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A alimentação e a atividade física

3. Quadro conceptual

3.1. A alimentação e a atividade física

“ Definir o conceito de vida saudável não é uma tarefa fácil. Em linhas gerais, especialistas de diversas áreas do conhecimento científico concordam que para se alcançar este ideal de saúde é preciso combinar alimentação equilibrada com atividade física frequente”, (Barros, 2008, p.7).

Relativamente a estes dois últimos conceitos, procuram-se os seus significados, uma vez ser fundamental para este estudo definir, com exatidão, o que cada um simboliza. Foi possível constatar que, “ (…) a alimentação consiste em obter do ambiente uma série de produtos, naturais ou transformados, que conhecemos pelo nome de alimentos, que contêm substâncias químicas denominadas nutrimentos. A alimentação é, assim, um processo de selecção de alimentos, fruto das preferências, das disponibilidades e da aprendizagem de cada indivíduo, processo esse que lhe permite escolher e distribuir as refeições ao longo do dia, de acordo com os seus hábitos e condições pessoais. Trata-se de um processo voluntário, determinado por factores cognitivos, socio-económicos, emocionais, psicológicos, afectivos e culturais” (Nunes & Breda, s/d, p.14).

Segundo Mozziconacci (1975), os programas mundiais de alimentação, nomeadamente da Organização de Alimentos e Agricultura da ONU (FAO) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), dão prioridade a cuidados alimentares com mulheres grávidas e a amamentar, crianças e adolescentes. Essa preocupação justifica-se porque a carência de alimentos durante a formação e desenvolvimento de novos seres

nunca mais poderá vir a ser completamente compensada, seja com medicação, seja com acesso tardio a uma alimentação correta.

A atividade física está consignada nos seus princípios, no Decreto Lei nº 5/2007, de 16 de Janeiro. No fundo, a actividade física não é mais do que um padrão de comportamento que influencia, de forma marcada e inequívoca, modos de estar e estilos de vida. É, de facto, um marcador que especifica a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida. Segundo as “Políticas Recomendadas para a Promoção da Saúde e do Bem-Estar” (DCRP, 2009, p. 7), a atividade física é definida como “(…) qualquer movimento associado à contracção muscular que faz aumentar o dispêndio de energia acima dos níveis de repouso… O corpo humano foi concebido para se movimentar e como tal necessita de actividade física regular com vista ao seu funcionamento óptimo e de forma a evitar doenças”. Também, Armstrong Welsman (1997), salientam a sua importância: “ (…) a prática da actividade física contribui para o desenvolvimento da cultura corporal saudável e desempenha um papel decisivo na educação integral do ser humano”. É importante aumentar a participação de crianças e adolescentes em programas regulares de actividade física que possibilitem vivências positivas durante a juventude, de forma a estabelecer a prática de actividade física como um hábito de vida. Sallis e Owen (1999), consideram também que a actividade física pode melhorar a saúde psicológica dos jovens em geral, através da influência de variáveis como: o humor, a percepção de stress, a auto-estima, o auto-conceito, a hostilidade e o funcionamento.

Visto ser efetuado um estudo às mães dos alunos do 2.º CEB sobre a sua prática alimentar e os seus níveis de atividade física, durante a gravidez, poderemos reforçar a ideia de que “ Tal como qualquer

numerosos elementos complementares que lhe permitirão estar em forma e de boa saúde”, “ A prática ligeira e regular de uma actividade física pode trazer benefícios ao longo destes nove meses; melhora frequentemente a forma como a futura mãe se sente em relação ao seu corpo em transformação”, (Fricker, Dartois Fraysseix, 2001, p. 45). Ainda, segundo este mesmo autor, poderemos salientar os benefícios potenciais que advêm de uma prática regular de atividade física durante a gravidez: “Melhoria de forma geral, redução da tensão, prevenção contra um aumento de peso excessivo, promoção de uma boa postura, prevenção contra as dores ósseas, prevenção contra a diabetes da gravidez, melhoramento da imagem corporal, recuperação mais rápida após o parto”. Dá-se destaque, ainda, ao papel da água: “A água é necessária para o funcionamento de cada órgão do nosso organismo. Como meio de transporte, auxilia a digestão, absorção e excreção, e é essencial para regular a temperatura do corpo humano (…) Com água na dose certa, tudo passa a funcionar melhor”, (Barros, 2008, p. 22).

Relativamente à criança, “Reconhece-se, hoje, que uma alimentação saudável durante a infância é duplamente benéfica, pois, por um lado, facilita o desenvolvimento intelectual e o crescimento adequado para a idade e, por outro, previne uma série de patologias relacionadas com uma alimentação incorrecta e desequilibrada, como a anemia, obesidade, desnutrição, cáries dentárias, atraso de crescimento, entre outras” (Rego et al., 2004, p.1).

“Para uma alimentação saudável há que escolher alimentos seguros, do ponto de vista da sua qualidade e higiene, e diversificados, por forma a satisfazer todas as necessidades de nutrimentos essenciais. A variedade na alimentação é a principal forma de garantir a satisfação de todas as necessidades do organismo em nutrimentos e de evitar o excesso

de ingestão de eventuais substâncias com riscos para a saúde, por vezes presentes em alguns alimentos,” (Nunes e Breda, s/d, p.15). Continuando, também é necessário garantir a manutenção da proporcionalidade entre os diferentes grupos de alimentos que os setores realçam. Assim as necessidades nutricionais ao longo da vida podem ser colmatadas.

Como forma de conclusão deste item, refiro não ser só a família que deve ter um papel vital na alimentação e na educação alimentar das crianças, orientando desde logo os seus hábitos e práticas alimentares, bem como a escola onde a criança está inserida pois, segundo Nunes e Breda (s/d, p.8), “ (…) para além da família, a escola e, em especial, o jardim-de-infância assumem uma particular importância, na medida em que podem oferecer um contexto de aprendizagem formal sobre esta e outras matérias complementando o papel familiar”.

3.2. Alguns estudos sobre alimentação e atividade física