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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR, DEPARTAMENTO DE POLÍTICA DO ENSINO SUPERIOR, COORDENAÇÃO-GERAL DE

DOCUMENTOS INSTITUCIONAIS NAS IES BRASILEIRAS E A GESTÃO UNIVERSITÁRIA

25 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR, DEPARTAMENTO DE POLÍTICA DO ENSINO SUPERIOR, COORDENAÇÃO-GERAL DE

AVALIAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR, Sistema de Acompanhamento de Processos das Instituições de Ensino Superior – SAPIEnS/MEC: Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI Diretrizes

• Descrição da infra-estrutura física disponível e outros documentos relevantes e complementares ao PDI, que a IES entenda que devam fazer parte do mesmo.

Assim, o PDI trará em seu contexto um Planejamento Estratégico, no qual estarão definidas as metas, as estratégias e os seus respectivos planos de ação, para atingir os objetivos previamente traçados para os próximos anos, o que é confirmando por Bodini26, quando afirma:

o planejamento estratégico é essencial à sobrevivência da universidade, assegurando um mínimo de visão global e ação, a partir da definição adequada das finalidades (objetivos e metas), coerentes com os objetivos e estratégias nacionais e com o cenário internacional. (BODINI:s/data:9)

É pertinente ressaltar que o PDI também representará, quando da sua implantação, por meio da adoção de uma metodologia participativa, um processo sistemático de acompanhamento e avaliação, tornando-o um importante instrumento de gestão para a IES, como afirma Segenreich (2002).

Nas palavras da autora citada, ressaltamos:

O que importa registrar, agora, é que o fato da construção do PDI ter-se orientado por um levantamento da legislação vigente não significou uma aceitação acrítica desta proposta, muito pelo contrário. A percepção do desvio de rota do PDI, ao ser transformado em guarda-chuva de um pacote de credenciamento, serviu como alerta para alguns princípios que deveriam ser preservados para manter o PDI como real possibilidade de construção de um referente para avaliação institucional, nos moldes de uma avaliação externa. (SEGENREICH,2002:149-165)

Permitirá assim, que a organização, na otimização dos meios para a consecução de suas finalidades, conte com a participação da comunidade acadêmica e da sociedade na decisão da alocação correta de seus recursos.

Ao definir o método, a comunidade envolvida na sua execução fará previsões das suas necessidades, antecipando, assim, as possíveis soluções, o que permite, por parte da organização, a realização da sua missão. Preocupada, a organização também estará a refletir sobre as mudanças, sejam elas externas ou internas, que

interferirão no cenário em questão, evitando, que o PDI se transforme em um instrumento engessado, quando da determinação das estratégias a serem utilizadas. A importância da confecção, pela IES, de seu PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional, passa a ser o objetivo maior de sua trajetória no cenário educacional, apontando para o modelo de gestão universitária, que estará implantado.

3.1.3. A importância do PDI na gestão universitária

A sobrevivência das instituições de ensino superior acontecerá mediante trocas com o ambiente, o que fortalece a sua imagem num mercado de constantes, rápidas e ágeis mudanças, significando entre outras, a adequação de seus documentos institucionais às necessidades internas e externas.

Para Fávero (1989), a universidade necessita reformular seu projeto institucional, que deverá apresentar um caráter real e concreto27, demonstrando, assim, o importante papel do PDI da IES no processo avaliativo.

Marcovith (2001:13)) afirma que: “na gestão de qualquer organização é muito importante uma correta visão das estruturas e dos fluxos”.

Em meio a isso, é preciso também, pensar numa relação entre a gestão e os documentos citados, procurando evidenciar que a gestão só tem sentido quando referida a um projeto, conforme SILVA (1997).

A autora afirma que só há evidência do papel do gestor como articulador do projeto, quando a gestão está a este referida, quando se percebe a necessidade da sua construção de forma coletiva, formalizando os caminhos adequados de intervenção eficiente na formação profissional.

