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Alterações nas capacidades de força e flexibilidade após um programa de intervenção escolar em crianças com idades compreendidas entre os 10 e 11 anos de idade

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Relatório Final de Estágio

Alterações nas capacidades de Força e

Flexibilidade após um programa de

intervenção escolar em crianças com idades

compreendidas entre os 10 e 11 anos de idade

Mestrando Mário André Carvalho Nery Guedes

Orientador José Ferreirinha

Coorientador João Pedro Santos Varejão

Vila Real, 2013

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Alterações nas capacidades de Força e Flexibilidade após

um programa de intervenção escolar em crianças com

idades compreendidas entre os 10 e 11 anos de idade

Mestrando: Mário André Carvalho Nery Guedes

Orientador: José Ferreirinha

Co-orientador: João Pedro dos Santos Varejão

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Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor José Ferreirinha.

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I

Agradecimentos

A gratidão assume-se como um bem essencial à alegria e felicidade nas nossas vidas, como tal não poderia deixar de agradecer a todos os que me ajudaram, apoiaram e contribuíram para o sucesso desta etapa.

Ao meu supervisor Professor Doutor José Ferreirinha, pela ajuda, disponibilidade, e todo o apoio demonstrado e necessário ao longo deste ano de estágio.

Ao meu Orientador Cooperante, Mestre João Varejão, por todo auxílio, orientação, disponibilidade, sabedoria e por ter contribuído de forma decisiva no meu caminho para a autonomia profissional.

Aos meus colegas de estágio, pelo companheirismo e entreajuda que fomos construindo ao longo deste ano.

Aos meus Pais, por tudo aquilo que fizeram e fazem por mim, pela minha felicidade e pelo meu sucesso. Não existem palavras suficientes para descrever o tamanho e a força deste sentimento.

Ao meu irmão, pela amizade e pela confiança incondicional que deposita em mim, e me faz tentar ser cada vez melhor, para poder ser um bom exemplo.

Ao amigo Nuno Queirós, por todo apoio, ajuda e paciência demonstrada tanto durante o estágio como em todos os outros momentos.

A ti que estiveste ao meu lado a rir e chorar, nos momentos altos e baixos desta jornada, pelo teu incentivo, confiança, e apoio incondicional. Obrigado pelo teu sorriso e por seres como és...Rita Cunha.

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II

Índice

Resumo ... IV

Introdução ... 1

Capitulo I ... 3

1. Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem ... 4

1.1. Unidades Didáticas ... 4

1.2. Plano de Aula ... 6

1.3. Prática de Ensino Supervisionada ... 8

1.3.1. Instrumentos ... 9

1.3.2. Procedimentos ... 10

1.3.3. Avaliação/Balanço ... 12

2. Tarefas de Estágio de Relação Escola-Meio ... 14

2.1. Estudo de Turma ... 14

2.1.1. Instrumentos ... 15

2.1.2. Procedimentos ... 16

2.1.3. Relatório e Conclusões ... 18

2.2. Atividades na Escola ... 20

2.2.1. Corta Mato Escolar ... 20

2.2.2. Compal Air 3x3 ... 21

2.2.3. Encontros de Basto... 22

2.2.4. BECA – Bastinhos Escola Clube de Andebol ... 23

3. Tarefas de Estágio de Extensão à Comunidade ... 27

3.1. Ação de Formação ... 27 3.1.1. Tema Desenvolvido ... 27 3.1.2. Justificação do Tema ... 27 3.1.3. Estratégias de Apresentação ... 28 3.1.4. Balanço Final ... 28 Conclusão ... 29 Capitulo II ... 31 Estudo Desenvolvido ... 32 Resumo ... 32

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III 1. Introdução ... 32 2. Metodologia ... 35 2.1. Amostra ... 35 2.2. Procedimentos ... 35 2.3. Intervenção ... 35

2.4. Tratamento dos dados ... 36

3. Resultados ... 37 4. Discussão ... 38 5. Conclusão ... 39 Conclusões Finais ... 41 Bibliografia ... 42 Anexos ... 45

Anexo 1 – Plano de Aula ... 1

Anexo II – Ficha de registo das observações de aula ... 5

(8)

IV

Resumo

A elaboração do presente documento surge no âmbito do estágio pedagógico, inserido no plano de estudos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, no 2º ciclo de estudos relativos à aquisição do Grau de Mestre, no ensino da Educação Física nos ensinos básicos e secundários. A realização deste documento tem como objetivo descrever todas as atividades desenvolvidas ao longo do estágio pedagógico que decorreu no ano letivo de 2012/2013 na Escola Secundária de Celorico de Basto, através de uma análise critica e reflexiva de todo o processo.

Ao longo do ano letivo foram imensas as tarefas realizadas pelo Professor estagiário, entre todas é de destacar o processo ensino-aprendizagem representado pela Prática Letiva, as atividades extracurriculares como a realização de atividades de cariz de Intervenção na Comunidade Escolar e Integração no Meio, como também a concretização de ações Científico- Pedagógicas.

A organização e participação no Congresso Escola Hoje IV também foi uma tarefa importante neste ano de estágio, assim surgiu também a necessidade de realizar um trabalho científico subordinado ao seguinte tema: “Alterações nas capacidades de

Força e Flexibilidade após um programa de intervenção escolar em crianças com idades compreendidas entre os 10 e 11 anos de idade”.

A realização deste documento e reflexão ao longo do mesmo, permitiu-me concluir que o estágio pedagógico se assumiu como um momento determinante na minha formação enquanto futuro professor de Educação Física, completando a formação adquirida ao longo dos últimos quatros anos. No entanto, não assumo que seja o fim da minha formação, mas o início de um percurso de crescimento profissional.

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Introdução

A elaboração deste relatório tem como principais objetivos, a apresentação detalhada de todos os aspetos relevantes que aconteceram ao longo deste ano letivo, bem como analisar profunda e criteriosamente todos os pormenores deste percurso que é o Estágio Pedagógico.

O Estágio Pedagógico está inserido no Curso de Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Após seriação feita, no final do primeiro ano deste curso, o professor estagiário foi inserido no núcleo de estágio da Escola Secundária de Celorico de Basto com mais três colegas, formando juntamente com o Professor Mestre João Varejão, orientador cooperante da Escola, e com o Professor Doutor José Ferreirinha, supervisor da Universidade, o núcleo de estágio, com o propósito de realizar o estágio pedagógico no ano letivo 2012/2013.

O último ano do mestrado é o culminar de todo um processo que teve inicio durante a nossa formação inicial e no qual podemos por em prática todas as competências adquiridas ao longo dessa formação. Este contempla um conjunto de tarefas que proporcionam a organização, estruturação e realização do processo de ensino-aprendizagem. Estas atividades provocam nos intervenientes a tomada de consciência de como o ensino é estruturado e de como é realizado e, é neste momento que temos que ter consciência da importância dos conhecimentos adquiridos e da sua aplicação em situações reais de leccionação (Galamba, 2010).

Este processo de formação visa a integração do professor-estagiário no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão (Matos, 2009)

A escola é, por excelência, um espaço que abrange diferentes recursos, tanto humanos como estruturais, assim é importante a extensão da escola à comunidade envolvente, promovendo o desenvolvimento do aluno tanto ao nível educativo, desportivo e cívico. Neste contexto, o docente tem um papel fundamental em encontrar e pôr à disposição dos seus alunos, os meios que promovam o sucesso destes.

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Preparar e idealizar todo o processo de ensino-aprendizagem, interagir com os alunos, interagir com o orientador e dinamizar a Escola através da realização de diversas atividades, penso que foram os “pontos-chave” nos quais assentaram este ano de estágio, não esquecendo, como é óbvio, a partilha e troca de ideias com outros professores, cuja experiência me ajudou durante este percurso.

