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A CIRCULAÇÃO E AS INSTALAÇÕES PREDIAIS

2 MORFOLOGIA DOS EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS

2.43 Ed CBI-Esplanada

2.3 A CIRCULAÇÃO E AS INSTALAÇÕES PREDIAIS

Podemos identiicar os tipos de núcleos desenvolvidos a partir das estratégias de circulação que respondem aos tipos de lotes onde estão implantados: central, central dupla, central fundos, lateral esquerda e lateral direita.

Os núcleos de circulação articulam-se, em quase todas as obras, em conjunto com as instalações que estão dispostas em relação aos lotes: central (Ed. Anhu- mas, Ed. São Manoel, Ed. Edlú, Ed. Praça das Bandeiras, Ed. homas Edison); central dupla (Ed. Acádia, Ed. Salim Farah Maluf); central fundo (Ed. Ernesto Ramos, Ed. Mauá, Ed. Merco, Ed. Palácio do Comércio, Ed. Banco Nacional da Cidade de SP); lateral esquerda (Ed. Banco Canadá, Ed. Mendes Caldeira, Ed. Banco de Londres, Ed. Banco Hipotecário Lar Brasileiro), lateral direita (Ed. Schwery, Ed. C Seguro Piratininga).

2.57

Ed. Sulacap – detalhe marquise. Fonte: Acervo do autor.

2.58

Diagramas – núcleos de instalações. (A) conjunto único, (B) duplo, (C), triplo, (D) (E) quádruplo, (F) dispersos. Fonte: Desenhos do autor.

2.59

Ed. Merco. Fonte: Acervo da Biblioteca FAUUSP.

2.60

Praça das Bandeiras – pav. tipo. Fonte: Acró- pole (125): dez, 1948.

2.61

Ed. Santa Nazareth – pav. tipo. Fonte: FRANCO,2009, p. 195.

2.62

Ed. Canadá – pav. tipo. Fonte: FRAN-

CO,2009, p. 183.

2.63

Ed. Schwery – pav. tipo. Fonte: FRAN-

No edifício Banco Nacional da Cidade de São Paulo (Korngold) as instalações estão articuladas com um vazio central (poço de iluminação e ventilação) sepa- radamente do núcleo de circulação (escada e elevador).

2.64

Ed. Banco Industrial da Cidade de SP – planta térreo. Fonte: Acrópole (55): 1942, p. 244.

Junto aos acessos e áreas de circulação (escada e elevadores, circulação hori- zontal), identiicam-se as vitrines, medidores e shats, assim como os dutos de lixo, buscando desenvolver as respostas às novas demandas de instalações do programa, como nos edifícios Jaraguá, Mauá, Ernesto Ramos, Stella, AB Jafet, São Manoel e Santa Nazareth.

2.65

Ed. Mauá – pav. tipo. Fonte: FRANCO, 2009, p. 222.

2.66

Ed. Jaraguá – pav. térreo. Fonte: FRAN- CO, 2009, p. 69.

As instalações apresentam diferentes arranjos: um conjunto único de sanitários, associado ao núcleo de circulação, como nos casos dos edifícios Anhumas, Ed. S Nazareth, Ed. A B Jafet, Ed. Roque Monteiro, Ed. Amina Gotti, Ed. Edlú, Ed. Schwery; ou instalações subdividas, que seguem os tipos: duplas (Ed. Praça da Bandeira, Ed. O Estado de São Paulo, Ed. Acádia, Ed. Banco Canadá, Ed. Merco, Ed. São Manoel, Ed. Rio Claro); triplas (Ed. Conselheiro Crispiniano, Ed. Salim Farah Maluf) e quádruplas (Ed. Conde Prates, Ed. Filizola, Ed. Stella, Ed. Jara- guá, Ed. homas Edison), passando para as dispersas (Ed. Itália, Ed. Palácio do Comércio, Ed. Mendes Caldeira), com uma distribuição em relação aos conjuntos.

No caso do Ed. E Ramos (Pilon e Matarazzo), as Instalações, apesar de possuí- rem quatro núcleos, têm dois articulados com a circulação central e um pequeno poço de ventilação e dois núcleos opostos, abertos para os vazios laterais de iluminação.

2.67

Ed. Palácio do Co- mércio – pav. tipo. Fonte: Acrópole (224): 1957, p. 285.

Os edifícios Amina Maggi Gotti, de Palanti e Barão de Iguape (1956), projeto de SOM Architects, desenvolvido por Jacques Pilon e Gicancarlo Gasperini, ao deslocarem a circulação vertical para a parte posterior do lote, bem como a sua marcação vertical na fachada, parece estar relacionado com a sede da Philadelphia Savings Fund Society (1929-32), projetada por George Howe e William Lescaze, conforme destaca Cohen:

Nessa torre de escritórios, que se eleva sobre o saguão de pé-direito duplo, foi abandonada a estratégia corrente de concentrar a circulação vertical em um núcleo central; os elevadores e os serviços estão agrupados em um bloco perpendicular ao volume principal, conigu- rando andares em T. O PSFS pode ser considerado o primeiro arranha-céu integralmente moderno, devido a sua marcação clara das linhas verticais de suas fachadas e o artifício futurista de usar as iniciais do banco à guisa de coroamento. (COHEN, 2013, p. 236). 2.68

Ed. Sede da Philadel- phia Savings Fund So- ciety. Fonte: COHEN, 2013, p. 236.

