A Constituição do Corpo de Bombeiros no Estado do Acre

A história do Corpo de Bombeiros do Acre tem seu início ainda com a instalação da chamada República de Luiz Galvez Rodrigues Arias - Chefe do Governo Provisório, através do Decreto nº. 07, na data de 17 de julho de 1899, que versava sobre vários departamentos, entre eles o de justiça, criou o Corpo de Bombeiros.22

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre foi criado na Polícia Militar, através da Constituição Estadual de 1º de março de 1963, tendo sua regulamentação através do Decreto nº. 154, de 28 de março de 1990, com vigência em 02 de abril de 1974.

A existência dos serviços de extinção de incêndios é paralela aos serviços da Polícia. As Companhias Regionais de Polícias para aqui vieram em 01.01.1921 com a missão de policiar a região, bem como por ocasião de ocorrências incêndios aquela tropa era acionada para fazer a extinção do sinistro utilizando os meios que dispunha, como: pás, enxadas, baldes d’água, areia e outros meios de fortuna para extinguir as chamas evitando assim quando possível sua propagação, retiravam bens materiais e socorriam vítimas. O período teve como Comandante o Major Duarte de Menezes - Comandante da Companhia Regional de Polícia do Alto Juruá.

Até então, o corpo de bombeiros continuava existindo por meio das atividades de extinção de incêndios. Contudo, a ideologia e os serviços de bombeiro já estavam cravados e permeados no acervo das atividades essenciais do Estado do Acre, já não era mais possível inexistir os serviços de bombeiro ao conjunto da convivência das pessoas. Cravava então, de forma definitiva, seu nome no rol dos serviços públicos essenciais.

A Lei Complementar nº. 02, de 04 de abril de 1974 (Lei de Organização Básica da PMAC), dispunha que o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar se organizara em comando e unidades operacionais.

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Pesquisa junto aos acervos do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre - CBMAC, Policia Militar do Estado do Acre - PMAC, Jornais do Estado do Acre e entrevistas com ex-militares da reserva.

Sua situação orgânica perdura de 1974 até 1991. Nesse período, o Corpo de Bombeiros funcionou precariamente, principalmente até 1981. O serviço prestado à população tinha muita semelhança àquele que ocorria no período em que a Guarda Territorial executava os serviços de extinção de incêndios e salvamentos. No entanto, era estruturado e dispunha de efetivo próprio. Frações de militares alojavam-se em galpões improvisados e utilizavam equipamentos e materiais rudes. E quando solicitados para as ocorrências, os bombeiros saíam a pé, levando baldes, cordas, escadas manuais etc. Os incêndios eram extintos com muita dificuldade e com baixos rendimentos. Nas operações de extinção, os bombeiros utilizavam mananciais próximos, devido não existir viaturas apropriadas, e a tática mais empregada era a da fila indiana, para, de mão em mão, fazer chegar à água ao local do incêndio, enquanto os outros, dentro daquela realidade, salvavam as vítimas e os bens.

Os avanços conquistados não foram suficientes para alavancar e colocar a Corporação no patamar de uma Instituição de excelência, que presta serviços com a qualidade e produtividade esperada pela população. Ainda convive com algumas fraquezas crônicas, principalmente as relacionadas com carências: financeiras, de materiais e de efetivo.

Importa dizer que as carências aqui apontadas já evidenciam um considerável quadro de desassistência às pessoas já para o contexto atual. Com a projeção da expectativa assentada, de desenvolvimento sócio-econômico, crescimento urbanístico e estrutural das cidades, aumento do fluxo viário e populacional fomentado pela rodovia transoceânica de ligação do Brasil com o Pacífico, a recorrente preservação ambiental, tudo isso se formata para um cenário de acréscimo substancial de ocorrências de sinistros urbanos, incêndios florestais, atendimento pré-hospitalar e outras ocorrências decorrentes. E o CBMAC necessita de lastro operacional, técnico e de apoio para enfrentar essas adversidades, dando respostas satisfatórias à sociedade.

3.1.1. Corpo de Bombeiro no Brasil

Em 1856, mais exatamente, na cidade do Rio de Janeiro, em 02 de Julho de 1856, o Imperador Dom Pedro II, vendo a necessidade de ter homens especiais para combater o fogo, assinou o decreto nº. 1.775, que regulamentava o Serviço de Extinção de Incêndio. Nascia assim o embrião do Corpo de Bombeiros no Brasil. Com o passar do

tempo, o crescimento do Brasil e de sua população e a divisão por Estados, o Corpo de Bombeiros passou a ser uma necessidade e foram criados em todos os Estados do país.

Em 02 de julho de 1954, Getúlio Vargas, então Presidente do Brasil, assina o Decreto Federal nº. 35.309, onde institui o dia do Bombeiro Brasileiro e a semana de prevenção contra incêndios, decreto tinha como teor o seguinte texto: “O Presidente da República, usando a atribuição que lhe confere o Art. 87, item 1, da Constituição Federal”:

Considerando que o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (DF) já se tornou credor de estima pública pelos reais serviços que vem prestando ao País; considerando que o Bombeiro Brasileiro sempre recebeu demonstração, as mais carinhosas, do povo pelas constantes provas de valor e bravura; considerando que no dia 2 de julho de 1856 foi assinado o primeiro Decreto regulamentando, no Brasil, o serviço de extinção de incêndios; considerando a necessidade de ser ensinada ao povo, pelos nossos bombeiros, a prática de medidas preventivas capazes de evitar a ocorrência de sinistros de proporções catastróficas.

DECRETA:

Art. 10 - Ficam instituídas, para serem comemorados anualmente no dia 2 de julho e na semana em que estiver compreendido, respectivamente o "Dia Nacional do Bombeiro" e a "Semana de Prevenção Contra Incêndio".

Art. 20 - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, em 02 de abril de 1954; 133º da Independência e 66º da República. (a) (Getúlio Vargas - Presidente do Brasil)

Presidente do Brasil

Assim sendo, garantida a existência dos Corpos de Bombeiros Militares em todos dos Estados, no Distrito Federal e nos Territórios seriam os mesmos usuários do trabalho desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros do cidade de Rio Branco.

Depois de assegurar, constitucionalmente, a missão dos Corpos de Bombeiros, bem como a sua instituição. Caberia ao Distrito Federal, aos Territórios e aos Estados alterar ou não a sua vinculação à Secretaria de Segurança Pública, por ser esta Secretaria a responsável pela manutenção da Ordem Pública e Segurança Interna e como tentamos demonstrar a missão de Bombeiros está totalmente voltada para serviços que pela sua natureza ocorre quando do medo, ou início de pânico da população.