No âmbito do trabalho desenvolvido durante o estágio pedagógico, o presente relatório encontra-se organizado em dois capítulos orientadores. O primeiro de caráter essencialmente descritivo e reflexivo, onde exponho as minhas expetativas, onde descrevo as atividades desenvolvidas ao longo do ano letivo 12/13, onde aponto as maiores dificuldades e onde apresento as conclusões sobre este ano de estágio. O segundo de caráter científico onde é apresentado o estudo Cientifico apresentado como artigo ao Congresso Escola Hoje IV.

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1.

Tarefas de Estágio de Ensino Aprendizagem

1.1. Unidades Didáticas

A Unidade Didática (U.D.) é um documento sobre uma determinada modalidade/matéria constituída por informações, estratégias e metodologias para direcionar o trabalho que será desenvolvido pelo professor na lecionação dessa mesma modalidade/matéria.

A U.D., depois de construída, é um documento de auxílio para o professor onde está contemplada a informação necessária para o processo de ensino-aprendizagem, tornando-o mais eficaz, possuindo sistemas de avaliação, funções didácticas, componentes críticas, progressões pedagógicas, objetivos gerais e específicos para a turma, ou seja:

 União dos conteúdos programáticos a abordar por matéria/modalidade.

 Direcionar as aprendizagens/conteúdos de acordo com o ano de ensino e o nível (introdutório, elementar e avançado) de cada aluno ou grupo de alunos.

 Depende do nível de ensino, dos programas da disciplina e das condições físicas da escola. Pode e deve ser reajustada após realizada a avaliação diagnóstica.

 Composta por uma bateria de exercícios e progressões pedagógicas de acordo com o nível de ensino que iremos leccionar. Deverão constar na sua elaboração progressões pedagógicas (exercícios e jogos), objetivos específicos e gerais, competências a atingir, critérios de êxito e todos os tipos de avaliação.

Apesar dos diversos suportes teóricos existentes em torno deste tipo de trabalhos, a necessidade de adaptar e complementar o que já está feito, é sempre um trabalho que exige que se tenham em conta um leque diverso de aspetos (competências já adquiridas em anos anteriores, condições espaciais e materiais, número de aulas, etc.) que, de forma mais ou menos significativa, condicionam todo o processo de ensino-aprendizagem.

Este trabalho permitiu, assim, a elaboração de um documento orientador da prática pedagógica ao longo do ano letivo de 12/13 que, em conjunto com a extensão e sequência dos conteúdos, permitiu articular e delimitar os conteúdos a lecionar.

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Na análise das matérias definimos as habilidades motoras a abordar e a respetiva descrição sumária das suas componentes críticas, os fatores táticos elementares, extensão e sequência de conteúdos e progressões pedagógicas, no sentido de atingir estes objetivos.

A fase final da construção das U.D. consistiu na estruturação da avaliação e definição dos critérios. Estes procedimentos de avaliação têm que ter coerência com o processo já descrito no plano anual, quer sejam aspetos já definidos pelo grupo disciplinar, como por exemplo os critérios de avaliação da disciplina, ou aspetos por nós assumidos como a percentagem atribuída a cada domínio, tipo de tarefa de avaliação, quando vamos avaliar e com que intenção, etc..

Na elaboração das U.D., aproveitámos os programas de forma a adaptarmos o seu conteúdo em concordância com as características da nossa turma, da escola e da sua cultura desportiva e do meio no qual está inserida.

Partindo deste pressuposto, cada estagiário em consonância com o orientador, teve autonomia no sentido de proceder à elaboração da extensão e sequência dos conteúdos, tendo em conta o nível de desempenho dos seus alunos.

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1.2. Plano de Aula

Para a elaboração de um plano de aula (anexo I) tivemos em conta algumas questões, como por exemplo os conteúdos a privilegiar nessa aula, como é que o vamos fazer (tipo de tarefas /organização), em que momentos da aula (sequência na sua abordagem), durante quanto tempo e com que objetivos, tanto para o professor mas sobretudo para o aluno.

É através da realização dos planos de aula que conseguimos conferir coerência e continuidade a uma UD..

O plano de aula comtemplou todas as questões apresentadas na U.D., embora especificando, para cada aula, a seleção das tarefas adequadas à fase da aula e alcance dos objetivos desta, o tempo destinado a cada uma das tarefas (quantidade de exercitação, uma antevisão dos erros mais comuns e feedback´s a emitir, as principais componentes críticas de cada conteúdo a abordar, organização como garante de segurança para os alunos e de qualidade na intervenção do professor, condições de realização, critérios de êxito, etc.

Os objetivos programáticos, previamente definidos para cada modalidade, foram atingidos através da consecução prática do estipulado em cada plano de aula.

Definimos consensualmente a estrutura do plano de aula, que foi dividido em três partes: parte inicial, fundamental e parte final.

Na parte inicial, contemplou-se sobretudo a revisão e apresentação de conteúdos e objetivos da aula, apresentação das tarefas para a aula e a mobilização sistémica e de estruturas de forma gradual ao nível da intensidade de esforço.

Na parte fundamental fez-se a descrição das tarefas, organização e condições e realização, onde se realiza a abordagem mais profunda dos conteúdos, com níveis de intensidade e volume mais exigentes.

Na parte final da aula privilegiou-se o retorno à calma, a revisão de conteúdos e objetivos da aula através de questionamento dirigido, solicitámos opinião e fizemos extensão para a aula seguinte.

Na estrutura do plano de aula, incluiu-se também uma grelha de registo de avaliação formativa dos vários domínios.

No planeamento das diferentes aulas a nossa maior preocupação foi, desde o início do ano letivo, a seleção de tarefas que pudessem elevar os níveis de motivação

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dos alunos, que promovessem a sua aprendizagem, a organização e transição entre tarefas de forma a diminuir os tempos de espera e consequentemente aumentar o tempo de empenhamento motor, bem como a adequação das tarefas aos objetivos definidos para cada aula.

Procuramos planear todas as aulas de acordo com a U.D. em questão e com a extensão e sequência dos conteúdos definida, mas fundamentalmente com o desempenho e evolução dos nossos alunos, principal alvo neste processo, tentando maximizar o tempo efetivo das aprendizagens.

A elaboração dos relatórios das aulas, feitos no final de cada uma delas, permitiu uma análise sobre os pontos fracos e fortes que influenciaram negativa ou positivamente o normal funcionamento da mesma e ajudou na planificação e intervenção em aulas futuras.

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1.3. Prática de Ensino Supervisionada

Posso afirmar que, no ano letivo 12/13, a prática pedagógica supervisionada foi uma das tarefas mais importantes durante todo o estágio pedagógico. Durante os quatro anos anteriores reunimos vários conhecimentos com o objetivo de sermos professores competentes, planeando, organizando e controlando o processo de ensino aprendizagem. Este processo tinha como principal objetivo, observar e analisar os comportamentos evidenciados pelo professor estagiário durante a aula.

Tal como refere Aranha (2007), a observação é uma capacidade essencial a qualquer professor. Foi tão importante na análise e avaliação das prestações dos alunos, como na própria atividade do professor. Foi através da observação que pudemos identificar desempenhos menos eficazes, e assim melhorar nessa atividade.

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1.3.1. Instrumentos

Como foi referido, a observação é um instrumento muito importante no desempenho das funções do professor. Assim, para realizarmos uma observação foi necessário realizar em primeiro lugar um registo anedótico de toda a aula (observada em direto), em ordem ao tempo.

O registo anedótico, refere-se à recolha de informação, das ocorrências que vão acontecendo ao longo da aula, sejam elas momentos de instrução, organização ou empenhamento motor. A razão de ser em ordem ao tempo, é percebermos quanto tempo durou cada ação (Aranha, 2007).

