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A Ação Popular e os Movimentos de Cultura e Educação Popular: o dinamismo da consciência na ação.

CAPÍTULO 2: AÇÃO POPULAR E O COMPROMISSO HUMANISTA SOCIALISTA.

2.2.1. A Ação Popular e os Movimentos de Cultura e Educação Popular: o dinamismo da consciência na ação.

[...] À medida que aperfeiçoa seus instrumentos de irradiação [estrutura educativa e os meios de comunicação], a cultura dominante vai revelando sua vocação antidemocrática e vai reduzindo os espaços públicos de criação e participaçao. [...] na América Latina a cultura popular é a cultura nacional mais verdadeira [...] A cultura oficial, copiona e estéril, eco bobo da cultura dominante, ignora [suas] chaves ou, reconhecendo-as, as despreza. [...] A cultura popular é por natureza, cultura de participação: é, por sua natureza, democrática [...] Na verdade, o estrangeiro na América é o capitalismo, que não foi inventado por Manco Cápac nem por Montezuma, e sim imposto de fora e de cima pelos invasores europeus do século XVI.347 O MEB entende que somente é possível efetivar sua ação educativa através da conscientização. Conscientizar é oferecer a alguém elementos para que tome consciência do que é (consciência de sí), do que os outros são (comunicação das pessoas como sujeitos) e do mundo.[...] Para educar, o MEB deve conscientizar. Para conscientizar, não deve abstrair-se da situação histórica e cultural em que se encontram os homens das regiões em que atua.348

[...] nenhum povo miserável pode tomar nas mãos o seu destino se não descobre a sua própria situação de mundo.349

347 GALEANO, Eduardo H. Op. cit,, pp. 60-65.

348 MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO DE BASE. MEB - Movimento de Educação de Base; sua Origem, sua

Ação e seu Conteúdo. 1965. In: MENDES, Cândido. Memento dos Vivos - A esquerda católica no Brasil. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1966, p. 201.

Como vimos, o ano de 1963 vai inaugurar uma nova era na sociedade brasileira, surgindo uma polarização cada dia mais acentuada entre os “paladinos contra a subversão”: grupo de intelectuais do complexo IPES/IBAD, políticos da União Democrática Nacional, setores médios civis, Igreja Católica e militares da Escola Superior de Guerra, que visavam à manutenção da sociedade e aplacar os supostos subversivos; e imensa camada reformista da população, que procurava a transformação social a partir das lutas pelas Reformas de Base, que implementariam o desenvolvimento nacional, mas acima de tudo, uma maior justiça social.

Os anos de 1963/1964 representam, portanto, não só o ápice dos projetos sociais das várias esferas da sociedade brasileira, como também o clímax do intuito de conscientização da massa; projeto que precisou conviver desde cedo com a repressão ideológica, política e financeira dos extremistas de direita, que sempre enxergaram um fator "comunizante e vermelho" nas ações. Apesar do clima de instabilidade e lutas – e principalmente por conta destes –, os diversos setores sociais conseguiram, num pouco espaço temporal, fazer com que boa parte da população marginalizada do processo de cidadania transformasse e despertasse as mentalidades, ideologias e estruturas (religiosa, social, política, etc), usufruindo de uma educação e cultura genuinamente brasileiras, longe da alienação ou manipulação imperialistas; ação de caráter abrangente e único na história social brasileira. Como afirma Candido Mendes:

A cultura popular surgiria, neste quadro, justamente como a decantação das possibilidades de protagonismo dêsse novo sujeito coletivo, deflagrado pela 'conscientização', no esforço nacional de desenvolvimento. (...) A emergência do povo é como que a de um perfil novo que se pode desenhar no processo, em consequência da decisão de se ativar a participação consciente de toda a coletividade na política emancipatória.350

Como não podia deixar de ser, os Movimentos de Cultura e Educação Popular seguiram esta tendência polarizante, principalmente em Pernambuco, estado tido como "efervescente por natureza"351, e concentrador dos principais movimentos, como MCP e MEB.

350 MENDES, Cândido. Op. cit.,, pp. 72-73.

Pernambuco fazia parte da Região 7, que compreendia os estados do Nordeste352, simbolizando uma região chave para o desenvolvimento das ações apistas, como podemos observar nos diversos depoimentos recolhidos pelo DOPS-PE posteriormente reunidos no prontuário pessoal de Ruy Frazão Soares353. Neste documento está a importante fala de Ricardo José Dias Selva, fornecendo aos órgãos repressivos toda a cadeia de atuação de apistas na área, organizada por Antônio Othon Pires Rolim, com a vice-coordenadoria do mesmo (que ainda coordenava o meio estudantil). Para os movimentos sociais de educação e cultura popular, estava escalada Yone Cirillo, que coordenaria os apistas zonalmente.

