5.3 PROPOSIÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO DE AÇÕES PARA PLANOS MUNICIPAIS
5.3.1 Ações Descritas nos PMGIRS: Coleta Seletiva e OCMR
Como estratégia metodológica, para o desenvolvimento das atividades de coleta seletiva e das OCMR rumo à sustentabilidade, convém verificar em um primeiro momento a descrição das ações, projetos e programas que os PMGIRS já contemplavam para que não fossem propostas ações repetidas. Dentro dessa etapa, é crucial para o desenvolvimento de qualquer plano de gestão, verificar como estão descritas as metas relacionadas para cada ação, projeto ou programa e a existência de indicadores de desempenho para cada atividade proposta.
Conforme apresentou a revisão bibliográfica sobre o tema, os indicadores devem ser usados como ferramenta de medição e acompanhamento e são instrumentos de gestão pelos quais se pode garantir a manutenção, acompanhamento e avaliação de projetos e programas (RUA, 2004; CIFRIAN et al., 2010; RAMETSTEINER et al., 2011; SINGH et al., 2012; TURCU, 2013). Dessa forma, conforme a proposta metodológica desse trabalho, os indicadores devem estar vinculados a alguns valores e metas de referência.
Portanto, verificou-se na pesquisa documental que um dos produtos constantes nos PMGIRS é a descrição de Programas, Projetos e Ações. Conforme analisado, as ações estavam inseridas dentro de projetos que por sua vez estavam inseridas dentro de programas. No caso específico do objeto desse estudo (desenvolvimento da coleta seletiva e OCMR), observou-se o programa “COLETA SELETIVA COM INCLUSÃO SOCIAL DE CATADORES”, que compunha os projetos “Coleta seletiva de recicláveis” e “Fortalecimento de associações/cooperativa de catadores”, bem como suas ações, conforme descrito no Quadro 13.
Quadro 13 - Ações contempladas no PMGIRS relacionadas a coleta seletiva com inclusão social de catadores
PROGRAMA: COLETA SELETIVA COM INCLUSÃO SOCIAL DE CATADORES Projeto: Coleta seletiva de recicláveis
Ações Relação com os indicadores
1 Elaborar ou contratar a elaboração de projeto de ampliação da coleta seletiva.
ISCS (2) ISOC (13 e 14) 2 Aquisição de frota e equipamentos compatíveis com o projeto de
ampliação do projeto
ISCS (2) ISOC (13)
3
Implantar/Aperfeiçoar/Ampliar a coleta seletiva com a participação de cooperativas e outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, como prestadores de serviços
devidamente contratadas pelas administrações públicas municipais e em parceria com os atores da sociedade civil
ISCS (1, 2, 5, 7 e 8) ISOC (2, 3, 4 e 13)
4 Elaboração/ampliação de plano de comunicação
ISCS (4, 6, 7 e 8) ISOC (3, 13, 14 e
15) 5 Elaboração/ampliação de material de divulgação
ISCS (4, 6, 7 e 8) ISOC (3, 13, 14 e
15)
6 Mobilização dos moradores para adesão à coleta seletiva ISCS (4, 6, 7 e 8) ISOC (13 e 14)
7 Monitorar a coleta seletiva -
Projeto: Fortalecimento de associações/cooperativa de catadores
Ações Relação com os
indicadores
1
Contribuir com a organização de catadores, promovendo o fortalecimento das cooperativas, associações e redes, incrementando sua eficiência e sustentabilidade, principalmente no
manejo e na comercialização dos resíduos, e também nos processos de aproveitamento e reciclagem.
ISCS (8 e 10) ISOC (5, 7, 9, 10, 11, 12, 14, 15, 17,
19 e 20)
2
Promover a criação de novas cooperativas e associações de catadores, priorizando a mobilização para a inclusão de catadores
informais nos cadastros de governo e ações para a regularização das entidades existentes.
ISOC (1)
3 Promover a articulação em rede das cooperativas e associações de catadores.
ISCS (3 e 8) ISOC (4)
4
Incentivar ações de capacitação técnica e gerencial permanente e continuada dos catadores e dos membros das cooperativas e associações, de acordo com o nível de organização, por meio da atuação de instituições técnicas, de ensino, pesquisa e extensão, terceiro setor e movimentos sociais, priorizando as associações,
cooperativas e redes de cooperativas de catadores.
ISCS (8) ISOC (3, 4, 5, 7, 8,
10, 14, 15 e 17) Fonte: Elaborado pelo autor com base nos PMGIRS dos municípios pesquisados.
Também foi verificado o programa “ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL DA GESTÃO DE RESÍDUOS”, o qual contemplava os projetos “Gestão sustentável dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos” e “Sistema Municipal de Informação sobre Resíduos”, bem como suas ações, conforme
apresentado no Quadro 14. Apesar de esse último programa abranger a gestão de resíduos de forma geral, também compreendia ações que abrangiam a coleta seletiva e as OCMR. Como a estratégia desta pesquisa compreendia apenas os PMGIRS elaborados pela Ufes, as ações dos PMGIRS com foco na coleta seletiva e OCMR são as mesmas para todos os municípios.
Quadro 14 - Ações contempladas no PMGIRS relativas a organização institucional da gestão de resíduos
PROGRAMA: ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL DA GESTÃO DE RESÍDUOS Projeto: Gestão sustentável dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos urbanos
Ações Relação com os
indicadores
3
Estabelecer sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos, bem como a forma de cobrança desses serviços, observada a Lei nº 11.445, de 2007.
ISCS (12 e 13)
Projeto: Sistema Municipal de Informação sobre Resíduos
Ações Relação com os
indicadores
1 Elaborar termo de referência para contratação do sistema de
informação Todos
2 Contratar empresa especializada para elaboração do sistema de informação Todos
3 Implantar o sistema de informação Todos
4 Realizar capacitação e treinamento para servidores e público alvo
para utilização do sistema Todos
5 Monitorar e divulgar os dados recebidos pelo sistema de
informação Todos
Fonte: Elaborado pelo autor com base nos PMGIRS dos municípios pesquisados.
O PMGIRS de cada município previu a implantação de um sistema de informações sobre resíduos sólidos, conforme apresentado no Quadro 14. A execução das ações voltadas para a implantação desse sistema é de extrema importância, visto que uma das maiores dificuldades desta pesquisa, como já mencionado, foi a insuficiência de dados para o cálculo dos indicadores. Nesse sentido, Atkisson (2001) e Ferreira e outros (2017) também destacam que existem dificuldades relacionadas à disponibilidade de dados para o cálculo dos indicadores.
5.3.2 Proposição e Hierarquização de Novas Ações para o Desenvolvimento