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3. Tarefas de Estágio de Extensão à Comunidade

3.1. Ação de Formação

3.1.1. Tema Desenvolvido

O tema estudado foi o desenvolvimento das Capacidades Motoras na Escola: Alterações nas capacidades de Força e Flexibilidade após um programa de intervenção escolar em crianças com idades compreendidas entre os 10 e 11 anos de idade.

O objetivo primordial do estudo remota à verificação da influência que um programa de intervenção de força e flexibilidade nas aulas de Educação Física tem no desenvolvimento das capacidades motoras dos alunos, nomeadamente alunos com idades compreendidas entre os 10 e 11 anos. Neste seguimento, as variáveis consideradas dizem respeito às relacionadas com o desempenho dos alunos nos testes de aptidão muscular (abdominais, sentar e alcançar modificado, salto em comprimento horizontal, suspensão braços fletidos, do projeto de desenvolvimento das capacidades motoras na escola.

A utilização de alunos com idades compreendidas entre os 10 e 11 anos, e a não utilização dos alunos que faziam parte da minha turma (17 e 18 anos), teve como principal objetivo não utilizar uma amostra idêntica a um estudo que foi realizado em simultâneo por uma colega estagiária.

3.1.2. Justificação do Tema

No contexto escolar, o que está em causa não é tanto a investigação dos problemas básicos do treino dessas capacidades, mas sim conhecer as condições e possibilidades de as treinar, nesse contexto. Este estudo aponta precisamente nesse sentido, ou seja, para o desenvolvimento das capacidades de força e flexibilidade, mas sem a preocupação centrada nos aspetos da teoria do treino para o desenvolvimento destas capacidades, dirigindo apenas a atenção para a possibilidade de desenvolvimento da força e flexibilidade, nas condições da aula de Educação Física (Rodrigues, 2000). Os estudos experimentais com o objetivo de percebermos se existe treinabilidade da força nas crianças e jovens não são muito frequentes, a maior parte, desenvolvem-se no

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âmbito do desporto de rendimento. No contexto escolar ainda são mais raros (Vargas, 2011).

Dentro deste contexto, o objetivo do trabalho foi observar se o programa implementado nas aulas de Educação Física promove o desenvolvimento das capacidades motoras força e flexibilidade.

3.1.3. Estratégias de Apresentação

As estratégias utilizadas para a apresentação do artigo no congresso “A escola Hoje IV”, incidiram principalmente por ensaiar previamente o discurso, bem como a sua duração, permitindo assim controlar os 10 minutos disponíveis e manter um registo tranquilo, sereno, centrado na apresentação. Manter uma postura corporal adequada durante a apresentação, bem como variar o registo de voz durante a apresentação, impedindo que a apresentação caísse na monotonia, articulando sempre o discurso com o conteúdo dos slides.

Ao longo da prelecção evitei não ler o slide, mas sim explicar o seu conteúdo com base em tabelas e esquemas, utilizando sempre uma linguagem clara, pausada e perceptível.

Os slides foram construídos tendo em conta o fundo utilizado e o tipo, cor e tamanho da letra, optando por utilizar um fundo claro sob uma letra em tom mais escuro, limitando o slide ao mínimo de texto possível.

3.1.4. Balanço Final

Todo o envolvimento necessário à estruturação, organização e aplicação da ação Científico-Pedagógica decorreu conforme o previsto, pois numa fase inicial os preletores convidados aceitaram o convite, e os estagiários compareceram todos realizando a sua preleção.

Foi uma ação extremamente produtiva, que visou temas como a motivação dos alunos para as aulas de Educação Física, o desenvolvimento das capacidades motoras na escola, bem como a influência da Educação Física no sucesso/insucesso escolar.

A organização do congresso decorreu conforme o previsto, tendo a ação sido um sucesso.

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Conclusão

Por muito boa que seja a formação inicial ministrada pela Faculdade, nomeadamente na sua componente científica, por si só não basta para preparar um aluno para a prática da profissão docente, pois nem sempre o que está projetado no papel é fácil colocar em prática na realidade.

Durante este ano de estágio e através das diferentes intervenções e papéis que desempenhamos conseguimos criar excelentes relações em todas as áreas da escola. O desfrutar e o envolver em todas as atividades do estágio e da escola sempre foram um objetivo desde o início do estágio, potenciando assim o ganho de conhecimentos, amizade e experiência. No âmbito escolar o envolvimento dos estagiários é percebido e interpretado das mais variadas formas, para os estagiários é um momento de aproximação com o campo específico da pedagogia e o culminar de todos os anos de formação. Para o meio escolar acaba por ser uma oportunidade de transmitir saberes e novas experiências a futuros profissionais da área.

