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A carreira do docente de línguas na universidade italiana

PARTE I: Ensino do Português como Língua Estrangeira na Universidade Italiana

1.3 Capacitação do docente e metodologias no contexto italiano

1.3.1 A carreira do docente de línguas na universidade italiana

Em sua maior parte, as universidades italianas são públicas e, portanto, dependem do Ministério da Universidade e da Pesquisa. As entidades privadas apresentam-se em número limitado sendo alocadas pelo Estado, destacando duas privadas reconhecidas pelo Estado, as quais apresentam via de regra especialização generalizada em disciplinas como Arte, Economia, Ciências Políticas e Direito, com regras públicas definidas e autonomia de currículo mantendo o regulamento geral do país, sendo portanto o Estado a principal autoridade na definição de graus, posições de trabalho e salários, uma vez que as universidades pertencem ao setor público, e portanto as posições acadêmicas são consideradas civilmente como serviço público, informa o Observatório Acadêmico de Carreiras.

Il Ministero dell’Istruzione università e ricerca è molto chiaro in merito ai titoli necessari per accedere alla professione di insegnante di lingue straniere. Oltre al diploma di scuola secondaria di secondo grado, ancora meglio se si tratta di un liceo con indirizzo linguistico, è necessario possedere una laurea in lingue e letterature straniere. Diversamente per chi invece ha come sogno nel cassetto quello di insegnare presso una scuola dell’infanzia e primaria sarà necessario anche avere una laurea in Scienze della Formazione Primaria ed un diploma specifico del liceo socio-psico- pedagogico. Invece, per insegnare alla scuola di primo e secondo grado è necessaria una laurea quadriennale o quinquennale del vecchio ordinamento, specifica nel piano di studi oppure quella del nuovo ordinamento che comunque ha una serie di esami che danno la possibilità di accedere all’insegnamento. (Disponível em: https://www.theperfectjob.it/come-diventare-insegnante-di-lingue/, 2018). No entanto, a carreira do professor de língua em Itália ainda que regulamentada por lei, no caso das universidades, prevê também a figura do Colaborador Especialista Linguístico/ Collaboratore Esperto Linguistico (CEL14), que via de regra é contratado por concurso, é regulamentado de acordo com cada ateneu tendo como base a DR. N. 1145 de 30/11/2011 e não lhe proporciona a autonomia prevista na lei italiana enquanto servidor público.

43 Assim, de acordo com o regulamento interno de cada instituição, sempre com base na lei que rege o tema, a função do CEL ou Leitor é classificada como de pessoal técnico administrativo com relação de trabalho a tempo parcial, não podendo superar 50% da prestação dos contratos de tempo pleno.

O CEL e o Leitor estão sob a supervisão e direcionamento do responsável didático dos conteúdos de cada matéria de língua da instituição, tendo como prerrogativas de função: formação em aula ou laboratório incluindo o horário destinado a cursos de “Blended Learning”, atividades diversas em aula, preparação de atividades relativas ao “blended” ou com material didático, correção e avaliação de produção oral e escrita, desenho e elaboração de percurso de material formativo de aula ou na didática “blended”, temas relacionados a auto-aprendizagem e autonomia de ensino, assistência ao estudante com suporte didático, acolhimento e consultoria, assistência em tese, elaboração, administração e avaliação de prova de verificação de aproveitamento ao todo e final do aprendizado inicial, com eventual colaboração no desenvolvimento de prova de certificação.

Colabora ainda na organização da programação didática da língua, na coordenação da formação linguística no que diz respeito a definição da coesão do percurso de aprendizagem linguística, na formação e orientação inicial linguística, na formação e orientação da atividade de tutor didático, tem colaboração no processo de recrutamento do formador linguista, incluindo participação na comissão de seleção enquanto colaborador, na definição, atuação e revisão do projeto didático ou de internacionalização, dando suporte a atividades de pesquisa aplicada ao desenvolvimento experimental de didáticas de aprendizagem da língua estrangeira moderna e da língua italiana como segunda língua, participando em ações até no máximo 30 horas anuais em termos de atualização de atividades relevantes em tarefas previamente autorizadas pela estrutura dos cursos, conforme manual de regulamento da Universidade de Bolonha (2014), em acordo com o decreto do reitor n° 48 de 23/01/2014.

Em seus artigos 2 e 3 o regulamento esclarece sobre a divisão de hora por atividade registrando a ligação do profissional ao responsável didático do curso, bem como o registro de suas atividades, conforme regulamento:

44 Le attività di cui al primo comma sono svolte nel rispetto delle direttive metodologiche e didattiche impartite dal docente Responsabile didattico, cui il collaboratore deve attenersi nello svolgimento delle proprie attività. 3. Di norma almeno un terzo del monte ore annuo e non oltre il 40% dello stesso, è destinato alle attività di cui alle lettere a) e b) e non meno del 40% del monte ore annuo alle attività di cui alle lettere dalla c) alla l) e, limitatamente ai progetti istituzionali d’ateneo, alla lettera m). 4. Ciascun collaboratore ed esperto linguistico provvede ad annotare lo svolgimento delle attività di cui sopra nel “registro delle attività”, da compilare ogni anno accademico per il periodo 1 settembre /31 agosto. (Universidade de Bolonha, DR nº 48 de 23//01/2014, p.1).