A observação, para além dos itens referidos anteriormente, permitiu-nos perceber se o professor usa ou não algum tipo de feedback bem como que tipo de afetividade utilizada ao longo da aula. Os feedbacks podem ser divididos em vários tipos, como: Visual – de forma para que o aluno o veja (demonstração/gestos; imagens; vídeos, etc.); auditivo – se é dado para que o aluno ouça (verbalmente / descrição);

cinestésico – se é dado para que o aluno o sinta (existe uma ajuda mecânica ou manual

do gesto a executar; o movimento é executado pelo professor, utilizando uma parte do corpo do aluno). Estes tipos de feedbacks, descritos anteriormente, são os mais usuais ao longo das aulas de Educação Física. A afetividade pode ser classificada em afetividade positiva ou negativa. O professor, quando elogia, recompensa, incita ao esforço durante a realização dos exercícios propostos, ou apresenta um aluno com exemplo a seguir, está a utilizar a afetividade positiva. Sempre que um professor critica, acusa, ironiza, repreende, está a utilizar a afetividade negativa (Aranha, 2008).

Assim, após uma observação detalhada, é possível perceber o perfil do professor, bem como os principais aspetos que poderão ser aperfeiçoados.

Durante o estágio pedagógico, realizado no ano letivo 12/13, foi elaborada e utilizada uma ficha de registo (Anexo II), para a realização das observações das aulas do Professor orientador e professores estagiários.

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1.3.2. Procedimentos

A observação desempenha um papel fundamental na melhoria do processo de ensino aprendizagem, dando assim origem a uma mudança positiva na escola e na sua qualidade enquanto estrutura organizacional na educação (Reis, 2011).

Ao longo do ano letivo tínhamos como principal objetivo realizar um total de 110 observações. Estas observações estavam subdivididas em 30 para cada um dos estagiários e 20 para o Professor Orientador. Uma observação correspondia exactamente a um bloco de aula de 45 min.

A ficha de observação foi elaborada de forma a facilitar o registo da prática pedagógica de forma eficiente e rápida. Ao longo do ano, esta serviu como ferramenta de trabalho facilitando os momentos de observação. Após cada observação, foi realizada uma ponderação crítica dos comportamentos, sendo o principal objetivo desta observação a supervisão pedagógica, identificando os procedimentos usados pelo professor na instrução, organização, gestão de tempo e controlo da aula. A ponderação realizada após cada observação foi executada incidindo em 10 parâmetros avaliados numa escala de 0 a 3 pontos cada. Atribuímos 0 se o professor não executa o que está previsto no parâmetro, e 3 se o professor executa de modo excelente, constante, seguro e sem perda de tempo nas tarefas. É importante referir, que se podia atribuir qualquer pontuação entre uma unidade e outra sempre que o estagiário se encontrasse numa fase de transição, ou seja, superasse o ponto anterior mas ainda não preenchesse o seguinte.

Os parâmetros para a avaliação estavam divididos em: Introdução da aula; -Mobilização dos alunos para as Atividades; -Organização, -Controlo e Segurança das atividades; -Gestão dos Recursos; -Instrução/Introdução das Atividades; regulação das Atividades; - Linguagem Utilizada; -Sequência da Aula; -Conclusão da Aula e por fim, -Concordância com o Plano/ Adaptabilidade na Aula (Aranha, 2008).

Na introdução da aula foi avaliada a forma como o professor estagiário informava os alunos sobre os objetivos da aula, relacionando-os com as aulas e etapas anteriores da U.D., reforçando as regras a cumprir e os cuidados a ter, sem se verificar dispersão dos alunos. No segundo parâmetro, mobilização dos alunos para as atividades, foi avaliado se o professor intervinha correta e estrategicamente com os alunos, solicitando a superação das suas capacidades na execução das tarefas, estimulando-os a participar ativamente nas atividades propostas. Em relação à organização, controlo e

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segurança das atividades, a avaliação foi realizada tendo em conta se o estagiário organiza a atividade no espaço da aula de modo a que lhe permita o cumprimento dos objetivos propostos para a aula e a deteção e prevenção de situações de risco, que possam colocar em causa a integridade física dos alunos. No quarto parâmetro, gestão dos recursos, foi avaliada a capacidade do estagiário gerir o tempo de aula, de todo o material utilizado e dos grupos formados, de acordo com os objetivos da aula, tendo sempre em vista o aumento do tempo de empenhamento motor. Relativamente à instrução/introdução das atividades, o estagiário tinha que explicar e/ou demonstrar clara e oportunamente o exercício, apelando, se necessário, a alguns alunos para apoiar na transmissão da matéria, com eficiência e economia de tempo. No sexto parâmetro, regulação das atividades, foi avaliada a capacidade de intervenção do estagiário de modo a corrigir (feedback), estimular (incentivo) os alunos, orientando sempre para a execução dos exercícios, mantendo elevados os níveis de motivação e empenho dos alunos. A linguagem utilizada, foi o sétimo ponto a ser verificado. Avaliou-se se a linguagem utilizada foi clara, acessível à compreensão do seu significado pelos alunos, utilizando sempre que oportuno termos técnicos. No oitavo ponto, sequência da aula, foi avaliado se a aula apresentava uma estrutura coordenada, coerente e sem quebras, se a intensidade e a dificuldade das tarefas estavam adequadas ao nível dos alunos. No ponto da conclusão da aula, foi verificado se o professor concluía aaula de modo calmo e tranquilo, realizando um balanço final da atividade, dando alguns feedbacks aos alunos e, por fim, se abordava os objetivos das próximas aulas. Por fim, na concordância com o plano/adaptabilidade na aula, foi avaliada a capacidade do professor seguir o que genericamente tinha planeado para a aula, e caso acontecesse algum imprevisto, qual a capacidade do professor adaptar a aula ou os exercícios, de modo a nunca perder de vista os objetivos definidos previamente (Aranha, 2008).

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1.3.3. Avaliação/Balanço

Como foi referido anteriormente, foram realizadas 110 observações durante todo o ano letivo de 12/13. No entanto, todas as outras aulas foram assistidas pelos estagiários e supervisionadas pelo professor orientador.

Em relação aos balanços realizados, tanto dos planos de aula como das U.D., conclui-se que a intervenção pedagógica e o planeamento foram ponderados no sentido de adequar as aprendizagens e os conteúdos das aulas ao nível dos alunos tendo sido alcançado mais êxito em determinadas modalidades (Futebol, Voleibol, Bitoque Râguebi, e Frisbee) do que noutras (Dança e Atletismo).

A dimensão clima/disciplina é claramente essencial na intervenção pedagógica de qualquer professor. Para que uma aula possa decorrer da melhor forma possível, possibilitando o cumprimento de todos os objetivos propostos, é fundamental que exista um clima baseado na disciplina e respeito mútuos. Só assim é possível optimizar o processo de ensino-aprendizagem. Durante as aulas, procurei criar sempre um ambiente positivo, relacionando-me com os alunos de forma humana e mostrando-me sempre disponível para ouvir e ajudar os alunos sobre questões da aula ou problemas de caráter pessoal.

A primeira aula do ano letivo foi muito importante para marcar claramente o lugar que cada um ocupava neste contexto, demonstrando-lhes que a influência dos seus comportamentos poder-se-iam refletir no sucesso das suas aprendizagens. Tudo se tornou mais simples, devido à postura que adoptei ao longo das aulas, mas também, fruto da maturidade que a maior parte dos alunos revelou e do empenho e determinação de aprender e fazer cada vez mais e melhor.

No parâmetro do feedback a intervenção foi geralmente positiva, pois a minha atuação centrava-se constantemente no sentido de motivar e analisar as prestações dos alunos.

