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4. Enquadramento Operacional

4.1. Realização da prática profissional

4.1.1. A Conceção

“O ensino é criado duas vezes: primeiro na conceção e depois na realidade.”

(Bento, 2003, p.16).

O Professor tem como tarefa prioritária a conceção do processo de ensino – aprendizagem, que será o reflexo da sua atuação, visto que, será através da conceção que se irá basear o planeamento de uma estratégia de intervenção na

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prática. Tão importante como um bom planeamento, é importante também conhecermos a forma como o havemos de conceber. Assim surge esta etapa que tem início com a elaboração do Projeto de Formação individual (PFI).

No início do ano, perante o volume aglomerado de documentos, planos de aula (PA), unidades didáticas (UD), Modelo de Estrutura de Conhecimentos (MEC), confrontei-me com diversas dificuldades intrínsecas a este assunto mas nenhuma das quais me impossibilitando de o realizar.

A conceção mostra a primeira tarefa realizada pelo professor, construindo a base de toda a sua atuação. Esta consiste numa análise dos planos curriculares, contexto sociocultural da escola, bem como dos alunos, de forma a renuir o maior número de informações para que o processo ensino/aprendizagem se realize de acordo com a realidade.

A primeira área de trabalho tem como objetivo a construção de uma estratégia de intervenção, orientado por objetivos pedagógicos, que respeite o conhecimento válido no ensino da EF e conduza com eficácia pedagógica o processo de educação e formação do aluno na aula de EF (Matos, 2009).

“Todo o projeto de planeamento deve encontrar o seu ponto de partida na conceção e conteúdos dos programas ou normas programáticas de ensino, nomeadamente na conceção de formação geral…” (Bento, 2003, p.7).

Assim, para a concretização desta fase, logo no início do ano letivo, realizei uma análise do Projeto Educativo, do Projeto Curricular e do Regulamento Interno, que me permitiu conhecer melhor o modo de funcionamento da escola, bem como o seu contexto sociocultural e socioeconómico.

Para finalizar esta etapa, não poderia faltar a análise dos alunos, que realizei com base num questionário individual dos alunos, elaborada pelo NE. Considero que a conceção seja de extrema importância, dado que o ensino é algo que se realiza num dado tempo, em determinado contexto e para um grupo singular de pessoas. Sem esta o ensino tornar-se-ia vazio, não permitindo que o processo ensino/aprendizagem decorresse de forma eficiente.

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4.1.2 O Planeamento

“O professor não está nem pode ser dispensado da planificação do seu ensino.” (Bento, 2003, p.22)

Após o encontro com a realidade em que o meu estágio se insere, o meu foco de atenção volta-se para o planeamento do ano letivo. Como refere Mesquita (2000), o planeamento consiste em delinear antecipadamente aquilo que tem de ser realizado, como deve ser feito e quem é que o deve efetuar.

Assim, a primeira tarefa realizada, a par com os meus colegas de estágio e o PC, foi a realização de uma análise aos programas de EF relativos ao 3º Ciclo, no meu caso, mais concretamente ao 7º ano. Esta análise teve como objetivo principal a elaboração de um planeamento de aulas que levasse os alunos a atingir bons níveis de desempenho nas habilidades ensinadas, e também, em algumas dessas habilidades presentes nos Programas, que permitissem a certos alunos vivenciar experiências desportivas que nunca tiveram oportunidade de vivenciar.

Porém, após uma boa análise dos Programas Nacionais de EF, deparei-me com o facto de que possuíam um vasto leque de modalidades a lecionar neste ano de escolaridade. Além desse facto, cada modalidade desportiva lá presente não possui uma continuidade de ano para ano. Em cada um dos anos de escolaridade, as habilidades sugeridas no Programa requerem uma abordagem da base para o topo, tendo início no mais simples, passando posteriormente para o mais complexo. Na minha opinião, penso que cada uma das modalidades desportivas lá apresentadas e sugeridas, deveria obedecer a uma certa continuidade de ano para ano, fazendo com que o aluno tivesse uma aprendizagem mais contínua e não chegassem a perder grande parte daquilo que foi ensinado, após a sua transição para o ano letivo seguinte.

