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CAPÍTULO 3 ESCOLA DE EDUCAÇÃO INTEGRAL DA REDE MUNICIPAL DE

3.1 A cidade de Campinas e sua região metropolitana

Imagem 4. Mapa da Região Metropolitana de Campinas

Fonte: Google Imagem

A cidade de Campinas, localizada no interior do Estado de São Paulo, a cerca de 100 km da capital, é o principal município da Região Metropolitana de Campinas (RMC) criada no ano de 2000 e que é integrada por 20 municípios: Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte Mor, Morungaba, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara d'Oeste, Santo Antônio de Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo. É a segunda maior região metropolitana do Estado de São Paulo, em população, com mais de 3,1 milhões de habitantes, de acordo com

estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e gerou 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, em 2014 (IBGE, 2017).

Nos últimos anos, a região vem ocupando e consolidando, importante posição econômica nos níveis estadual e nacional, pois, contígua à Região Metropolitana de São Paulo, a RMC comporta um parque industrial moderno, diversificado e composto por segmentos setoriais complementares, além de possuir uma estrutura agrícola e agroindustrial bastante significativa e, ainda, desempenha atividades terciárias de expressiva especialização. A região se destaca, principalmente, pela presença de centros inovadores no campo das pesquisas científicas e tecnológicas, e neste contexto, Campinas figura como um dos maiores centros tecnológicos do mundo sendo considerada a versão latino-americana do Vale do Silício, e, ainda, um dos dois núcleos de tecnologia de ponta, localizados em todo o Hemisfério Sul. A instalação do Aeroporto de Viracopos, o segundo maior do país em transporte de carga, o qual, em 2015, foi a maior porta de entrada de mercadorias importadas, também, auxilia no status positivo da região.

Mais de 2.000 estabelecimentos de ensino, voltados à educação básica10 estão presentes na RMC e segundo dados, do ano de 2016, são distribuídos da seguinte forma: 38% na educação infantil; 44% no ensino fundamental e 18% no ensino médio. De todos os alunos, 113 mil crianças estavam matriculadas na educação infantil, dos quais 77% em escolas públicas e 23% em escolas privadas; 386 mil estudantes estavam matriculados no ensino fundamental, sendo 84% em escolas públicas e 16% em unidades privadas e 119 mil jovens estavam matriculados no ensino médio, sendo 85% em instituições de ensino públicas e 15%, em particulares (EMBRAPA, 2016).

Na RMC, mais especificamente, em Campinas, temos ainda importantes centros de educação superior, públicos e privados, entre eles a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), considerada a melhor Universidade da América Latina e a Pontifícia Universidade Católica (PUC), eleita entre as cinco melhores do Estado de São Paulo, que influenciam toda a região. Somente a Unicamp, em 2012, contava com mais de 1700 docentes, sendo 98% deles, doutores. A instituição conta com mais de 60 cursos de graduação e mantém, anualmente, cerca de 20 mil alunos matriculados.

10

O documento consultado, o Atlas Escolar da Região Metropolitana de Campinas – 2016, não apresenta dados relacionados à quantidade de escolas de educação integral na região. Também não encontramos tais dados em outras fontes pesquisadas.

A RMC possui, também, um Comitê Metropolitano de Educação Integral, de caráter consultivo, fiscalizador e mobilizador criado por meio da Resolução SME 09/2012, de 28 de junho de 2012, e agrega hoje 12 municípios: Campinas, Capivari, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Santa Bárbara D‟Oeste, Santo Antônio de Posse, Valinhos, Vinhedo, Sumaré e Campo Limpo Paulista (este último é membro como convidado especial, pelo fato de não fazer parte da RMC e nem da região administrativa de Campinas).O grupo surgiu quando Vinhedo, Hortolândia e Itatiba solicitaram participar do Comitê Municipal do Programa Mais Educação do município de Campinas, que havia sido criado por meio da Resolução SME 18/2010, de 11 de novembro de 2010, que passou a ser referência para as cidades da região, devido à visibilidade das ações desenvolvidas e sua efetiva atuação.

O objetivo principal do Comitê é a implementação da gestão colegiada em rede, e, a ele compete identificar e analisar as questões envolvendo a operacionalização da Educação Integral e/ou do Programa Mais Educação nas Unidades Educacionais do Sistema Municipal de Educação de Campinas/SP e demais cidades participantes, da RMC, assessorando a Coordenação Central do Programa e sendo um agente facilitador da interface entre o MEC/SECAD, a SME/Coordenação do Programa, e as gestões educacionais e Conselhos de Escola, Entidades, Organizações Governamentais (OGs) e Organizações Não Governamentais (ONGs) parceiras, e as comunidades.

O Comitê é formado por representantes do poder executivo municipal, professores articuladores dos municípios participantes, além de gestores, educadores sociais, alunos e pais de alunos das escolas que fazem parte do Programa Mais Educação, membros da Coordenação do Programa de Educação Integral/Mais Educação, representantes do Conselho Municipal de Educação dos municípios participantes, membros do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Imagem 5 - Mapa do Comitê Metropolitano de Educação Integral da Região Metropolitana de Campinas

Fonte: Google Imagem

As características da região trazem uma politização aos profissionais da rede educacional, que não se encontra, em nenhum outro lugar, visto que, a atuação das várias universidades se reflete na formação continuada e, conseqüentemente, nas concepções de educação dos profissionais das redes educacionais, que certamente influenciaram na elaboração do Projeto de Educação Integral do município de Campinas e no desenvolvimento do mesmo, com reflexos em toda a RMC.

Campinas possuía, no ano de 2016, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma população de 1.173.370 habitantes, e contava, conforme dados encontrados no site oficial da Prefeitura Municipal, no ano de 2017, com uma rede de duzentas e quarenta e oito escolas de ensino infantil e fundamental, na Rede Municipal de Ensino, das quais, cinco ofereciam educação integral em tempo integral, sendo que, duas delas iniciaram suas atividades nessa nova concepção de educação, a partir de 2014, na condição de escolas pilotos, as quais são: a EEI Professor Zeferino Vaz e a EEI Padre Francisco Silva. No ano de 2015, mais três escolas da Rede Municipal passaram a oferecer a modalidade de educação em tempo integral. São elas: a EEI Raul Pila, a EEI João Alves dos Santos, que atendem alunos do 1º ao 9º ano e a EEI Padre Avelino Canaza, com público do 1º ao 5º ano, totalizando, assim, cinco unidades de educação integral na RMEC, o que representa cerca de, apenas, 2% da rede.

Nesse contexto, verificou-se uma melhora nos resultados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), quando se comparam os números da própria rede de 2007 a 2015, sendo superior ao desempenho do Brasil, como um todo, mas, inferior quando comparada aos índices das escolas estaduais de São Paulo, como demonstra a tabela a seguir:

Tabela 5 - Comparativa dos índices do IDEB (índice de desenvolvimento da Educação Básica) 5º. ano de ensino fundamental / 9º. ano de ensino fundamental

Brasil São Paulo Campinas

5º. Ano 9º. Ano 5º ano 9º. Ano 5º. Ano 9º. Ano

2007 4.2 3.8 4.7 4.0 4.7 4.1

2009 4.6 4.0 5.4 4.3 4.7 4.5

2011 5.0 4.1 5.4 4.3 5.2 4.2

2013 5.2 4.2 5.7 4.4 5.6 4.2

2015 5.5 4.5 6.4 4.7 5.7 4.7

Fonte: Elaborado pelo autor a partir dos dados coletados no site do INEP (Instituto Nacional de Estudos Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).