gestores” poderão ser totalmente leigos em relação à causa ambiental; o que não representa, obvia- mente, uma não abertura para ela, antes, maior dispêndio temporal para alcançá-la. Isso pode levar a perdas na continuidade dos processos de EA, quando atrelado à ausência de uma política local instituída. Nesse caso, novas sensibilizações seriam requeridas, outras pessoas precisariam ser “angariadas” para a causa; e o trabalho, de certo modo, reiniciaria, ou então, estaria sob o risco de não encontrar o mesmo aporte, o mesmo incentivo ou, ainda, de tomar rumos diferenciados. Além disso, é cansativo, desestimulador e frustrante ter de passar por todo esse processo a cada nova gerência. Essa condição de repetitividade pode, inclusive, minar as energias disponíveis para as ações de EA, ou ainda, desintegrar os grupos formados.
RESUMO: Este texto objetiva discutir a EducaçãoAmbiental Escolar como mediadora do fortalecimento de um ideário voltado para a construção da Qualidade de Vida. Quando pensamos em EducaçãoAmbiental os desafios ainda são grandes, sobretudo, quando o foco é o ambiente escolar. A EducaçãoAmbiental na escola apresenta, apesar de todas as suas dificuldades, um enorme potencial para a formação de agentes políticos capazes de atuar de forma eficaz em seus espaços de vivência. Por isso, a EducaçãoAmbiental pode ser considerada como mediadora para a construção de melhorias na qualidade de vida de uma população, visto que, essas melhorias passam pela participação política de seus cidadãos. Nesse trabalho abordamos algumas das possibilidades e limitações da EducaçãoAmbiental escolar relacionando-as com a melhoria da Qualidade de Vida do e no ambiente. Nesta discussão também foi abordado o papel das ONGs e universidades na promoção da Qualidade de Vida através da EducaçãoAmbiental Escolar.
Resumo: Este artigo trata da educaçãoambiental no contexto das políticas públicas. Quais os desafios colocados para a implantação da política de educaçãoambiental no sistema estadual de ensino, educação básica e superior do Paraná, é a questão colocada para esta reflexão. Busca-se analisar aspectos que constituem estes desafios para efetivar a Deliberação Estadual de EducaçãoAmbiental para o Sistema de Ensino do Paraná, como instrumento desta política pública. Indicam- se elementos do atual debate teórico no campo da educaçãoambiental, tendo como referências autores como Lima (2002), Loureiro (2006) e Layrargues (2012), entre outros. Trata-se do processo de construção da Política Estadual de EducaçãoAmbiental do Paraná, tendo como eixo estruturante a bacia hidrográfica como espaço geográfico de articulação da educaçãoambiental formal e não formal. Sistematizam-se informações sobre a elaboração desta Deliberação e encaminhamentos para sua implantação, como política de educaçãoambiental no âmbito das instituições de ensino, escolas e universidades, considerando-se as dimensões do espaço físico, da gestão institucional e da organização curricular. Considera-se que os desafios nesta implantação estão relacionados à necessidade quanto à decisão política dos gestores públicos, a formação e ao controle social, para que esta política educacional tenha efetividade e êxito na sua gestão.
O presente trabalho tem por objetivo identificar vantagens e desafios à introdução de uma educaçãoambiental ecocêntrica no Brasil. A relevância da análise reside nas evidências de insuficiência dos parâmetros oferecidos pela tradição antropocêntrica dominante em lidar com a preservação ambiental, haja vista o constante aumento da degradação ambiental e da perda de biodiversidade. Acredita-se que a ênfase na perspectiva inter-relacional levantada por uma educaçãoambiental de orientação ecocêntrica, possa ser útil para subverter a lógica de explo- ração desregrada e de proteção fragmentada do meio ambiente e ampliar a percepção do caráter transfronteiriço e intertemporal dos fenômenos ambientais. A metodologia é analítica e descritiva, embasando-se em fontes biblio- gráficas e documentais. Conclui-se que as vantagens de adoção do modelo ecocêntrico são promissoras, porém os desafios são muitos, pois a Política Nacional de EducaçãoAmbiental ainda tem baixo nível de execução em todas as suas esferas e suas ações normalmente não privilegiam a sensibilização para o funcionamento sistêmico do ambiente.
