2. OBJETIVO E METODOLOGIA 08
3.2.2. A Distribuição Espacial do Problema
Outra fonte que deve ser considerada na avaliação da situação de resíduos sólidos no Estado
do Rio de Janeiro é o Programa Estadual de Controle de Lixo Urbano – PRO-LIXO - cujo
banco de dados fornece informações importantes e atualizadas, que permitem inclusive uma
interpretação espacial mais acurada do problema.
Para uma interpretação que leve em consideração além dos aspectos quantitativos e
qualitativos a dimensão espacial, é necessário definir parâmetros para esta avaliação que
tenham respaldo legal e sejam oficialmente reconhecidos, bem como trabalháveis na prática,
para que a avaliação tenha ressonância e possa ser referenciada, ajudando a interpretações
futuras, usando para isto bases reconhecidas. Neste trabalho usamos o conceito de MRA -
Macro Regiões Ambientais - espaços territoriais de planejamento ambiental oficializados pelo
Estado do Rio de Janeiro – estando as condições existentes em cada uma das 07 MRA´s em
que é dividido o território do Estado. As avaliações efetuadas neste trabalho levam em
consideração esta divisão, pois como ela foi elaborada a partir das grandes bacias
hidrográficas do Estado, é muito pertinente para este tipo de análise. A divisão das
macro-regiões, com os municípios pertencentes a cada uma delas, encontra-se detalhada no Quadro
3.1.
Quadro 3.1 – Municípios por MRA
Macro Região Ambiental Território Municipal Integralmente
situado na MRA
Território Municipal
Parcialmente situado na
MRA **
Sigla Nome oficial Nome
MRA – 1
17*
Bacia da Baia
de Guanabara,
das Lagoas
Metropolitanas
e Zona
Costeira
Adjacente.
Guanabara
e lagoas
Metropolita
nas
Nilópolis, São João de Meriti,
Belford Roxo, Duque de Caxias,
Magé, Mesquita, Guapimirim,
Itaborai, Tanguá, São Gonçalo,
Niterói e Maricá.
Rio de Janeiro, Nova
Iguaçu, Petrópolis, Rio
Bonito e Cachoeira de
Macacú.
MRA – 2
10*
Bacia
Contribuinte e
Baia de
Sepetiba
Sepetiba Itaguaí, Seropédica, Mangaratiba,
Queimados, Japeri e Paracambi.
Rio de Janeiro, Nova
Iguaçu, Eng. Paulo de
Frontin, Miguel Pereira,
Piraí, Rio Claro e
Vassouras.
MRA – 3
2*
Bacia
Contribuinte e
Baía de Ilha
Grande
Ilha Grande Parati e Angra dos Reis.
MRA – 4
9*
Bacia da
Região dos
Lagos, do Rio
São João e
Zona Costeira
Adjacente.
Região dos
Lagos –
São João
Saquarema, Araruama, Iguaba
Grande, São Pedro da Aldeia,
Arraial do Cabo, Cabo Frio,
Armação dos Búzios e Silva Jardim.
Rio Bonito, Cachoeira
de Macacú, Casemiro
de Abreu e Rio das
Ostras.
MRA – 5
6*
Bacia do Rio
Macaé, da
Lagoa Feia e
Zona Costeira
Adjacente.
Macaé –
Lagoa Feia
Macaé, Carapebus, Quissamã e
Conceição de Macabu.
Nova Friburgo,
Casemiro de Abreu, Rio
das Ostras, Campos
dos Goytacazes, Trajano
de Morais, Santa Maria
Madalena e São João da
Barra.
MRA – 6
46
Bacia do Rio
Paraíba do Sul
e Zona
Costeira
Adjacente
Paraíba do
Sul
MAR-6.1
15*
Itatiaia, Resende, Porto Real,
Quatis, Barra Mansa, Volta
Redonda, Pinheiral, Barra do Piraí,
Mendes, Paty do Alferes, Valença,
Rio das Flores, Paraíba do Sul, e
Com. Levy Gasparian.
Vassouras, Pirai, Rio
Claro, Miguel Pereira e
Eng. Paulo de Frontin.
MAR-6.2
15*
Três Rios, Areal, Sapucaia, São
José do Vale do Rio Preto,
Teresópolis, Carmo, Sumidouro,
Duas Barras, Bom Jardim, São
Sebastião do Alto, Cantagalo,
Cordeiro e Macuco.
Petrópolis, Nova
Friburgo, Santa Maria
Madalena e Trajano de
Morais.
MAR-6.3
16*
Aperibé, Cambuci, Cardoso
Moreira, Italva, Itaocara, Itaperuna,
Laje do Muriaé, Miracema,
Natividade, Santo Antonio de
Pádua, São Fidélis e São José de
Ubá.
Campos dos Goytacazes,
Porciúncula, São João da
Barra, Varre e Sai e São
Francisco de
Itabapoana.
MAR-7
2*
Bacia do Rio
Itabapoana e
Zona Costeira
Adjacente
Itabapoana Bom Jesus de Itabapoana. Campos dos
Goytacazes, São
Francisco de Itabapoana,
Varre e Sai e
Porciúncula.
