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A atuação superior do Cristo

No documento O Evangelho segundo João (páginas 86-96)

Entre os fatos ocorridos na Palestina no início de nossa era, houve um acontecimento especial que repetidas vezes mencionamos e denominamos o batismo de Jesus de Nazaré por João. Também ressaltamos que, com relação a esse batismo joanino, os quatro Evangelhos concordam em todos os aspectos essenciais. Hoje se tratará, inicialmente, de apresentar mais uma vez diante da alma esse batismo por João de um certo ponto de vista.

Pela maneira como o batismo por João aparece nos Evangelhos, já pudemos verificar que esse acontecimento, bastante esclarecedor também na Crônica do Akasha, é indicado da forma mais importante; trata-se daquele acontecimento que caracterizamos dizendo que, por volta do trigésimo ano da vida de Jesus de Nazaré, em seus três envoltórios penetrou a entidade divina denominada Cristo.

Temos, portanto — e isto é um resultado da observação no Akasha — de distinguir duas partes na vida do fundador do cristianismo. Inicialmente devemos ver a vida do grande iniciado que descrevemos como Jesus de Nazaré. Nele vive um eu do qual dissemos que passou por muitas encarnações, tendo vivido repetidamente na Terra e, nessas vidas, ascendido cada vez mais, desenvolvendo-se gradualmente para a capacidade do grande sacrifício. Esse sacrifício consistiu no fato de, por volta do trigési-mo ano, o eu de Jesus de Nazaré ter podido abandonar os corpos físico, etérico e astral até então refinados, purificados e enobrecidos por ele, de forma que um tríplice envoltório humano composto desses corpos lá ficou — o melhor e mais puro envoltório humano. Durante o batismo por João esses envoltórios receberam — quando, por seu lado, o eu de Jesus de Nazaré os deixou — aquela entidade que anteriormente não se encontrava na Terra, e da qual não podemos dizer que haja passado por encarnações precedentes. A entidade crística é aquela da qual dissemos que antes só podia ser encontrada no Universo exterior à Terra. Só nesse instante do batismo por João essa individualidade se uniu, para os três anos seguintes, a um corpo humano e caminhou sobre a Terra, para nesse período realizar o que aqui pretendemos caracterizar progressivamente.

O que acabo de dizer é resultado da observação clarividente. Os evangelistas revestem este fato descrevendo-o como o batismo por João. Com isto querem dizer que enquanto aos diversos homens que experimentavam o batismo joanino ocorria este ou aquele fato, com Jesus de Nazaré ocorreu que em seus três envoltórios penetrou o Cristo. E já na primeira conferência eu lhes disse que o Cristo é a mesma entidade da qual se diz no Velho Testamento: “E o Espírito de Deus pairava” — ou ‘cismava’ — “sobre as águas”. Esse mesmo Espírito, portanto o Espírito Divino do nosso sistema solar, dirigiu-se ao triplo envoltório de Jesus de Nazaré.

O que então aconteceu será esclarecido agora. E peço-lhes estarem cientes de antemão que é difícil compreender o que realmente ocorreu durante o batismo de João, por tratar-se do maior acontecimento da evolução terrestre. E quem não acreditaria que os pequenos acontecimentos da evolução terrestre são mais fáceis de compreender que os maiores? Quem não acreditaria que a compreensão dos maiores acontecimentos da evolução terrestre também oferece mais dificuldades? Por isso eu lhes direi agora muitas palavras que, em muitos aspectos, poderão chocar os que ainda estão despreparados.

Mas também cada qual deles deveria pensar que a alma humana se encontra na Terra a fim de tornar-se cada vez mais perfeita, também com relação ao conhecimento, e o que de início parece chocante deve mostrar-se perfeitamente compreensível no decorrer do

tempo; pois do contrário deveríamos desesperar da possibilidade evolutiva da alma humana. Assim, podemos dizer-nos a cada dia: por mais que eu já tenha aprendido, minha alma poderá ser sempre aperfeiçoada, vindo a compreender cada vez melhor o assunto.