Relativamente à organização da aula, e uma vez que a aula decorre numa zona por organizar, contrariamente ao que os alunos estão acostumados noutras disciplinas, em que a estruturação do espaço já está definida, foi indispensável criar alguns hábitos, nomeadamente na organização de grupos, transição entre tarefas e nos momentos de instrução. Procurei, ao longo do ano letivo, ir reduzindo o tempo gasto neste tipo de situação, tentando manter um bom ritmo de aula. Assim, sempre que foi oportuno,

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procurei utilizar o mesmo tipo de organização do princípio ao fim da aula, mantendo uma continuidade na mesma, realizando apenas algumas adaptações quando necessário. O processo de observações das aulas, bem como a discussão das mesmas em grupo foi muito positivo. Devido à cooperação existente entre os estagiários e o professor orientador existiu uma melhoria e aperfeiçoamento dos estagiários ao longo do ano, tanto nas observações como nas aulas lecionadas.

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2. Tarefas de Estágio de Relação Escola-Meio

2.1. Estudo de Turma

A disciplina de Educação Física desempenha um papel fundamental no desenvolvimento da criança e do jovem. A formação dos alunos em relação aos domínios cognitivos, psicomotor e sócio afetivo presente nos conteúdos programáticos são os principais objetivos da nossa intervenção. Contudo, devemos contribuir para um desenvolvimento harmonioso e saudável dos mesmos. É neste aspeto que deveremos dar um pouco de nós aquando do estabelecimento de uma interação multilateral com os alunos, deixando assim que estes partilhem as suas vivências e problemas e ao mesmo tempo tenham disponibilidade e acessibilidade por parte do professor. A planificação é individualizada, e tem sempre como ponto de partida as características da escola e dos alunos. Para se conhecer a situação concreta temos que caracterizá-la, pois o êxito da nossa planificação/ realização baseia-se no conhecimento destes aspetos: escola, meio e turma (Aranha, 2004).

Neste sentido o professor deve adotar estratégias de alteração de alguns comportamentos dos alunos, sendo alvo de reflexão. No que diz respeito à afetividade e a problemas familiares, o aluno pode não estar nas melhores condições de desempenho psicomotor, sendo necessárias estratégias de intervenção pedagógicas, como por exemplo, motivá-lo para a prática de atividade física. Pelas razões acima referidas se justifica a realização deste trabalho, onde o professor poderá realizar uma análise das condicionantes que afetem o rendimento dos alunos no processo de ensino-aprendizagem, tendo em vista a adoção de estratégias que vão de encontro aos problemas encontrados (Aranha, 2004).

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2.1.1. Instrumentos

A elaboração de um Inquérito Biográfico (Anexo III) foi uma das formas selecionadas para ajudar na caracterização da Turma. Esta Ficha Biográfica foi elaborada com o objetivo de delinear o perfil da turma estudada, servindo também para estudar o contexto escolar e todo o meio envolvente que influencia diretamente a formação dos alunos, seja a sua situação familiar, financeira, hábitos, a sociedade em que estão inseridos, entre outros aspetos relevantes, muitas vezes encontrando algumas justificações para determinados comportamentos e servindo para traçar critérios que possam ajudar a tornar o ensino e a aprendizagem um sucesso.

Considerando todos estes fatores, houve uma maior perceção em relação aos comportamentos e resultados escolares dos alunos. Observou-se um maior esforço por parte do professor para traçar estratégias que possibilitassem uma melhor aprendizagem por parte dos alunos.

Os itens a serem investigados pretenderam aferir os dados relativos à identificação dos alunos, identificação dos elementos do agregado familiar, saúde e hábitos de higiene, vida escolar e perspetivas futuras, tecnologias de informação e comunicação, ocupação de tempos livres e vários itens referentes à disciplina de Educação Física.

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2.1.2. Procedimentos

Para realização deste estudo foi realizada uma recolha de dados, através do preenchimento, por parte dos alunos, de um questionário. O preenchimento do inquérito decorreu no dia 21 de Setembro de 2012, pelas 10.15 no ginásio da escola. Foram cedidos 20’ para o seu preenchimento. O professor realizou uma explicação inicial, advertindo que o questionário em causa servia para a realização de um estudo de turma por parte do Núcleo de Estágio, estando os dados sujeitos a tratamento sigiloso e sua utilização restrita à documentação de avaliação dos professores estagiários.

Tratamento dos Dados

Os dados após recolhidos foram tratados numa folha de cálculo de Excel, de modo a possibilitar a realização dos gráficos, demonstrando percentagens, valores absolutos e relativos.

Para a recolha dos dados foi utilizado o inquérito identificado no Anexo1. De entre as perguntas do inquérito, foram selecionadas para análise dos resultados as mais pertinentes, tendo em conta os objetivos deste estudo, constituindo-se grupos temáticos principais:

 Identificação dos alunos  Género

 Idade  Altura  Peso

 Situação Familiar

 Composição do agregado familiar  Número de irmãos

 Saúde

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17  Rotina Diária/Deslocação para a escola

 Horário de levantar  Horário de deitar

 Meio de transporte para a escola  Tempo médio de casa – escola

 Nutrição

 Número de refeições diárias

 Disciplina de Educação Física  Interesse pela disciplina

 Motivo pelo qual não fazem Educação Física  Modalidades preferidas

 Modalidades com maiores dificuldades  Hábitos de prática desportiva

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2.1.3. Relatório e Conclusões

Foram questionadas e analisadas várias perguntas em relação aos hábitos alimentares, à rotina diária, à saúde e ao modo de deslocação dos alunos. Apesar de todas estas questões serem importantes para o professor poder definir o modo de atuação nas diferentes situações, achamos pertinente apenas desenvolver neste parâmetro as questões realizadas sobre a Educação Física.

A maioria dos alunos (77.8%) referiu que gostam muito da disciplina de Educação Física, 5 alunos dizem ter algum interesse e apenas um aluno diz não ter nenhum interesse pela disciplina. Com os dados recolhidos não estão previstos grandes entraves para a lecionação das aulas, tendo o professor que ter uma maior preocupação com o aluno que não gosta da disciplina, incutindo-lhe o gosto pela prática desportiva através de exercícios lúdicos que lhe possam trazer algum prazer através da prática. Em relação ao motivo pelo qual os alunos não fazem Educação Física 23 alunos (92%) afirmaram não fazer aula apenas quando estão lesionados/doentes e apenas 2 (8%) quando não têm equipamento. É de salientar que todos os alunos referiram que quando não fazem aula é por doença ou lesão, ou seja mesmo sabendo que um aluno não tem muito gosto pela disciplina, ele realiza sempre as aulas.

As modalidades que foram referidas mais vezes como preferidas dos alunos foram o voleibol (77.8%), o futebol/futsal (70.4%), o basquetebol (55.6%) e com 51.9 % de respostas râguebi. Em relação às menos referidas foram o corfebol (0%), a natação (7.4%) a ginástica (11.1%). Por outro lado, as modalidades em que os alunos apresentam maiores dificuldades: 16 alunos responderam a ginástica e em seguida com mais respostas atletismo. As modalidades que os alunos referiram menos vezes sendo suas preferidas poderá ter a ver por serem menos comuns nas escolas e a sua prática menos frequente. A modalidade que obteve mais respostas como sendo a disciplina com maiores dificuldades por parte dos alunos foi a ginástica, o que poderá ter influenciado as poucas escolhas como disciplina preferida.

A minha principal função como professor de Educação Física, concordando com Aranha (2004), foi desenvolver no aluno capacidades físicas e cognitivas, modificando atitudes e comportamentos sociais, de acordo com a nossa cultura (sociedade), cumprindo os objetivos estipulados pelo Ministério da Educação, promovendo a

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independência e autonomia dos alunos nos domínios psicomotor, cognitivo e sociocultural (sócio afetivo).

