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A educação ambiental no enfrentamento dos problemas socioambientais

nas comunidades rurais do Entorno

do Parque Estadual de Itaúnas,ES:

contribuições do Projeto “Mata Ciliar”

Marcos Giovanelli 1 margiovanelli@hotmail.com Fernanda Martins Pereira1 fernandamarp@hotmail.com Valéria Maia dos Santos Andrade1 valeriaitaunas@hotmail.com Janini do Rozário Conceição1 janiniterra@gmail.com Adriana Barbosa da Rocha Bahia2 adrianarochabahia@hotmail.com Marcos da Cunha Teixeira 3 marcosteixeiraufes@gmail.com Bioma: Mata Atlântica, município de Conceição da Barra-ES Instituição: Centro Sociocultural e Ambiental “José Bahia” www.cscajosebahia.org.br

1 Projeto Mata Ciliar, Centro Sociocultural e Ambiental “José Bahia” 2 Prefeitura Municipal de São Mateus-ES

3 Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Universidade Federal do Espírito Santo.

I. Introdução

O Projeto Mata Ciliar, desenvolvido pelo Centro Sociocultural e Ambiental “José Bahia” (CSAJB), teve início em 01 de ja- neiro de 2013 e está previsto para finalizar em julho de 2015. Com o apoio do Programa Petrobras Socioambiental, o projeto tem como objetivo recompor 20 ha de mata ciliar em áreas do entorno do Parque Estadual de Itaúnas, localizado no municí- pio de Conceição da Barra, área do Bioma Mata Atlântica no Norte do Espírito Santo.

Apoiado nos diálogos teórico-metodológicos da Educação ambiental crítica (LOUREIRO, 2012) e da educação do cam- po (SEIDEL E FOLETO, 2012), o projeto Mata Ciliar tem como estratégia o envolvimento das comunidades rurais e demais segmentos sociais em atividades de formação, diagnostico e tomada de decisões quanto às soluções para os problemas socioambientais locais.

Neste trabalho, apresentam-se os resultados das atividades de educação ambiental desenvolvidas pelo Projeto Mata Ci- liar junto às comunidades do Entorno do Parque Estadual de Itaúnas e uma reflexão sobre as possibilidades de conciliação entre a necessidade de conservação ambiental e desenvolvimento humano no campo.

II. Metodologia

O envolvimento das comunidades no projeto vem sendo obtido por meio da busca de parceria com os movimentos sociais organizados que atuam nas áreas dos assentamentos, com a associação de moradores e com a escola da comunidade. A par- tir de reuniões previamente agendadas, a equipe do CSAJB apresentou o projeto e discutiram-se as formas de engajamento

das comunidades. A partir dessas reuniões foi elaborada uma agenda de trabalho que conciliou as ações previstas no projeto Mata Ciliar com as demandas apresentadas pelas lideranças.

Com objetivo de cumprir a agenda de atividades, em especial as demandas apresentadas pela comunidade, o CSCAJB buscou parcerias com a Universidade Federal do Espírito Santo por meio do Centro Universitário do Norte do Espírito Santo –CEUNES/UFES. Assim, foram previstos, em parceria com a comunidade, dois seminários de educação ambiental com foco no diagnóstico e busca de soluções para os problemas ambientais da comunidade. Para isso, foi utilizada a técnica do Diag- nóstico Rápido Participativo (DRP).

III. Resultados

No período de 01 janeiro de 2013 até 31 de dezembro de 2014 o Projeto Mata Ciliar desenvolveu uma diversidade de atividades de educação ambiental que foram divididas nos seguintes grupos: contação de histórias, cursos e seminários para produtores, atividades educacionais para conservação das florestas, teatro de bonecos, oficinas, palestras e trilhas ecológicas. Conforme apresentado na tabela 1 as diferentes atividades recolheu um total de 1209 assinaturas de moradores distribuídos nas diversas comunidades localizadas no entorno do Parque Estadual de Itaúnas. O livro de assinaturas regis- tradas durante as atividades está depositado no arquivo do CSCAJB.

Tabela 1. Total de assinaturas de moradores das comunidades do entorno do Parque Estadual de Itaúnas, Conceição da Barra-ES, ate recolhidas durante a execução das diferentes atividades de educação ambiental desenvolvidas pelo projeto Mata Ciliar no período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2014.