Desaprender nesse sentido não significa retroceder, mas talvez se aproxime da esperança de que “a escola e suas margens se transformem em laboratórios de possibilidades existenciais, de produção de conhecimentos e subjetividades e de intervenções social e política” (REIGOTA, 2010, p. 5). Desaprender a nordestinidade e suas ciladas via educaçãoambiental parece ser, portanto, mais um “problema da política de redefinição de fronteiras, de maneira a permitir conversas e conexões não inocentes” (HARAWAY, 1995, p. 11). Inclui sair do estudo de parâmetros biológicos não apenas para problematizar nossos estilos de vida, nossas festas e formas de sociabilidade e confraternização (e isso não é pouco!), mas também para inventar narrativas que explorem liberdades onde há praias privadas, que falem de novas matrizes energéticas que estão por ser forjadas onde ainda queima a lenha que vem da considerada pobre caatinga, que tragam a diversidade da vida nas conexões e solidariedades forjadas quando há forças querendo fazer crer que estamos tão distantes... Subverter, enfim, o que está acomodado e fazer um desserviço àquilo que se convencionou chamar de educaçãoambiental, para proveito dela mesma e daquilo que com ela podemos sonhar e conseguir. Seria possível, afinal, falar em uma deseducação ambiental nordestina?
Mas a dimensão política da educaçãoambiental se abre também para outra questão – outro lado: Como as instâncias políticas podem sustentar o desenvolvimento de uma educaçãoambiental? Sabemos bem que a educaçãoambiental precisa da legitimação formal, de estruturas, de estratégias de institucionalização e de meios de implementação para além dos engajamentos verbais das vitrines políticas. Mas ela deve também assegurar uma institucionalização que não seja alienante, que não seja uma prescrição político-econômica imposta ao mundo da educação, que não seja um molde para pensar ou uma camisa de força. A prescrição da educação para o desenvolvimento sustentável aparece aqui como um retrocesso, uma vez que ela se inscreve na ação educativa na perspectiva estreita do advento de um mundo globalizado cuja economia artificialmente extrai a esfera social e impõe às relações entre sociedade e meio ambiente, e este último se reduz a um estoque de recursos para “gerar” modos de assegurar um maior desenvolvimento. Certamente é esta uma questão de equidade social, ainda mais em um mundo cuja economia determina as mudanças e cuja sociedade se define em termos de “capital” de produção de consumo.
Nesse contexto, surgiu, efetivamente, a necessidade de analisar, de maneira crítica, a distância entre os projetos e as ações efetivamente realizadas. Lessa (2002) as colaborações internacionais mostram que a potência dos projetos é geralmente mais pujante que a das ações, razão por que, constantemente, é preciso analisar seus limites de realização. No caso do projeto do CFBBA, os grandes limitantes estão na burocracia (diferenciada dos dois lados da fronteira, além de muito estagnada), nos financiamentos necessários para realização das obras e – sobretudo - nos embates políticos. Estes referem-se às diferenças de status na fronteira sobre: desavenças diplomáticas ligadas ao acesso aos territórios/vistos, circulação de pessoas e mercadorias, equivalências de estudos e diplomas, sistemas de informações compartilhados entre os dois países, acordos comuns sobre serviços ambientais urbanos e atividades agrossivíspastorís. Como se trata de um projeto em instalação, será necessário acompanharo o CFBBA ao longo de toda a próxima década para analisar em que perspectiva as estratégias utilizadas avançaram ou não nestes desafios. Apontamos, desta forma, um interssante cenário problemático no qual várias outras teses ou pesquisas diversas que poderão ser desenvolvidas.
