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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.3 PARÂMETROS DE IRRADIAÇÃO

4.4.3 Índice volumétrico de kerma ar (Cvol) em exames de tórax

A Figura 54 apresenta a distribuição do índice volumétrico de kerma ar para todos os exames de tórax participantes do estudo, na forma de diagrama Box & Whiskers. Pode-se observar pontos fora do intervalo do diagrama, indicando exames cujo Cvol ultrapassou os valores comumente utilizados pela instituição. Os valores de Cvol para exames de rotina de tórax, realizados em adultos, sem a utilização de contraste estão apresentados no APÊNDICE C.

Figura 54 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de kerma ar (Cvol) para exames de tórax.

A instituição i2, único equipamento de 4 canais a participar do estudo, destaca-se por utilizar os mesmos parâmetros de tensão e corrente em todas as aquisições. Esta instituição também apresentou repetições de aquisições em dois exames, atingindo valores de Cvol de 44,19 mGy e 66,30 mGy. A Figura 55 mostra o relatório de dose para um dos exames com repetições de aquisições, onde foi mantido o comprimento de varredura.

Figura 55 - Relatório de dose de exame de tórax realizado pela instituição i2.

A instituição i29 apresentou o maior valor médio de Cvol, equivalente a 38,40 mGy, chegando a atingir 63,08 mGy em um dos exames analisados. É importante ressaltar que foram encontradas repetições de aquisições em 90% dos dados coletados nesta instituição, como exemplificado pelo relatório de dose mostrado na Figura 56.

Figura 56 - Relatório de dose de exame de tórax realizado pela instituição i29.

A Agência Internacional de Energia Atômica aponta, em estudo realizado em 2009, os valores médios do índice volumétrico de kerma ar para exames de tórax em alguns países, demonstrados na Tabela 25. A Grécia apresenta o maior valor médio, com um Cvol de 19,50 mGy, seguida pela Polônia, Índia e Canadá. A Tailândia e o Reino Unido apresentam os menores valores para o índice volumétrico de kerma ar, equivalentes a 7,2 mGy e 6,4 mGy, respectivamente (IAEA, 2009).

Tabela 25 - Valores médios do índice volumétrico de kerma ar para exames de tórax em alguns países, de acordo com estudo da Agência Internacional de Energia Atômica.

País Amostra Cvol (mGy)

DLP (mGy.cm) Canadá 43 8,8 294 Grécia 50 19,5 540 Índia 50 12,3 355 Polônia 38 14,2 447 Tailândia 32 7,2 247 Reino Unido 27 6,4 203

Fonte: (IAEA, 2009) – modificado.

A Comissão Europeia indica, para equipamentos de 4 e 16 canais, valores de Cvol abaixo de 10mGy para exames de tórax (BONGARTZ et al., 2004). Em contrapartida, o Reino Unido indica, em seu Diagnostic Reference Levels (DRLs) para equipamentos multislice, índices de Cvol de 13mGy para exames de tórax realizados em adultos para estudo de pulmões e 14 mGy para estudo do fígado (IPEM, 2004).

O índice volumétrico médio de kerma ar (Cvol) para exames de tórax está representado na Figura 57, para todas as instituições participantes do estudo. Ao considerar uma linha de referência em 14mGy, o maior valor do Cvol indicado, de acordo com as DLRs do Reino Unido para equipamentos multislices, observa-se que oito instituições ultrapassam este valor: i2, i4, i6, i7, i13,

Figura 57 - Índice volumétrico médio de kerma ar (Cvol) em exames de tórax, para todas as

instituições participantes do estudo.

As oito instituições que ultrapassam as recomendações (DRLs) do Reino Unido quanto ao índice volumétrico de kerma ar estão indicadas na Tabela 26. Destaca-se o fato de quatro destas instituições terem seus equipamentos instalados nos últimos 3 anos, o que indica que os técnicos radiologistas foram recentemente treinados quanto ao modo de operação dos sistemas e construção de protocolos de aquisição. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

i1 i3 i5 i7 i9 i11 i13 i15 i17 i19 i21 i23 i25 i27 i29 i31

C

vo

l (mG

y)

Tabela 26 - Instituições que ultrapassam as recomendações (DRLs) do Reino Unido quanto ao índice volumétrico de kerma ar em exames de tórax.

Estado Tipo Instituição Cvol médio (mGy) Modelo do Equipamento Número de Canais Ano de Instalação PE Prv i2 30,04 LightSpeed QXi 4 2012 PE Prv i4 14,92 Optima 660 64 2016 RN Prv i6 18,80 LightSpeed PRO 16 2006 PB Prv i7 14,12 Revolution EVO 64 2018

GO Prv i13 17,55 LightSpeed PRO 16 2011

DF Prv i16 19,60 Optima 660 64 2016

RS Pub i29 38,40 Optima 520 16 2016

RS Prv i30 15,03 Optima 660 64 2014

* Prv: instituição privada; Pub: instituição pública.

A Figura 58 apresenta a distribuição do índice volumétrico de kerma ar (Cvol) para as instituições que operam com equipamentos de 16 canais. A instituição i29 destaca-se por apresentar o maior valor médio para o Cvol, equivalente a 38,40 mGy, dentre todos os equipamentos participantes do estudo. As instituições i11 e i22, que operam com o mesmo modelo de equipamento, apresentaram valores médios de Cvol da ordem de 8,7 mGy, o que demonstra a discrepância dos valores empregados pela instituição i29, consequência direta das constantes repetições de aquisições mencionadas anteriormente, observadas em 90% dos exames analisados.

Figura 58 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de kerma ar (Cvol) para exames de tórax realizados em equipamentos de 16 canais.

As instituições i6 e i13, que utilizam o modelo LightSpeed PRO, apresentaram valor médio de Cvol de 18,8 mGy e 17,55 mGy, respectivamente, acima das recomendações internacionais e do valor médio encontrado para a instituição i26, que opera com o mesmo modelo de equipamento e apresentou Cvol médio de 9,57 mGy. Dentre os modelos de 16 canais, a instituição i5 apresentou o menor valor médio de Cvol, de 6,08 mGy, o terceiro menor valor dentre todos os equipamentos analisados neste estudo, operando com o modelo Revolution ACT.

Dentre os equipamentos de 64 canais, de acordo com a distribuição do Cvol médio apresentada na Figura 59, destacam-se as instituições i8 e i17, que apresentaram os menores valores médios de Cvol, 4,51 mGy e 4,83 mGy respectivamente. Estas instituições destacam-se,

também, pela consistência nos valores empregados em seus exames, não apresentando grandes variações entre aquisições.

Figura 59 - Diagrama de Box & Whiskers mostrando os valores médios e variações do índice de kerma ar (Cvol) para exames de tórax realizados em equipamentos de 64 canais.

As instituições i4 e i30, que operam com o mesmo modelo de equipamento presente na instituição i8, apresentaram valores médios de Cvol expressivamente maiores, da ordem de 15 mGy. O mesmo foi observado para as instituições i7 e i31, quando comparadas à instituição i17, apresentando valores médios de Cvol de 14,12 mGy e 13,2 mGy, respectivamente.

Um importante fator para a discrepância entre valores médios de Cvol, ao comparar instituições que utilizam o mesmo modelo de equipamento, consiste principalmente na repetição de aquisições. A instituição i31, por exemplo, apresentou repetição de aquisições em 80% dos

dados analisados, o que não foi encontrado nos exames realizados pela instituição i17. Da mesma forma, verificou-se repetições de aquisições em 50% dos exames da instituição i30 analisados neste estudo, sem nenhuma ocorrência nos exames da instituição i8.

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