Atividades Alunos Professores Agricultores e multiplicadores total

Contação de histórias e outros 430 14 66 510

Cursos e seminários para produtores e comunidade em geral 0 0 29 29

Atividades Educacionais para conservação das florestas 30 1 0 31

Teatro de bonecos para estudantes 70 2 0 72

oficinas 203 8 0 211

Palestras 205 3 0 208

Trilhas ecológicas 144 4 0 148

Total 1082 32 95 1209

Figura 1. Atividades de educação ambiental desenvolvidas pelo Projeto Mata Ciliar nas comunidades do entorno do Parque Estadual de Itaúnas, ES. Trilha Ecológica para estudantes no Parque (imagem da direita) e Diagnóstico Rápido Participativo coordenado pelo Dr. Marcos C. Teixeira da UFES.

Quanto aos resultados obtidos no DRP, foi produzido um relatório a partir dos relatos produzidos pelos grupos de tra- balhos formados pelos membros das comunidades nos qual listam-se: os principais problemas socioambientais que con- tribuem para a redução da qualidade de vida na comunidade, as características locais que representam potencialidades, os fatores limitantes e os potenciais parceiros necessários à solução dos mesmos. Esse relatório será utilizado como base para um novo seminário de trabalho, agendado para o dia 23 de abril de 015 no qual espera-se contar com a participação de todos as instituições apontadas como parceiros potenciais pela comunidade no DRP. Apresenta-se abaixo um resumo dos relatórios produzidos pelos grupos de trabalho durante o DRP:

- Grupo de trabalho – Resíduos: o lixo é um problema na comunidade porque as famílias não possuem consciência do problema. É comum ver os quintais com lixo espalhado por todo lado. Acho que já uma coisa cultural, difícil de mudar. Mas a escola aposta no trabalho com as crianças. A escola possui os separadores como forma de educar, mas ainda não temos coleta seletiva. Mesmo assim, grande parte das pessoas coloca o lixo no local que a prefeitura vem retirar, aqui na escola. Só que eles demoram tanto tempo que o lixo fica espalhado, causando ainda mais problema para a escola. Além disso, essa situação atrapalha o trabalho da escola, porque as pessoas dizem: “para que eu vou levar o lixo, vai ficar jogado lá na estrada mesmo”. Achamos importante informar que está começando hoje um programa da Prefeitura que irá trabalhar na educação ambiental com as famílias de diversas locais, incluindo os Assentamentos. O mediador explicou que esses programas são os resultados da Política Nacional de Resíduos Sólidos, cujo prazo para as prefeituras se adequarem terminou em agosto deste ano. Explicou ainda que é preciso trabalhar para que as pessoas entendam que a responsabilidade com a separação e desti- nação do lixo produzido nas residências é da própria família. Cabe à prefeitura o recolhimento e a destinação final.

Grupo de trabalho – caça: trata-se de um assunto complicado dentro da Comunidade. Atualmente, muitas pessoas da comunidade não tem essa consciência e não sabem das consequências desse ato. Nossas comunidades têm muitos atos de prática da caça. Nós entendemos que a melhor forma de resolver o problema não é só por meio da fiscalização, mas principalmente por meio das atividades de educação ambiental, principalmente com as crianças. É preciso trazer os órgãos públicos para dar palestras, fazer cartazes e folders para as crianças levarem pra casa, explicar bem para as pessoas que a caça prejudica as populações dos animais.

Grupo de trabalho - florestas: a comunidade do Assentamento “Paulo Vinhas” está localizada próxima à duas unidades de Conservação: Parque Estadual de Itaúnas e Reserva Biológica de Córrego Grande. Um aspecto importante a destacar é que antes havia uma maior integração do Parque de Itaúnas com a Escola, o que não acontece hoje. Entendemos que essa integração é muito importante para o combate ao desmatamento na região, pois a presença ostensiva do Parque, não como órgão fiscalizador, mas parceiro da comunidade, contribui para a redução do desmatamento das APPs e Reservas legais. Uma meta a ser cumprida é trazer também a Rebio de Córrego Grande para uma maior integração com a comunidade. Outro aspec- to importante é que a maior parte do território da região está nas mãos das empresas de eucalipto. Por isso, não podemos fazer nada sem a presença dessas empresas em nossos encontros. Precisamos aproximar mais essas empresas da comunidade para debatermos nossos problemas.

