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932002a; BRASIL, 2004b; NUNES

No documento SAÚDEdaFAMÍLIAnoBRASIL (páginas 94-102)

et al, 2001; REDE INTERAGEN-CIAL DE INFORMAÇÕES PARA A SAÚDE, 1998, 2003, 2004b) que utilizam para a maioria dos estados brasileiros as estimativas do IBGE. Os resultados apresentados no Quadro 10 e no Gráfico 40 apon-tam uma tendência de queda para a taxa de mortalidade infantil, tan-to para o Brasil como para cada um dos estratos de cobertura da SF.

Ao comparar em cada ano a TMI entre os estratos, observa-se que os valores não se distanciam muito, mas é possível perceber uma ten-dência de gradiente, com o estrato de cobertura da SF abaixo de 20% apresentando a menor TMI duran-te todo o período. É induran-teressanduran-te destacar que, enquanto os estratos com coberturas mais baixas da SF (<20%; 20–50%) apresentam va-lores abaixo da média nacional cal-culada, os estratos com 50–70% e 70% ou mais de cobertura apre-sentam valores acima do identifi-cado para o Brasil. Esse gradiente já observado, de forma mais mar-cante, no indicador analisado an-teriormente, reflete uma desigual-dade social e de acesso a serviços de saúde entre o grupo de muni-cípios que compõe cada um dos estratos de cobertura da SF. Em 1998, os valores da TMI para os estratos foram 20,60/1000

(estra-to: <20%), 22,24/1000 (estra(estra-to: 20–50%), 23,86/1000 (estrato: 50–70%) e 24,16/1000 (estrato: >=70%). Em 2002, os valores identificados foram de 17,38 (es-trato: <20%), 18,65 (es(es-trato: 20– 50%), 20,88 (estrato: 50–70%) e 21,10 (estrato: >=70%). Em 2005, a TMI foi de 15,60 para o estrato de <20%, de 16,55 para o estrato de 20–50%, de 18,07 para o estrato de 50–70% e de 18,43 para o estrato de 70% ou mais de cobertura (Quadro 10).

A distância da TMI entre os dois estratos extremos (<20% e >=70%) não apresentou grandes variações. Em 1998, com uma TMI de 24,16, o estrato de 70% ou mais de cobertura apresentava taxa 17% mais alta do que o es-trato de <20% de cobertura, com 20,60 óbitos infantis em cada 1000 NV. Em 2005, a TMI do es-trato de >=70% (18,43) era 18% mais elevada que a do estrato de <20%, que apresentou uma TMI de 15,60/1000. Ou seja, ocorreu um discreto aumento da distância nos valores desse indicador entre os grupos, desfavorecendo o estra-to de cobertura mais alta, que re-quer monitoramento (Quadro 10). A variação média anual da taxa de mortalidade infantil em cada um dos estratos de cobertura da SF está apresentada no Gráfico 41 e

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revela que a proporção de declínio para esse indicador foi muito si-milar entre os estratos. Os valores identificados foram 3,88% (estra-to: <20%), 4,11% (estra(estra-to: 20– 50%), 3,85% (estrato: 50–70%) e 3,71% (estrato: >=70%). Para o Brasil, estimou-se um declínio médio anual de 3,87% na taxa de mortalidade infantil.

Neste estudo, a TMI calculada para o Brasil, segundo os estratos específicos de cobertura da estra-tégia, mostrou-se pouco sensível para refletir a influência positiva de coberturas mais elevadas da SF na redução desse indicador. Este estudo de abordagem ecológica agrupou os municípios segundo a cobertura da SF sem controlar ou-tros fatores intervenientes como características socioeconômicas e de acesso a serviços de saúde. Além disso, o período de oito anos (1998–2005) ainda é curto para análise de tendências, especial-mente para a TMI, que vem mos-trando desde a última década uma variação de queda para o Brasil em magnitudes menos intensas. E ainda esse é um indicador que tem como fonte das variáveis o SIM e o SINASC, sistemas de informação que apresentam uma grande

di-versidade na qualidade dos dados entre os municípios brasileiros, o que provavelmente pode limitar as conclusões obtidas.