Assim, segundo Veiga (2004):

26BODINI, Vera Lúcia. Planejamento Estratégico em Universidades. s/data, página 9 Pesquisado na

Internet em 20/1/2007 no endereço: http://www.members.lycos.co.uk/dablium/artigo.htm

27 Segundo a autora, para que aconteça o apontado depende de três fontes: a primeira delas

consiste em um conjunto de objetivos, finalidades e práticas acerca do papel da instituição em suas atividades de ensino, pesquisa e extensão, que constituem o que se poderia chamar de política institucional; em segundo lugar, a variedade de perspectivas acerca deste mesmo papel, vivenciadas individual e coletivamente por diversos grupos e segmentos, dentro da instituição; e, por fim, mas não menos importante, a interação existente entre a instituição (tanto de sua política institucional quanto das diversas vivências de seus segmentos) com instâncias externas, seja a nível do estado seja a nível da sociedade civil.

a construção de um projeto inovador significa enfrentar, também, os desafios da transformação na forma de gestão exercida pelos interessados, o que implica reorganizar seu processo de trabalho pedagógico e repensar a estrutura de poder”. (VEIGA, 2004:19)

Essa reorganização, citada por Veiga, estará presente no momento da construção de qualquer projeto, tanto na área educacional quanto na empresarial, uma vez que ambas privilegiam o embasamento do projeto na inovação e na criatividade.

Observamos, como apontado em capítulo anterior, que forças ambientais, dentre elas, tecnologia, globalização, competitividade, impelem as organizações às mudanças de objetivo, de metas e de processos, levando as IES à busca da melhoria contínua dos resultados que serão obtidos no modelo de gestão determinado pelo PDI.

Segundo Vieira (2004), as mudanças sociais se refletem nas organizações, exigindo alterações no seu funcionamento. Do mesmo modo, as aspirações da sociedade em cada momento histórico também afetam a novas demandas junto ao sistema educacional. Portanto, não se pode deixar de analisar criticamente essa relação sociedade-educação, a fim de proceder aos ajustamentos necessários nas organizações educacionais e, assim, responder de forma adequada às novas demandas sociais.

Nesse sentido, há que se considerar a afirmativa de Cazalis (1997, p.12) de que a universidade tem que enfrentar atualmente três grandes desafios, o que, também, é sustentado por Marquesi (2002: 8):

1) O da gestão da mudança;

2) o da qualidade de formação e da investigação; e 3) o da eficiência.

Os desafios enunciados acima, segundo Marquesi(2002) reafirmam o papel do dirigente universitário na necessidade do envolvimento com a comunidade acadêmica para a construção do Plano de Desenvolvimento Institucional, dentro da concepção de um trabalho profissional capaz de agir como instrumento de mudança na gestão universitária.

Assim, a sobrevivência das instituições de ensino superior só acontecerá mediante trocas com o ambiente, o que fortalece a sua imagem num mercado de

constantes, rápidas e ágeis mudanças, significando entre outras, a adequação de seus documentos institucionais, projetos pedagógicos e, conseqüentemente, a flexibilização curricular.

O PDI deverá ser o indicador de um novo modelo de gestão compatível com os pontos já citados anteriormente: clareza dos objetivos, diagnóstico do perfil do alunado; inclusão de novas tecnologias e preocupação com a formação continuada do profissional multifuncional que adequará os rumos da IES à consecução de seus objetivos e será construído de forma democrática, com a participação de todos os atores que direta ou indiretamente atuam, tanto na parte acadêmica quanto na administrativo-financeira.

A pluralidade da Universidade não é neutra, portanto ela deve explicitar sua proposta pedagógica para a sociedade28, devendo, também, ter transparência na sua proposta administrativo-financeira, o que pode ser demonstrado com sua participação na sociedade do seu entorno, contemplando o contido no relatório da

UNESCO29 - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a