Temos, pois, um tríplice envoltório humano diante de nós — os corpos físico, etérico e astral, aos quais se dirige o Cristo. Isto é indicado pelas palavras que ressoam do Universo: “Este é o meu Filho preenchido por meu Amor, no qual Eu Mesmo me manifes-to!” Pois é assim que as palavras devem ser traduzidas. Que no triplo envoltório de Jesus de Nazaré deviam ocorrer imensas transformações com a entrada de Deus nele, é algo inimaginável. Ora, os Senhores também já acharão compreensível que nas antigas iniciações hajam ocorrido grandes transformações no que respeita ao homem total.

Eu já lhes descrevi como era o último ato da antiga iniciação: após haver sido longamente preparado mediante aprendizado e exercícios, o discípulo iniciado nos mistérios divinos era levado por três dias e meio a um estado similar à morte, de forma que seu corpo etérico ficasse separado do corpo físico nesse período; então podiam exprimir-se no corpo etérico os frutos dos exercícios recebidos pelo corpo astral. Isto quer dizer que o iniciado ascende de ‘purificado’, como se diz, para ‘iluminado’, aquele que vê no mundo espiritual. Mas já em tempos antigos ele possuía — justamente quando tais iniciações ainda eram possíveis — um certo poder sobre toda a sua corporalidade.

Regressando agora ao corpo físico, ele o dominava de forma imponente no que respeita a certos elementos mais sutis. Mas talvez os Senhores pudessem levantar aqui a seguinte questão: se alguém se aproximasse de tal iniciado, que havia alcançado um domínio muito especial sobre os diversos envoltórios, e mesmo sobre seu corpo físico, será que o notaria, veria isso nele? Sim, via-o quem tivesse adquirido a capacidade para tal visão. A outro ele parecia, via de regra, um homem normal, simples, e nada se notava de especial nele. Por que isto? Ora, simplesmente pelo fato de o corpo físico, tal qual é visto pelos olhos físicos, ser apenas uma expressão exterior para o que está atrás; e as transformações se relacionam com o espiritual situado por detrás do corpo físico.

Ora, todos os antigos iniciados haviam sido conduzidos, pelos procedimentos especiais realizados com eles, a um certo grau de domínio sobre o corpo físico. Havia apenas uma coisa que não pôde ser subjugada ao domínio do espírito do homem por qualquer iniciação. Atingimos aqui, de certa forma, a orla de um grande segredo ou mistério. Havia na natureza humana uma coisa à qual chegava o poder de uma iniciação pré-cristã: os sutis processos físico-químicos no sistema ósseo. Por mais estranho que isto lhes pareça, era o que ocorria.

Jamais houvera dentro da evolução terrestre, até o batismo do Cristo Jesus por João — entre iniciados e não-iniciados —, uma individualidade humana com poder sobre os processos físico-químicos do sistema ósseo. Pela introdução do Cristo no corpo de Jesus de Nazaré, a individualidade do Cristo tornou-se regente até do sistema ósseo. E isto teve por conseqüência o fato de ter vivido na Terra um corpo capaz de dominar suas forças a ponto de poder incorporar na evolução terrestre a forma do sistema ósseo, a forma espiritual desse sistema. Nada haveria restado do que o homem percorre na evolução terrestre se ele não pudesse incorporar nessa evolução a nobre forma do seu sistema ósseo, se ele não se tornasse pouco a pouco senhor das leis desse sistema.

A isto se liga algo — tal como, tão freqüentemente, antigas tradições se relacionam com o oculto — que os Senhores podem verificar de uma antiga superstição popular:

certos círculos representam a morte com a imagem do esqueleto. É a forma para o fato de que, quando a Terra se encontrava no início da evolução, todas as leis relativas aos restantes sistemas do organismo humano estavam tão avançadas que no final da evolução terrestre estariam novamente presentes numa forma superior, transformadas. Mas nada