Assim, faz-se necessário medidas que possam minimizar tais impactos, através de ações de EducaçãoAmbiental, incrementando informações e o acesso a eles, bem como o papel indutivo do poder público nos conteúdos educacionais, como caminhos possíveis para alterar o quadro atual de degradação socioambiental, promovendo o crescimento da consciência ambiental, expandindo a possibilidade de a população participar em um nível mais alto no processo decisório, como uma forma de fortalecer sua corresponsabilidade na fiscalização e no controle dos agentes de degradação ambiental (HOGAN, 2005, p 334).
O livro organizado pelo eminente professor Dirceu D’Alkmin Telles tem um título que já resume o que o leitor irá encontrar ao longo de suas páginas: “O Ciclo Ambiental da Água: da chuva à gestão”. Esta obra inicia- -se com um tratamento técnico do tema no sentido de mostrar as inter-relações entre clima e água através da hidrologia. Hidrologia e Hidrometria são elementos es- senciais para se entender a variabilidade quantitativa da água no âmbito da bacia hidrográfica. À partir daí a obra se desenvolve analisando o resultado das ações antró- picas na qualidade da água dos rios e lagos e as formas de remediação desses impactos à partir do tratamento adequado dos efluentes. Entretanto, entendendo que a poluição não é só derivada de fontes pontuais, como mu- nicípios e indústrias, mas também das atividades agrí- colas e do uso do solo urbano, o livro enfoca também a questão da chamada poluição difusa. Este tipo de po- luição de controle mais complexo representa em alguns casos mais de 50% da carga poluidora em rios e lagos de países tanto desenvolvidos como em desenvolvimento.
Para a edificação dessa convivência, deve- se promover um harmônico ambiente entre o médi- co (que se preocupa em salvar a vida do paciente) e o profissional da área administrativa (que precisa oferecer os recursos materiais, cada vez mais ca- ros) para manter a saúde financeira da instituição. Para tanto, faz-se necessário uma boa articulação com as empresas que pagam pela prestação do ser- viço. Na área de custos, tão elevados e imprevisíveis, existe uma preocupação, tanto para quem presta o serviço, como para quem paga. No hospital, a decisão do tratamento, e conseqüente- mente, do custo, está nas mãos do médico e da enfermagem. No entanto, esses profissionais não têm como formação a preocupação com os custos, procurando reduzi-los com a substituição de medi- camentos ou aparelhagem. Na visão deles, o paci- ente deve receber todo o tratamento necessário e o que tiver de melhor para o seu pronto restabelecimento. Porém, quando a receita finan- ceira é insuficiente, o papel do Administrador Hos- pitalar é encontrar o ponto de equilíbrio entre o preço e o custo.
A existência de um espaço dedicado ao brincar dentro de um hospital reflete a preocupação com o bem-estar global do indivíduo, proporcionando maior confiança nos pacientes e em seus familiares. Contribui também para a desmistificação do ambiente hospitalar, comumente percebido como hostil, uma vez que a possibilidade de brincar no hospital permitiria a visão desse ambiente como bom e agradável. Por conseguinte, quando as pessoas experienciam situações de hospitalização, a qualidade do ambiente pode afetar diretamente o processo de recuperação. Neste sentido, as intervenções no contexto hospitalar devem visar à promoção de condições favoráveis à reabilitação dos efeitos de experiências adversas ao desenvolvimento das crianças. O ambiente deve incentivar a saúde e deve ser organizado de maneira que atenda melhor às necessidades dos pacientes (Soares & Zamberlan 2001), considerando aspectos psicológicos, pedagógicos e sociológicos da criança e de sua família.