A integração no meio escolar foi rápida, sentimo-nos desde cedo acarinhados e desde cedo trabalhamos para sermos aceites e respeitados no seio da comunidade escolar. Os momentos passados na sala dos professores ajudaram a criar relações profissionais e até de amizade com outros professores, que muitas vezes nos transmitiram os seus conhecimentos e experiência, que mostraram ser importantíssimos com o decorrer do estágio.

Assim, acredito piamente que este Núcleo de Estágio deixou a sua marca na escola. A boa disposição, o empenho e o comprometimento durante este ano foram peças fundamentais na boa consecução deste estágio e na relação privilegiada que fizemos com vários elementos da escola.

O professor João Varejão foi excecional no apoio e confiança que me transmitiu, sempre disponível a ajudar e ensinar. Através da sua experiência e sabedoria soube transmitir os conteúdos adequados e interessantes que me ajudaram durante o estágio. O seu perfil critico e de diálogo permitiu-me sempre procurar o melhor em mim, lutando por conseguir alcançar sempre o melhor em todas as aulas, sem nunca desistir. Os meus colegas de estágio, bem como o resto dos professores do grupo de Educação Física estiveram sempre disponíveis a ajudar, tornando-se amigos e mostrando ser profissionais irrepreensíveis.

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Concluo, com o pensamento de que o meu crescimento pessoal e profissional foi enorme, adquiri conhecimentos massivos e privei com pessoas excelentes e cheias de experiências para partilhar. A escolha da Escola Básica e Secundária de Celorico de Basto foi apenas a primeira conquista de muitas que efetuei neste estágio. Uma comunidade excelente, coesa e sempre prestável, uma família. Uma experiência única, memorável, enriquecedora que perdurará durante muitos anos na minha cabeça e no meu coração.

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Estudo Desenvolvido

Alterações nas capacidades de Força e Flexibilidade após um

programa de intervenção escolar em crianças com idades

compreendidas entre os 10 e 11 anos de idade

GUEDES, Mário (UTAD, EBS Celorico de Basto); VAREJÃO, João (EBS Celorico de Basto); FERREIRINHA, José (UTAD)

Resumo

É consensual na literatura que a força muscular e a flexibilidade representam umas das principais componentes da aptidão física. Então o objetivo deste trabalho foi estudar a hipótese de se desenvolver estas capacidades nas aulas de Educação Física. Este estudo investigou o efeito de um programa de exercícios de força e flexibilidade num grupo de alunos do sexo masculino durante 10 semanas de treino. Foram realizados testes da composição corporal (peso e estatura) e de aptidão física, para força (Abdominais; Suspensão barra fixa; Salto em comprimento) e flexibilidade (sentar e alcançar) anteriormente às 10 semanas e após o término do programa. Os resultados indicaram que o grupo de intervenção aumentou significativamente o desempenho nos testes finais, após o programa de intervenção. Assim, o programa de intervenção utilizado neste estudo foi eficiente em aumentar a força e a flexibilidade das crianças.

Palavras-chave: Força; Flexibilidade; Educação Física; Treino;

1. Introdução

Os hábitos de vida têm sofrido muitas alterações nos últimos anos. A evolução tecnológica tem sido responsável pelas modificações nos padrões de vida, pois os jovens têm fácil acesso, à televisão, aos jogos electrónicos, aos computadores, o que levou a um aumento substancial do sedentarismo, (Rodrigues, 2000, Maia e Vasconcelos, 2001, Zahner, 2006, Braga, 2007, Vargas, 2011). O sedentarismo, e a consequente falta de aptidão física estão associados ao aumento do número de crianças que sofrem de obesidade e doenças cardiovasculares (Starc e Strel, 2012).

Surge então a necessidade de mudar os comportamentos e hábitos de risco que influenciam a saúde da pessoa, ou seja, deve-se incrementar a actividade física e o exercício regular na vida das pessoas. Assim, urge educar a população, principalmente os adultos de modo a que mais facilmente se intervenha junto dos mais jovens, sendo estes encorajados e preparados para que incluam actividade física no seu quotidiano (Maia e Vasconcelos, 2001).

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Segundo Rodrigues (2000), a Educação Física centra-se na formação e desenvolvimento multilateral do aluno, através do seu reportório físico e motor bem como na formação de habilidades motoras e desportivas fundamentais. De acordo com vários autores, a Educação Física tem um papel fundamental no desenvolvimento das capacidades motoras, e consequente desenvolvimento da aptidão física bem como na aquisição de hábitos saudáveis. (Rodrigues, 2000, Braga, 2007, Vargas 2011).

Contudo, Marques et. al (2011) dizem que existem várias evidencias que nos dizem que as intervenções na escola – Educação Física – são eficazes na melhoria da aptidão física dos alunos.

Dentro de todas as capacidades motoras a serem desenvolvidas a força é a que gera mais controvérsia. Isto deve-se ao resultado de trabalhos limitados em termos metodológicos que levaram a conclusões erradas acerca desta problemática e ao aparecimento de alguns mitos sobre os problemas que o treino de força gerava em crianças (Rodrigues, 2000, Dahab & McCambridge, 2009).

