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A Avaliação Institucional e a Gestão Universitária

DOCUMENTOS INSTITUCIONAIS NAS IES BRASILEIRAS E A GESTÃO UNIVERSITÁRIA

UNESCO 29 Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura: “Qualidades como a capacidade de comunicar, de trabalhar com os outros,

3.3. SINAES Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior

3.3.6 A Avaliação Institucional e a Gestão Universitária

Ao abordarmos o tema Avaliação Institucional, apoiamo-nos no documento do professor Cláudio Cordeiro Neiva (Neiva:1989) que se refere à avaliação :

[...] como instrumento de apoio ao planejamento e à tomada de decisões, estamos falando de processos sofisticados de análise de dados e interpretação de informações, na maior parte das vezes relacionada não com o presente, mas com relações do tipo passado/futuro das organizações, seus objetivos e finalidade, atividades, padrões de desempenho e qualidade passado/futuro das organizações, seus objetivos e finalidades, atividades, padrões de desempenho e de qualidade. (Neiva 1989:87)

Encontramos, ainda, Masetto (2002), que se referindo ao tema, afirma que:

Para diferenciá-la de imediato da avaliação ‘de mérito pessoal’, os procedimentos orientam-se não para as pessoas, senão para as ‘coisas’: a organização como um todo, seus objetivos, os processos que nela têm curso, as atividades através das quais os processos são conduzidos e determinadas funções administrativas ou acadêmicas se realizam, os ‘produtos’ ou ‘resultados’ que são ou deixam de ser obtidos [...] os padrões de desempenho e de qualidade com que tudo isso se processa dadas certas ‘necessidades’ ou’expectativas’.( Masetto, 2004:22)

Quando nos referimos à avaliação como instrumento de apoio ao planejamento e á tomada de decisões, buscamos apoio em Neiva (1989) que afirma:

que estamos falando de processos sofisticados de análise de dados e de interpretação de informações, na maior parte das vezes relacionados não com o presente, mas como relações do tipo passado/futuro das organizações, seus objetivos e finalidades, atividades, padrões de desempenho e de qualidade. (NEIVA, 1989:87)

Nesse caminhar, ao retomarmos o planejamento e tomada de decisões, estamos nos referindo às atividades inerentes a um gestor universitário, de cujas atribuições falaremos à frente.

Nesse âmbito, não podemos deixar de reforçar que, na implantação do SINAES, a IES passa a ser avaliada levando-se em consideração a sua identidade, que estará expressa em seu PDI e em seu PPI, no que diz respeito aos registros das atividades de ensino, pesquisa, extensão, gestão acadêmica, gestão institucional e avaliação institucional.

Nas atividades citadas, verificamos que o PDI é utilizado em todas elas: seja nas relações de suas características básicas com o contexto social e econômico; seja na articulação com o PPI; seja quando verificamos a coerência entre as ações e práticas realizadas na instituição e a formulação de seus propósitos.

Assim, o PDI e o PPI deverão ser os eixos centrais para avaliação das IES, proporcionado uma adequação de sua individualidade e os resultados esperados, o que representa, na verdade, a melhoria contínua da qualidade do ensino.

Ressaltamos, aqui, a importância do modelo de gestão que será implantado na IES, tendo como eixo direcionador o seu PDI, conforme Vasconcelos (2004), quando afirma que:

a tarefa do gestor universitário abrange diferentes aspectos da gestão educacional, a saber: o administrativo, o acadêmico (que engloba o pedagógico e o científico), o econômico e o da responsabilidade social. (VASCONCELOS, 2004:19-20)

Por parte da IES, poderá existir um modelo que será devidamente definido, levando em consideração sua identidade, necessária à devida integração entre os setores avaliados e os seus resultados analisados e discutidos comparativamente, pois, isoladamente, serão resultados relativos e em nada a ajudarão a alcançar a melhoria de sua qualidade, fruto de um diálogo amplo entre eles, criando-se, assim, uma cultura de avaliação.

A partir das dimensões estabelecidas pelo SINAES44 ganham destaque neste momento cinco delas, exatamente pela possibilidade de contribuir no apoio a uma gestão universitária atual e na construção da cultura de avaliação:

44 MEC – SINAES – Bases para uma nova propsota da Educação Superior Brasileira.

9 A missão e o PDI;

9 perspectiva científica e pedagógica formadora: política, normas e estímulos para o ensino, à pesquisa e a extensão e as respectivas formas de operacionalização, incluídos os procedimentos para estímulo à produção acadêmica, as bolsas de pesquisa, de monitoria e demais modalidades;

9 responsabilidade social: considerada especialmente no que se refere à sua contribuição em relação à inclusão social, ao desenvolvimento econômico e social, à defesa do meio ambiente, da memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural;

9 comunicação com a sociedade; e

9 organização e gestão da Instituição: especialmente o funcionamento e representatividade dos colegiados, sua independência e autonomia na relação com a mantenedora, e a participação dos segmentos da comunidade universitária nos processos decisórios.

Dentro dos critérios da cultura de avaliação, a responsabilidade social da IES vem ganhando cada vez mais destaque. O processo de avaliação agora leva em consideração a sinergia elaborada pelos seus atores e da comunidade do entorno, sugerindo aos corpos discentes e docentes que atuem junto aos setores carentes por meio de seus programas extensionistas.

Para que esses programas ganhem fôlego, a comunicação da IES com a sociedade precisa ser direta e ininterrupta. Os veículos de comunicação devem ultrapassar os portões da universidade. Para tal o corpo discente tem papel importante exatamente por, ao se identificar com a instituição, divulgar suas propostas de melhorias ao bem comum.

Se nas décadas passadas, a avaliação preponderava num espaço da sala de aula, agora deve se deter à estrutura técnico-administrativa que contribui e complementa o funcionamento do aprendizado, tanto no seu interior quanto no seu exterior.

Em observância às dimensões destacadas acima, levando em consideração a estrutura pré-determinada e implementada na IES a partir do PDI e do PPI, torna-se plausível estabelecer métodos e critérios de avaliação. O SINAES indica caminhos a serem percorridos para a consolidação de uma instituição preocupada, com o ensino, a pesquisa e a extensão.

Com isso, constatamos que, ao obter o resultado final do SINAES, a IES terá um quadro avaliativo da real situação do modelo de gestão implantado, permitindo a sua adequação e re-alinhamento necessários, para alcançar os objetivos traçados.

Considerando a importância do modelo de gestão universitária frente aos documentos institucionais e ao SINAES, cabe-nos analisar e refletir, com base, também, nas entrevistas realizadas com os oito reitores, sobre as realidades vivenciadas por diferentes IES na indicação de um modelo de gestão universitária, o que apresentaremos a seguir.

CAPÍTULO IV

A GESTÃO UNIVERSITÁRIA NAS IES: