interno:

• Sistemas de Informação. Quanto à preocupação com o sistema de informações, o Bradesco informou que:

Em 2004, os investimentos destinados à expansão da capacidade funcional e da infra-estrutura de informática e telecomunicações da Organização Bradesco totalizaram R$ 1,532 bilhão. (BRADESCO, Relatório da Administração de 2004, p. 12).

• Sistemas de redes de comunicação. A Petrobrás forneceu informações interessantes sobre os sistemas de rede de comunicações que justificam o sucesso da empresa:

A Petrobrás concluiu, em outubro, um dos maiores processos de introdução de um

sistema integrado de gestão em todo o mundo: o SAP R/3. Ele reúne, em uma única

base, dados e informações operacionais da Companhia. (...) para um total de 24 mil usuários do sistema. A integração vai agilizar e facilitar as análises sobre o andamento de negócios e conferir à Petrobrás mais segurança e controle sobre os seus processos. A base de dados é atualizada continuamente, segundo o conceito de registro único, que permeia todos os processos. (PETROBRÁS, Relatório da Administração de 2004, p.59).

Capital Externo:

• Marca. O elemento marca foi relatado por 100% das empresas investigadas na amostra. Por exemplo, o Itaú enfatiza a força e o reconhecimento de sua marca por meio do seguinte relato:

A marca Itaú foi considerada, novamente, a mais valiosa do país, com base em estudo elaborado pela consultoria inglesa Interbrand, que avalia a importância e

força da marca na geração de resultados futuros da empresa, levando em conta a sua performance, (...). Destaca-se ainda o reconhecimento como Empresa mais

admirada do Brasil, concedido pela Interscience e Revista Carta Capital. O Itaú foi líder nas categorias Banco de Varejo, Seguradora e Previdência Privada. (ITAÚ, Relatório da Administração de 2004, p. 13).

• Clientes. A Telesp aponta a preocupação em atender bem seu clientes, conforme se pode constatar na seguinte divulgação:

Para medir o grau de satisfação dos clientes da VIVO com o atendimento, foi contratada uma empresa especializada, a Indicator GFK, para realizar pesquisa ampla sobre a empresa, a TCP obteve nota 8,24, acima da média do mercado de telefonia móvel, de 7,98. (TELESP, Relatório da Administração de 2004, p.9).

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• Colaboração de negócios (comercial). A Petrobrás relatou sua iniciativa para com a colaboração de negócios da seguinte forma:

Além das parcerias de negócios, a área de Gestão Corporativa promove o

estreitamento das relações com outras empresas de petróleo do Cone Sul, visando ao intercâmbio de melhores práticas. Em 2004, foi realizado o Congresso Sul-Americano de Qualidade na área de petróleo, que teve como um dos objetivos o intercâmbio de informações e experiências relacionadas à qualidade na indústria latino-americana de petróleo e gás. (PETROBRÁS, Relatório da Administração de 2004, p.61).

Capital Humano:

• Educação. Com relação à educação, o Unibanco relatou que:

Em 2004 cerca de R$ 24 milhões foram investidos em diversas iniciativas de

educação corporativa, direcionadas para formação, aperfeiçoamento e desenvolvimento dos colaboradores, contribuindo para uma cultura organizacional voltada à inovação. (UNIBANCO, Relatório da Administração de 2004, p. 12).

• Competências relacionadas ao trabalho. A Embraer relatou o desenvolvimento das competências de seus colaboradores da seguinte forma:

Em 2004, a Embraer iniciou um programa destinado à identificação de novas e

futuras lideranças internas. Ações de desenvolvimento individual com vistas à preparação dessas lideranças estão previstas para 2005. O referido programa envolveu o esforço coletivo de mais de 300 gestores em cerca de 20 eventos. (EMBRAER, Relatório da Administração de 2004, p.33).

Um ponto merece destaque, na análise dos relatórios de administração das empresas brasileiras. Apenas uma delas – Petrobrás - referiu-se, expressamente, ao Capital Intelectual em seu relatório anual:

Foram identificados e classificados os ativos intangíveis da Companhia, de acordo com o Modelo de Capital Intelectual proposto em 2003, que os categoriza em Capital Humano, Capital Organizacional, Capital de Relacionamento e Capital de Domínio Tecnológico. A metodologia proporcionou uma ampla visão das iniciativas que as diversas áreas e Unidades de Negócio estão adotando para proteger, manter, adquirir e incrementar os ativos intangíveis. (PETROBRÁS, Relatório da Administração de 2004, p.60).

Diante do relato, verifica-se que a Petrobrás está incentivando a identificação e alavancagem dos elementos que se configuram como CI. Talvez esta seja uma explicação para uma redação clara de seu relatório de administração. Apesar deste passo, diante dos relatórios das outras empresas investigadas, seu relatório ainda é, exclusivamente, em tom narrativo, o que nos sugere a ausência (caso exista, este ainda não foi divulgado, neste moldes) de um procedimento estruturado de um Sistema de Gestão do Capital Intelectual.

Tendo sido apresentada a freqüência com que os elementos de CI são evidenciados nos relatórios de administração e reproduzidos alguns exemplos de divulgação (extraídos dos relatórios investigados) bem como a forma como os autores, do presente artigo, leram, interpretaram e registraram estes elementos na respectiva classificação proposta por Sveiby (1997), cumpre, finalmente, cotejar estes resultados com os resultados investigados no contexto internacional, a fim de confirmar (ou não confirmar) sua similaridade.

4.3 CONTEXTO BRASILEIRO VS CONTEXTO INTERNACIONAL

Os resultados obtidos na revisão dos estudos do contexto internacional apontaram para tendências, que informaram a investigação no contexto brasileiro. Tais tendências se referem à metodologia (análise de conteúdo), à fonte de dados (relatórios de administração) para o estudo e às categorias e elementos de análise (propostos por SVEIBY, 1997). De posse dessas tendências, os autores replicaram o estudo no contexto brasileiro (sub-seções 4.1 e 4.2).

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Cumpre, na seqüência, cotejar os achados dos dois estudos, sempre considerando o contexto no qual eles foram feitos. Tal cotejamento é feito com base em duas dimensões, quais sejam, a categoria mais representativa e a natureza da evidenciação de CI, nos dois estudos.

No que diz respeito à representatividade, a categoria mais representativa no contexto internacional foi o Capital Externo (CE) (56%), conforme se pode observar (Quadro 2); esta situação se repete no contexto brasileiro, conforme Gráfico 1, o qual demonstra que o CE obteve maior percentual de evidenciação (38%). Confirma-se, assim, uma similaridade de visões e práticas, entre as organizações que evidenciam seu CI, nos dois contextos.

Quanto à natureza da evidenciação, retomando-se o Quadro 2, é possível verificar que a narrativa se fez presente, como forma preferida de evidenciação de CI, no contexto internacional, alcançando um percentual de 70%; no contexto nacional, conforme ilustrado na sub-seção 4.2, repete-se uma situação similar: a evidenciação se fez por meio de narrativas. Ressalta-se, entretanto, uma peculiaridade no contexto brasileiro, qual seja, o percentual de 100% de produção textual, como única forma de evidenciação de CI. Tal situação era já prevista, pelos autores do presente artigo. Apenas recentemente (a partir de 2002), emergiu, no contexto brasileiro, a preocupação em evidenciar o CI nas organizações (GONÇALVES, 2002; OLIVEIRA, 2003; PIACENTINI, 2004; STEINBRENNER, 2004; BACKES, WIETHAEUPER, OTT, 2005); a ausência de uma prática consolidada, associada à ausência de uma metodologia estabelecida para a evidenciação, possivelmente, levaram as organizações a utilizar-se do recurso de produção textual, em seus relatórios de administração, como uma maneira relativamente simples de evidenciar o CI.

