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O governo estadual/Gerência Geral de Correção de Fluxo Escolar mantém Equipes Regionais para acompanhar o PAS nas 17 Regionais de forma a garantir um melhor funcionamento dos Projetos Se liga e Acelera, Travessia – Médio, Travessia – Fundamental e o Programa Alfabetizar com Sucesso. A quantidade de pessoas para formar essas equipes segue uma organização, conforme Tabela 17.

Tabela 17 : Formação de equipe Regional do Programa Alfabetizar com Sucesso QUANTIDADE DE TURMAS POR PROJETO/GRE COORDENADOR REGIONAL Nº DE COORDENADORES PEDAGÓGICOS NECESSÁRIOS 001 a 080 TURMAS - 01 CP 081 a 200 TURMAS 01 01 CP 201 a 300 TURMAS 01 02 CP 301 a 400 TURMAS 01 03 CP 401 a 500 TURMAS 01 04 CP 501 a 600 TURMAS 01 05 CP > 601 TURMAS 01 06 CP

Fonte: Secretaria de Educação de Pernambuco, 2014.

A equipe de cada projeto/programa será composta por um coordenador regional e coordenadores pedagógicos. As equipes formadas devem ser profissionais efetivos do estado de Pernambuco ou cedido pela rede municipal e é importante que tenha perfil para realizar as atividades pertinentes ao Projeto/Programa em que irá atuar. Sugere-se que esses profissionais tenham o seguinte perfil: especialização em educação ou áreas afins (pode estar cursando); experiência no nível de ensino do Projeto; conhecimento de informática; capacidade de trabalhar em equipe; disponibilidade para viagens sistemáticas de acompanhamento pedagógico.

No caso específico do PAS, as principais atividades das equipes são: visitar os municípios/escolas para acompanhar o desenvolvimento das ações do Programa e fazer devolutivas ao secretário de educação e comunidade escolar dos dados advindos do gerenciamento, bem como auxiliar no planejamento de ações; enviar e analisar as informações do gerenciamento de dados para o Sistema de Informações e realizar formações com as equipes

municipais (coordenadores e professores) e estaduais (professores e coordenadores).

Para viabilizar essas ações, a experiência em diversas regionais indica que, ao atender a média de turmas indicada na Tabela 9 (100 turmas por uma pessoa responsável), conseguem exercer com propriedade as funções do PAS. Entretanto a experiência da Regional Mata Norte, lócus do trabalho desta pesquisadora, indica que não há como exercer as funções pertinentes ao Programa com um número de profissionais proposto na Tabela 9 para Regionais que têm mais de 601 turmas. Somos 7 profissionais atuando com 1317 turmas no ano de 2014. Esse mesmo número de pessoas atuou em 2013 com 1320 turmas; em 2012, com 1137.

Compreendemos que é preciso rever a situação da equipe do PAS da Mata Norte. O Governo estadual, responsável pela composição das equipes, precisa aumentar o quantitativo de profissionais atuando na Regional Mata Norte no PAS. Faz-se necessário que essa Regional tenha condições de trabalho para atuar de forma que haja antecipação de ações e encaminhamentos prévios, que possibilitem um refazer pedagógico ou, conforme Freire (1983), exercer uma práxis educativa em que o ato de ação, reflexão e ação esteja presente.

3.2 Ação 2 - Formação de professores para ampliar a consciência pedagógica da organização do ensino em Ciclos

A proposta de formação de professores para lidar com a política de Ciclos advém da alta rejeição que essa forma de organização do ensino entre os docentes de Condado, tanto entre professores que têm menos de cinco anos de atuação quanto entre os que têm mais de cinco anos.

A formação terá como objetivo ampliar a consciência pedagógica do Ciclo, não como aprovação automática, mas como progressão continuada, como possibilidade para enfrentar a defasagem idade - série, o que implica criar alternativas de recuperação ao longo do processo a fim de evitar reprovar os alunos ao final do 3º ano e/ou 5º ano dos Anos Iniciais do Ensino

Fundamental, com consequências danosas para as etapas subsequentes de escolarização.

Pretende-se, com essa proposta, que o professor, a partir de estudo e reflexão, possa compreender que a concepção do PAS quanto à organização do ensino em Ciclos não é algo aleatório e desvinculado da proposta nacional. Ao contrário, está de acordo com as Novas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (DCNGEB, 2010) e, em decorrência, as Novas Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental de nove anos (DCNEF/2010).