2.69

Ed. Barão de Iguape. Fonte: ABDALLA, 2013, p. 163.

O Ed. CBI-Esplanada (Korngold) responde ao lote através de um núcleo de cir- culação vertical (duplo central e fundo), articulado por um vazio central, que separa as instalações em dois conjuntos de quatro núcleos de sanitários e uma circulação, onde o sistema dos elevadores e instalações prediais são destacados:

O problema da circulação vertical estudada para este gênero de edifício tem importân- cia capital. Porque se prevê uma população cotidiana de 20.000 pessoas. O estudo foi coniado a especialistas locais, (Elevadores Atlas S.A.) que puderam utilizar os últimos aperfeiçoamentos do material americano porque a empresa detentora da patente, tinha a licença para o Brasil. Assim a instalação será a primeira neste género pela sua complexidade, realizada fora dos Estados Unidos.

O equipamento é composto de uma parte do sistema bem conhecido da Westinghouse “Signal Control” que assegura funcionamento automático, além do dispositivo “Selecto- matic” que permite a seleção automática de tal maneira que em certo momento alguns

2.70

Ed. Amina Maggi Gotti – planta tipo. Fonte: Acervo da Biblioteca FAUUSP.

elevadores só parem em determinados andares. Uma central de comando automático seleciona os elevadores disponíveis para servir aos andares em função das chamadas neste momento preciso. Este sistema funciona de três maneiras diferentes:

1ª Horas normais de evacuação do imóvel.

O dispositivo evita automaticamente que as pessoas de andares inferiores tenham uma enorme espera pela sequência da ocupação total dos elevadores dos andares superiores. Quer dizer que certos grupos de elevadores não servirão aos andares inferiores e outros aos superiores. Esta seleção estará sempre de acordo com o número de chamadas provenientes dos andares. 2ª Horas do início do trabalho. Circulação de subida.

Neste caso, cada elevador é reenviado automaticamente para o térreo assim que de- sembarca o último passageiro. Isto evita que suba vazio.

3ª Serviço durante as horas normais de trabalho

Durante este período, os controles automáticos garantem as saídas e chegadas segundo os comandos transmitidos a partir da cabine. Neste caso o condutor só segue os coman- dos dos andares solicitados e o fechamento da porta. A parada sucessiva e a abertura são automáticas.

Num total de 12 elevadores com capacidade de 16 pessoas cada um. (L´ARCHITECTURE D´AUJOURD´HUI (21): 73-82, DEZ, 1948.)

As canalizações elétricas são trazidas do ponto de junção com a rede municipal através de galerias horizontais em concreto sob o hall de entrada central. De lá elas penetram dentro dos ‘shats’ instalados perto do vão da escada o qual possui aberturas para o controle em cada andar.

Toda instalação elétrica passa por um tubo de aço sob o piso de concreto. Diante de uma grande solicitação de corrente o edifício disporá de um transformador que rebaixará a corrente de alta tensão para 110/340 V.

A distribuição de água foi um pouco complicada devido à altura do prédio. A central de bombeamento da cidade naturalmente não conseguiria uma pressão para uma construção de 100metros de altura. Por outro lado, em São Paulo, a legislação exige que cada construção disponha de um reservatório de água por dois dias pelo menos. Então foi planejado devidamente nos subsolos, reservatórios de 300.000 litros e no último andar (cota+ 87,76), reservatórios de 200.000 litros alimentados por bombas elétricas. Como a pressão necessária atingiria 10atm nas colunas de subida e a legislação da cidade não tolera mais que 4atm, foi necessário separar as colunas de subida em três, cada uma servindo a 10 andares. A 2ª e a 3ª foram munidas de duas válvulas de segurança que reduzem a pressão à 3,5atm.

Os sanitários são equipados por válvulas de descargas (Válvulas Hydra) que introduzem um jato da água de grande pressão num leve toque de botão. O sistema tem a vantagem de não limitar a quantidade de água como no sistema de reservatório d’água. Uma descarga que funciona enquanto se apertar o comando. (L´ARCHITECTURE D´AU- JOURD´HUI (21): 73-82, DEZ, 1948.)

O Ed. Bolsa de Cereais (Korngold) possui um núcleo de circulação central que articula os dois blocos (frente e fundo) dos conjuntos. Com isso sua circulação horizontal nos pavimentos forma um “T”, acessando os conjuntos de frente e fundo em cada um dos blocos. Possui, deste modo, uma solução mista das instalações pois, junto ao núcleo de circulação, temos dois conjuntos de sani- tários e nas quatro pontas dos blocos estão conjuntos duplos com instalações separadas dos conjuntos.

2.71

Ed. CBI-Esplanada – anúncio Selectomatic. Fonte: Acrópole (189): janeiro, 1954.

O Ed. São Luiz (não construído) de Korngold, apresenta um estudo do pavimento tipo, onde temos núcleo duplo de circulação vertical (sendo um conjunto de 8 ele- vadores e um segundo conjunto de dois elevadores privativos), instalações duplas junto ao conjunto central de circulação, mais quatro conjuntos de sanitários arti- culados com os dois vazios de ventilação nos limites laterais do lote e um central. Pode-se identiicar aqui uma matriz dupla de torre central e bloco (frente e fundo).

2.72

Ed. Bolsa de Cereais – planta tipo. Fonte: Acrópole (282): maio, 1962.

2.73

Ed. São Luiz – planta tipo. Fonte: LEFÈVRE, 1999, p. 261.