4.4 CONTEXTO BRASILEIRO VS CONTEXTO AUSTRALIANO

A sub-seção anterior apresentou o cotejamento entre o cenário brasileiro e o cenário internacional, de forma geral. Constataram-se similaridades apontadas em 4.3. Cumpre, nesta sub-seção, apresentar uma comparação mais pontual, especificamente entre o contexto brasileiro e o contexto australiano. Os autores deste artigo consideraram este procedimento relevante, pelo fato de o trabalho de Guthrie et al (1999) ter sido seminal neste campo. É curioso observar que, embora as tendências observadas na revisão internacional (seção 3) apontam para as mesmas bases metodológicas (técnica da "análise de conteúdo" e o framework de classificação - categorias e elementos do CI) sugeridas por Guthrie et al (1999), apenas um dos artigos revisados apresentou uma comparação/contraste entre o contexto em estudo com o contexto australiano (BRENNAN, 2001); mesmo este único estudo não realizou a comparação/contraste em bases semelhantes, uma vez que, neste caso específico as empresas utilizadas por Brennan (2001) apenas empresas vinculadas ao segmento de “conhecimento” e não as maiores empresas de Capital Aberto. Em vista disto, os autores do presente artigo - cujo estudo é feito nas mesmas bases do estudo do contexto australiano - sentiram a necessidade de realizar a comparação/contraste, mesmo considerando a dissimilaridade entre o período estudado, variável esta que, na visão dos autores, não invalida a comparação/contraste. O Quadro 4 apresenta os dados levantados para a realização da referida comparação/contraste.

Com base no Quatro 4 , a comparação/contraste será feira em dois níveis, quais sejam, em termos das categorias de CI e em termos da evidenciação dos elementos.

Com relação ao primeiro nível, é possível tecer as seguintes considerações: enquanto no Brasil, a categoria mais representativa foi o Capital Externo (38%), na Austrália, a categoria mais representativa foi o Capital Humano (39%); a segunda categoria mais representativa no Brasil foi o Capital Humano (33%), enquanto que na Austrália a segunda categoria foi o Capital Externo (38%); quanto ao Capital Interno, este mostrou ser a categoria mais representativa nos dois contextos – Brasil (29%) e Austrália (26%). A leitura destes dados leva a constatar que a Austrália parece demonstrar preocupação com o Capital Humano

(13)

ainda na década de 90 o que não correu no contexto brasileiro – os autores do presente artigo acreditam ser esta a tendência para os próximos anos.

Quadro 4: Comparação/contraste entre contextos brasileiro e australiano Legenda Capital intelectual Contexto

Brasileiro Total (25 empresas)

Percentagem

do total Australiano Contexto Total (20 empresas) Percentagem do total Capital interno Propriedade intelectual 1 Patente 2 8% 3 15% 2 Direitos autorais 0 0% 1 5% 3 Marcas registradas 11 44% 2 10% Bens Infra-estruturais 4 Filosofia Administrativa 14 56% 12 60% 5 Cultura corporativa 15 60% 6 30% 6 Processos administrativos 13 52% 15 75% 7 Sistemas de informação 21 84% 10 50% 8 Sistemas de redes de comunicação 23 92% 3 15%

9 Relação financeira 19 76% 1 5%

Capital externo

10 Marcas 25 100% 9 45%

11 Clientes 25 100% 16 80%

12 Lealdade dos clientes 13 52% 7 35%

13 Nome da empresa 16 64% 5 25%

14 Canal de distribuição 21 84% 10 50% 15 Colaboração de negócios (comercial) 22 88% 13 65% 16 Contrato de licenciamento 13 52% 8 40% 17 Contrato favorável 20 80% 1 5% 18 Contrato de franquia 1 4% 1 5% Competência do funcionário 19 Know-how 13 52% 6 30% 20 Educação 18 72% 6 30% 21 Qualificação vocacional 14 56% 1 5% 22 Conhecimento relacionado ao trabalho 17 68% 12 60% 23 Competências relacionadas ao trabalho 17 68% 9 45% 24 Espírito empreendedor 13 52% 19 95% Fonte: adaptado de Guthrie et al (1999)

Com relação ao segundo, nível observa-se que, dos 24 elementos de CI listados, 7 (sete) apresentam discrepância significativa entre os dois contextos, sendo o contexto brasileiro o que apresenta maior freqüência de evidenciação. São eles: Marcas Registradas - Brasil (44%), Austrália (10%); Sistemas de Rede de Comunicação - Brasil (92%), Austrália (15%); Relação Financeira: Brasil (76%), Austrália (5%); Marcas: Brasil (100%), Austrália (45%); Contrato Favorável: Brasil (80%), Austrália (5%); Educação: Brasil (72%), Austrália (30%); e, Qualificação Vocacional: Brasil (56%), Austrália (5%). Os autores deste artigo ainda não estão em condições de justificar tal discrepância, uma vez que estes resultados são surpreendentes, quando lidos sob a perspectiva da natureza incipiente da evidenciação de CI no Brasil. Este análise será objeto de futura pesquisa, a ser disseminada posteriormente.

