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CAPÍTULO 2- COMPETÊNCIAS E HABILIDADES E SEU SENTIDO NO

2.2 A DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA NO CONTEXTO EDUCACIONAL

A definição de competência apresenta vários significados no contexto educacional, Zabala e Arnau (2010) após investigarem várias definições correntes para o termo, verificaram que existem diferentes formas de expressar os componentes das competências. Contudo, verificaram várias coincidências quando resumiram os componentes de uma competência em três grandes domínios relacionados aos campos do saber, do ser e do saber fazer. Segundo os referidos autores:

[...] se aceitamos que tudo o que se pode aprender está situado em alguma dessas três catagorias, parece oportuno, pela firmeza existente no âmbito educacional e, o mais importante, pelas características singulares e específicas que cada uma delas têm no processo de ensino-aprendizagem, chegar ao consenso geral de situar qualquer objeto suscetível à aprendizagem, em algum desses três compartimentos, utilizando, por sua vez, os termos correntes. De maneira que qualquer conteúdo de aprendizagem ou é conceitual (saber), ou é procedimental (saber fazer), ou é atitudinal (ser) (ZABALA e ARNAU, 2010, p. 36).

Portanto, os conteúdos de aprendizagem podem ser sempre definidos a partir de seus componentes conceitual, procedimental e atitudinal, de modo que, um ensino que privilegia o desenvolvimento de competências, seja lá qual for o nível de ensino, deve inicialmente estar voltado para estabelecer com precisão esses elementos, e só a partir daí, se pensar nas estratégias e metodologias de ensino inovadoras que contribuirão para desenvolver as competências essências e úteis a nossos cidadãos.

A Tabela 2.2 proposto por Zabala e Arnau pode ser útil durante o processo de definição das competências que devem ser desenvolvidas dentro de um Projeto Político Pedagógico. Através de perguntas e respostas pode-se chegar a uma formulação mais precisa e elucidativa para a definição do que são as competências formativas.

O que é uma competência?

Pergunta Resposta. Variantes da resposta

O que é? Capacidade ou a habilidade. A existência nas estruturas cognitivas da pessoa das condições e recursos para agir. A capacidade, a habilidade, o domínio e a aptidão.

Para que?

Para realizar tarefas ou atuar frente a situações diversas.

Assumir um determinado papel; uma ocupação, em relação aos níveis requeridos, uma tarefa específica; realizar ações; participar da vida política, social e cultural da sociedade; cumprir com as exigências complexas; resolver problemas da vida real; enfrentar um tipo de situação.

De que

forma? De forma eficaz.

Capacidade efetiva; de forma exitosa; exercício eficaz; conseguir resultados e exercê-los de modo excelente; participação eficaz; mobilizando a consciência e de maneira cada vez mais rápida, pertinente e criativa;

Onde? Em um determinado contexto. Uma atividade plenamente identificada; em um contexto determinado. Em uma determinada situação; em um âmbito ou cenário da atividade humana;

Por meio de quê?

Da mobilização de atitudes, habilidades

e conhecimentos.

Diversos recursos cognitivos; pré-requisitos psicossociais; conhecimentos, habilidades e atitudes;conhecimentos, e características individuais; conhecimentos, qualidades, capacidades e atitudes; os recursos que mobiliza, conhecimentos teóricos e metodológicos, atitudes, habilidades e competências mais específicas, esquemas motores, esquemas de percepção, avaliação, antecipação e decisão; comportamentos, motivação, valores éticos, atitudes, emoções e outros componentes sociais; amplo repertório de estratégias. Operações mentais complexas, esquemas de pensamento; saberes, capacidades, microcopetências, informações, valores, atitudes, esquemas de percepção, de avaliação e de raciocínio.

Como?

Ao mesmo tempo e de forma inter-

relacionada.

De forma integrada; orquestrada.

Tabela 2.2 – Questionamentos importantes para a definição de competência

segundo ZABALA e ARNAU. Fonte: (ZABALA e ARNAU, 2010, p. 37).

Para enfrentar os desafios uma de sociedade da informação, não basta o conhecimento, por si só, os processos educacionais ou mais especificamente os modelos formativos, devem fornecer os subsídios para que o indivíduo possa desenvolver de forma autônoma e eficaz em seu trabalho as capacidades de: mobilizar o conhecimento adquirido em sua formação, usar seu intelecto para solucionar desafios típicos de sua profissão, transformar informações em conhecimentos pessoais, fazer análises e sínteses, relacionar aprendizados e tirar conclusões. Assim, os modelos formativos devem favorecer a preparação de um profissional estimulado a aprender a aprender, a pesquisar, a usar sua criatividade na solução de seus problemas, a criar redes de comunicação que favoreçam o trabalho colaborativo, enfim, que esteja em consonância com um perfil profissional atual.

Para ser competente uma pessoa deve mobilizar diferentes capacidades, com o objetivo maior de solucionar as diferentes situações-problemas que venha a enfrentar no contexto real de sua profissão. Segundo Nuñez e Ramalho (2002, p.16) “... a escola não desenvolve competências quando se orienta só para a formação de determinadas capacidades, enquanto habilidades ou hábitos, num contexto artificial de exercício da profissão.”, portanto, as competências a serem desenvolvidas devem partir de situações-problemas reais que aproxime o individuo das tarefas típicas de sua profissão e que tenha a capacidade de mobilizar todas as habilidades formadas e em desenvolvimento em prol da solução dos problemas, demonstrando, desta forma, o domínio de determinadas competências, sejam gerais ou específicas. Em diversos países, reformas dos sistemas de ensino e dos modelos formativos já estão centrando suas atenções para elaborarem currículos baseados em competências, de modo a fornecer uma formação mais adequada aos novos desafios de cada profissão contribuindo, desta forma, para o desenvolvimento individual de nossos futuros profissionais e, porque não dizer, da qualidade dos serviços oferecidos. Para Nuñez e Ramalho (2002, p.15) “... os processos de reforma dos sistemas de ensino e os modelos pedagógicos, na maioria dos países do mundo desenvolvido e em vias de desenvolvimento, estão centrados nessa categoria...”, portanto, para os autores a noção de competência constitui-se num eixo orientador que conduzirá a formação cidadã de nossos universitários e deve estar inserido na categoria de “conceito estruturante dos projetos curriculares”. Assim, o desenvolvimento de competências deve ser vista como um direcionamento, um caminho a seguir pelos educadores, contribuindo para uma formação pautada em elementos essências (o questionamento, a crítica, a reflexão, o saber-fazer) dentro dos múltiplos contextos profissionais. Na educação, esses elementos são indispensáveis principalmente porque podem levar os educadores a uma postura mais questionadora sobre a sua prática, identificando os erros e acertos, sem a necessidade de intervenções externas constantes.

2.3 O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS E OS