da evolução terrestre teria sido transmitido ao futuro sem a transmissão da forma do sistema ósseo. A forma do esqueleto vence a morte no sentido físico. Por isso quem quisesse vencer a morte na Terra deveria ter domínio sobre o sistema ósseo, e realmente da mesma maneira como eu lhes indiquei esse domínio sobre certas peculiaridades corporais, mesmo no que respeita a capacidades mínimas. O homem tem domínio sobre seu sistema circulatório apenas em pequena escala. No sentimento de vergonha, por exemplo, ele impele seu sangue de dentro para fora, isto é, a alma atua na circulação sangüínea. No susto, quando empalidece, o homem impele o sangue para seu centro, de volta para o interior. Quando o homem sente tristeza, saem-lhe as lágrimas. Todos estes são certos domínios da alma sobre o corporal. Muito mais domínio sobre o elemento corpóreo recebe quem, em certo grau, é iniciado: ele recebe a possibilidade de dominar, de certa maneira, os movimentos das partes de seu cérebro, e assim por diante.

Portanto, aquela entidade humana que constituía o envoltório de Jesus de Nazaré passou ao domínio do Cristo. E o arbítrio do Cristo, sua livre vontade, penetrou com seu domínio até no sistema ósseo, de forma a poder atuar aí pela primeira vez. O significado desse fato se explica da seguinte maneira: — O homem não conquistou, em encarnações anteriores do nosso planeta, a forma que possui hoje em seu sistema ósseo. Porém ele a perderia caso não houvesse advindo aquele poder espiritual que denominamos o Cristo. O homem nada levaria para o futuro como colheita e fruto da Terra caso não houvesse surgido aquele domínio do Cristo sobre o sistema ósseo. — Era, pois, algo de um imenso poder o que no momento do batismo por João penetrou até na medula óssea do tríplice envoltório de Jesus de Nazaré. Devemos retratar esse momento diante da alma, pois foi único.

Quando ocorre um nascimento comum, aquilo que provém das encarnações anteriores do homem une-se ao que ele alcança pela hereditariedade. Une-se a individualidade humana, existente em vidas anteriores, ao que ele recebe como envoltório etérico-carnal. Portanto, algo que provém do mundo espiritual une-se ao físico-sensível. Os ouvintes assíduos de minhas palestras sabem que, no referente à manifestação exterior no mundo espiritual, tão logo o adentramos tudo se mostra em imagem reflexa, invertida. Quando, pois, alguém se torna clarividente por métodos ra-cionais, ao se lhe abrir a visão para o mundo espiritual ele deve aprender primeiro a situar-se nesse mundo, dado que aí tudo parece invertido. Ao se lhe defrontar um número, por exemplo o número 345, ele não deve lê-lo como no mundo físico — portanto não 345, mas 543, ou seja, ao contrário. Devemos assim aprender, de certa forma, a observar tudo na inversão — não só números, mas também todo o resto.

A quem abriu os olhos espirituais, o evento de o Cristo se haver unido ao envoltório exterior de Jesus de Nazaré se mostra, em sua manifestação exterior, também numa aparição invertida. Enquanto numa incorporação física um elemento espiritual desce dos mundos superiores e une-se ao elemento físico, o que neste caso foi sacrificado para o recebimento do Espírito Crístico aparece sobre a cabeça de Jesus de Nazaré sob forma de pomba branca. Um elemento espiritual aparece tal qual se desprende do físico! Essa é realmente uma observação clarividente. E é bem pouco correto dizer que isto tenha um sentido simplesmente alegórico ou simbólico. É um fato espiritual real, que para a capacidade clarividente existe verdadeiramente no plano astral. Assim, tal como um nascimento físico se caracteriza por atrair um elemento espiritual, esse nascimento era um sacrifício, uma entrega. Com isso se dava a possibilidade de o Espírito que ‘pairava sobre as águas’, no início de nossa evolução terrestre, unir-se ao triplo envoltório de Jesus de Nazaré, revigorando-o e incandescendo-o conforme foi descrito.