Dois elementos comportam-se de maneira similar: Filosofia Administrativa apresenta

percentuais semelhantes (Brasil, 56% e Austrália, 60%), o mesmo acontecendo com Contrato de Franquia (Brasil, 4% e Austrália 5%). É curioso observar que em apenas um elemento – Espírito Empreendedor – a Austrália apresenta percentual superior ao Brasil (95% e 52%, respectivamente).

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CONCLUSÃO

Este artigo buscou analisar se as empresas brasileiras estavam divulgando, voluntariamente, seus ativos de capital intelectual em seus relatórios de administração. Os resultados da pesquisa apontaram para uma alta incidência de evidenciação voluntária de CI, nos relatórios das empresas brasileiras da amostra. No contexto da resposta positiva, o objetivo do presente trabalho foi investigar as formas de divulgação do Capital Intelectual, por empresas brasileiras. Verificou-se que a evidenciação deu-se, apenas, em termos qualitativos, por meio de produção textual, resultando em narrativas que faziam menção explícita ou implícita a elementos de CI. Dentre as três categorias de CI, aquela do Capital Externo configurou-se como a mais representativa.

Tendo aferido as formas de evidenciação, o próximo passo foi verificar se a evidenciação voluntária do CI das companhias brasileiras comportava-se de maneira similar àquela do contexto internacional. Os resultados apontaram para uma similaridade de comportamento, tanto no que diz respeito à natureza da evidenciação (narrativa) quanto no que diz respeito à categoria mais representativa (Capital Externo). Os autores salientam, positivamente, o fato de os resultados terem sido similares, pois isto pode indicar que o contexto nacional não está defasado em relação ao contexto internacional, no que concerne os usuários externos (que se beneficiam das informações oferecidas pelo CI) e no que concerne à concepção de CI adotada (um produto cujo resultado final pode ser objeto de análise - evidenciação). Outro ponto a ser positivamente salientado pelos autores é o fato de as empresas brasileiras manifestarem práticas visando alavancar os elementos de CI, conforme pode ser verificado na Figura 1 (a média de evidenciação foi de 14,64).

Na seqüência, foi feita a comparação/contraste entre os resultados obtidos no contexto nacional e no contexto australiano. Os dados apontaram para diferenças no que tange a categoria de CI mais representativa (Capital Externo no Brasil e Capital Humano na Austrália) e no que tange a freqüência de evidenciação dos elementos de CI (os autores salientam os resultados discrepantes entre os dois contextos – percentual mais elevado de evidenciação de 7 elementos no contexto brasileiro).

Contrariando as expectativas dos autores – que esperavam uma representatividade maior da categoria Capital Humano no contexto brasileiro – pelo fato de o colaborador ser valorizado, neste milênio, como o principal agente de geração de riqueza da organização – a categoria mais representativa foi a do Capital Externo, em consonância com o cenário internacional, mas em franco contraste com o contexto australiano. Os autores se perguntam, entretanto, se os resultados seriam os mesmos, caso outras metodologias fossem utilizadas. Por exemplo, entrevistas e questionários junto aos gestores organizacionais poderiam gerar dados diferentes. Esta indagação vem por alimentar as recomendações para futuras pesquisas, cujos resultados poderão ser cotejados com os atuais. Os autores indagam, ainda, em caráter de hipótese, se o estudo revisionista geraria resultados diferentes caso viesse a ser realizado para o final da década de 2000, uma vez que o início deste novo milênio é marcado por uma preocupação com Capital Humano, considerado o principal agente das organizações (SVEIBY, 1997).Como recomendação final, os autores acreditam ser frutífero desenvolver um projeto junto às organizações, para apoiá-las em seus esforços de investigar, identificar e evidenciar seu CI.

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