Portanto, os apistas já se encontravam bastante presentes nesses movimentos a esta altura: herança que os anos de militância na Ação Católica os havia legado. No seio dos projetos, os militantes se reconheceram como agentes políticos transformadores da sociedade, "evolução" possível de ser implantada democraticamente. Conscientes, estes se instalarão nos órgãos do Estado brasileiro, principalmente no Ministério de Educação de Paulo de Tarso; influenciado pela proposta de extensão do Movimento de Educação de Base (MEB) para todas as áreas carentes do país (e não mais apenas Norte e Nordeste), com o acréscimo de verbas e militância para o projeto354.

Também ganha atenção da AP o Movimento de Cultura Popular e a Promoção Social355 a partir eleição de Arraes para o Governo do Estado356, que une esses dois movimentos, estendendo as escolas para comunidades dos morros, alagados e mangues, com a criação de uma rede de ajuda à saúde e às lutas comunitárias, resultado de importantes alianças, como com o método Paulo Freire, o movimento apista, a Legião Brasileira de

Assistência357, entre outros.

352 Ver organograma da organização no Arquivo DOPS-PE. Recife, APEJE-DOPS-PE, Prontuário 29661 – Ação Popular.

353 Nesse sentido, observar a rede pernambucana da Ação Popular pré-golpe no depoimento de Antônio Othon Pires Rolim. Ambos depoimentos in: Recife: APEJE-DOPS-PE, Prontuário Pessoal 14978 – Ruy Frazão Soares. 354

Para se ter uma ideia da abrangência do MEB nesses anos, vide FÁVERO, Osmar. MEB - Movimento de Educação de Base. Primeiros tempos: 1961-1966. Texto apresentado no V Encontro Luso-Brasileiro de História da Educação em Évora, Portugal: 2004, p. 13.

355 Sobre a importância para a sociedade de tais projetos, ver: Recife: APEJE-DOPS-PE, Prontuário 29841 – MCP.

356 Que em 1962 recebera o título de "Melhor Prefeito do Brasil".

O que aproxima os apistas desses movimentos, sem dúvidas, é a visão cada dia mais presente no seio da organização da crença e divulgação na educação como um bem inalienável, portanto, "direito de ser usufruído e dever de ser aplicado" em benefício de toda a sociedade. É nesse sentido que é criada a Frente de Educação Popular, que pretendia promover ferramentas para a emancipação dos trabalhadores, incentivando, por conseguinte,

sua formação sindical e corporativista358.

Dentre os movimentos, o MEB se transformara rapidamente no definidor das ações apistas no período, devido, principalmente, à vocação inerente dos militantes para ação no meio, que encontraram na luta pela mudança das estruturas sociais e no aumento do nível de conscientização das massas, sua principal bandeira na luta desigual entre campesinato e latifundiários. Esse radicalismo de posições é explanado por Semeraro:

[...] em sintonia com o que vinha acontecendo na JUC e na AP, o movimento foi se secularizando e criando conflitos entre um compromisso político mais radical dos agentes e as finalidades confessionais e reformistas pretendidas pelos bispos.

Da finalidade basicamente alfabetizadora, passa para uma educação que incentiva a consciência crítica, e a politização, a valorização da cultura popular, a autonomia das comunidades, a organização e a animação popular. As atividades começaram a convergir para a edificação de um poder local e popular, para experiências de uma real democracia de base, de incorporação gradativa de um projeto político mais amplo e radical.359

A sua participação foi massiva nesses meios, como nos elucida Márcio Moreira Alves:

[...] os seus quadros dirigentes, tanto ao nível da equipe nacional como ao de equipes regionais, eram jovens, com um nível educacional elevado provenientes da burguesia ou da pequena burguesia urbana, particularmente das capitais e das cidades mais desenvolvidas, tendo sido formados por um dos movimentos juventude da Ação Católica, refletindo geralmente a desconfiança destas organizações para com a Hierarquia e militando ou simpatizando com a Ação Popular.360

Seja no MCP, MEB ou Campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler:

o trabalho voluntário de centenas, talvez milhares de jovens garantiam no mínimo duas coisas: uma diminuição nas despesas com a mão-de-obra e,

358 WEBER, Silke. A educação como foco de projetos político-sociais em Pernambuco. In ARAÚJO, Rita de Cássia & BARRETO, Túlio Velho (orgs). O Golpe Passado a Limpo. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Ed. Massangana, 2007, p. 133.

