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4.5 A ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA QUESTÃO DO TOMBAMENTO

4.5.4 Ações Penais Públicas

Finalmente o último modo de garantir a proteção ao meio ambiente a que pode fazer uso o Ministério Público é a Ação Penal. Tal prerrogativa tem previsão constitucional: “Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;” (BRASIL, 1988).

Utilizada para coibir os delitos elencados pelo Decreto Lei n. 25/37, bem como aqueles crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural, previstos pela Lei 9.605/98, a ação penal nesses casos “é sempre pública incondicionada, de iniciativa exclusiva do Ministério Público, porquanto o bem jurídico prevalecente é o interesse público” (MILARÉ, 2011, p. 1489).

Para Marcos Paulo de Souza Miranda (2006, p. 206) a aplicação deste novo instrumento penal na tutela do patrimônio cultural encontra dificuldades. É necessário, de acordo com o autor, dissociar-se dos velhos paradigmas do direito penal buscando a máxima eficácia dos novos instrumentos jurídicos, adequando-se o ordenamento jurídico à atual realidade social.

Apesar de ordenamento jurídico prever esta forma de proteção do patrimônio cultural, no momento não há nenhum processo penal relativo a esta matéria em trâmite na 28ª Promotoria de Justiça.

Como estudado, não faltam formas e instrumentos à disposição do Ministério Público e da sociedade para garantir a proteção do patrimônio cultural. Contudo, para que não mais nos deparemos com situações de descaso com os bens tombados é necessária maior conscientização da população, bem como atividade mais efetiva do Poder Público, garantindo à sociedade o direito de ter sua história conservada e preservada.

5 CONCLUSÃO

Como verificado no presente estudo, o extremo desejo pelo lucro, presente no cotidiano de empreendedores imobiliários, acaba por transformar a imagem da cidade. Isso porque, para dar espaço aos mais arrojados projetos arquitetônicos, não medem esforços para destruir bens imóveis objetos do patrimônio cultural, que outrora constituíam um belo cenário de tempos antigos.

Para tentar evitar que se percam todos os bens pertencentes à história da sociedade brasileira, criou-se o instituto do tombamento. Este tem como objetivo a proteção de todos os bens considerados patrimônio cultural.

Contudo, a eficácia do tombamento é muitas vezes questionada, principalmente quando atinge bens imóveis de propriedade particular. Uma das razões desta ineficácia seria a falta de indenização para o proprietário que tem o uso de seu bem restrito em virtude do tombamento.

Se o proprietário não possuir recursos para manter seu bem em perfeito estado de conservação, de nada adianta que o poder público simplesmente imponha a este uma limitação. As políticas hoje existentes para incentivar os proprietários de bens tombados são descentralizadas e, via de regra, ineficientes.

A ausência de indenização cria um paradoxo que põe em cheque, inclusive o objetivo do instituto. Isto porque, nos casos de tombamento, o proprietário tem o uso limitado de seu bem, uma vez que, via de regra, não pode realizar as modificações e adequações que gostaria e que permitissem o desenvolvimento econômico de seu imóvel.

Por outro lado o Poder Público ao tombar o imóvel não subsidia seu proprietário a fim de compensar a possível valorização econômica que este teria caso fosse passível de modificações. Isto não gera, até mesmo obsta que os donos de imóveis com significativo valor histórico e cultural tenham interesse em vê-los decretados como patrimônio cultural, através do tombamento.

Em consequência, os imóveis tombados acabam se deteriorando e a sociedade é furtada de conviver com parte de sua história.

Verifica-se, portanto, que este instituto, ou ao menos da forma como ele vem sendo empregado, muitas vezes não alcança seu principal fundamento, qual seja o de conservar o bem e a história da sociedade. Isto é comprovado quando se

verificam diversos exemplares de edificações, tombados como patrimônio cultural, em péssimo estado de conservação.

Infelizmente, no Município de Florianópolis nos deparamos com diversas edificações que, apesar de protegidas, encontram-se mal conservadas. Como verificado na pesquisa, 40% (quarenta por cento) dos imóveis tombados como patrimônio cultural na Capital Catarinense não estão em bom estado de conservação.

Para estes imóveis, muitos são os mecanismos de sanção, que, contudo, carecem de aplicação pelo Poder Público. Tendo em vista a escassez de atuação da administração pública e com o intuito de tentar coibir a degradação e promover a proteção do patrimônio cultural, o Ministério Público de Santa Catarina vem atuando através de Inquéritos Civis, Termos de Ajustamento de Conduta e Ações Civis Públicas.

Como visto, os instrumentos para garantir a proteção do patrimônio são muitos e se este não está devidamente conservado não é por falta de normas jurídicas que o amparem. Não é apenas a atuação positiva por parte daqueles que detém o poder de proteger os interesses da coletividade que será a solução para a problemática abordada.

Infelizmente a consciência e a cultura da sociedade em nosso país não valoriza a inestimável riqueza cultural nacional, fazendo com que muitos exemplares da nossa história se percam no curso do tempo.

Verifica-se que o instituto do tombamento não alcança, em grande parte dos casos, seu principal objetivo. Assim, necessário se faz que o Poder Público, através de todas suas esferas – Legislativa, Executiva e Judiciária – e instrumentos legais disponíveis, atue de forma mais contundente e eficaz para que o legado da desta sociedade possa ser usufruído pelas gerações futuras.

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