Observa-se ainda que o material produzido pelo CEL ou Leitor será considerado no final, propriedade da instituição de ensino, mantendo-se os direitos autorais do autor, conforme define o regulamento de Bolonha em seu artigo 7, entre outros esclarecimentos de regulamentação. O MIUR informa que, em relação às universidades estatais, de um total de 56.882 colaboradores não docentes, onde se encontra a rubrica de colaborador linguístico, estes representam um total de 3% dos quais 75% são mulheres. Outros dados apresentados pelo MIUR informam que 66% do pessoal docente de pesquisa, está entre a faixa etária de 35 a 59 anos, sendo 18,5 % mulheres. A faixa de idade entre 25 a 29 anos representa 3,5% das quais 18,5 % são mulheres e a faixa acima de 65 anos representa 9% da amostragem, das quais 9,2% são mulheres.

Pesquisa é outra forma pela qual se introduz na universidade italiana, reporta ainda o Observatório Acadêmico de Carreiras, que esclarece que a posição principal do iniciante na carreira da academia italiana é geralmente aquela de pesquisador (“ricercatore”), observando que até poucos anos atrás a posição era permanente com um período probatório de três anos seguido de um exame escrito e oral para continuidade. Isso foi alterado pela reforma Morati, em 2005, e mais radicalmente pela reforma Gelmini, em 2010. Hoje existe dois tipos de contratos, os direcionados a “ricercatore tipo A” e “ricercatore tipo B”, com diferentes medidas e perspectivas ainda que com deveres semelhantes.

O contrato do “tipo A” dura 3 anos e pode ser estendido por somente 2 anos mais, após a sua avaliação, enquanto o contrato do “tipo B” dura também 3 anos, mas não oferece possibilidade de extensão, ainda que possa ser transformado em status de professor- associado, situação que o “tipo A” não prevê. Ambos contratos envolvem tarefas de ensino, situação não prevista para pesquisadores permanentes anteriormente, acontecendo apenas em situação de voluntariado.

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Tabela 3: Tipologia de Pesquisador

Categoria Característica

Ricercatore tipo A Esse contrato de três anos pode ser prorrogado por dois anos, apenas uma vez, com prévia avaliação das atividades didáticas e de pesquisa desenvolvidas. Esse pesquisador, caso tenha conseguido a habilitação para professore associato, pode dar continuidade à carreira mediante concurso.

Ricercatore tipo B Caso o pesquisador “tipo B” tenha conseguido a habilitação para professore associato, pode aceder diretamente a esse cargo por meio de um concurso interno.'

Professore Associato ou seja, professor de faixa 1

Professore Ordinario ou professor catedrático, esse é o cargo mais alto de docência nas Universidades Italianas

Professor a contrato Há também o professore a contrato, isto é professor substituto: esses professores podem pode seguir teses, participar de reuniões, mas o seu contrato é renovado a cada ano, e nessa instabilidade é considerado não – estruturado, portanto não pode participar de projetos Erasmus+ +, não tem acesso a verbas para pesquisa, não participa de bancas de concurso. Fonte: MIUR. Disponível em: www.miur.gov.it/web/guest/reclutamento-nelle-universita

Existe ainda a possibilidade da admissão do professor a contrato para postos temporários enquanto leitor, que como visto, se aplica a outra categoria contratual que não a de servidor público. E há, também, a possibilidade de se contratar um professor substituto, cobrindo necessidades dos postos de professor, situação que vem sendo desestimulada por dificuldade de adequação legal, informa o Observatório de Carreiras ao analisar a situação do profissional na Itália.

Em termos de progresso de carreira, de acordo com as regras correntes, é necessário que o dentro da posição de pesquisador, o professor enquanto docente obtenha aquilo que se denomina idoneidade, considerado em termos de empregabilidade e ajuste ao serviço previsto por lei e pelo regulamento das instituições de ensino em sua disciplina. Estando em acordo com o Comitê Nacional, então se libera uma lista de professores aprovados, qualificação pela qual possibilita o profissional a seguir como pesquisador do “tipo B”, durante 4 anos. Não se obtendo resultado durante esse período como pesquisador B, uma nova solicitação deve ser feita no sentido de se obter essa qualificação de “idoneidade”.

Aqueles candidatos que não passam nos exames da competição nacional necessitam esperar dois anos para concorrerem novamente. O Observatório Acadêmico de Carreiras, levantou os dados do salário para cada tipologia, conforme apresentados abaixo:

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Tabela 4: Salários de Carreira na Universidade Italiana.

Iniciante Bruto Mensal (iniciante) Salário Mensal

Ricercatore 1,705 1,245.

Professore di seconda fascia 3,040 1,885 Professore di prima fascia 4,016 2,490 Nível máximo obtido após 39 anos de como sênior

Fonte: Trombetti, A. e Stanchi, A. (2010). L'universita italiana e l'Europea. Rubettino Editore.