Como estratégias utilizadas tentei e com êxito:

 Aumentar o feedback positivo, visando o reforço e a motivação dos alunos (elogiar e recompensar pelas suas boas execuções), assim como privilegiar o feedback prescritivo e descritivo positivo. Deste modo motivei os alunos, despertando-lhes o gosto da prática da atividade física e prevenindo comportamentos desviantes.

 O trabalho de grupo foi incrementado e através do teste sociométrico criamos grupos em que os alunos se aceitam reciprocamente, encorajando deste modo, as relações entre os elementos da turma, diminuindo atritos e conflitos interpessoais.

 A maioria da turma não tem hábitos de prática desportiva, por isso nas aulas tentei explicar sempre o exercício ou gesto utilizando uma linguagem clara e fornecer feedbacks auditivo-visuais.

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2.2. Atividades na Escola

A participação na realização das atividades realizadas na escola constitui-se como uma grande contribuição para a promoção do sucesso educativo, no reforço do papel de Educação Física na escola e na própria disciplina de Educação Física, através de uma intervenção contextualizada, cooperativa, responsável e inovadora (Matos, 2009). O entendimento da escola enquanto comunidade educativa concretizou-se através de um conjunto de atividades não letivas em que o professor estagiário participou durante o ano, que permitiram reforçar o seu papel enquanto professor de Educação Física na escola, facilitando também a sua integração na comunidade escolar. Ao longo do ano letivo o professor estagiário participou nas reuniões de departamento (Departamento de Expressões), de grupo (Grupo de Educação Física) e nas reuniões de concelho de turma, na qual lecionou durante todo ano (12º B). Estas reuniões foram momentos muito ricos de aprendizagem, pois além de serem momentos de discussão de assuntos importantes do dia-a-dia da escola e da vida escolar dos alunos, permitiu ao professor estagiário familiarizar-se com uma série de formalidades pertinentes do quotidiano de um professor.

Ao longo do ano letivo, o grupo de Educação Física organizou e realizou várias atividades desportivas para os alunos da Escola Secundária de Celorico de Basto. O núcleo de estágio participou ativamente em todas as atividades realizadas, mostrando capacidades organizativas, de cooperação e trabalho de equipa.

2.2.1. Corta Mato Escolar

Não fugindo à regra de anos anteriores, a Escola Secundária de Celorico de Basto deu continuidade a organização uma atividade desportiva inserida no Plano Anual de Atividades da Escola conhecida por Corta-Mato Escolar, organizado pelo Departamento Expressões em geral e o grupos 260-620 em particular (Grupo de Educação Física e pelo núcleo de estágio).

O Corta-Mato foi realizado no dia 23 de Janeiro de 2013 e os respetivos percursos foram delimitados tendo em conta o respetivo escalão. No total participaram 205 alunos de todo o agrupamento de Celorico de Basto. A nossa escola fez-se representar em quase todos os escalões exceto nos Infantis A masculinos e femininos. É

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de notar que estavam inscritos 331 alunos, não se verificando a participação total devido às condições meteorológicas instáveis durante a realização da atividade. A atividade correu bem, os alunos estavam motivados, apesar de as expetativas criadas por parte da organização em relação à participação por parte dos alunos não terem sido alcançadas. Ao nível organizacional, houve um trabalho prévio, que contribuiu para que a atividade tivesse o êxito verificado. Foi necessário realizar inscrições, dividir os alunos pelos respetivos escalões e atribuir a cada um o respetivo dorsal. A demarcação dos percursos no dia da atividade e a divisão dos lanches também ficou a cargo da organização.

No dia da atividade foi necessário dividir os alunos e entregar o respetivo dorsal, encaminhar os alunos para o local do início da prova, centro da vila de Celorico, e registar a classificação de cada um dos elementos participantes, tanto masculino como feminino.

Após o apuramento dos 3 primeiros classificados de cada escalão passamos à divulgação da fase seguinte, o corta-mato regional realizado nos terrenos anexos à pista de atletismo Gémeos Castro em Guimarães. Os alunos apurados para esta fase foram acompanhados pelo Professor João Varejão e os professores estagiários.

A entrega de prémios do Corta-Mato Escolar, por uma questão de logística apenas foi realizada na atividade “os Encontros de Basto”, realizada no mês de Maio na Escola Básica e Secundária de Celorico de Basto.

2.2.2. Compal Air 3x3

Esta atividade, foi desenvolvida em várias fases. Inicialmente realizou-se a divulgação da mesma por toda a comunidade escolar, dando a conhecer, principalmente aos alunos, que se iria realizar um torneio de basquetebol reduzido, e que todos os interessados deveriam fazer a sua inscrição junto do grupo de educação física. Após esta fase, recolhemos todas as inscrições e passamos à realização dos quadros competitivos bem como dos horários dos jogos. Por fim, a última fase, foi a preparação dos 5 campos para se iniciar o torneio. A atividade realizou-se no dia 8 de Fevereiro de 2013 na Escola Secundária de Celorico de Basto. No total participaram 158 alunos de um total de 169 inscritos. A participação massiva de equipas inscritas foi reveladora da importância desta atividade no seio do agrupamento. As 39 equipas inscritas superaram as expetativas. O torneio decorreu durante a manhã no pavilhão da escola. As equipas

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foram agrupadas consoante o escalão sendo apurados para a fase regional os primeiros classificados de cada escalão.

De um modo geral a atividade correu bem e os alunos estavam motivados. Do ponto de vista organizativo, esta atividade não necessitou de tantos recursos humanos e logísticos comparando com o corta-mato escolar, pois apenas foram recolhidas as inscrições, realizada a divisão das equipas pelo respetivo escalão e elaboração do quadro competitivo.

As equipas apuradas disputaram a fase regional na escola Secundária Francisco de Holanda em Guimarães, tendo sido acompanhadas mais uma vez pelo Professor João Varejão e o núcleo de Educação Física.

2.2.3. Encontros de Basto

Esta atividade é realizada anualmente, com o principal objetivo de promover intercâmbio entre várias escolas/ Agrupamentos tanto ao nível desportivo como cultural. Os Encontros de Basto realizaram-se em dois momentos distintos. Num primeiro encontro, realizou-se uma caminhada ao alto da Senhora da Graça (Mondim de Basto) que contou com a participação de duas turmas do ensino profissional da escola de Celorico de Basto, bem como outras escolas de região de Basto e Barroso.

A atividade desenvolveu-se desde a Escola Secundária de Mondim de Basto até ao Alto da Senhora da Graça. Os alunos foram acompanhados pelos professores durante o percurso, tendo oportunidade de usufruir de todos os benefícios de uma verdadeira caminhada em ambiente natural, com condições climatéricas favoráveis à prática deste tipo de atividades de lazer. O percurso de 9 km, em algumas fases com declive muito acentuado, não permitiu que todos os alunos mantivessem um ritmo idêntico e inalterável, mesmo assim todos os alunos cumpriram o objetivo da atividade. É de salientar o espirito saudável e a envolvência com a natureza que a atividade proporcionou a todos os participantes, tanto alunos como professores.

O último encontro referente aos Encontros de Basto foi realizado na escola básica e secundária de Celorico de Basto. Nesta atividade decorreu o encontro das diferentes modalidades do desporto escolar, o futsal, o voleibol e o ténis de mesa.

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No total participaram cerca de 700 alunos de todas as escolas. Para além desta atividade, como referido anteriormente, também foi realizado neste dia a entrega de prémios do Corta-Mato escolar.

De um modo geral a atividade correu bem e os alunos estavam motivados para participar, apesar das condições meteorológicas não serem as melhores.

