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49º Dia – Oitava da Páscoa Quarta-feira

Primeira Leitura (At 3,1-10) - Leitura dos Atos dos Apóstolos.

Naqueles dias, Pedro e João subiram ao Templo para a oração das três horas da tarde. Então trouxeram um homem, coxo de nascença, que costumavam colocar todos os dias na porta do Templo, chamada Formosa, a fim de que pedisse esmolas aos que entravam.

3 - Quando viu Pedro e João entrando no Templo, o homem pediu uma esmola. Os dois olharam bem para ele e Pedro disse: “Olha para nós!” O homem fitou neles o olhar, esperando receber alguma coisa. Pedro então lhe disse: “Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!”

7 - E pegando-lhe a mão direita, Pedro o levantou. Na mesma hora, os pés e os tornozelos do homem ficaram firmes. Então ele deu um pulo, ficou de pé e começou a andar. E entrou no Templo junto com Pedro e João, andando, pulando e louvando a Deus.

9 - O povo todo viu o homem andando e louvando a Deus. E reconheceram que era ele o mesmo que pedia esmolas, sentado na porta Formosa do Templo. E ficaram admirados e espantados com o que havia acontecido com ele.

INTERPRETAÇÃO – Este pode ter sido um fato histórico que não posso analisar. Mas embutido nele há a mesma lição psicológica da cura do paralítico. A consciência espiritualizada (mente ou Pedro) e o amor (João) sobem ao templo (ao entrar na consciência hodierna) para fazer a oração das três horas (estando o homem encarnado) e encontram o personalismo paralisado na porta do templo. Pedro levanta o personalismo com ações justas (direito) e o cura da paralisia. A porta formosa ou (em grego) aquela que dá frutos na época certa, era uma porta de bronze reluzente de corinto. No oriente é costume atribuir estes tipos de nomes para ressaltar as qualidades da alma.

Evangelho (Lc 24,13-35) – Segundo São Lucas

Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado chamado Emaús (riacho quente), distante onze quilômetros (11 = 1+1 = 2) de Jerusalém. Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido.

Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os discípulos, porém, estavam como que cegos, e não o reconheceram. Então Jesus perguntou: “Que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, e um deles chamado Cléofas (Possui o brilho da glória),

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lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?”

Int – Uma das interpretações é a descrição dos fatos históricos ocorrido. Mas aqui há uma segunda interpretação em termos da existência do corpo espiritual. Nos evangelhos as palavras “riacho, rio” designam o corpo de funções vitais do ser humano. Quando este corpo se torna espiritualizado este se torna glorioso e é denominado de Cléofas (Possui o brilho da glória). Os esoteristas dizem que este é formado pelo corpo de funções superiores das impressões sensoriais e da memória (11 = 1+1 = 2).

19 - Ele perguntou: “Que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”.

Int – Este trecho nos mostra toda a discussão, aberta até hoje pelos judeus e mulçumanos, de que Jesus Cristo era apenas um profeta e não o Cristo. A interpretação psicologia deste trecho é bem clara e simples. Em grego, língua em que foi escrito os evangelhos, anjo significa mensageiro. Assim, a imaginação, as mulheres, olham para dentro da mente (gruta) e não acham o Senhor. Mas estão lá dentro dois mensageiros, anjos ou ideias, que lhe informam que ele ressuscitou. Ou seja, que a consciência espiritual havia ressuscitado.

25 - Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.

Int – Fizemos isso no estudo de várias passagens da quaresma.

28 - Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles. Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía.

31 - Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” Naquela

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mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.

INTERPRETAÇÃO – Fato histórico, por mais improvável que seja. Como voltaremos a explicar no 6º Domingo de Páscoa, enquanto não estamos completamente amadurecido, ou seja, a mente abstrata não está completamente formada temos a impressão que nós, eu consciente, e o espírito em nós, Cristo, são duas pessoas distintas. Quando nos fundimos a ele (vou lhes preparar o lugar) temos a impressão por um período de tempo que ele (o Cristo ou o Nous) tenha desaparecido (diante dos nossos olhos da alma). É uma condição psicológica muito estranha.