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149culares e as doenças isquêmicas,

No documento SAÚDEdaFAMÍLIAnoBRASIL (páginas 150-154)

que na atualidade assumem im-portante papel no quadro de mor-bimortalidade brasileiro. Dados divulgados pela RIPSA (REDE INTERAGENCIAL DE INFORMA-ÇÕES PARA A SAÚDE, 2004b) indicam que 31,5% dos óbitos ocorridos no Brasil, em 2002, fo-ram por doenças do aparelho cir-culatório e, em seguida, com me-nos da metade dessa proporção (15,3%), vêm as neoplasias. As taxas de mortalidade das doenças cerebrovasculares e das doenças isquêmicas, no ano 2002, para o Brasil, foram de 49,5 óbitos e 46,2 óbitos por 100 mil habitan-tes, respectivamente.

Em relação às internações, da-dos da mesma fonte mostram que 10,6% das hospitalizações do ano de 2003, na rede SUS, foram por doenças do aparelho circula-tório. Essas morbidades ocupa-ram a terceira posição nas causas de internações hospitalares, per-dendo apenas para as doenças do aparelho respiratório (15,05%) e as relacionadas à gravidez, par-to e puerpério (22,7%). A taxa de internação por Acidente Vas-cular Cerebral, calculada a partir de dados do DATASUS (BRASIL, 2005), foi de 32,12 internações em cada dez mil pessoas da po-pulação com 40 anos e mais.

Vários são os fatores que predis-põem os indivíduos a desenvolverem doenças do aparelho circulatório. Os mais conhecidos são fumo, hiper-tensão arterial sistêmica, o aumen-to dos níveis de colesterol, diabetes, sedentarismo, estresse e história familiar de doenças cardíacas. Os serviços de saúde devem estar pre-parados para atender a essa nova demanda com políticas de preven-ção e controle. A rede de Atenpreven-ção Básica, tendo a SF como estratégia maior, tem um papel fundamental nesse processo, em especial quan-do se trata de quan-doenças que deman-dam intervenções preventivas mais precoces, para que sejam evitadas complicações e maiores prejuízos sociais e financeiros.

O comportamento evolutivo da taxa de internações por AVC, na po-pulação de 40 anos e mais, permite avaliar, de forma indireta, a disponi-bilidade de ações básicas de preven-ção e controle (diagnóstico precoce, tratamento e educação para a saú-de) da doença hipertensiva. Naque-las áreas em que essas ações são priorizadas, espera-se uma redução dessas taxas (BRASIL, 2003a).

O Quadro 34 e os Gráficos 88 e 89 representam a evolução desse indicador para os estratos de co-bertura da SF no período de 1998 a 2006 e mostram uma tendência de queda tanto para o Brasil como

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para os estratos de cobertura14. Observa-se, também, taxas mais altas de internações por Acidente Vascular Cerebral nos estratos com coberturas mais elevadas da SF 15.

Em todo o período, os estratos de coberturas mais baixas (<20%, 20– 50%) apresentam taxas abaixo da média nacional, já os de coberturas mais elevadas (50–70%, >=70%) estão sempre com taxas acima da nacional (gráfico 88).

Em 1998, os estratos de <20% e de 20–50% de cobertura apre-sentaram taxas de internações por AVC de 36,77 e de 38,41 interna-ções em cada dez mil pessoas de 40 anos e mais. Para os estratos de 50–70% e de >=70%, as taxas foram 54,38 e 51,58. Em 2002, os números foram 30,06 (estrato: <20%), 33,24 (estrato: 20–50%), 44,95 (estrato: 50|70%) e 44,61 (estrato: >=70%). Em 2006, taxas de 27,16 e de 30,79 foram identi-ficadas para os estratos de <20% e de 20–50% e taxas de 38,70 e de 39,40 para os estratos de 50–70%

e >=70% de cobertura da estraté-gia (Quadro 34).

É importante verificar que a dis-tância entre os grupos extremos (<20%, >=70%) aumentou entre 1998 e 2006. Em 1998, o estrato de cobertura >=70% apresentava taxa (51,58) de internação por AVC 40% maior do que a identificada para o estrato de >20% de cober-tura (36,77). Em 2002, a distância aumentou para 48% entre esses estratos (44,61 e 30,06) de cober-tura. Em 2006, a distância volta a declinar, com o estrato de 70% ou mais de cobertura apresentando taxa de 39,40, ou seja, 45% mais alta do que a identificada para o es-trato de <20% de cobertura, que foi de 27,16 (Quadro 34, Gráfico 88).

O gráfico 89 revela que as varia-ções médias anuais na taxa de in-ternação por AVC não foram muito distantes entre os estratos. As quedas médias anuais foram de 3,63% (estra-to: <20%), de 2,64% (estra(estra-to: 20– 50%), de 4,06% (estrato: 50–70%) e de 3,16% (estrato: >=70%).

14 Apesar de se estar trabalhando com a faixa etária de 40 anos e mais, sabe-se que essa morbida-de se apresenta mais freqüente na população morbida-de 65 anos e mais. Portanto, a não-padronização por faixa etária nos estratos pode estar influenciando essas taxas. Ou seja, nas áreas em que há mais idosos, essas internações tendem a ser maiores por esse ser um grupo etário de risco.

15 Sugere-se que o leitor se reporte ao capítulo 2, em que estão caracterizados os estratos de co-bertura em análise, mostrando que a situação socioeconômica é diferenciada com prejuízo para os estratos de cobertura mais alta.

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<20% 20–50% 50–70% >=70% Brasil 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 anos ANO 98 99 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Brasil Percentual de cobertura da SF <20% 20-50% 50-70% >=70% 36,77 38,41 54,38 51,58 43,62 36,56 38,20 54,92 53,44 44,05 31,87 33,40 46,91 45,55 38,02 30,58 33,02 45,74 45,70 37,45 30,06 33,24 44,95 44,61 36,99 29,75 32,80 43,38 43,01 36,11 29,76 32,17 41,18 40,27 34,86 27,85 27,16 30,97 30,79 40,46 38,70 38,91 39,40 33,48 33,13

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A análise comparativa da taxa de internação por AVC, nos estratos de cobertura da SF segundo a faixa de IDH, mostra que nos três gru-pos existe uma tendência de queda para esse indicador nacionalmente. No entanto, durante todo o perío-do, é o agrupamento com IDH alto que apresenta as taxas mais baixas (Quadros 35–37; Gráficos 90–92).

Na faixa de IDH baixo, observa-se que o estrato de cobertura mais ele-vada (>=70%) apresenta durante todo o período taxas mais altas do que o estrato de cobertura mais baixa (<20%). No entanto, a razão entre as taxas desses estratos que era de 1,37

Evolução da taxa de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos e mais para estratos de cobertura da SF segundo

as faixas de IDH dos municípios brasileiros, 1998-2005/2006.

em 1998 passa a 1,22 em 2006, re-duzindo a desigualdade entre os gru-pos (Quadro 35, Gráfico 90).

Na faixa de IDH intermediário, analisando comparativamente o com-portamento desse indicador para os dois estratos extremos de cobertura, tem-se que em 1998 a razão entre as taxas de internação por AVC para o estrato de 70% ou mais (62,25) e o estrato de <20% de cobertu-ra (50,92) foi de 1,22. Em 2006, a distância entre as taxas desses dois estratos de cobertura (43,58 e 33,37) aumentou, com a razão en-tre os grupos, passando para 1,31 (Quadro 36, Gráfico 91). <20% 20–50% 50–70% >=70% 3,63- 4,06- 3,16- 2,64-- 6,00 - 2,00 0,00 % - 4,00

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