Encontramo-nos hoje diante de um duplo desaio: um planetário, relacionado à difícil tarefa de enfrentamento das mudanças ambientais globais; o outro, educacional, visa contribuir para a educação integral, que resgate uma função social da escola quase escondida: propiciar um ambiente de aprendizagem criativo e transformador, que dê gosto permanecer na escola. No que se refere ao desaio planetário, sentimos em nosso cotidiano uma urgente necessidade de mudanças radicais para superarmos as injustiças ambientais, a desigualdade social, a apropriação da natureza – e da própria humanidade – como objetos de exploração e consumo. Vivemos em uma “sociedade de risco”, com efeitos que muitas vezes escapam à nossa capacidade de percepção direta, mas aumentam consideravelmente as evidências de que tais efeitos podem atingir não só a vida de quem os produz, mas a de outras pessoas, espécies e até gerações. O desaio da educação integral pode ser enfrentado ao realizar, com planejamento e densidade, os processos de Conferência na Escola, sendo uma forma de ação fundamental para atualizarmos e aprofundarmos debates ambientais tão urgentes (CZAPSKI, 2008, p.4).
Quanto à práxis, é um conceito fundamental para compreender a Educação, e, nesse caso, principalmente a EA que se identifica como um ato político de transformação social. A idéia de práxis erige-se a partir da teoria materialista de Marx com a agregação do aspecto político de uma prática transformadora vinculada à teoria concreta, como uma crítica ao filósofo Feuerbach, no sentido de que os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras, mas o que importa é, então, a transformação (MARX, 1989a). Para Konder (1992), a práxis é a atividade concreta pela qual o sujeito se afirma no mundo, modifica a realidade objetiva e sendo modificado, não de modo espontâneo, mecânico e repetitivo, mas, reflexivo, pelo autoquestionamento, relacionando a teoria à prática transformadora. Kosik (1989) considera que a práxis penetra em todo o homem e o determina em sua totalidade e a sua dimensão mais essencial é a criação da realidade humano-social. Já para Evangelista (1992, p. 95), “a práxis humana termina criando, objetivamente, uma vida social que tem a sua própria legalidade, independente da vontade subjetiva dos indivíduos que a criaram, e que os submete socialmente”, nas suas relações sociais, dando origem a um processo social objetivo e que surge, espontaneamente, dessas relações.
Executar atividade de educação não formal, em instituição de ensino de Porto Nacional – TO, voltadas a conscientização ambiental e a importância da biodiversidade animal para a vida dos seres humanos, buscando mudanças de atitudes dos alunos como cidadãos conscientes da sua responsabilidade junto à sociedade.
Em se tratando do processo de gestão democrática e participativa, modelo de gestão pretendido pela gestão da Escola das Seringueiras, o PPP deve ser concebido levando-se em consideração a participação de todos os segmentos da comunidade, tanto na elaboração como no gerenciamento das ações implementadas por este objeto dentro do processo educacional. Assim, este projeto se apresenta como objeto minimizador de conflitos e de fortalecimento da equipe gestora no enfrentamento dos desafios surgidos durante a busca da eficácia na organização da instituição e da aprendizagem dos alunos. Assim sendo, o sentido de como a escola se reconhece, de como deseja traçar seus objetivos e suas metas traçadas, a fim de alcançar a qualidade do ensino se dará através da efetivação de seu projeto político pedagógico, na formação de seu Conselho escolar e da atuação da equipe gestora. Para concretização do propósito de se alcançar a qualidade do ensino é necessária se ter a frente dos trabalhos escolares uma equipe gestora que seja capaz de conduzir e estimular a construção coletiva do Projeto Político Pedagógico (PPP), do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE), do Conselho Escolar. Para Burgos e Canegal (2011), a participação na construção do Projeto Político Pedagógico exige da gestão um trabalho árduo e dinâmico a fim de alcançar as metas e os objetivos propostos a fim de avançar rumo à melhoria do processo educacional junto da comunidade escolar.