É importante lembrar que não se pode concluir que a SF não contribui para a queda da TMI. Alguns estu-dos que utilizaram esse indicador para avaliar o impacto da SF encon-traram associação da estratégia com a redução da TMI, como, por exem-plo, o de Macinko; Guanais e Sou-za (2006), que identificou que cada 10% de aumento na cobertura da SF estava associado a 4,5% de declínio da TMI, após controle de outros de-terminantes de saúde. No estudo de Serra (2005), realizado apenas com municípios paulistas entre 1998 e 2001, o autor encontrou que na média um aumento anual de 100% da cobertura da SF resultou em uma diminuição de 0,6% na TMI do mu-nicípio, ou seja, mesmo em pequena proporção foi demonstrado um efeito positivo da estratégia.

A análise a seguir mostra que ao agrupar os municípios por faixa de IDH foi possível identificar compor-tamentos evolutivos diferenciados na TMI, segundo a faixa de cober-tura da SF, especialmente no agru-pamento com baixo Índice de De-senvolvimento Humano.

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anos <20% 20–50% 50–70% >=70% Brasil 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 3,88 - 4,11-3,85 - 3,71 --4,50 -4,00 -3,50 % <20% 20–50% 50–70% >=70% ANO 98 99 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil Estratos de cobertura da SF <20% 20-50% 50-70% >=70% <20% 2005 20,60 22,24 23,86 24,16 22,39 19,67 20,59 22,59 22,71 21,05 19,12 20,54 23,09 23,58 21,16 18,15 19,42 21,47 21,42 19,80 17,38 18,65 20,88 21,10 19,18 17,38 18,15 20,36 20,84 18,88 16,62 17,25 18,85 19,38 17,80 15,60 16,55 18,07 18,43 16,94

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Os Quadros 11, 12 e 13 e os Gráfi-cos 42, 43 e 44 revelam que em geral taxas mais elevadas de mortalidade infantil são observadas no grupo de municípios com IDH mais baixo, en-quanto o grupo categorizado como de IDH alto apresentou as menores TMI. Observa-se também, entre 1998 e 2005, tendência de queda na TMI nas três faixas de IDH e em praticamente todos os estratos5. Identificou-se ada para as faixas de IDH baixo e in-termediário uma redução, no período, da distância no valor da TMI entre os estratos (Gráficos 42 e 43).

Tomando-se, como exemplo, os valo-res destse indicador no estrato de 70% ou mais de cobertura, em cada faixa de IDH em três anos específicos, tem-se que em 1998 a TMI desse estrato de cobertura foi de 28,30/1000 NV para o grupo de municípios com IDH baixo, de 20,63 para o grupo com IDH interme-diário e de 18,59 para aquele de IDH alto. Em 2002, os valores foram 24,02 (IDH baixo), 18,62 (IDH intermediário)

e 13,64 (IDH alto). E, em 2005, en-quanto no grupo de IDH baixo o estrato de 70% ou mais de cobertura da SF apresentou TMI de 20,41, os grupos de IDH intermediário e alto apresenta-ram 16,71 e 13,38, respectivamente (Quadros 11, 12 e 13).

Essa diferença, nos valores da TMI, observada entre as três faixas de IDH, que mais uma vez reflete a desigual-dade social como um fator determi-nante do estado de saúde da popu-lação, não está presente na mesma intensidade no interior de cada faixa, em que os valores de cada estrato de cobertura aproximam-se mais.

