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A década de 1990: afirmação da difusão e da ação educativa

No documento MESTRADO EM HISTÓRIA SÃO PAULO 2013 (páginas 46-55)

2. ARQUIVO E SOCIEDADE: PATRIMÔNIO CULTURAL PARA A

2.1 A abertura dos Arquivos para a sociedade

2.1.1 A década de 1990: afirmação da difusão e da ação educativa

A partir da década de 1990, as instituições arquivísticas buscaram, por meio de projetos de difusão cultural e educativa, fortalecer a sua função social. A Constituição brasileira de 1988 e a Lei de Arquivos (1991) dão o tom oficial para esse reconhecimento cultural dos Arquivos, seja pela noção de patrimônio ou pela de Arquivo. No entanto, essas iniciativas nem sempre se realizaram de forma contínua e como fator de prioridade dentre as diversas atividades desenvolvidas pelos Arquivos, principalmente na realidade do AHSP e do APESP. Assim, analisemos como se deu o processo de estabelecimento dessas ações dentro dos Arquivos.

Para além das transformações sociais e políticas, há de se indicar que no ano de 1991, por meio da Lei nº. 8.159, de 8 de janeiro, em vigor até os dias de hoje, institui-se a política nacional de Arquivos públicos e privados. As instituições arquivísticas passaram a ser regulamentados por tal lei.

Logo no Artigo 1º da Lei de Arquivos fica estabelecido que é dever do Poder Público:

[...] a gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elementos de prova e informação. (BRASIL, 1991, grifo nosso)

Realizada a análise dos termos, podemos constatar que a ideia de franquear o acesso aos documentos públicos faz parte dessa política de Arquivos, mas também percebemos que aos Arquivos é delegado o dever de fomentar políticas culturais, com vistas à sua apropriação social.

Dessa forma, na realidade brasileira, essa questão ganhou impulso com a forte demanda da população nas décadas de 1970 e 1980, que culminou em um processo concreto de reformulação das noções de Cultura, Memória e Patrimônio – inclusive o documental. Tanto a Constituição Brasileira (1988) quanto a Lei de Arquivos (1991) consolidam na legislação essas demandas sociais.

Destarte, tomando como base o conceito de Arquivo defendido por Cook (1998), que o entende como espaços funcionais e dinâmicos que devem garantir a extroversão do patrimônio documental custodiado à população, compreendo que as instituições aqui discutidas buscaram alinhar-se a esse conceito mais amplo de Arquivo.

Diante das discussões pontuadas até o momento, as quais chamam a atenção para o processo de construção da história dos Arquivos por meio da abertura de suas portas ao cidadão, observa-se que as políticas de difusão e as ações educativas implementadas pelos Arquivos analisados neste trabalho tiveram um desenvolvimento crescente nas décadas de 80 e 90, estando alinhadas com as demandas sociais e, posteriormente, sendo travadas nos âmbitos teórico e legal do acesso à informação e à cultura.

Embora essas leis favoreçam as condições de garantia institucional para o desenvolvimento de políticas de aproximação entre Arquivo e sociedade, observa-se que ações difusão de caráter cultural e educativo ainda são colocadas como secundárias dentro das instituições arquivísticas.

Mudança de paradigma também é identificável no conceito de Patrimônio Cultural e de sua aplicabilidade em ações concretas. Em sua trajetória – e talvez até por sua maior abrangência – é ainda mais visível a influência dos processos políticos engendrados como definidores dos sentidos que a expressão vai tomando no decorrer do tempo.

Ao falar nas experiências de projeção e afirmação das políticas de difusão e de ação educativa nos arquivos, há que se destacar a trajetória do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (APCBH). Como explicitado anteriormente, o APCBH é de criação recente, sendo datada em 199156. No ato de sua criação, as atividades de difusão cultural já haviam sido previstas, pois o Arquivo nasce como “[...] instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elemento de prova e informação.”57 Observa-se que, no ano anterior, as discussões que nortearam o seminário “Bases para implantação de um Arquivo Moderno: o Arquivo da Cidade de Belo Horizonte”, realizado com o objetivo de debater e divulgar os temas ligados à moderna concepção arquivística, já anunciavam a vocação cultural da instituição:

      

56 O seu acervo conta com documentos textuais, plantas, mapas, projetos arquitetônicos, fotografias, filmes, cartazes,

fitas de áudio e vídeo, discos etc. Parte significativa do acervo é composta por documentos produzidos pela Comissão Construtora da Nova Capital de Minas (1894–1898), pela Legislação Municipal (1891–1986) e por várias coleções fotográficas produzidas entre os anos de 1895 e 2000.