Com base nesta apreciação, o GEF realizou o Planeamento Anual Geral de EF. Este documento consistia na definição das modalidades a realizar em cada um dos períodos letivos, bem como o número de horas correspondentes a cada uma delas. Segundo Bento (2003, p.67), “A elaboração do plano anual constitui o primeiro passo do planeamento e preparação do ensino e traduz, sobretudo,

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uma compreensão e domínio aprofundado dos objetivos de desenvolvimento da personalidade, bem como reflexões e noções acerca da organização correspondente do ensino no decurso de um ano letivo.”

De seguida, cada um dos PE realizou o seu Planeamento Anual Individual, referente à sua turma, que consistia na distribuição das modalidades a lecionar, pelos dias de cada período, com base no seu horário. Inicialmente senti alguma ingenuidade na construção destes documentos, pois achava-os de pouca importância. No entanto, esta minha ideia “caiu por terra” em poucos dias, dado que estes me serviram de fio condutor durante todo o ano letivo, principalmente ao nível do planeamento das minhas aulas.

Após ser realizado o Planeamento Anual foram tomadas as primeiras decisões no que diz respeito ao planeamento a curto, médio e longo prazo, produzindo assim o guião para atuação. Depois de saber os espaços de aula onde estas seriam lecionadas, é que foi possível definir quantas aulas seriam dedicadas a cada modalidade. Só assim se pode fazer uma distribuição coerente, para que o professor se organize e estruture mais facilmente a sua atividade.

Partindo para um planeamento mais específico, chega a altura de operacionalizar os conteúdos tendo por base os modelos da Vickers (1990), MEC.

A realização dos MEC foi algo que exigiu trabalho árduo por parte dos PE, mas permitiu adquirir um conhecimento mais aprofundado através da investigação e reflexão sobre cada modalidade, fundamentalmente sobre aquelas em que o conhecimento é mais escasso.

Os MEC são verdadeiros auxiliares na estruturação das matérias, simplificando a informação, mas refletindo simultaneamente um pensamento transdisciplinar, auxiliando assim o processo de ensino. Cada MEC está dividido em oito módulos. A construção destes foi sem dúvida uma grande aprendizagem para a minha pessoa, uma vez que ao longo da construção de cada MEC, o meu conhecimento foi tornando-se cada vez mais completo.

Seguem-se as UD, as quais foram elaboradas tendo em conta o número de modalidades e o tempo disponível para cada uma delas. Ao elaborar as UD das modalidades desportivas que lecionei durante o ano letivo, tive como principais preocupações garantir aos meus alunos vivências que lhes permitissem

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conhecer o mais possível do desporto. Para isso ajustava o melhor possível as UD consoante a avaliação inicial dos alunos, para com isto lhes fornecer adequadamente os conteúdos e uma avaliação final para compreender e perceber se teriam adquirido os conhecimentos, práticas e vivências que lhes queria transmitir. “As unidades temáticas ou didáticas, ou ainda de matéria, são partes essenciais de uma disciplina. Constituem unidades fundamentais e integrais do processo pedagógico e apresentam aos professores e alunos etapas claras e bem distintas de ensino/aprendizagem” Bento (2003, p.75).

Na minha opinião, inicialmente, senti alguma dificuldade na escolha dos conteúdos a lecionar, principalmente em matérias com as quais o meu contacto era quase nulo ou os conhecimentos que tinha era do que observava, tal como a ginástica e o ténis de mesa. No entanto, estas contrariedades foram facilmente ultrapassadas através de empenho e pesquisa da minha parte, o que fez com que no segundo período, a construção das UD fosse realizada com melhor compreensão didática e muita maior rapidez.

Os PA são o terceiro nível de planeamento e a última etapa do processo de planeamento. Constituem uma planificação a curto prazo. O PA é como um guião da aula para o professor, que permite esquematizar a aula, os seus conteúdos e todos os seus momentos. Durante a sua elaboração, o professor deve ter sempre em consideração vários fatores, nomeadamente a UD em questão, o espaço, se este é compatível ou não com determinado conteúdo a abordar, o material disponível, entre outros. A minha grande dificuldade no início do ano, consistia na escolha dos melhores exercícios, os exercícios mais adequados tendo em conta o conteúdo a exercitar. Tinha a preocupação de garantir aos alunos a melhor aprendizagem possível, e para isso, levava-me um pouco a realizar exercícios demasiado analíticos no início, o que resultava em demasiado tempo de espera durante as aulas.