2.2.4. BECA – Bastinhos Escola Clube de Andebol

De todas as atividades realizadas na Escola, esta foi a que necessitou de mais tempo e dedicação do Professor João Varejão bem como do núcleo de estágio. Isto porque, além de ser um projeto inovador, requeria alguma preocupação e trabalho diário. A incubação de um Clube Escola de Andebol antecedeu a passagem do professor estagiário pela escola Secundária de Celorico de Basto. Não sendo algo esperado, vários acontecimentos prévios suscitaram a possibilidade de criação do Clube. No ano de 2011 foi estabelecido um protocolo entre a Autarquia da Vila de Celorico de Basto e a Federação de Andebol de Portugal no sentido de fomentar a prática desta modalidade entre os jovens da região.

A autarquia da vila e a direção da Escola Secundária de Celorico de Basto, após alguns contatos demonstraram interesse, junto do Professor Varejão, em desenvolver e criar um projeto ligado à modalidade de andebol. Assim, após reunidas todas as condições, no dia 30 de Janeiro de 2013, procedeu-se a assinatura de um protocolo de parceria (Inovar para Vencer – A escola e a família como meta) entre a Federação de Andebol de Portugal e o Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto. Este protocolo visou a criação do clube escola de andebol, com o objetivo de competir em campeonatos federados. A criação deste clube, torna-se mais simplificada pelas facilidades ao nível burocrático e financeiro dos quais o BECA está isento durante dois anos, por ser um clube escola.

O trabalho de criação e desenvolvimento do BECA – Bastinhos Escola Clube de Andebol, antecederam a assinatura do protocolo de parceria referido anteriormente. Este trabalho foi dividido em várias fases: marcação de 5 tempos de 45 minutos destinados aos treinos no horário do Professor Varejão, divulgação da modalidade junto de todos os alunos nascidos entre 2001 e 2003 e captação de talentos para o clube. Verificou-se uma boa aceitação e adesão dos alunos aos treinos, tendo inicialmente a média rondado

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os 30 alunos por treino. Com o decorrer dos treinos este número teve um pequeno decréscimo, passando para uma média de 25 alunos por treino. Ao longo dos treinos os Professores foram-se apercebendo de todo o potencial que os atletas evidenciavam. A competição, inicialmente, incidiu em encontros de mini-andebol, em que o principal objetivo era proporcionar alguma experiência competitiva para a fase seguinte, o campeonato regional da Associação de Andebol de Braga. Os encontros regionais de Mini-Andebol disputaram-se em duas datas distintas, em que o primeiro foi disputado no dia 2 de Dezembro de 2012 na Escola Secundária de Mondim de Basto. O BECA fez-se representar por duas equipas, que disputaram vários jogos contra os locais, AC Fafe e CA Barrosas. O desempenho das duas equipas, sendo o primeiro contato com a competição, foi excelente.

O segundo encontro de Mini-Andebol realizou-se em Celorico de Basto, no dia 15 de Dezembro de 2012. A organização deste encontro requereu algum trabalho prévio, de modo a que tudo corresse bem e como era de esperar. Assim, pra além do Professor Varejão e do Núcleo de estágio, foi necessária a colaboração de várias pessoas, neste caso maioritariamente alunos da Escola Secundária de Celorico de Basto. Estas prontificaram-se ajudar em tudo o que fosse necessário. Neste encontro participaram várias equipas, entre as quais: AC Fafe, CCR Fermentões, BECA, MARCA e Mondim de Basto. O encontro de mini andebol correu como esperado, tendo sido um sucesso. No final da atividade realizou-se uma pequena cerimónia de entrega de lembranças a todas as equipas participantes, destacando-se a presença do Prof. Mota (diretor do Agrupamento de Escolas de Celorico de Basto) Dr. Joaquim Mota e Silva (presidente da Autarquia), Prof. Peixoto (vereador Desporto), Artur CMCB e Prof. João Ferreira da AA Braga.

O passo que se seguiu foi a inscrição dos atletas e consequente filiação dos mesmos na Federação de Andebol de Portugal. Após todos os requisitos cumpridos, o Clube estava pronto para participar no Campeonato Regional de Minis da Associação de Andebol de Braga. Esta competição contou com várias equipas com grande historial na modalidade, tais como o ABC de Braga, AC Fafe e CCR Fermentões. O BECA iria estrear-se então contra equipas habituadas e experientes na modalidade.

O campeonato caracterizou-se pela realização de jornadas concentradas, em que participavam sempre quatro equipas, tendo estas que jogar obrigatoriamente todas entre si, exceto o BECA “A” contra o BECA “B”. No total foram realizadas 8 jornadas

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concentradas, duas em Celorico de Basto, das quais em duas o BECA obteve o 1º Lugar, em quatro obteve o segundo lugar, numa o terceiro lugar e esteve isento na 5ª jornada.

Concluído o campeonato regional de minis, o BECA foi convidado a participar no Torneio Internacional Garci Cup´13 Cidade de Estarreja. Os atletas mostraram-se muito entusiasmados, o que desde logo motivou também os professores a disponibilizarem-se para os acompanhar durante dois dias. O torneio contou com a participação de mais de 2000 atletas de andebol federados na modalidade, divididos pelos vários escalões etários. No escalão de Minis Masculinos o quadro competitivo era composto por 9 equipas. As expetativas, tanto por parte dos atletas como dos professores, eram as melhores, pois sabiam que o trabalho desenvolvido ao longo de todos os treinos poderia levar ao sucesso. No fim do torneio, depois de um total de 7 jogos, 6 vitórias e apenas uma derrota, o BECA sagrou-se campeão do Torneio Internacional Garci Cup’13 Cidade de Estarreja.

Esta atividade ou projeto desenvolvido ao longo do ano foi muito importante para a formação do estagiário tanto como Professor de Educação Física como Treinador de Andebol federado. Sendo o professor estagiário agente ativo da modalidade há 14 anos, como atleta e treinador, esta atividade veio complementar ainda mais o estágio pedagógico.

O desporto federado em geral está enraizado no associativismo, evidenciando-se cada vez mais dificuldades de ordem financeira, logística e humana para que haja um desenvolvimento e promoção do desporto para todos. Este projeto demonstrou que a facilidade existente na escola para levar o desporto às crianças deveria servir como exemplo. A escola possui todas as condições para o desenvolvimento de projetos idênticos, pois é local onde se reúnem condições ideias para tal. Na escola há os recursos humanos, materiais, logísticos e, o principal, o público-alvo.

Assim, podemos constatar que a escola é um meio de oportunidades de formação e desenvolvimento dos jovens, cujo seu potencial deve ser explorado ao máximo.

Reforço que a participação nesta atividade, Clube, permitiu alargar o meu desempenho profissional, ultrapassando claramente a função de professor de apenas uma turma, percebendo que a escola tem muito mais para oferecer aos alunos e a toda a comunidade.

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Com a criação do clube e a realização do artigo para o congresso (A escola Hoje) ainda foi possível apresentar em formato de poster (após submissão de resumo) o mesmo artigo num Congresso prestigiado de Andebol realizado anualmente na Universidade Lusófona em Lisboa.

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3. Tarefas de Estágio de Extensão à Comunidade

3.1. Ação de Formação

3.1.1. Tema Desenvolvido

O tema estudado foi o desenvolvimento das Capacidades Motoras na Escola: Alterações nas capacidades de Força e Flexibilidade após um programa de intervenção escolar em crianças com idades compreendidas entre os 10 e 11 anos de idade.

O objetivo primordial do estudo remota à verificação da influência que um programa de intervenção de força e flexibilidade nas aulas de Educação Física tem no desenvolvimento das capacidades motoras dos alunos, nomeadamente alunos com idades compreendidas entre os 10 e 11 anos. Neste seguimento, as variáveis consideradas dizem respeito às relacionadas com o desempenho dos alunos nos testes de aptidão muscular (abdominais, sentar e alcançar modificado, salto em comprimento horizontal, suspensão braços fletidos, do projeto de desenvolvimento das capacidades motoras na escola.