 

A criação do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte e a implantação do Sistema Municipal de Arquivos Públicos e Privados constituirão, sem dúvida, um marco na vida cultural da capital. (BELO HORIZONTE, 1990)

Também podemos dizer, sobre o APCBH, que dentre as primeiras atividades culturais realizadas são encontradas sob a indicação de projetos de exposições. Porém, não só de exposição se constituíram as ações de difusão do APCBH; a elas também se seguiram outros programas educativos voltados ao público escolar.

Importante indicar que, com a criação da Lei de Arquivos em 1991, promulgada no mesmo ano da criação do Arquivo Público de Belo Horizonte, as instituições arquivísticas ganharam maior legitimidade quanto ao seu papel cultural junto à sociedade – ao menos é o que propõe a Lei. Os acervos sob guarda dos Arquivos passam a ser entendidos tanto como instrumentos de apoio para o desenvolvimento da cultura quanto para servir à administração, às questões científicas e aos fins comprobatórios.

Com relação ao Arquivo Público do Estado de São Paulo e ao Arquivo Histórico do Município, podemos afirmar que as atividades culturais e educativas eram ofertadas antes mesmo da promulgação da Lei de Arquivos. Por outro lado, depois de 1991, é possível observar forças políticas diferenciadas que agem ora alavancando o desenvolvimento de ações de difusão, ora no enfraquecimento delas.

Dentro desse panorama, o Serviço de Pesquisa e Informação do APCBH, por meio de sua Seção de Pesquisas, iniciou as ações de difusão do acervo e as de caráter educativo. Essas voltadas especialmente ao público escolar, transformando-se no elo entre o Arquivo e a sociedade58.

Nos relatórios referentes ao ano de 1992, no que diz respeito às atividades desenvolvidas pelo setor, podemos observar as primeiras ações voltadas para o público externo, como o desenvolvimento de projeto ligado à exposição “Belo Horizonte: Arquivo e História” comemorativa dos 95 anos da cidade59 e o atendimento a pesquisadores e estudantes. Nesse caso,

      

58 No ano de 2005, o Arquivo passou a pertencer à administração pública indireta do município, fazendo parte do

quadro da Fundação Municipal de Cultura. Nesse momento, o antigo Serviço de Pesquisa e Informação tornou-se uma divisão, passando a ser denominado Divisão de Pesquisa, Informação e Difusão Cultural, posteriormente, no ano de 2011, passou a se chamar Departamento de Tratamento, Pesquisa e Acesso.

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a exposição contava com “acompanhamento e explicação aos visitantes” (BELO HORIZONTE, 1992b).

No mesmo relatório, observando os itens de “Projetos em Fase de Formulação” e “Planejamento de Atividades para 1993”, as atividades apontam para o fortalecimento da função social do Arquivo junto à população. Dessas, podemos destacar:

Elaboração de projetos de exposições relativas às principais efemérides da cidade de Belo Horizonte [...] elaboração e implantação de projeto de exposição comemorativa dos 96 anos da cidade de Belo Horizonte [...] promoção e debates sobre o tema “o uso acadêmico dos arquivos” [...] divulgação de cursos, conferências e demais eventos realizados pelo Arquivo Público da cidade de Belo Horizonte; definição de estratégias de divulgação da instituição junto à comunidade [...]. (BELO HORIZONTE, 1992a, p. 14-13)

Além da preocupação com a difusão cultural de seu acervo por meio da oferta de Exposições a sociedade, o APCBH também promoveu, em seus primeiros anos de existência, projetos em diálogo com o publico escolar. No ano seguinte (1993) era apontada pela direção do Arquivo a necessidade de ser instituído um programa permanente que levasse o APCBH às escolas municipais, com o objetivo de conscientizar crianças e jovens em idade escolar da importância do Arquivo. Inicialmente, esse projeto recebeu o nome de “O Arquivo vai à escola” e, posteriormente, quando colocado em prática, de “Arquivo Vivo – uma proposta educativa”60.