*Número de municípios considerados na MRA
Para conformação da situação da destinação dos resíduos sólidos no Estado com foco na
dimensão espacial, foram utilizadas as informações da Coordenação do Programa
PRO-LIXO, agrupadas por Macro Região Ambiental:
• MRA – 1 – Apenas um município dispõe o lixo em aterro sanitário, nove colocam o lixo
em aterro controlado e sete lançam em lixões a céu aberto. Existem em funcionamento
também quatro usinas de triagem e compostagem nos municípios de Niterói, Rio Bonito, São
Gonçalo e Tanguá. O Município de Itaboraí tem uma usina de reciclagem parada e atualmente
está construindo um aterro sanitário e uma outra usina de reciclagem com verbas do IBAMA;
Os municípios de Belford Roxo e de Nova Iguaçu foram contemplados com verbas do
Projeto Reconstrução Rio
8e as unidades implantadas foram sucateadas antes de serem
efetivamente utilizadas.
• MRA – 2 - Dos dez municípios, apenas um tem destinação adequada, pois o Município de
Pirai tem aterro sanitário licenciado pelo órgão ambiental; os demais lançam o lixo em lixões
a céu aberto;
Os municípios de Eng. Paulo de Frontin, Itaguaí e Miguel Pereira receberam recursos
do FECAM antes da criação do PRO-LIXO, para construção de Usinas de Triagem e
Compostagem (UTC) e não concluíram os projetos;
Queimados recebeu recursos do Projeto Reconstrução Rio para construção de UTC e a
unidade, que não chegou a operar, está completamente destruída;
Seropédica tem uma UTC parada, sem condições operacionais;
Rio Claro está adquirindo equipamentos para instalação da UTC e tem um Aterro
Controlado em construção.
• MRA – 3 – O município de Angra dos Reis conta com um aterro controlado em condições
operacionais muito boas e o Município de Paraty lança o lixo em lixão a céu aberto em área
de proteção ambiental;
8
Projeto do Governo do Estado com o objetivo de promover intervenções físicas, sociais e institucionais nos
municípios do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, São João do Meriti, Nilópolis, Belford Roxo, Queimados, Magé,
Japeri, Niterói e São Gonçalo, na área de habitação e saneamento básico.
• MRA – 4 – Dos nove municípios apenas um dispõe de aterro sanitário, o de Rio das
Ostras, cujo aterro é licenciado pelo órgão ambiental; os demais em lixões a céu aberto;
Os municípios de Armação dos Búzios, Iguaba Grande, Rio das Ostras, São Pedro da
Aldeia e Saquarema tem UTC´s em construção.
• MRA – 5 – Apenas o município de Macaé dispõe de aterro controlado, que recebe
também o lixo de Carapebus; Quissamã tem uma usina de triagem e compostagem e lança o
rejeito e o lixo não processado, assim como os outros três municípios da MRA – 5, em lixões;
• MRA – 6.1 – Dos quinze municípios, doze municípios lançam seus resíduos sólidos
diretamente em lixões, dois em aterro Controlado de Resende – Resende e Porto Real -, e
Valença tem usina de triagem e compostagem, mas não tem aterro sanitário nem controlado;
Os municípios de Paty de Alferes e Vassouras estão construindo UTC´s;
O município de Mendes construiu uma UTC, que se encontra desativada, com verbas
do FECAM antes da implantação do programa PRO-LIXO.
• MRA – 6.2 – São doze os municípios que lançam em lixões; Friburgo tem aterro
controlado e dois contam com usinas de triagem e compostagem – Bom Jardim que lança os
resíduos em lixão e Cantagalo que tem aterro de rejeitos;
Os municípios de Cordeiro e Duas barras já construíram UTC`s, sendo que este último
já implantou a 1ª célula do Aterro Controlado;
Santa Maria Madalena, São José do Vale do Rio Preto estão construindo UTC`s.
• MRA – 6.3 – Dos dezesseis municípios, 13 lançam diretamente em lixões; São João da
Barra e Miracema têm usinas de triagem e compostagem e também jogam em lixões e
Porciúncula tem um Aterro Controlado;
Os municípios de Cambuci e Lajes do Muriaé receberam recursos antes da existência
do programa PRO-LIXO e não completaram a instalação;
Italva, Itaocara, Miracema, Natividade, Santo Antonio de Pádua, e Porciúncula estão
construindo UTC´s, sendo que Miracema tem Aterro Controlado implantado.
• MRA – 7 – O município de Bom Jesus do Itabapoana tem usina de triagem e
compostagem e lança os resíduos em lixão e o Município de São Francisco de Itabapoana
lança diretamente em lixão.
Os principais dados mencionados no parágrafo anterior estão consolidados na Tabela 3.4:
Tabela 3.4 - Quantidade de Sistemas de Destinação - RJ
Número de
municípios
Aterro
Sanitário
Aterro
Controlado Lixão UTC*
92 03 16 73 11
Fonte: PNSB / PRO-LIXO
*Estes dados não se somam aos demais
No documento
ANÁLISE CRÍTICA DOS PROGRAMAS E DOS MODELOS DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
(páginas 40-44)