Para o grupo de IDH baixo (Quadro 11, Gráfico 42), em 1998, enquanto no estrato de <20% de cobertura a TMI foi 15,94, nos outros estratos foram de 24,78 (20–50%), 28,43 (50–70%) e 28,30 (>=70%). Em 2002, os valores foram 20,42 (<20%), 23,58 (20–50%), 24,08 (50–70%) e 24,02 (>=70%); e, em 2005, de 20,74 (<20%), 21,40 (20–50%), 20,38

Evolução da taxa de mortalidade infantil para estratos de cobertura da SF segundo as faixas de IDH dos municípios brasileiros, 1998–2005.

5 Este comportamento foi alterado na faixa de IDH baixo (Quadro 11), no estrato de <20% de cobertura onde os valores para os anos de 1998 e 1999 não apresentam o comportamento es-perado, por estarem abaixo dos valores identificados para esses mesmos anos nas faixas de IDH intermediária e alta. Nesse caso, a tendência de queda da TMI também foi alterada. Esses dados foram reconferidos e confirmados. Provavelmente questões ligadas à qualidade da informação nos municípios que compõem esse grupo devem estar influenciando e merecem estudo detalhado.

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(50–70%) e 20,41 (>=70%). O

grá-fico 45 mostra que a variação média anual da TMI para esse grupo apresen-tou diferenças entre os estratos, tendo o estrato de <20% apresentado um aumento no valor desse indicador de em média 4,50%. Os estratos de 20– 50%, de 50–70% e de 70% ou mais de cobertura apresentaram quedas de 1,95%, de 4,54% e de 4,36%, res-pectivamente. Esse comportamento diferenciado entre os estratos diminuiu

a distância no valor da TMI entre eles no período estudado, como bem repre-sentado no gráfico 42.

Para as faixas de IDH intermediária e alta, a variação média anual da TMI, refletida nos gráfico 46 e 47, reafir-mou a tendência de queda em todos os estratos de cobertura. No entanto, é no grupo de IDH baixo (Gráfico 45) que se observa um gradiente com os estratos de 50–70% e 70% ou mais apresentando maior declínio.

ANO 98 99 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil Estratos de cobertura da SF <20% 20-50% 50-70% >=70% <20% 2005 15,94 24,78 28,43 28,30 26,64 18,97 24,62 27,73 25,27 25,02 23,78 26,31 27,56 27,20 26,80 20,90 24,75 25,35 24,10 24,14 20,42 23,58 24,08 24,02 23,63 20,42 24,39 24,15 23,68 23,57 20,99 23,15 20,86 21,59 21,69 20,74 21,40 20,38 20,41 20,61 ANO 98 99 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil Estratos de cobertura da SF <20% 20-50% 50-70% >=70% <20% 2005 23,67 25,34 22,35 20,63 23,47 21,80 23,27 20,44 20,95 22,00 20,93 22,99 21,23 20,73 21,72 19,38 21,27 19,78 19,33 20,14 19,19 20,51 19,59 18,62 19,62 19,31 19,43 18,47 18,17 19,00 18,07 18,38 18,62 17,75 18,19 16,83 18,19 17,26 16,71 17,38

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anos <20% 20–50% 50–70% >=70% Brasil 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 ANO 98 99 2000 2001 2002 2003 2004 Brasil Estratos de cobertura da SF <20% 20-50% 50-70% >=70% <20% 2005 19,09 18,21 18,90 18,59 18,69 18,41 16,52 17,94 17,50 17,56 17,39 16,14 18,36 16,27 16,85 16,97 15,50 16,99 14,69 16,20 15,74 14,84 16,61 13,64 15,25 15,60 14,51 16,30 14,34 15,10 14,92 13,93 14,24 13,33 14,36 13,95 12,97 14,39 13,38 13,54

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anos <20% 20–50% 50–70% >=70% Brasil 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 anos <20% 20–50% 50–70% >=70% Brasil 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

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4,50 1,95-4,54- 4,36--5,00 0,00 5,00 % <20% 20–50% 50–70% >=70% 4,71- 4,59- 3,53- 2,93--6,00 -4,00 -2,00 0,00 % <20% 20–50% 50–70% >=70%

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