Dentro do programa denominado Cultura e Políticas Culturais61, desenvolvido, em 1994, de acordo com as propostas de trabalho da Secretaria Municipal de Cultural, o projeto foi ampliado para o público de educação superior (BELO HORIZONTE, 1994a). Nesse sentido, o projeto baseava-se na discussão da importância do patrimônio documental da cidade como representação da sociedade, estimulando o debate a partir de elementos que colocassem em discussão o conceito de documento e de História62.

      

60 Os moldes do projeto foram norteados pela ida da equipe às instituições de ensino. Isso deu-se devido à falta de

estrutura das instalações do APCBH para receber o público escolar. Caso tivesse locações apropriadas, o projeto seria desenvolvido nas dependências da instituição.

61 Essa definição foi atribuída ao projeto “Arquivo Vivo”, de acordo com os programas da Secretaria Municipal de

Cultura.

62 A atividade era pautada por duas temáticas: “Ensino de História e a Pesquisa” e o “Uso de documentos no ensino

de História”; divididas em partes expositiva e prática. Até o segundo trimestre de 1994, a atividade havia sido realizada com os alunos do curso de História da FAFI-BH – atualmente Centro Universitário de Belo São João Del Rei. Também foi realizada com professores dos ensinos fundamental e médio ligados à Secretaria de Educação de Contagem.

 

Dentro da perspectiva de tornar o Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte uma instituição de trânsito do público escolar, da comunidade em geral e de constituí-lo em um espaço reconhecido pelos belo-horizontinos por sua função social, o Projeto trouxe grandes ganhos para a instituição; reforçando a seu caráter cultural e educativo.

[...] este projeto tem enorme significado e o APCBH não pode “fugir” de uma de suas finalidades mais importantes no campo social e educativo. É com estes supostos [sic] que demos prosseguimento ao projeto, ainda que sem recursos mínimos para sua realização, ou seja, sede, pessoal e equipamentos, tripé básico para o funcionamento da instituição arquivística. (BELO HORIZONTE, 1994b)

***

Quando se trata do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, como pontuado anteriormente, é importante ressaltar que este já é concebido como espaço cultural desde a sua criação em 1991. Dessa forma, entendo que a ação de difundir o acervo documental por meio de atividades culturais e educativas caminha ao lado das funções primordiais de “recolher, custodiar, preservar e organizar” (BELLOTTO, 2007, p. 227). Outra questão que se coloca como diferencial é que ao seu conceito de difusão já se agregava a noção de atividades voltadas ao público escolar. Esse diálogo também se dará nos outros dois Arquivos (APESP e AHSP), neles, porém, somente após alguns anos do início das atividades de cunho cultural.

A partir da década de 1990, as atividades de difusão buscaram se estabelecer dentro das políticas institucionais nos Arquivos. O debate sobre tais questões trouxe à baila os embates ideológicos e as disputas sociais acerca das questões da memória e do patrimônio. Nesse sentido, Marilena Chaui e Dea Ribeiro Fenelon, à frente das questões culturais e do patrimônio do município de São Paulo, promoveram, em 1991, o Congresso Internacional “Patrimônio Histórico e Cidadania – O direito à Memória”, que contou com manifestações de apoio de vários setores da sociedade, como estudantes, movimentos populares, profissionais de instituições de

memória, entre outros. A partir dessa iniciativa, deliberou-se sobre os rumos da política de preservação do patrimônio histórico e cultural do município para os anos da gestão petista63.

Outra iniciativa que propôs o debate da democratização do patrimônio cultural, no caso o documental, foi encabeçada pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo. Em 1997, o APESP promoveu a Quinta Conferência Nacional de Arquivos Públicos, intitulada “Estado e Sociedade: as dimensões do Arquivo Público”. Interessante ressaltar que nesse evento estava colocada a preocupação com os contornos e com as fronteiras de atuação dos Arquivos, sendo objetivo dessa conferência “[...] definir parâmetros de jurisdição e política de arquivos públicos em face dos novos formatos institucionais assumidos pelo Estado e da crescente demanda social de informações.” (SÃO PAULO (Estado), 1997b). Nesse mesmo ano, o APESP elaborou o seu primeiro projeto de Ação Educativa e Cultural no Arquivo do Estado de São Paulo, que consistia em um programa permanente de atividades com vistas a aproximar o público escolar do patrimônio documental.