Esta dissertação foi desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da educação Pública (PPGP), do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação, da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd /UFJF). O caso de gestão analisado tem por objetivo compreender as dificuldades de implementação de projetos interdisciplinares na escola estudada, uma escola de tempo integral, considerando o momento de efetivação da Proposta Pedagógica de Tempo Integral do Amazonas, em 2011. Destacou-se, neste estudo, o histórico nacional da educação brasileira que corroborou com as mudanças educacionais, além da formalização da educação integral e da criação de documentos normativos que tratam da educação integral. Para discorrermos sobre o tema, apresentamos um histórico sobre a Educação Integral no Estado do Amazonas e o seu currículo, além de discutirmos o caso específico da escola de tempo integral pesquisada, que vem desenvolvendo projetos e atividades diversificadas desde sua adaptação ao tempo integral. O referencial teórico proposto foi desenvolvido a partir de dois eixos principais: (i) experiências de sucesso com a educação integral e (ii) reflexões sobre a pedagogia de projetos na educação integral. A metodologia utilizada possui uma abordagem qualitativa, pautando-se em um estudo de caso. Utiliza as técnicas de entrevistas semiestruturada e aberta, além da observação participante, por meio de um roteiro de observação de dois projetos desenvolvidos no segundo semestre de 2017: o III Dia da Família na Escola e a Jornada Literária. Os dados coletados foram analisados com base nos eixos teóricos utilizados formando duas frentes de análises, a saber: a concepção de Educação Integral em função do tempo e espaço e a concepção de Educação Integral a partir de projetos. Os dados evidenciam que os sujeitos concebem o espaço
Outros fatores claramente evidenciados no colégio referem-se às altas expectativas e ao incentivo positivo. Ao definir projetos desafiadores, com metas pessoais para os alunos – proposta de aumento da média de aprovação de 5,0 para 6,0, viagens como prêmio por um bom desempenho, entre outras formas de incentivo, por exemplo – a equipe gestora, juntamente com corpo docente, conseguiu impulsionar a motivação dos estudantes, investindo no alcance das metas da unidade escolar através da melhoria da autoestima de toda a comunidade. Outra evidência referente às altas expectativas e ao incentivo positivo é o recente projeto implementado com as turmas de 3ª série do Ensino Médio, intitulado Sonhando Juntos. A iniciativa da equipe gestora visa garantir que o sonho profissional dos alunos concludentes da Educação Básica se torne realidade. Parcerias estão sendo firmadas e, além da oportunidade dos alunos realizarem testes vocacionais gratuitamente, também estão sendo promovidas palestras com profissionais das áreas sonhadas pelos alunos. Na opinião do diretor adjunto, o esforço e a dedicação dos alunos aumentam ao saberem que há pessoas que acreditam e investem em seus sonhos. O projeto almeja mais do que incentivar; pretende criar oportunidades para que o estudante chegue à universidade para cursar a carreira que deseja:
37. Nursing resistance as ethical action: literature review. Reasons for participation in and needs for continuing professional education among health workers in Ghana. Backes V, Prado[r]
A educação é mediadora na atividade humana, articula teoria e prática, fazendo com que o sujeito envolvido no processo educacional, se aproprie dos conhecimentos fornecidos e seja capaz de agir de forma responsável diante do ambiente em que vive. Podemos, portanto, dizer que a gênese do processo educativo ambiental é o movimento de fazer-se plenamente humano pela apropriação/transmissão crítica e transformadora da totalidade histórica e concreta da vida dos homens no ambiente. Para alcançar uma análise globalizante sobre os problemas localizados na interface gerada pela inter-relação homem-natureza conta-se com a interdisciplinaridade (ZANONI & RAYNAUT, 1994).
A crescente especialização das atividades da enferma- gem e a fragmentação do trabalho hospitalar introduzem elementos contraditórios na relação cuidador-cuidado, que podem ter efeitos nocivos sobre a saúde do trabalhador. Ao mesmo tempo em que o cuidado exige uma expressão de afeto adequada para lidar com os aspectos da dor e dependência do paciente, é também influenciado por três fatores inter-relacionados: o salário, meio de sobrevivência do trabalhador; o fantasma da perda do paciente, seja por alta-cura ou por alta-óbito, fato que instaura o conflito entre investir/desinvestir afeto nesta relação; e a obrigação de se colocar frente ao paciente como profissional, não lhe sendo permitido demonstrar preferências ou recusas, atração ou repulsa por este ou aquele paciente (Borsoi & Codo, 1995).