As novas DCNEF trouxeram, entre outras orientações, a organização de um bloco de alfabetização que corresponde aos três primeiros anos do Ensino Fundamental. Segundo Callegari (2011, s/n), com o ciclo de alfabetização, os professores não devem reprovar os alunos de 6 a 8 anos, o que não deve ser confundido com aprovação automática. É preciso considerar que os alunos não têm formação e amadurecimento suficiente para serem culpabilizados. A escola é que deve “criar as condições para que as crianças tenham seu letramento e a sua alfabetização concretizada” (CALLEGARI, 2011, s/p). O autor reforça, ainda, a “importância de a escola garantir os espaços de discussão e apropriação dessas diretrizes curriculares, inclusive como forma de garantir a adequação destas à realidade de cada escola” (CALLEGARI, 2011, s/p). Portanto, torna-se necessário investir na formação dos professores alfabetizadores, na estrutura das escolas, nos recursos didáticos, entre outras questões.

Lüdke (2001 apud FRANCO, 2011) compreende que a organização em ciclos é uma possibilidade de romper com a artificialidade da divisão em séries e ser uma boa alternativa o respeito ao ritmo de aprendizagem de cada aluno. Entretanto a autora alerta que a tentativa de mudanças rápidas da seriação para o ciclo pode acarretar em fracassos:

Não se pode simplesmente suprimir as séries e suspender a avaliação dos alunos na passagem entre elas, como às vezes tem sido interpretada a aprovação automática, passando o aluno das mãos de um professor para as de outro, sem assumir a responsabilidade de verificar como ele se encontra em relação aos domínios esperados para aquele período.

Ao contrário, dentro de um sistema de ciclos deve imperar a avaliação em seu sentido pleno de fornecedora de informações para a melhoria do percurso do aluno até o sucesso. (LÜDKE, apud CRESO, 2001, 30).

Lüdke (2001) comenta, também, que, na organização do ensino em Ciclos, a trajetória do aluno passa a ser responsabilidade dos docentes que o acompanharam durante todo o processo de ensino-aprendizagem, não do docente responsável pelo parecer final de aprovação ou reprovação no final do Ciclo. Ressalta, ainda, que a escola precisa de condições materiais e de preparação de pessoal para lidar com os ciclos.

Nesse sentido, Fernandes (2005, p. 57), ao investigar quantitativa e qualitativamente “[...] as repercussões que a organização da escolaridade em ciclos introduziu nas escolas e nas práticas dos professores no exercício de sua profissão” constatou “[...] que a experiência dos ciclos conforma a escola dentro de uma nova lógica”. Dentre várias constatações da pesquisa, a autora afirma que as escolas organizadas em ciclos têm uma maior preocupação do professor com a aprendizagem do aluno do que em escolas organizadas em séries e conflitos advindos da forma de avaliar, da maneira de entender o conhecimento, da didática utilizada, da organização dos tempos e dos espaços. Como podemos perceber, a organização do ensino em Ciclos é uma orientação das DCNEF, bem como um desafio para as escolas e para o professor. Essa orientação se configura como desafio da escola em promover a educação de qualidade e, ao indicar o ciclo de alfabetização sem interrupção e em defesa explícita ao ritmo de cada criança, a escola se depara com o compromisso de garantir a todos os alunos o direito de se apropriar dos conhecimentos escolares previstos para cada etapa.

Diante dessas reflexões, esboçamos um plano de ação de uma proposta de formação para que haja apropriação do que seja uma organização de ensino em Ciclos.

PLANO DE AÇÃO: Formação para ampliar a consciência pedagógica da organização do ensino em Ciclos

O que

será feito Formação para professores e coordenadores pedagógicos do Programa Alfabetizar com Sucesso. Por que

Onde

será feito Será na GRE Mata Norte Quando

será feito Início de 2015. Por quem

será feito Será realizada pela Equipe Regional da GRE Mata Norte responsável pelo PAS. Como

será feito A formação continuada acontecerá em um único dia e terá duração de 8h presenciais. A metodologia utilizada será a exposição dialogada e atividades em grupos. No final do encontro as participantes avaliarão a formação.

TEMÁTICA – AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NUMA PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO DO ENSINO EM CICLOS

Ementa: Aspectos legais da avaliação. Concepções de avaliação da

aprendizagem. Ciclo de Alfabetização. Instrumentos de avaliação. Quanto

custará fazer

Não haverá custo para contratação dos formadores. A equipe regional fará a formação para os coordenadores pedagógicos e esses para os professores. Com base nos dados de 2014, serão, portanto, 200 participantes que participaram da formação e que farão repasse para 1317 professores.

A despesa com transporte e almoço dos 200 participantes será da competência do município parceiro. Cada município ficará encarregado por sua equipe.

A despesa com recurso para lanche e material didático da formação será da competência do governo estadual. Cada pessoa participante custará R$ 6,00, sendo, R$ 3,00 para material didático e R$ 3,00 para o lanche. Portanto, a formação terá valor total de R$ 1.200,00.

3.3 Ação 3 - Formação continuada para gestores municipais parceiros do