• Nenhum resultado encontrado

A articulação entre autoridades 41!

Capítulo 3 – A Linha de Cascais 33!

3.6. A articulação entre autoridades 41!

De seguida analisar-se-ão o trabalho realizado pelas autoridades visando os aspectos da coordenação e cooperação entre as autoridades competentes, bem como a actualidade do modelo de policiamento de proximidade nas zonas balneares da linha de Cascais, suas vicissitudes e dificuldades de aplicação.

Na opinião do Subintendente Miguel Coelho, a coordenação com as diversas forças, PSP, Polícia Marítima e Polícia Municipal é muito boa, o que permite gerir os meios de uma forma bastante rentável (Anexo 3: Q4). No mesmo sentido aponta o Comissário Ribeiro, atribuindo o sucesso à reunião prévia que é realizada no Departamento de Polícia Municipal e Protecção Civil da Câmara Municipal de Oeiras (Anexo 2: Q4). O mesmo entrevistado refere que “a reunião prévia que é realizada serve para conjugar

42 esforços” (Anexo 2: Q4). O Subintendente Filipe Palhau qualifica como excelente a cooperação entre os vários actores da segurança do concelho de Oeiras (Anexo 6: Q4). Neste sentido, afirma que a prevenção que tem sido feita é preponderante para garantir a segurança nas zonas balneares, apontando a excelente cooperação entres organismos como sendo a justificação para que pelo segundo ano consecutivo Oeiras tenha sido considerado o concelho mais seguro da zona metropolitana de Lisboa (Anexo 6: Q4).

Em sentido oposto, o Subintendente Domingos Antunes refere que não está nada satisfeito com a colaboração e coordenação entre as forças vivas em matéria de segurança do concelho de Cascais (Anexo 4: Q4). Nas suas palavras, “era possível dar um passo mais ambicioso e que se conseguisse reflectir em termos de qualidade do serviço público e em termos de segurança” (Anexo 4: Q4). À semelhança do concelho de Oeiras, em Cascais também é realizada uma reunião preparatória no sentido de responder às necessidades especiais em matéria de segurança da época balnear (Anexo 4: Q4). Inclusivamente, existe uma contrato local de segurança informal entre as diversas polícias, no sentido de definir períodos e zonas de policiamento (Anexo 4: Q4). Todavia, na opinião deste entrevistado a coordenação entre forças não funciona da melhor forma (Anexo 4: Q4). O Subintendente Antunes esclarece que “como não existe nenhuma lei e as pessoas entendem que devem fazer aquilo que a sua consciência lhe dita” (Anexo 4: Q4), a coordenação torna-se deficiente.

Ao longo desta análise tem-se vindo a falar da cooperação entre forças policiais; no entanto, há um ponto importante a salientar, que, apesar de ter sido esclarecido inicialmente, o Subintendente Rafael Marques fez questão de vincar: é que “as zonas balneares [entendidas como as praias marítimas] não são da responsabilidade da PSP, são da responsabilidade da Polícia Marítima” (Anexo 7: Q4). Por outro lado, o mesmo entrevistado refere que “os verões aguentam-se sempre em termos de ordem pública à conta da PSP, não é à conta da Polícia Marítima e muito menos da Polícia Municipal” (Anexo 7: Q4), o que demonstra a importância que a PSP tem numa área cuja jurisdição não lhe compete. Neste sentido, o Subintendente Rafael Marques dá nota de que tem de haver uma coordenação eficaz e eficiente com o intuito de rentabilizar e optimizar meios e recursos, que são sempre escassos (Anexo 7: Q4).

O Subchefe Grilo refere que a melhor coordenação entre as forças – a qual tem contribuído para uma melhor rentabilização de meios – tem igualmente propiciado um aumento da segurança nas zonas balneares (Anexo 5: Q1). Refere ainda que as bases do

43 sistema estão montadas, necessitando apenas de algum aperfeiçoamento e acréscimo de meios, designadamente, humanos, no caso da Polícia Marítima (Anexo 5: Q5).

No que concerne ao modelo de policiamento de proximidade, o Subchefe Grilo afirma que, em bom rigor, já há muito que a Polícia Marítima trabalha com base no policiamento de proximidade (Anexo 5: Q4). Considera que os elos de ligação com as pessoas residentes na suas áreas de jurisdição, nomeadamente pescadores e comerciantes, são importante para compreender o estado da segurança, bem como para dar uma resposta eficaz aos problemas que assolam estas zonas (Anexo 5: Q4).

No seguimento da análise da aplicação do modelo de policiamento de proximidade, o Subintendente Filipe Palhau considera que este modelo não tem grande relevância nas zonas balneares, pois destina-se primordialmente às zonas residenciais e comerciais (Anexo 6: Q4). Considera que o que é verdadeiramente importante é uma boa coordenação entre as várias forças. Ainda que a questão das parcerias seja importante e, como tal, estas façam parte das bases do modelo, considera que o facto de a população ser flutuante não se coaduna com o modelo, pois os problemas que surgem são, na sua maioria, momentâneos, não perdurando no tempo (Anexo 6: Q4).

Na mesma linha de pensamento, o Comandante da Divisão Policial de Cascais refere que os elementos do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade são direccionados para as zonas balneares, mas com o propósito de prestarem reforço num sentido de policiamento de visibilidade (Anexo 7: Q4). Visibilidade distingue-se de proximidade; ora, o policiamento de visibilidade é o evidenciado pelos comandantes das Divisões Policiais da Linha de Cascais (Anexo 3; Anexo 7).

O Director do Departamento de Polícia Municipal de Cascais refere que, por questões geográficas e físicas, as zonas balneares necessitam de outra adaptação, ou seja, exigem outros meios que diferem do patrulhamento normal (Anexo 4: Q4). Afirma ainda que, para responder as estas necessidades especiais em função do meio, a Polícia Municipal de Cascais dispõe de segways e de moto4, ambicionando uma melhor resposta às solicitações de segurança nestas áreas (Anexo 4: Q4). Neste seguimento, o Subintendente Antunes refere que a Polícia Municipal de Cascais actua de acordo com o policiamento de proximidade. Na sua opinião, “o policiamento tem de assentar numa relação de grande convivência entre todos os parceiros que actuam na praia” (Anexo 4: Q4). Assim, diz que, para além das polícias, devem obrigatoriamente ser envolvidos na segurança os concessionários, a sociedade civil e os nadadores salvadores (Anexo 4: Q4).

44

Documentos relacionados