A utilização de alunos com idades compreendidas entre os 10 e 11 anos, e a não utilização dos alunos que faziam parte da minha turma (17 e 18 anos), teve como principal objetivo não utilizar uma amostra idêntica a um estudo que foi realizado em simultâneo por uma colega estagiária.

3.1.2. Justificação do Tema

No contexto escolar, o que está em causa não é tanto a investigação dos problemas básicos do treino dessas capacidades, mas sim conhecer as condições e possibilidades de as treinar, nesse contexto. Este estudo aponta precisamente nesse sentido, ou seja, para o desenvolvimento das capacidades de força e flexibilidade, mas sem a preocupação centrada nos aspetos da teoria do treino para o desenvolvimento destas capacidades, dirigindo apenas a atenção para a possibilidade de desenvolvimento da força e flexibilidade, nas condições da aula de Educação Física (Rodrigues, 2000). Os estudos experimentais com o objetivo de percebermos se existe treinabilidade da força nas crianças e jovens não são muito frequentes, a maior parte, desenvolvem-se no

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âmbito do desporto de rendimento. No contexto escolar ainda são mais raros (Vargas, 2011).

Dentro deste contexto, o objetivo do trabalho foi observar se o programa implementado nas aulas de Educação Física promove o desenvolvimento das capacidades motoras força e flexibilidade.

3.1.3. Estratégias de Apresentação

As estratégias utilizadas para a apresentação do artigo no congresso “A escola Hoje IV”, incidiram principalmente por ensaiar previamente o discurso, bem como a sua duração, permitindo assim controlar os 10 minutos disponíveis e manter um registo tranquilo, sereno, centrado na apresentação. Manter uma postura corporal adequada durante a apresentação, bem como variar o registo de voz durante a apresentação, impedindo que a apresentação caísse na monotonia, articulando sempre o discurso com o conteúdo dos slides.

Ao longo da prelecção evitei não ler o slide, mas sim explicar o seu conteúdo com base em tabelas e esquemas, utilizando sempre uma linguagem clara, pausada e perceptível.

Os slides foram construídos tendo em conta o fundo utilizado e o tipo, cor e tamanho da letra, optando por utilizar um fundo claro sob uma letra em tom mais escuro, limitando o slide ao mínimo de texto possível.

3.1.4. Balanço Final

Todo o envolvimento necessário à estruturação, organização e aplicação da ação Científico-Pedagógica decorreu conforme o previsto, pois numa fase inicial os preletores convidados aceitaram o convite, e os estagiários compareceram todos realizando a sua preleção.

Foi uma ação extremamente produtiva, que visou temas como a motivação dos alunos para as aulas de Educação Física, o desenvolvimento das capacidades motoras na escola, bem como a influência da Educação Física no sucesso/insucesso escolar.

A organização do congresso decorreu conforme o previsto, tendo a ação sido um sucesso.

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Conclusão

Por muito boa que seja a formação inicial ministrada pela Faculdade, nomeadamente na sua componente científica, por si só não basta para preparar um aluno para a prática da profissão docente, pois nem sempre o que está projetado no papel é fácil colocar em prática na realidade.

Durante este ano de estágio e através das diferentes intervenções e papéis que desempenhamos conseguimos criar excelentes relações em todas as áreas da escola. O desfrutar e o envolver em todas as atividades do estágio e da escola sempre foram um objetivo desde o início do estágio, potenciando assim o ganho de conhecimentos, amizade e experiência. No âmbito escolar o envolvimento dos estagiários é percebido e interpretado das mais variadas formas, para os estagiários é um momento de aproximação com o campo específico da pedagogia e o culminar de todos os anos de formação. Para o meio escolar acaba por ser uma oportunidade de transmitir saberes e novas experiências a futuros profissionais da área.

A integração no meio escolar foi rápida, sentimo-nos desde cedo acarinhados e desde cedo trabalhamos para sermos aceites e respeitados no seio da comunidade escolar. Os momentos passados na sala dos professores ajudaram a criar relações profissionais e até de amizade com outros professores, que muitas vezes nos transmitiram os seus conhecimentos e experiência, que mostraram ser importantíssimos com o decorrer do estágio.

Assim, acredito piamente que este Núcleo de Estágio deixou a sua marca na escola. A boa disposição, o empenho e o comprometimento durante este ano foram peças fundamentais na boa consecução deste estágio e na relação privilegiada que fizemos com vários elementos da escola.

O professor João Varejão foi excecional no apoio e confiança que me transmitiu, sempre disponível a ajudar e ensinar. Através da sua experiência e sabedoria soube transmitir os conteúdos adequados e interessantes que me ajudaram durante o estágio. O seu perfil critico e de diálogo permitiu-me sempre procurar o melhor em mim, lutando por conseguir alcançar sempre o melhor em todas as aulas, sem nunca desistir. Os meus colegas de estágio, bem como o resto dos professores do grupo de Educação Física estiveram sempre disponíveis a ajudar, tornando-se amigos e mostrando ser profissionais irrepreensíveis.

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Concluo, com o pensamento de que o meu crescimento pessoal e profissional foi enorme, adquiri conhecimentos massivos e privei com pessoas excelentes e cheias de experiências para partilhar. A escolha da Escola Básica e Secundária de Celorico de Basto foi apenas a primeira conquista de muitas que efetuei neste estágio. Uma comunidade excelente, coesa e sempre prestável, uma família. Uma experiência única, memorável, enriquecedora que perdurará durante muitos anos na minha cabeça e no meu coração.

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Estudo Desenvolvido

Alterações nas capacidades de Força e Flexibilidade após um

programa de intervenção escolar em crianças com idades

compreendidas entre os 10 e 11 anos de idade

GUEDES, Mário (UTAD, EBS Celorico de Basto); VAREJÃO, João (EBS Celorico de Basto); FERREIRINHA, José (UTAD)

Resumo

É consensual na literatura que a força muscular e a flexibilidade representam umas das principais componentes da aptidão física. Então o objetivo deste trabalho foi estudar a hipótese de se desenvolver estas capacidades nas aulas de Educação Física. Este estudo investigou o efeito de um programa de exercícios de força e flexibilidade num grupo de alunos do sexo masculino durante 10 semanas de treino. Foram realizados testes da composição corporal (peso e estatura) e de aptidão física, para força (Abdominais; Suspensão barra fixa; Salto em comprimento) e flexibilidade (sentar e alcançar) anteriormente às 10 semanas e após o término do programa. Os resultados indicaram que o grupo de intervenção aumentou significativamente o desempenho nos testes finais, após o programa de intervenção. Assim, o programa de intervenção utilizado neste estudo foi eficiente em aumentar a força e a flexibilidade das crianças.

Palavras-chave: Força; Flexibilidade; Educação Física; Treino;

1. Introdução

Os hábitos de vida têm sofrido muitas alterações nos últimos anos. A evolução tecnológica tem sido responsável pelas modificações nos padrões de vida, pois os jovens têm fácil acesso, à televisão, aos jogos electrónicos, aos computadores, o que levou a um aumento substancial do sedentarismo, (Rodrigues, 2000, Maia e Vasconcelos, 2001, Zahner, 2006, Braga, 2007, Vargas, 2011). O sedentarismo, e a consequente falta de aptidão física estão associados ao aumento do número de crianças que sofrem de obesidade e doenças cardiovasculares (Starc e Strel, 2012).

Surge então a necessidade de mudar os comportamentos e hábitos de risco que influenciam a saúde da pessoa, ou seja, deve-se incrementar a actividade física e o exercício regular na vida das pessoas. Assim, urge educar a população, principalmente os adultos de modo a que mais facilmente se intervenha junto dos mais jovens, sendo estes encorajados e preparados para que incluam actividade física no seu quotidiano (Maia e Vasconcelos, 2001).