Agora os Senhores compreenderão que, no momento deste episódio, não só teve participação o pequeno espaço onde se desenrolou o batismo por João. Seria uma curta

visão dos homens acreditar que algo ocorrido a qualquer entidade se confinasse aos limites vistos pelos olhos. Esta é a forte ilusão a que os homens podem entregar-se ao confiar apenas em seus sentidos exteriores. Onde, pois, está o limite humano para os sentidos exteriores? Falando superficialmente, veríamos esse limite em nossa pele. Aí termina o homem em todas as direções. Alguém poderia mesmo dizer: “Se eu cortar teu nariz, que te pertence, não serás mais um homem completo; nisto reconheço que tudo faz parte de tua entidade.” Mas esta é mesmo uma observação muito bitolada.

Limitando-se à observação física, ninguém procura mais o que pertence ao ser humano uns poucos decímetros adiante de sua pele. Mas considerem que a cada lufada de respiração os Senhores aspiram ar de toda a atmosfera à sua volta. Se alguém lhes cortar o nariz, os Senhores não serão mais homens completos; mas se lhes suprimirem o ar, tampouco o serão! É apenas uma visão arbitrária representar o homem limitado à sua pele. Ao homem pertence tudo o que está ao seu redor, mesmo no sentido físico. Assim sendo, quando algo sucede a um homem num determinado lugar, não só o local ocupado pelo corpo humano participa do fato. Se os Senhores tentassem infestar o ar à distância de uma milha ao redor de um homem, de forma tão intensa que os vapores se estendessem até ele, logo perceberiam que todo o espaço no círculo de uma milha teria participado dos processos vitais desse homem. E toda a Terra participa de cada processo vital. Se já é o caso no processo vital físico, não lhes parecerá inconcebível que num acontecimento como o batismo de João o mundo espiritual participasse no mais amplo círculo, e que muita, muita coisa haja ocorrido para que isso pudesse suceder.

Se viciarmos o ar por uma milha em volta de um homem, de forma que seus processos vitais sejam influenciados por isso, e colocarmos um outro homem em sua proximidade, este último também sofrerá um efeito. Talvez este efeito seja diferente conforme esse outro esteja mais perto ou mais longe da área contida nessa milha. Se, por exemplo, ele estiver longe, esse efeito será também mais fraco, mas ainda assim será exercido um efeito. Por isso os Senhores não acharão mais estranho se hoje for questionado se não há ainda outros efeitos ligados ao batismo de João. E aqui tocamos a orla de outro profundo mistério, do qual só se pode falar hoje com timidez e veneração.

É que apenas pouco a pouco a humanidade se tornará preparada para compreender tais coisas.

No mesmo momento em que o Espírito do Cristo penetrou no corpo de Jesus de Nazaré, processando-se uma transformação, tal como descrevemos, exerceu-se também um efeito sobre a mãe de Jesus de Nazaré. E esse efeito consiste em que, nesse momento do batismo por João, ela recebeu de volta sua virgindade, isto é, em seu organismo íntimo se tornou tal como é o organismo feminino antes da maturação virginal. No nascimento do Cristo, a mãe de Jesus de Nazaré tornou-se virgem.

Eis os dois significativos fatos, aqueles grandes e poderosos efeitos que o escritor do Evangelho de João nos indica, embora veladamente. Mas sendo capazes de ler corretamente o Evangelho de João encontramos, de certa forma, tudo isso lá. Para reconhecê-lo, devemos referir-nos novamente a vários pontos aos quais já aludimos ontem sob diversos aspectos.

Dissemos que em tempos antigos os homens viviam sob a influência do ‘casamento próximo’. Isto significa que o casamento se realizava dentro da consangüinidade, dentro da mesma estirpe. Só com o avanço do tempo é que se principiou a casar fora da tribo, com outro sangue tribal. Quanto mais recuarmos nas épocas mais antigas, mais encontraremos os homens sob a influência dessa consangüinidade. A circunstância de o sangue tribal fluir nas veias dos homens possibilitava, nos antigos tempos, aquelas forças mágicas intensificadas. Um homem que vivesse nessa época e pudesse olhar longamente para sua linhagem de antepassados, sempre apenas dentro da consangüinidade, possuía

em seu sangue mágicas forças atuando de forma a possibilitar efeitos de uma alma para outra, como lhes foi descrito ontem. Antigamente, as pessoas mais simples sabiam disto.