359 SEMERARO, Giovanni. Op. cit., p. 68.

principalmente, uma militância política determinada a despertar nos alunos a consciência de si, da sociedade e da necessidade de ação para transformar aquela realidade injusta e miserável, vivida na pele por aqueles milhares de adultos que se matricularam livremente nos movimentos de alfabetização e cultura popular.361

O projeto apista para a educação se inseria num movimento mais amplo que abarcava todas as ações da AP: o de Consciência histórica desenvolvida por Pe. Vaz, que se dividia em dois momentos dialéticos de consciência no projeto nacional, o de intenção e o de expressão:

[...] o momento da intenção é a posição mesma do objeto. A consciência é orientação para o objeto, é a consciência de alguma coisa. Ela se abre para um horizonte [...] universalidade do poder-ser [...] se refere concretamente ao "aqui e agora" de um determinado mundo de objetos, universal enquanto capaz de transcender as determinações objetivas no exercício da crítica de sua situação.

[...] o momento da expressão é a posição do sujeito. A consciência é a consciência-de-si, é auto-afirmação. O sujeito exprime o objeto para si.362

É também nos movimentos que mais vemos a dialética marxista da organização no que concerne às lutas entre oprimidos e opressores. Para a superação desta situação, a AP propõe para os movimentos a propagação da chamada terceira via, mais "realista", em que o homem compreenderia o mundo, transformando-o, enquanto humanizaria a si mesmo; rejeitando assim, a sua "coisificação" e a promoção da propagação da "cultura estrangeirista", que teria feito do Brasil sempre sujeito da história de outrem (do capitalismo mercantil, industrial e estrangeiro).

O modus operandi de ação dessa militância é trazida à luz por Manoel da Conceição:

com esse curso do MEB [...] começamos a trabalhar e fundar pequenas escolas de alfabetização, porque o trabalhador rural, nessa época, não adiantava falar a ele em sindicato que ele nem sabia o que era isso. Então a gente fundava escola de alfabetização [...] e a gente aproveitava o MEB para elevar o nível de consciência, de conhecimento [...] O fato é que por volta de agosto de 1963 nós já tínhamos vinte e tantos, quase trinta escolas, fundadas com essas características próprias [...] fazia reunião na aldeia, discutia o analfabetismo, a pobreza, a miséria, uma série de coisas enfim. E nessas escolas, de dia, as crianças lá aprendendo a ler, e para os adultos não era só

361 TEIXEIRA, Vagner da Silva. Educação em tempos de Luta: História dos Movimentos de Educação e

Cultura Popular (1958-1964). Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, 2008, p. 135.

escola de aprender a ler, isso era muito secundário. Eram muito mais escola de discutir os problemas da gente.363

Como podemos observar, o alto índice de alunos rapidamente formados pelos movimentos364 ocorria por conta da didática e pedagogia destes, que longe de manipular, trabalhavam a partir de problemas concretos, de necessidades vividas, da maneira como o povo percebia as coisas; da troca de saberes, e da responsabilidade individual de auto- promoção social, com o respeito total as pessoas e às liberdades destas, na luta por uma sociedade sem opressores e oprimidos.

Munidos por essa ideologia, os universitários inseridos nos Movimentos realizaram em 1963 em Recife, o I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular, proposta desenvolvida diante da necessidade de discutir os vários projetos para educação em voga na sociedade brasileira365. O encontro contou com cerca de "77 movimentos presentes, dos quais 44 desenvolviam atividades de alfabetização de adultos"366. No evento apresentou-se a peça "A Incelência", e houve discursos e presença de Miguel Arraes, Djalma Maranhão (governador de Natal, onde existia o projeto De Pé no Chão), D. Lamartine Soares (arcebispo auxiliar de Recife e Olinda), Germano Coelho (secretário de Educação de Pernambuco), José Serra (presidente da UNE), Aberlado da Hora (agente do MCP), Paulo Freire e Roberto Freire (do Serviço Nacional de Teatro). A palestra de encerramento foi ministrada por Paulo de Tarso, à época Ministro da Educação367, o que demonstrou o apoio do governo federal ao evento e despertou ainda mais desconfianças para a sua gestão.

Nele, também houve conversações entre o Movimento Popular de Alfabetização (da UNE368) e o governo pernambucano, a fim de promover mais ações educacionais patrocinadas por vários setores, como o Ministério da Educação, a Secretaria de Educação e o Movimento de Cultura Popular de Pernambuco, o MEB, e por diversas organizações de outros Estados. Para tal idealização, a inserção dos apistas ao governo através da gestão de Paulo de Tarso no

363

Manoel da Conceição em entrevista ao O Pasquim. Rio de Janeiro, jan/1980, p. 20. IN: TEIXEIRA, Vagner da Silva. Op.cit.

364 Só no MEB, de 1961 a 1965, cerca de 380 mil alunos concluiram seus estudos. Idem, Ibidem. 365

O Encontro foi resultado de ações dos Diretórios Acadêmicos da Universidade do Recife e da Universidade Católica de Pernambuco, que antes, realizaram várias reuniões, com o objetivo de divulgar e recrutar para o movimento.Ver em TEXEIRA, Vagner da Silva. Op cit., p. 123; COELHO, Fernando. Op. cit., pp. 38-39. 366 In SEMERARO, Giovanni. Op. cit., p. 89.