Torna-se assim uma ferramenta muito importante no planeamento. De acordo com Bento (2003, p.102) "antes de entrar na aula o professor tem já um projeto da forma como ela deve decorrer, uma imagem estruturada, naturalmente, por decisões fundamentais".

Como é normal, nem tudo o que se planeava para as aulas (principalmente as primeiras) decorria da melhor forma. Houve momentos em que tive de ajustar as situações para que os alunos superassem as dificuldades, exercícios

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consoante o espaço, bem como, existiram outras em que não consegui realizar o exercício e só após reflexão de cada uma das aulas fui melhorando não voltando a cometer o mesmo equívoco.

“Num dos exercícios que tinha planeado de 1x1, em espaço livre fora do pavilhão, fui obrigado a mudar recorrendo assim ao jogo de 3x3 dentro do pavilhão permanecendo assim até ao final da aula, por não possuir de espaço para jogo de Gr+4 vs 4+Gr.” (Reflexão nº 79 – 11 de Maio de 2016)

É muitas vezes através do erro, e do reconhecimento deste, que nós aprendemos e nos tornámos melhores Professores. É fundamental compreender os erros, pois assim, podemos perceber a sua origem e conseguir realizar as alterações necessárias no momento ou prever futuras situações. Deste modo, poderemos ter um maior controlo do ensino-aprendizagem, intervindo junto dos alunos para que alcancem o êxito na execução das tarefas, levando assim à realização das aulas com uma motivação acrescida.

“Apesar da troca de planeamentos a aula correu bastante bem, tendo sido confrontado com a realidade de um professor de Educação Física de rapidamente ter de me adaptar ao meio mesmo não tendo o material necessário à realização da modalidade planeada.” (Reflexão nº 52 – 17/02/2016)

A não superação das tarefas propostas para as aulas por parte dos alunos até pode não os desmotivar, mas exige que da nossa parte seja feita uma reflexão e uma investigação de determinadas matérias, para que assim se possa melhorar a nossa intervenção enquanto Professores.

Com o passar do tempo e com o aumentar da experiência que fui adquirindo ao longo do ano, fui sendo capaz de gerir melhor o tempo, criando situações de aprendizagem que permitissem aos alunos um maior tempo potencial de aprendizagem e um maior tempo de empenhamento motor. No entanto, tratava- se de um pensamento constante no meu dia-a-dia como estagiário. O facto de posteriormente refletir todo o processo após todas as aulas, obrigava-me a

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detetar os meus principais erros e consequentemente aprender com eles, criando assim o objetivo de planear uma aula melhor a seguir à anterior.

Um outro aspeto que me permitiu melhorar e aperfeiçoar o processo de planeamento, foram todas as reuniões de NE ao longo do ano, com a grande ajuda do PC e colegas estagiários.

A gestão de uma sala de aula é decerto uma das competências mais importantes do professor, quer para que haja um bom clima de aprendizagem, quer para a socialização e motivação dos alunos, e até mesmo do professor. A boa organização do espaço da aula funciona como um dos principais pilares que levam o professor e os alunos a obterem o maior empenho e rendimento em relação ao tempo de instrução.

Arends (1995, p. 74) cit in Carita e Fernandes (1997) define gestão na sala de aula “ como os modos como os professores organizam e estruturam as suas salas de aula, com o propósito de maximizar a cooperação e o envolvimento dos alunos e diminuir os comportamentos disruptivos”.

Nas minhas aulas tentei sempre criar exercícios com um grau de empenhamento motor adequado aos alunos, e sempre com exercícios motivadores. Outro aspeto que privilegiei foi a criação de rotinas, que me ajudaram muito na minha função de gestor da aula já estando os alunos familiarizados com as mesmas.