Grupo de trabalho - agrotóxicos: os agrotóxicos representam um problema grave em nossas comunidades. Os campo- neses usam os produtos químicos sem muito conhecimento, compram sem assistência técnica e desconhecem os efeitos e perigos para nossa saúde. Já temos indícios de contaminação da água e até mesmo relatos de problemas de saúde. Não temos nenhum projeto de assistência técnica voltado para a produção agroecológica. Mas, não é só o camponês. Temos que lembrar que na monocultura do eucalipto se usa muitos venenos O problema é que isso também deve estar contaminando a água do rio Itaúnas e de outros córregos que servem a comunidade e vai para dentro do Parque de Itaúnas. A escola trabalha esse tema, mas não dará conta. É preciso ações mais efetivas envolvendo todos os órgãos. Por exemplo, precisamos realizar o monitoramento da qualidade das águas para ver se o uso intensivo dos defensivos está contaminando os córregos e o lençol freático.

Grupo de trabalho -água: a água consumida nos assentamentos “Paulo Vinhas” ” e “Valdício Barbosa” se encontra em estado impróprio para o consumo humano. Um teste foi feito pela comunidade e pela empresa CONRIO- Comissário de ali- mentos Escolares, e foi constato coliformes fecais acima do permitido pela Resolução CONAMA, condenando a mesma para consumo humano. Mesmo com estes problemas o líquido continua sendo usado, sem quaisquer restrições por todos os mo-

radores da agrovila. Os órgãos públicos responsáveis pela captação, tratamento e distribuição de água para o consumo humano já foram informados, mas ainda não tivemos retorno. Registra-se que os próprios agentes do Instituto José Bahia, desenvolvendo atividades na escola, já precisara prestar socorro à criança vítima da contaminação, cujo diagnóstico medico foi verminose decorrente de água contaminada.

IV. Conclusão

Conforme ficou demonstrado, as comunidades foram capazes de diagnosticar e de apontar possíveis soluções para seus próprios dilemas, nos quais são explicitadas tanto a preocupação com os elementos naturais do ambiente quanto as deman- das sociais. Diante disso, conclui-se que (1) as carências apontadas pelos moradores nos relatórios do DRP evidenciam a importância das atividades de educação ambiental desenvolvidas pelo projeto Mata Ciliar junto às comunidades do Entorno do Parque de Itaúnas; (2) a participação dos moradores na elaboração das agendas bem como na tomada de decisões são fatores cruciais para que as comunidades se identifiquem com a proposta do projeto; (3) os projetos que visam a conserva- ção ambiental não podem apostar em atividades de educação ambiental cujo foco sejam unicamente os aspectos físicos e biológicos que envolvem o ambiente das zonas de amortecimento das unidades de conservação sob pena de não cumprir os propósitos da sustentabilidade.

V. Referências

LOUREIRO, Carlos Frederico Bernado; LAYRARGUES, Philippe Pomier; CASTRO, Ronaldo Souza. (Orgs). Sociedade e meio ambiente: a educação ambiental em debate. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2012.

SEIDEL, R. V.; FOLETO, E. M. Considerações sobre a educação ambiental e a educação do campo: Contribuições na busca do desenvolvimento rural sustentável. In: MATOS, K. S.A.L.;WIZNIEWSKY,C.R.F.;MEURER, A.C.;DE DAVID, CESAR (ORG.). Experiências e diálogos em educação do campo. Fortaleza: Edições UFC, 2010.

I. Introdução

A Iniciativa Verde é uma associação civil com sede em São Paulo (SP) que desde 2006 trabalha com os temas mudanças climáticas, recomposição florestal, manejo sustentável de florestas, serviços ambientais e educação ambiental.

O projeto Plantando Águas, elaborado pela Iniciativa Verde e patrocinado pela Petrobras Ambiental, visa desenvolver e consolidar atividades para adequação ambiental de imóveis rurais no interior do estado de São Paulo, de forma a promover a conservação dos recursos hídricos e a difusão de práticas relacionadas a essa conservação. O período de sua execução é de dois anos, sendo iniciada em julho de 2013.

Os recursos hídricos compõem uma questão transversal neste projeto, em diferentes dimensões:

1 - O manejo das terras e da vegetação afeta a qualidade (em função do assoreamento e da poluição e eutrofização) e a quantidade (ou melhor, a regularização da vazão) das águas no ambiente;

2 - O saneamento influi diretamente no controle da poluição pelos efluentes domésticos e no aumento da oferta de água de qualidade para as populações rurais.