367

Ver em TEIXEIRA, Vagner da Silva, Op.cit., pp. 119-126.

368 Observar o documento Cartilha para Alfabetizados, publicado na gestão José Serra. In: Campinas: Fundo Duarte Pacheco Pereira do Arquivo Edgard Leuenroth, 1963.

Ministério de Educação, bem como na Comissão Nacional de Cultura Popular (com participação do PCB, AP e MEB), foi primordial.

O fim do ano de 1963 marca a girada à esquerda de João Goulart, desejoso de um maior apoio político em prol das Reformas Base que intentava realizar em seu governo. Como a Ação Popular à época já representava uma parcela importante da sociedade brasileira, devido ao seu carisma e compromisso socialista e cristão, foi acionada por Jango para a escolha de um representante no governo. O indicado foi Paulo de Tarso, que ficou cinco meses na gestão no Ministério de Educação.

Durante todo o período de Ministro de Tarso, os apistas se inseriram nos órgãos representativos do governo, estreitando a tendência democrática da organização nesses primeiros tempos. A aproximação deu-se nas esferas governamentais, com militantes ocupando gabinetes em Brasília, sob chefia de Herbert de Souza, contato no Movimento Estudantil; bem como no Rio de Janeiro, com o apoio de Luiz Alberto Gomez, Ney Gomes Arruda e Marcos Alencar. A entrada de Paulo Freire no Ministério da Educação também foi proporcionada pelos apistas, que mostravam um grande apoio à "pedagogia do oprimido"369, adotada de cima para baixo na militância nos movimentos de educação e cultura popular implementadas por esses agentes.

Essa aproximação com o governo de Paulo de Tarso, consequentemente, significou a radicalização do Ministério, como observado na III Reunião Interamericana de Ministros da Educação (Bogotá)370: o discurso inflamado a favor da defesa da educação e dos valores da pessoa humana causa grande furor nos altos círculos políticos de direita, pressão que sucumbirá e derrubará o Ministro.

A posterior saída de Paulo de Tarso do poder federal também significou o afastamento da AP do "governo conciliador" de Jango, abalando a base militante que acreditava numa

369 De cunho existencialista e de tradição humanista cristã. De acordo com Candido Mendes, o método Paulo Freire "[...] acarretou o acordar de atitude crítica de parte de seus beneficiários, para a realidade econômico- social, na qual tinham as suas raízes as 'palavras geradoras' empregadas para iniciá-los nas regras da leitura e escrita. Transcendia, assim, o aspecto de mero método civilizatório para consistir num genuíno acordar de uma consciência coletiva, com as possibilidades de intensa mobilização social e política que a percepção do universo cultural acarretaria". MENDES, Cândido. Op. cit., pp. 73-74.

370

Ver TEIXEIRA, Vagner da Silva, Op. cit., pp. 115-119. Um exemplar do discurso de Paulo de Tarso em Bogotá pode ser encontrado no Fundo Duarte Pacheco Pereira do Arquivo Edgard Leunroth da Universidade de Campinas.

revolução democrática para chegada ao socialismo. A experiência serviu para o desenvolvimento revolucionário e para a política de "educação, arte e a consciência revolucionária", exemplificado no encontro para discussão do Plano Nacional de Alfabetização no Rio de Janeiro, em janeiro de 1964, quando da presença maciça de apistas (vinte e nove militantes), inclusive na presidência da importante "Divisão de Alfabetização", presidida por Marcos Machado.

Outro fato que demonstrou essa radicalização foi a publicação da polêmica cartilha Viver é Lutar do MEB em 1964, de autoria de bispos e militantes, entre eles, muitos apistas. Nela, as trinta lições claras, simples e objetivas, em primeira pessoa e relacionada ao meio social dos estudantes, cumpria um papel revolucionário no que concerne à mudança no ensino até o momento, agora preocupado em ultrapassar a estrutura de atraso, alienação e manipulação da pessoa humana. A publicação de dez mil exemplares da primeira remessa, foi tida como uma afronta à democracia e bem comum; fato que levou a ações extremadas, como a apreensão da cartilha na Guanabara, pelo então governador Carlos Lacerda.

A intenção de transformar a educação em parte importante em prol de um Nordeste consciente e desenvolvido despertou o crescente medo da comunização, principalmente pelo método Paulo Freire de ensino. Desta forma, cresce no país, fomentado pela Imprensa, um debate acirrado em que a classe média chamava o povo a atuar contra a subversão dos Movimentos de Cultura e Educação Popular. O desfecho dessa polarização foi a vitória dos conservadores e a quebra da ordem democrática em 1º de abril de 1964.