4.1.3 A Realização

Adotando uma sequência lógica, após todo o planeamento, é chegada a altura de colocar em prática toda a parte teórica. Confesso que os dias que antecederam o meu primeiro contacto com a turma foram de grande ansiedade. Chegado o primeiro dia de aulas, a aula de apresentação à turma, fui invadido por um misto de emoções, felicidade, alegria, ansiedade e receio, que depressa se desvaneceram, quando comecei a dirigir-me aos meus alunos, pouco tempo após, passei para uma “zona de conforto”, como se aquela já não fosse a minha primeira aula.

Nas semanas que antecederam o início do ano letivo procurei conhecer a minha turma, junto do meu PC e antigos professores. As informações que obtive

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foram alvo de preocupação, aleado a um grande desafio. Segundo os professores, a turma era muito mal comportada, no que diz respeito a distrações e conversas paralelas no decorrer da aula. A minha estratégia inicial consistia em, desde cedo, estabelecer regras, rotinas que deveriam ser criteriosamente cumpridas, quer pelos alunos, quer pelo professor. Penso que, só assim, todo o processo de ensino e aprendizagem poderia ser cumprido com rigor e sem injustiças, estabelecendo-se assim um bom ambiente propício para ensino- aprendizagem. “Ordem é meia vida”, palavras do povo, citadas por Bento (2003, p.144).

Outra estratégia adotada nas aulas iniciais foi o afastamento propositado que delineei para com os alunos, servindo como forma de estabelecer uma relação de respeito entre aluno/professor. Com o decorrer das aulas foi-se transformando numa relação mais aberta, sempre com o devido respeito mutuo. No meu entender, as estratégias adotadas fizeram efeito. Nas primeiras semanas de trabalho tinha de me preocupar bastante com questões ligadas aos comportamentos dos alunos, sendo a maior parte deles infantis, mas nunca com faltas de respeito. Com o avanço das aulas, essas questões foram cada vez mais diminutas, sendo que na parte final do ano letivo já eram quase inexistentes.

Penso que, um dos fatores que contribuiu para este sucesso foi a assimilação por parte da turma como sendo eu o responsável, o Professor da turma, e não simplesmente um mero PE. Para esta aceitação, muito contribuiu o PC, pois permitiu que todas as decisões em relação à turma fossem tomadas por mim. Um exemplo concreto dessa responsabilidade foi o facto do PC encaminhar os alunos para mim quando estes se dirigiam a ele para resolver qualquer problema. Uma outra evidência que me colocou alguns receios foi o número de alunos que a turma tinha, 27 alunos. Em primeiro lugar porque as condições de trabalho não seriam as melhores com um elevado número de alunos. Em segundo, porque existe o mito de que as turmas maiores geralmente são as mais barulhentas e com comportamentos mais difíceis de controlar. Em terceiro em termos de espaço. Após algumas aulas, verifiquei que estes meus medos eram dispensáveis, uma vez que a turma facilitou bastante o meu trabalho.

Referindo-me agora à lecionação das aulas, as primeiras dificuldades que senti foram ao nível do controlo do comportamento da turma o que confesso me deixava bastante motivado. Como já referi anteriormente, a turma, no início do

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ano letivo era bastante irrequieta, barulhenta e distraída, obrigando-me constantemente a intervir no sentido de retomar à calma. Com o decorrer das aulas, e devido a muitas insistências da minha parte, os alunos foram melhorando os seus comportamentos, acabando o ano completamente diferentes, muito mais calmos, rotinados e atentos. Admito que esta foi uma das minhas grandes vitórias neste ano de estágio, pois consegui não só realizar o meu trabalho, mas também alterar um dos aspetos mais negativos daquela turma, o comportamento. Essas diferenças de comportamento foram expressas por mim em duas reflexões de aula em momentos distintos do ano letivo.