Ora, seria absolutamente errôneo concluir daí que, se hoje fossem contraídas núpcias consangüíneas, ocorreriam estados similares e forças mágicas viriam a aparecer. Então os Senhores incidiriam no mesmo erro em que cairia o lírio do campo se dissesse: “Não quero mais florescer em maio; de agora em diante florescerei em outubro!” Ele não pode florescer em outubro, pois aí não existem as condições necessárias ao lírio. O mesmo acontece com as forças mágicas. Estas não podem desenvolver-se numa época onde as condições para tal não mais existem. Atualmente elas têm de desenvolver-se de outra maneira. O que foi descrito só é válido para os tempos antigos. Naturalmente, o letrado grosseiramente naturalista não pode compreender que as leis da evolução tenham sido alteradas; ele crê que o que ele experimenta em seu laboratório físico haja ocorrido sempre assim. Isto, porém, é um absurdo, pois as leis se alteram. E as pessoas que extraem suas crenças da mais moderna ciência natural considerariam espantadamente o que ocorreu na Palestina e referido no Evangelho de João como algo peculiar. Mas os que viveram na época de Jesus Cristo quando ainda existiam as tradições vivas dos tempos — e tais coisas faziam parte das possibilidades — não estavam absolutamente admirados.

Por isso pude ontem já indicar que os homens não se admiraram do que ocorreu nas bodas de Cana como milagre. E por que deviam eles admirar-se? Exteriormente foi uma repetição de algo que, conforme sabiam, muitas vezes fora observado. Leiam no Segundo Livro dos Reis, no quarto capítulo, os versículos 42-44:

Mas eis que veio um homem de Baal-Salisa e trouxe ao homem de Deus pão das primícias, vinte pães de cevada e espigas novas em suas vestes. Então ele disse: Dá ao povo, para que coma!

Seu criado retrucou: Como posso dar isto a cem homens? Ele, porém, disse: Dá ao povo, para que coma! Pois assim diz o Senhor: Comerão, e não sobrará!

E ele os pôs à sua frente para que comessem; e ainda sobrou, cumprindo a palavra do Senhor.

Aqui têm os Senhores, relatada no Antigo Testamento para as épocas antigas, a situação da alimentação dos cinco mil homens. Como poderiam admirar-se de tal prodígio aqueles em cujas escrituras constatava que isso não ocorria pela primeira vez? É essencial que compreendamos isto.

O que ocorria, pois, com aquele que era iniciado no antigo sentido? Era-lhe permitido entrar no mundo espiritual, eram-lhe abertos os olhos para as forças espirituais ativas, isto é, ele via por dentro a relação entre o sangue e forças espirituais ativas. Os demais possuíam uma obscura idéia disso. Quem, no entanto, era iniciado via, em sentido ascendente, até o primeiro dos antepassados consangüíneos. Ele podia dizer a si próprio: “Assim corre o sangue pelas gerações, e nele se exprime todo um Eu do Povo, tal como no sangue individual se exprime o eu individual.” Assim via tal iniciado até o início da corrente sangüínea que fluía através das gerações, sentindo-se, juntamente com sua alma, idêntico ao espírito étnico, cuja fisionomia se encontrava no sangue da raça. Quem se sentia uno com o sangue de seu povo era, em certo sentido, iniciado, sendo também senhor de certas forças mágicas no sentido antigo.

Agora devemos considerar ainda outro aspecto. O masculino e o feminino atuam juntos na propagação da humanidade de uma forma que podemos caracterizar sucintamente da seguinte maneira:

Se o elemento feminino tivesse o predomínio, os homens se desenvolveriam de forma a aparecerem repetidamente caracteres idênticos. A criança seria sempre semelhante aos pais, aos avós, etc. Todas as forças que provocam a semelhança dizem

No documento O Evangelho segundo João (páginas 86-96)