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Segundo Rodrigues (2000), a Educação Física centra-se na formação e desenvolvimento multilateral do aluno, através do seu reportório físico e motor bem como na formação de habilidades motoras e desportivas fundamentais. De acordo com vários autores, a Educação Física tem um papel fundamental no desenvolvimento das capacidades motoras, e consequente desenvolvimento da aptidão física bem como na aquisição de hábitos saudáveis. (Rodrigues, 2000, Braga, 2007, Vargas 2011).

Contudo, Marques et. al (2011) dizem que existem várias evidencias que nos dizem que as intervenções na escola – Educação Física – são eficazes na melhoria da aptidão física dos alunos.

Dentro de todas as capacidades motoras a serem desenvolvidas a força é a que gera mais controvérsia. Isto deve-se ao resultado de trabalhos limitados em termos metodológicos que levaram a conclusões erradas acerca desta problemática e ao aparecimento de alguns mitos sobre os problemas que o treino de força gerava em crianças (Rodrigues, 2000, Dahab & McCambridge, 2009).

No âmbito do desporto, esta capacidade, além de exercer uma grande influência na velocidade, na resistência e na agilidade (Rodrigues, 2000; Barros, 2003), desempenha um papel decisivo na aprendizagem e realização dos exercícios desportivos, cuja complexidade técnica exige níveis de mobilização de força cada vez mais importantes (Rodrigues, 2000).

Em relação á capacidade motora flexibilidade é unanime que esta é reconhecida como uma importante componente da aptidão física, e os testes da avaliação da mesma, estão presentes em várias baterias ligadas à performance e à saúde (Silva et al, 2006).

A flexibilidade é determinada pela capacidade de uma articulação ou uma série de articulações se movimentarem com amplitude de movimento, de modo confortável, sem dor e restrições, enquanto um conjunto de elementos se alongam (Tirloni et al., 2008). Podemos afirmar que a mobilidade apropriada dos tecidos moles e articulações é um fator importante na prevenção de lesões (Coelho e Araújo 2000, Santos Silva, 2003; Silva et al, 2006; Tirloni et al., 2008), não que haja muitos estudos a comprová-lo, mas esta suposição está ligada ao fato de um baixo grau de flexibilidade estar associada a muitas lesões e problemas crónicos, contudo um certo grau de flexibilidade está

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conetado positivamente com a melhoria da saúde e bem-estar (Santos Silva, 2003; Tirloni et al., 2008).

Os estudos experimentais com o objetivo de percebermos se existe a capacidade de treinar a força das crianças e jovens não são muito frequentes, a maior parte, desenvolvem-se no âmbito do desporto de rendimento. No contexto escolar ainda são mais raros (Rodrigues, 2000; Vargas, 2011). O que está em causa não é tanto a investigação dos problemas básicos do treino dessas capacidades, mas sim conhecer as condições e possibilidades de as treinar, nesse contexto. Este estudo aponta precisamente nesse sentido, ou seja, para o desenvolvimento das capacidades de força e flexibilidade, mas sem a preocupação centrada nos aspetos da teoria do treino para o desenvolvimento destas capacidades, dirigindo apenas a atenção para a possibilidade de desenvolvimento da força e flexibilidade, nas condições da aula de Educação Física (Rodrigues, 2000). Porém, a possibilidade do treino das capacidades motoras na Educação Física tem sido condicionada pela predominância do desenvolvimento das habilidades técnicas das modalidades desportivas, tirando assim protagonismo ao desenvolvimento da aptidão física (Vargas, 2011).

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2. Metodologia

2.1. Amostra

A amostra é constituída por um total de 24 indivíduos do género masculino da Escola Básica e Secundária de Celorico de Basto, com idades compreendidas entre os 10 e os 11 anos.

2.2. Procedimentos

Avaliações

Para a realização deste estudo, foi realizada a recolha dos dados em dois momentos distintos, pré e pós-teste. Esta recolha realizou-se através da execução e registo dos dados obtidos pelos alunos no que toca aos testes que avaliam a sua Composição Corporal (Peso e Altura) e Aptidão Muscular (Suspensão braços fletidos, Abdominais, salto em comprimento e sentar e alcançar modificado). Em relação a composição corporal: estatura - os alunos foram medidas com uma fita métrica fixa na parede, descalços e adotando uma postura ereta. Para avaliação do peso foi utilizada a mesma balança no pré e pós-teste, os alunos foram pesados descalços e apenas com uma peça de roupa no tronco e outra nas pernas.

Testes de aptidão muscular: Os testes da Suspensão de braços fletidos e Abdominais foram realizados de acordo com o protocolo da bateria de testes Fitnessgram (The Cooper Institute, 2007). Para a realização do Salto em Comprimento, da posição estacionária, o aluno saltou a máxima distância possível, através de uma única impulsão das duas pernas. Para iniciar o teste, o executante teve que estar de pé e parado com a ponta dos pés imediatamente atrás da linha de chamada, com as pernas ligeiramente afastadas. Com flexão das pernas e balanço livre dos braços, o executante saltou para a frente procurando atingir a máxima distância que conseguiu, com recepção a duas pernas e sem desequilíbrio para trás. Cada indivíduo executou o salto três vezes, conta a distância maior; O teste de flexibilidade Sentar e Alcançar modificado foi efetuado de acordo com o protocolo proposto por Hopkins e Hoeger (1992). Cada indivíduo executou este procedimento três vezes.

2.3. Intervenção

A amostra foi submetida a um estímulo de 15 minutos semanais, durante um período de dez semanas de intervenção, dedicado ao desenvolvimento da força, e 10 minutos

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semanais durante um período de dez semanas de intervenção dedicado ao desenvolvimento da flexibilidade.

2.4. Tratamento dos dados

Na análise descritiva foi efetuada a caracterização dos dados utilizando a média, desvio-padrão e valores máximos e mínimos.

Na estatística inferencial, para análise da significância das diferenças observadas entre pré e pós-teste em cada um dos grupos, utilizamos o teste não paramétrico de Wilcoxon. Para a observação das correlações entre as diversas variáveis em estudo recorreremos ao coeficiente de correlação “rho” de Spearman. O nível de significância selecionado para todos os testes será de p ≤0.05.

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3. Resultados

Tabela 1 – Estatística descritiva de todas as variáveis observadas no pré e pós-teste e valor de p para o teste de Wilcoxon.

Variável Média Desvio Padrão Min Máx pa

Altura 146,08 7,53 132,00 163,00 n/a Peso (Kg) Pré 42,14 8,37 29,90 67,60 0,386 Pós 41,85 7,78 29,90 64,30 Abdominais (unidades) Pré 27,58 17,74 6,00 75,00 0,016* Pós 36,54 23,89 8,00 75,00 Suspensão braços fletidos (segundos) Pré 4,95 6,92 ,00 26,06 0,024* Pós 7,17 9,30 ,00 39,00 Salto em Comprimento (cm) Pré 145,79 16,65 106,00 167,00 0,012* Pós 152,08 18,75 112,00 180,00 Sentar e alcançar (cm) Pré 17,50 5,59 8,00 28,00 0,000* Pós 21,00 6,21 10,00 31,00 a– Wilcoxon teste

* – Diferença significativa para p ≤ 0,05

Conforme se pode observar na Tabela 1, encontramos diferenças estatisticamente significativas entre pré e pós-teste nos testes dos abdominais, suspensão braços fletidos, salto em comprimento e sentar e alcançar modificado, ou seja, os alunos apresentaram valores superiores no pós-teste, em todos os testes efetuados.

Imagem

Tabela 1 – Estatística descritiva de todas as variáveis observadas no pré e pós-teste e valor de p  para o teste de Wilcoxon

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