“Em geral a aula correu pessimamente pois perdi por completo o controle de toda a turma logo após o Corta-Mato, depois de ter “expulsado” um aluno da mesma aula por não ter encontrado à primeira uma solução para sossegar o mesmo, não tendo mantido a calma que me caracteriza e não pensando no que poderia acontecer ao aluno sendo eu o responsável …” (Reflexão nº21 e 22 – 12/11/

2015)

“Com o passar do tempo já começo a sentir maior confiança com a turma tendo estes já incutidas as rotinas implementadas por mim, conseguindo cada vez mais lecionar com o “saber brincar e saber trabalhar””. (Reflexão nº 50 e 51 –

11/02/2016)

No que diz respeito à motivação da turma, esta entrava sempre muito determinada, ativa e dinâmica para a aula. No início do ano letivo como tinha por hábito realizar exercícios demasiado analíticos para exercitação de determinadas habilidades, colocava os alunos demasiado tempo em filas, em espera, levando-os à falta de atenção. Além disso, também não existiam muitos momentos competitivos nas aulas, o que fazia também com que os alunos se sentissem desmotivados. Após os longos momentos que passei a tentar encontrar uma solução para este problema, refleti acerca da possibilidade de, a tal monotonia criada nas aulas poder relacionada com as tarefas de caráter analítico e com as poucas situações competitivas. Assim, passei então a tomar uma atitude diferente relativamente a esse aspeto. Tentava criar situações de

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jogo e competição, mantendo os níveis de entusiasmo dos alunos elevados, em busca de uma melhoria da performance, o que faria aumentar a sua motivação. A observação das aulas dos meus colegas estagiários foi também bastante relevante para o sucesso nesta dificuldade. Todos os meus colegas criavam esses mesmos ambientes competitivos, uns através da aplicação do Modelo de Educação Desportiva (MED) (Siedentop, 1987) e outros organizavam torneios. A reflexão acerca destas aulas observadas fez-me crescer a este nível, aprendendo novas formas de enfrentar determinadas dificuldades.

Além disso, os alunos sentem-se bem mais motivados e entregues à atividade quando sujeitos a uma competição interna entre eles, pois é visível a sua necessidade de elevação pessoal perante os colegas. Este aspeto fazia-se notar através da aplicação do MED, o qual se caracteriza por proporcionar um ambiente competitivo em todas as tarefas da aula.

Ao longo do ano, verifiquei que a minha turma tinha níveis de motivação superiores quando as aulas eram dedicadas a uma modalidade coletiva. Assim quando lecionava modalidades individuais, no caso, a Ginástica ou o Atletismo, nem sempre eram bem aceites pelos alunos. É certo que ao longo da nossa formação na faculdade, nomeadamente nas didáticas específicas, mais propriamente na didática do Atletismo, fomos estimulados para a lecionação das aulas utilizando o MED, o qual, além de todas as suas características, proporciona aos alunos um elevado grau de motivação. Porém no caso particular da minha turma, nunca fui capaz de fazer os meus alunos aderir totalmente a modalidades de caráter individual, principalmente as duas citadas anteriormente.

Olhando o exemplo específico do Atletismo, penso que esta falha tinha a ver fundamentalmente com as seguintes razões: por se tratar de modalidades que exigiam maior empenhamento físico dos alunos e uma maior exposição perante os colegas; o facto de dependerem apenas deles próprios para alcançarem o sucesso; e finalmente, pelo tipo de estratégias utilizadas na escolha e organização dos exercícios que nem sempre foi a mais acertada. Um outro aspeto que poderá ter influenciado a motivação dos alunos, poderá estar relacionado com o facto de por vezes me centrava demasiado nos aspetos técnicos da modalidade e nem tanto nos aspetos competitivos e táticos. Deveria assim ter optado, tal como os meus colegas, por aplicar o MED, garantindo assim um outro tipo de ambiente mais festivo e competitivo nas aulas.

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Já em modalidades como o Futebol e o Andebol, que eram fortemente motivadoras para eles, durante as aulas, observava-se uma grande entrega e dedicação à competição. Este aspeto dever-se-ia talvez à maior facilidade existente em criar ambientes competitivos nestas modalidades. Uma outra justificação seria o maior gosto pelos Jogos Desportivos Coletivos (JDC), comparativamente com as modalidades individuais. Pois, nestas modalidades poderiam trabalhar em equipa e depender também dos outros colegas, para

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