Assim, a abordagem integrada do manejo das áreas produtivas, de áreas de proteção ambiental e das residências na pai- sagem rural pode alimentar um ciclo virtuoso no manejo adequado dos recursos naturais, em especial o da água. A promoção destas ações sustentáveis pelos efeitos demonstrativos e pelas ações de educação e de formação deve reforçar este processo. O público alvo deste projeto são os agricultores e estudantes, e a estratégia central é a implantação de unidades de-

Plantando Águas

Roberto Ulisses Resende roberto@iniciativaverde.org.br Margareth Rosseli Nascimento meg@iniciativaverde.org.br Jaqueline Souza jaqueline@iniciativaverde.org.br Bioma: Mata Atlântica, Iperó, Itapetininga, Piedade, Porto Feliz,

Salto de Pirapora e São Carlos Estado de São Paulo Realização: Iniciativa Verde: www.iniciativaverde.org.br

monstrativas de adequação ambiental. Para a definição dos agricultores participantes foram usados critérios considerando aspectos como benefícios ambientais, sociais, econômicos e o potencial demonstrativo das áreas.

São trabalhados diferentes tipos de estabelecimentos rurais com foco na agricultura familiar, como assentamentos de re- forma agrária, comunidade remanescente de quilombo e pequenas e médias propriedades, com diferentes perfis ambientais e de exploração agropecuária.

A definição destes foi feita em função de parcerias já existentes (e algumas novas) com a Iniciativa Verde. São associações e cooperativas de agricultores familiares dos assentamentos e comunidades participantes, órgãos de atuação fundiária (o INCRA, federal, e o ITESP, do Estado de São Paulo), de ensino (a UFSCAR e a ETEC Piedade) e a EMBRAPA Instrumentação, representando a pesquisa.

Os locais onde as ações do projeto foram implantadas são: Iperó - Assentamentos Horto Bela Vista e Ipanema; Itapetininga - Assentamento 23 de Maio e Carlos Lamarca; Piedade - Agricultores familiares na Microbacia do Piraporinha; Porto Feliz - Assentamento Porto Feliz;

Salto de Pirapora - Quilombo do Cafundó;

São Carlos - Assentamentos Santa Helena e Nova São Carlos e imóveis rurais nas áreas de proteção de mananciais dos Córregos do Feijão e do Monjolinho, e Centro de Educação Ambiental no Sítio São João.

II. Metodologia

A degradação dos ecossistemas, o uso intensivo dos recursos naturais, tecnologias inadequadas e falta de saneamento têm gerado grandes impactos nas paisagens rurais. Essas modificações interferem no fornecimento de serviços ambientais e na qualidade de vida das populações.

A falta de saneamento acarreta na contaminação do solo, das águas superficiais e subterrâneas; o desmatamento de áre- as ciliares gera perda de biodiversidade levando também à degradação das águas, uma vez que a vegetação funciona como filtro de sedimentos e resíduos. Os sistemas produtivos com baixa diversidade, a redução dos elementos arbóreos e o manejo inadequado dos solos e das águas contribuem para a degradação dos ecossistemas.

Além do atendimento à legislação ambiental o projeto também trata de saneamento com tecnologias de baixo custo e de produção agroflorestal. As atividades para adequação estão divididas em três frentes de atuação.

A primeira frente de atuação parte do mapeamento ambiental das propriedades participantes com a definição de Áreas de Preservação Permanente (APPs) degradadas, definição de áreas de Reserva Legal (RL) a serem restauradas, e implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs).

A segunda trata do saneamento ambiental de baixo custo, que prevê a implantação de fossas sépticas biodigestoras (para tratamento das águas negras), jardins filtrantes (para tratamento das águas cinzas) e cisternas para captação de água de chuvas.

A terceira tem caráter transversal, pois abrange ações de educação ambiental e monitoramento ambiental participa- tivo. As ações de educação ambiental têm como objetivo difundir informações e práticas de desenvolvimento sustentável e conservação de recursos naturais a partir de oficinas, palestras e treinamentos aos envolvidos. Os temas abordados são legislação ambiental, agroecologia, recuperação de florestas, saneamento e monitoramento, de forma articulada com a implantação das unidades demonstrativas.

Além disso, as propriedades que participarem das atividades de adequação ambiental receberão visitas de estudantes do ensino fundamental através de parcerias com escolas, como já ocorre na cidade de São Carlos, no Centro de Educação Ambiental (CEA) no Sítio São João. Neste local já funcionava o movimento Amigos do Ribeirão Feijão, que agora se estrutura como a Escola da Floresta.

Ainda nesta terceira frente de atuação é desenvolvido um monitoramento da qualidade das águas nas comunidades par- ticipantes. Este é feito de forma participativa, combinando analises feitas em laboratórios com as feitas pormonitorescomu-

nitários, com uso de conjuntos de exames simplificados.