Com o objetivo de aproximar os professores de ensino fundamental, médio e universitário das fontes primárias, o Arquivo do Estado de São Paulo criou, em 1997, o setor educativo. O projeto de Ação Educativa insere-se na política de ampliação da atuação do Arquivo do Estado como difusor de cultura, não sendo mais possível que esteja exclusivamente ao serviço da investigação e administração. Por essa razão, se estuda a possibilidade de colocar a disposição das escolas as fontes históricas que se conservam em arquivos, tal serviço pode no futuro constituir elemento essencial da função social dos arquivos. (SÃO PAULO (Estado), 2002b)

Vale ressaltar que as discussões acerca das atividades de difusão de cunho educativo voltaram à cena depois de dez anos do “Projeto Criança” de 1987. Nesse período, vemos a instituição voltada para o atendimento de pesquisadores e consulentes e no trabalho editorial.

A criação do programa de Ação Educativa e Cultural no Arquivo do Estado de São Paulo possibilitou, entre os anos de 1997 e 2005, o desenvolvimento de inúmeros projetos voltados para a comunidade escolar, contribuindo para a formação de professores da educação básica e alunos

      

63 Evento realizado entre 11 e 16 de agosto de 1991. Contou com a participação de convidados de outros países como

Itália, México, Cuba, França, Inglaterra, Espanha e Argentina. Dentre os participantes brasileiros podemos citar Maria Célia Paoli, que discutiu questões sobre “Memória, História e Cidadania: o direito ao passado”, Edgar Salvadori de Decca, com palestra sobre “Memória e Cidadania”, Marilena Chaui, tratando de “Política Cultural, Cultura Política e Patrimônio Históricos”, dentre outros temas.

 

da educação superior64. Nesse período, foram organizadas oficinas pedagógicas voltadas para professores de História da educação básica e estágios para alunos de graduação da mesma área. O Arquivo então começa, especificamente no ano de 2001, a dar aulas para professores e alunos de graduação, por meio da promoção de oficinas para professores em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e estágios supervisionados para alunos do curso de Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em História da Faculdade de Educação da PUC/SP65.

No entanto, a proposição de programas voltados para a extroversão dos Arquivos e de seus acervos com o intuito de torná-los mais amigáveis à sociedade não se realizou de forma contínua. Pelo contrário, a documentação analisada demonstra interrupções bruscas na proposição das atividades de difusão. Essas constantes oscilações apontam para a dificuldade de consolidação dessa mudança de paradigma no plano político-institucional, o que gerou tribulação para a consolidação das ações educativas e de difusão como política pública, pois elas acabavam ficando à mercê dos governos e das gestões dos Arquivos.

No APESP, somente no ano de 2006 era criado o Departamento Técnico de Preservação da Memória do Estado66, o qual atribuiu ao Centro de Apoio à Pesquisa, subordinado a esse Departamento, a função de “[...] formular e coordenar Programa de Ação Cultural e Educativa com a finalidade de aproximar a Unidade do Arquivo Público do Estado de São Paulo de instituições educacionais, culturais e da sociedade.”67 Pode-se observar que somente depois de nove anos da elaboração do projeto de instalação de Ação Educativa e Cultural a prática se torna reconhecida e oficial na instituição.

Mesmo com o desenvolvimento de ações consolidadas, esse programa não se manteve entre as prioridades do APESP. Entre os anos de 2005 e 2008, nota-se uma lacuna na documentação pesquisada no que diz respeito às atividades culturais e educativas ofertadas, apontando para um intervalo na realização de tais programas. Nesse período, como já pontuado, as leis foram reformuladas, aparentando uma ampliação nas atribuições do Arquivo e conferindo a ele o caráter oficial de instituição cultural. No entanto, a realidade era outra: a crise da

      

64 O público-alvo desses projetos era o professor ou o aluno da área de História.

65 Tal demanda foi solicitada pela Profa. Dra. Helenice Ciampi, responsável pela disciplina.

66 Decreto n. 50.659, de 30 de março de 2006, que reorganiza a Secretaria de Cultura e dá providências correlatas.

Publicado em 31 de março do mesmo ano.

