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44º Dia Quinta-feira Santa – Ceia do Senhor

Primeira Leitura (Êx 12,1-8.11-14) - Livro do Êxodo:

Naqueles dias: O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito: ”Este mês será para vós o começo dos meses; será o primeiro mês do ano. Falai a toda a comunidade dos filhos de Israel, dizendo: No décimo dia deste mês, cada um tome um cordeiro por família, um cordeiro para cada casa.

4- Se a família não for bastante numerosa para comer um cordeiro, convidará também o vizinho mais próximo, de acordo com o número de pessoas. Deveis calcular o número de comensais, conforme o tamanho do cordeiro. O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano. Podereis escolher tanto um cordeiro, como um cabrito: e devereis guardá-lo preso até ao dia catorze deste mês. Então toda a comunidade de Israel reunida o imolará ao cair da tarde.

7- Tomareis um pouco do seu sangue e untareis os marcos e a travessa da porta, nas casas em que o comerem. Comereis a carne nessa mesma noite, assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas.

11- Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. E comereis às pressas, pois é a Páscoa, isto é, a ‘Passagem’ do Senhor!

12- E naquela noite passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até os animais; e infligirei castigos contra todos os deuses do Egito, eu, o Senhor.

13- O sangue servirá de sinal nas casas onde estiverdes. Ao ver o sangue, passarei adiante, e não vos atingirá a praga exterminadora, quando eu ferir a terra do Egito. Este dia será para vós uma festa memorável em honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as gerações, como instituição perpétua.

INTERPRETAÇÃO – Vários pesquisadores, antropólogos, estão tentando descobrir se estes fatos realmente ocorreram ou não. O que todas as pesquisas concordam é o fato de que deva ter existido um nobre egípcio denominado Moisés (irmão de Ramsés = nome + sés, o que também vale para a língua inglesa) ou em hebraico Moshe que teria saído do Egito, por várias razões, junto com o que seria atualmente o povo israelense. Vários povos, inclusive os polinésios, contam que com a decadência do Egito vários grupos de pessoas migraram ao redor do mundo. Da mesma forma como os apóstolos saíram da Judéia e foram pregar o cristianismo ao redor do mundo. Consigo Moisés teria levado o conhecimento, denominado esotérico pelos Masons, e o reescrito na língua do povo hebreu (re + velado = velado novamente). Esse conhecimento foi passado oralmente de Sacerdote para Sacerdote e depois transcrito para pergaminhos que se perpetuaram até os dias de hoje. Assim, esse conhecimento foi reescrito e reinterpretado várias vezes de modo que muitos trechos foram adulterados ou modificados ao longo dos séculos.

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O livro do êxodo conta a história da formação do povo judeu e embutido nele está à história da formação do homem, segundo a concepção judaica – cristã. Nesta concepção cabalística ou numerológica o homem possui dozes qualidades (tribos de Israel ou signos do zodíaco). O homem seria uma consciência ou unidade que se completaria ao atingir o número 10 (à moda dos 12 trabalhos de Hércules). Este era um povo de cultura agrícola e de pastorei de modo que seu calendário deveria conter 12 meses e começar no equinócio da primavera (Páscoa ou passagem do Sol). Por precessão dos equinócios o eixo central da Terra estava apontado para o signo de Aires (signo oposto Libra que rege, cinge, os rins). Quem não observasse esse calendário plantaria na época errada e morreria de fome, isto é, as sementes plantadas, primogênitos, seriam ceifadas da vida.

Do ponto de vista psicológico, ou da formação da alma ou anel de Salomão, Moisés representa a mente abstrata e Abraão a mente concreta, que tem a seu cargo a condução da constituição psíquica do homem (o povo judeu). O Egito representa a vida encarnada onde temos que construir tijolos de barro (Adão foi feito do barro) ou o personalismo. Assim, Deus (o Nous ou a consciência espiritual) “fala” a mente (Moshe) que quando ela estiver preparada, ao décimo dia (10 = 1+0 = 1), ela deve preparar um cordeiro (Áries ou as experiências de vida) perfeito que deve ser comido nessa mesma noite (meditação), assada ao fogo (remorso), com pães ázimos (ideias não fermentadas) e ervas amargas (emoções dos remorsos). Guardá-lo até o dia 14 (1+4= 5) representa os cinco sentidos que alimentam a nossa constituição psíquica.

A passagem do texto: Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. E comereis às pressas, pois é a Páscoa, isto é, a ‘Passagem’ do Senhor! Já expliquei acima. Ver figura abaixo.

Do ponto de vista psicológico os primogênitos que o Senhor Deus matará são as ideias e emoções que não encontram apoio neste novo ensinamento, deuses do Egito, ou que não correspondam a realidade espiritual. Do ponto de vista epistemológico corresponderiam as ideias não científicas que foram sendo substituídas pelas científicas. O misticismo dando lugar a lógica científica ou Deus (Nous) único. Na linguagem esotérica este estado de sono acordado é representado ou figurado pelo exemplo de uma pessoa que sai de dentro d’água para o ar e luz exterior. Moisés = filho ou tirado das águas. (Ramessés ou Ramsés)

Figura – Precessão dos Equinócios

Segunda Leitura (1Cor 11,23-26) – 1ª Carta de São Paulo aos Coríntios:

Irmãos: O que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”.

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Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”. Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha.

INTERPRETAÇÃO – Do ponto de vista astronômico (não vim para negar, mas sim para cumprir) toda vez que comungamos ou fazemos a refeição se lembrando de Cristo estamos celebrando a páscoa ou a passagem do Sol no equinócio da primavera. Os frutos da natureza são o resultado da germinação das plantas na primavera. Assim os animais, também, são o produto da procriação (pão = falos e cálice é o símbolo do ventre feminino).

Do ponto de vista psicológico toda vez que participamos de uma cerimônia religiosa ou do estudo esotérico recebemos o ensinamento (pão) e os sentimentos (vinho) que os sábios nos deixaram na forma de ensinamentos. O que significa, “até que ele venha”. Até que venha a compreensão ou formação da mente abstrata.