A proposta prevê a participação dos agricultores, também através de suas entidades representativas, nas diversas etapas de planejamento, implantação e monitoramento. Na implantação das unidades de saneamento e de implantação de SAFs e recuperação florestal o projeto custeia uma parte dos serviços e fornece insumos e assistência técnica. A maior parte dos serviços para a implantação (e posterior manutenção) é feita pelos agricultores, como contrapartida, enquanto usuários e responsáveis pelos equipamentos de saneamento e plantações.

Além disto, a partir da instalação de unidades demonstrativas, das atividades de educação ambiental e dos resultados de melhoria medidos e compartilhados ao longo do projeto, espera-se motivar outros agricultores a adotarem ações para adequação ambiental de suas propriedades e se tornarem multiplicadores dessas ações.

No âmbito da comunicação tem-se a produção de boletins, folhetos, manuais técnicos sobre legislação ambiental, agro- ecologia e saneamento, e também um vídeo documentário.

Como problemas além de algumas dificuldades de organização enfrentou-se a questão da seca excepcional do interior de São Paulo, que atrasou os plantios, mas reforçou a necessidade de ações como as propostas no projeto. Além de evidenciar a necessidade do bom manejo dos recursos naturais esta situação influiu na oferta de equipamentos de saneamento, com uma maior demanda de cisternas de captação de águas de chuva, maior que a prevista incialmente que foi atendida com uma nova tecnologia, com uso de estruturas de lonas de PVC.

III. Resultados

Os principais objetivos, ações e metas do projeto são:

Objetivos Ações Meta

1 - Desenvolver a adequação ambiental

de imóveis rurais Elaborar Planos de Manejo de Propriedade 110 Planos Inscrição de áreas piloto no CAR 85 áreas Implantar Sistemas Agroflorestais

demonstrativos 24 ha

Recuperação de APPs 50 ha

2 - Promover o saneamento ambiental

rural Implantar Sistemas de Saneamento 145 Conjuntos de Saneamento

3 - Desenvolver o Monitoramento

Participativo e a Educação Ambiental Capacitar agricultores em práticas de manejo, produção agroecológica e recuperação florestal, sistemas de saneamento rural e monitoramento. Realizar seminários, intercâmbios e trocas de experiência.

38 atividades

Consolidar o Centro de Educação

Ambiental (CEA) do Sítio São João Construção de sala e anexos e aquisição e mobiliário e equipamentos Desenvolver atividades de EA no CEA do

sítio São João Mais de 2 mil estudantes atendidos

Realizar monitoramento da água exames

laboratoriais e ecokits Acompanhamento de 20 pontos de monitoramento (poços, lagos e rios)

Junto dos resultados quantitativos têm-se outros, de caráter qualitativo, como o fortalecimento da organização dos en- volvidos e de sua capacidade de intervenção para o desenvolvimento sustentável de suas entidades e comunidades. A forma- ção de técnicos e agricultores nestes processos extrapola o repasse de conteúdos técnicos. A motivação para a integração de ações nos campos ambiental e produtivo, juntamente como saneamento e segurança alimentar é um ganho.

IV. Conclusão

O projeto foi uma experiência com diversas inovações para os envolvido, em termos técnicos, operacionais e gerenciais, assim como a própria ação em conjunto foi uma novidade muitas vezes. Assim, aconteceram alguns problemas de articulação e planejamento, que foram superados em boa parte pelo empenho dos participantes e flexibilidade na gestão.

Como lições aprendidas têm-se a importância de uma boa discussão prévia com os envolvidos, a importância do planeja- mento, mas que preserve a dinâmica e flexibilidade. Também é evidente ter-se os procedimentos técnicos e administrativos bem resolvidos o máximo possível antes da ação, organizados em um manual operativo do projeto (que pode e deve ser atualizado no decorrer dos trabalhos).

Outra questão surgida no desenvolver dos trabalhos é que em projetos deste tipo é importante ampliar as ações que sejam relacionadas entre si, atuado de forma abrangente. Além das já tratadas até o momento no Plantando Aguas observou-se a importância de acrescentar outros pontos, como a destinação do lixo e a conservação de solo, reforçando a abordagem articulada dos temas proteção ambiental, produção agrícola, qualidade de vida e saúde no meio rural.

Discussão sobre modelos de Sistemas agroflorestais

no Assentamento Santa Helena, São Carlos, SP Monitoramento participativo da qualidade água, Assentamento Carlos Lamarca, Itapetininga, SP

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