67 Para descrever as atribuições do Centro utilizo o Decreto n. 50.941, publicado no Diário Oficial do Estado em 6 de

instituição que se concretizava pela falta de investimento em recursos materiais e humanos, o que acarretou a paralisação de algumas atividades do Arquivo, entre elas as de difusão68.

Só muito recentemente a instituição supera a crise e a situação de dificuldades de seus principais projetos. Dentro desse novo cenário, o APESP foi transferido, em 2007, para a Secretaria da Casa Civil do Estado, o que lhe propiciou a reorganização estrutural e funcional, possibilitando a retomada de atividades culturais e educativas69. Sendo assim, a elaboração e a produção de seminários, publicações, oficinas, visitas monitoradas, material pedagógico, entre outras atividades, tomaram novo fôlego. Desde então, o oferecimento das atividades de difusão voltaram a ganhar espaço dentro do planejamento institucional70. Em abril de 2009, por meio do Decreto n. 54.276, de 27 de abril, foi criado o Núcleo de Ação Educativa, responsável por parte das ações culturais e educativas do APESP.

Já na trajetória do AHSP é possível analisar que ao final da gestão de Marilena Chaui as políticas de democratização do patrimônio cultural e das instituições de memória – neste caso, o AHSP – sofreram certa desestruturação, perdendo força quanto ao seu caráter político.

No entanto, ações – como exposições, seminários, oficinas para professores e projetos para implementação de um programa permanente de Ação Educativa – podem ser enxergadas na história institucional do AHSP depois da década de 1990. Mas se percebe que essas atividades nunca se estabilizaram como programas permanentes, principalmente aquelas de caráter educacional71.

No que diz respeito às ações educativas voltadas para o público escolar, elas passaram a fazer parte das atribuições legais do Arquivo somente no ano de 2012. À “Supervisão de Pesquisa e Difusão” foi atribuída a função de “desenvolver, promover e gerenciar programas e instrumentos de difusão do acervo e de ações educativas”, bem como de “propor projetos de ação educativa orientados para educadores ou estudantes dos diferentes ciclos de ensino e para a comunidade em geral”72.

      

68 Nesse período de crise institucional o Arquivo Público do Estado de São Paulo era subordinado à Secretaria de

Cultura do Estado e dirigido pelo Dr. Fausto Couto Sobrinho (2003–2007), cuja formação era em Direito.

69 Ainda no ano de 2007, o Arquivo Público do Estado de São Paulo é assumido por uma nova gestão. Desde então, a

coordenação do Arquivo é representada pelo Prof. Carlos de Almeida Prado Bacellar.

70 Desde de 2009, as atividades de difusão no APESP são planejadas e executadas pelo Centro de Difusão e Apoio à

Pesquisa e por seu Núcleo de Ação Educativa, subordinados ao Departamento de Preservação e Difusão de Acervo.

71 Desde 2012, as atividades de difusão estão do AHSP são responsabilidade da Supervisão de Pesquisa e Difusão,

ligada diretamente à diretoria do Arquivo.

72 Decreto n. 15.608, de 28 de junho de 2012, publicado no Diário Oficial da Cidade de São Paulo em 29 de junho

 

Embora a experiência do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte mostre-se distinta, no que diz respeito ao reconhecimento de seu caráter cultural logo na sua criação, parece-me semelhante quando o assunto é difundir o acervo e tornar a instituição um equipamento a serviço de todos os cidadãos. Nesse sentido, projetos de educação patrimonial, oficinas pedagógicas, produção de material pedagógico, entre outros, tendem a integrar a comunidade ao Arquivo, desde os primeiros anos do ensino fundamental até o público da terceira idade73.

Neste último caso, é interessante destacar o Projeto Cestas da Memória. Tal projeto fez parte das atividades desenvolvidas dentro do Programa de Preservação e Acessibilidade do Acervo Audiovisual, o qual teve início no ano de 2003. Formulado com o apoio da Associação Cultural do Arquivo, o Programa consistiu no tratamento arquivístico e na preservação do

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