No âmbito do desporto, esta capacidade, além de exercer uma grande influência na velocidade, na resistência e na agilidade (Rodrigues, 2000; Barros, 2003), desempenha um papel decisivo na aprendizagem e realização dos exercícios desportivos, cuja complexidade técnica exige níveis de mobilização de força cada vez mais importantes (Rodrigues, 2000).

Em relação á capacidade motora flexibilidade é unanime que esta é reconhecida como uma importante componente da aptidão física, e os testes da avaliação da mesma, estão presentes em várias baterias ligadas à performance e à saúde (Silva et al, 2006).

A flexibilidade é determinada pela capacidade de uma articulação ou uma série de articulações se movimentarem com amplitude de movimento, de modo confortável, sem dor e restrições, enquanto um conjunto de elementos se alongam (Tirloni et al., 2008). Podemos afirmar que a mobilidade apropriada dos tecidos moles e articulações é um fator importante na prevenção de lesões (Coelho e Araújo 2000, Santos Silva, 2003; Silva et al, 2006; Tirloni et al., 2008), não que haja muitos estudos a comprová-lo, mas esta suposição está ligada ao fato de um baixo grau de flexibilidade estar associada a muitas lesões e problemas crónicos, contudo um certo grau de flexibilidade está

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conetado positivamente com a melhoria da saúde e bem-estar (Santos Silva, 2003; Tirloni et al., 2008).

Os estudos experimentais com o objetivo de percebermos se existe a capacidade de treinar a força das crianças e jovens não são muito frequentes, a maior parte, desenvolvem-se no âmbito do desporto de rendimento. No contexto escolar ainda são mais raros (Rodrigues, 2000; Vargas, 2011). O que está em causa não é tanto a investigação dos problemas básicos do treino dessas capacidades, mas sim conhecer as condições e possibilidades de as treinar, nesse contexto. Este estudo aponta precisamente nesse sentido, ou seja, para o desenvolvimento das capacidades de força e flexibilidade, mas sem a preocupação centrada nos aspetos da teoria do treino para o desenvolvimento destas capacidades, dirigindo apenas a atenção para a possibilidade de desenvolvimento da força e flexibilidade, nas condições da aula de Educação Física (Rodrigues, 2000). Porém, a possibilidade do treino das capacidades motoras na Educação Física tem sido condicionada pela predominância do desenvolvimento das habilidades técnicas das modalidades desportivas, tirando assim protagonismo ao desenvolvimento da aptidão física (Vargas, 2011).

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2. Metodologia

2.1. Amostra

A amostra é constituída por um total de 24 indivíduos do género masculino da Escola Básica e Secundária de Celorico de Basto, com idades compreendidas entre os 10 e os 11 anos.

2.2. Procedimentos

Avaliações

Para a realização deste estudo, foi realizada a recolha dos dados em dois momentos distintos, pré e pós-teste. Esta recolha realizou-se através da execução e registo dos dados obtidos pelos alunos no que toca aos testes que avaliam a sua Composição Corporal (Peso e Altura) e Aptidão Muscular (Suspensão braços fletidos, Abdominais, salto em comprimento e sentar e alcançar modificado). Em relação a composição corporal: estatura - os alunos foram medidas com uma fita métrica fixa na parede, descalços e adotando uma postura ereta. Para avaliação do peso foi utilizada a mesma balança no pré e pós-teste, os alunos foram pesados descalços e apenas com uma peça de roupa no tronco e outra nas pernas.

Testes de aptidão muscular: Os testes da Suspensão de braços fletidos e Abdominais foram realizados de acordo com o protocolo da bateria de testes Fitnessgram (The Cooper Institute, 2007). Para a realização do Salto em Comprimento, da posição estacionária, o aluno saltou a máxima distância possível, através de uma única impulsão das duas pernas. Para iniciar o teste, o executante teve que estar de pé e parado com a ponta dos pés imediatamente atrás da linha de chamada, com as pernas ligeiramente afastadas. Com flexão das pernas e balanço livre dos braços, o executante saltou para a frente procurando atingir a máxima distância que conseguiu, com recepção a duas pernas e sem desequilíbrio para trás. Cada indivíduo executou o salto três vezes, conta a distância maior; O teste de flexibilidade Sentar e Alcançar modificado foi efetuado de acordo com o protocolo proposto por Hopkins e Hoeger (1992). Cada indivíduo executou este procedimento três vezes.

2.3. Intervenção

A amostra foi submetida a um estímulo de 15 minutos semanais, durante um período de dez semanas de intervenção, dedicado ao desenvolvimento da força, e 10 minutos

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semanais durante um período de dez semanas de intervenção dedicado ao desenvolvimento da flexibilidade.

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