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População escolar, intervenientes e intencionalidades educativas

2. Caraterização do contexto de intervenção

2.3. A Turma e Organização do Trabalho Pedagógico

2.3.1. População escolar, intervenientes e intencionalidades educativas

A turma do 4.º ano com a qual estagiei é constituída por 13 alunos/as (5 rapazes e 8 raparigas), com idades compreendidas entre os nove e os dez anos de idade.

É uma turma repleta de crianças alegres, dinâmicas e bastante comunicativas. A turma, na sua globalidade, tem um bom comportamento e respeita as regras de comportamento definidas. Apresentou, igualmente, bons níveis de assiduidade, estando a maior parte das faltas justificadas. Quanto ao nível social e cultural dos alunos, este revelou-se homogéneo, pois moram relativamente perto uns dos outros frequentando os mesmos espaços e vivências.

Segundo a professora cooperante, a turma é, na sua generalidade, heterogénea ao nível dos ritmos de aprendizagem, com quatro crianças, três delas com NEE cujos casos importa referir. O aluno 1 não é um aluno incluído nas NEE, no entanto, tem vindo a manifestar, gradualmente, uma regressão no seu processo de aprendizagem, nomeadamente ao nível da escrita, devido à sua falta de concentração/atenção, sendo que atualmente lhe está a ser aplicado o PAAP (Programa de Atividades de Aperfeiçoamento Pedagógico) com

vista a recuperar nas várias áreas; o aluno 2 abrangendo as NEE, apresenta graves dificuldades na atividade e participação, nos vários domínios de vida - processos de aquisição de competências, autonomia pessoal e social, comunicação, linguagem e mobilidade, resultante de limitações graves ao nível das funções mentais, visuais e motoras (multideficiência). De forma a adequar o processo de ensino e de aprendizagem ao aluno 2, respeitando as suas características específicas e otimizando as suas potencialidades, este beneficia das seguintes medidas de apoio, constantes do Decreto-Lei nº 3/2008, de 7 de janeiro:

- Art. 21º – Currículo Específico Individual- Alterações muito significativas no currículo comum - eliminação de objectivos e conteúdos; introdução de objectivos e conteúdos específicos (promoção de competências sociais e de autonomia pessoal, desenvolvimento de capacidades motoras fina/grossa, de discriminação e percepção visual, desenvolvimento cognitivo) e actividades de cariz funcional.

- Art. 22º – Tecnologias de Apoio - Recurso a software educativo adequado às características do aluno; material audiovisual, material didáctico específico (jogos e livros) e outro adaptado.

O aluno 3 foi também abrangido pelas NEE. Revelou um desenvolvimento cognitivo global ligeiramente acima da média prevista para a sua idade cronológica. Verificaram-se, no entanto, deficiências graves do ponto de vista emocional, de relacionamento interpessoal e de funções mentais específicas (sobretudo nos processos de concentração e de pensamento), as quais decorrem da sintomatologia do seu quadro clínico psicopatológico (Perturbação do Espectro do Autismo) e comprometem seriamente o domínio das atividades e da participação. O aluno revelou limitações graves nos domínios diretamente relacionados

comportamento e das atividades diárias. Apresentou, ainda, limitações ligeiras ao nível da comunicação. Trata-se de um aluno com Necessidades Educativas Especiais de carácter permanente do foro emocional. Beneficia das seguintes medidas consignadas no Decreto-Lei nº3/2008, de 7 de Janeiro:

-Art.º17 - Apoio pedagógico personalizado - implementação e reforço de estratégias, ao nível da organização e das atividades, pela professora titular de turma em articulação com a professora de Educação Especial e com o Psicólogo, de forma a melhorar o comportamento do aluno (estruturação do comportamento e melhorar a atenção e concentração). Apoio por parte do professor de Educação Especial, dirigido essencialmente ao reforço e desenvolvimento de competências específicas em articulação com a professora da turma;

- Art.º20º- Adequações no processo de avaliação - Supervisão para manutenção da atenção, realizar a prova em dois momentos distintos ou permitir mais tempo para a realização das provas, se necessário.

Por fim, o aluno 4 apresenta limitações acentuadas ao nível da atividade e participação, em vários domínios da vida, decorrente de alterações/problemas a nível das funções mentais globais, específicas e neuro músculo-esqueléticas, de caráter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da aprendizagem, da mobilidade e da autonomia.

Visando criar as condições promotoras do sucesso educativo e pessoal do aluno, este beneficia das seguintes medidas consignadas no Decreto – Lei 3/2008 de 7 de Janeiro de 2008:

- Art. 17º – Apoio pedagógico personalizado - apoio prestado por docente de Educação Especial, que de acordo com a funcionalidade do

aluno irá desenvolver atividades e estratégias que permitam adquirir e reforçar competências específicas.

- Art. 18º – Adequações curriculares individuais - As Adequações Curriculares Individuais têm, como padrão, o currículo comum e consistem na introdução de objetivos e conteúdos intermédios nas áreas de Língua Portuguesa, Matemática e Estudo do Meio, em função das competências terminais de ciclo, das características do aluno e das suas dificuldades específicas.

- Art. 20º – Adequações no processo de avaliação - Adequações ao nível da alteração do tipo de prova; dos instrumentos de avaliação a utilizar; da duração da prova e do local da realização das provas.

- Art. 22º – Tecnologias de apoio - Poderá utilizar o computador, sofware educativo específico para a aprendizagem da leitura, escrita e matemática, jogos didácticos e outros materiais de suporte para concretizar e consolidar determinados conteúdos, consultar livros da biblioteca e usufruir de adaptações em alguns instrumentos de trabalho (fichas de trabalho e de avaliação).

Estes alunos são avaliados na modalidade formativa de carácter contínuo e sistemático. Por fim, resta salientar a importância do Plano Curricular de Turma (PCT), pois é concebido para corresponder às suas especificidades e deverá permitir um nível de articulação que só as situações reais tornam possível concretizar. Este documento é adequado ao grupo concreto dos/as alunos/as da turma e tem como referenciais as intencionalidades educativas partilhadas pelo agrupamento de escolas e, traduzidas, no PEA e PCA. Pretende assim, otimizar a qualidade das aprendizagens de cada aluno, orientando a sua formação integral - saber ser, saber estar, saber agir, saber pensar e saber aprender.

2.3.2. Organização das experiências educativas na sala de