composto orgânico no período pós-plantio.
Alvaro Vinicius Meirelles de Jesus alvaromeirelles@yahoo.com.br Alan Portela Mororó alan.mororo@gmail.com
Bioma: Mata Atlântica, Mata de São João, Estado da Bahia
II .Metodologia
2.1 Localização e caracterização da área do experimento
A área do experimento localiza-se na Reserva da Sapiranga (coordenadas geográficas, Datum: SAD 69/Projeção: UTM: Latitude: 8610449.58 m S e Longitude: 603929.71 m E;), distrito de Praia do Forte, município de Mata de São João, BA. A área foi escolhida de modo a comportar todas as mudas e proporcionar condições semelhantes de influências físicas externas. Outras características relevantes para a sua escolha foram boa iluminação solar, sombreamento desprezível e pouca circulação de pessoas. Trata-se de uma área de restinga arbórea composta por uma clareira com declividade des- prezível, com solo arenoso e vegetação em seu entorno. As espécies identificadas com maior número foram: a Tapirira guianensis (Pau-pombo), a Hancornia speciosa (Mangabeira), o Syagrus coronata (Licuri).
2.2 Delineamento amostral
O experimento foi iniciado em 26 de fevereiro de 2012 e teve sua última leitura em 29 de abril de 2012, totalizando 64 dias. Foram conduzidos 4 tratamentos com 50 repetições cada, totalizando 200 mudas (Figura 01). Os tratamentos em questão foram S (solo de referência), H (hidrogel + solo
de referência), C (composto orgânico + solo de referên- cia) e HC (hidrogel + composto orgânico + solo de refe- rência). A distribuição em campo ocorreu em 20 parcelas e estas ocuparam aproximadamente 350m². Os trata- mentos foram padronizados como mostra o quadro 01. A distância mínima entre as mudas foi de 1 metro. O polí- mero foi hidratado à proporção de 5g/L. Foi utilizado um total de 500 g de acrilato de sódio e 100 L de água. Foi utilizada água tratada reservada pelo período mínimo de 24 horas, ainda foi submetida ao processo de filtragem (filtro doméstico convencional). O preparo foi realizado cerca de 2 horas antes do uso e todas as mudas depois de plantadas receberam uma única rega até o ponto de saturação visual.
Quadro 01 - Passo a passo dos métodos de plantio.
Métodos de plantio S C H HC
Etapa 1 1,2 L de serrapilheira
no fundo do berço 1,2 L de serrapilheira no fundo do berço 1,2 L de serrapilheira no fundo do berço 1,2 L de serrapilheira no fundo do berço
Etapa 2 1 L do solo de
referência Adiciona 1 L de mistura solo de referência + composto na proporção de 3:1
1 L do solo de referência Adiciona 1 L de mistura solo de referência + composto na proporção de 3:1
Etapa 3 Posiciona a muda
centralizada no berço Posiciona a muda centralizada no berço Posiciona a muda centralizada no berço Posiciona a muda centralizada no berço
Etapa 4 Fecha o berço com o
solo de referência Adiciona 1 L de mistura solo de referência + composto na proporção de 3:1
1 L do solo de referência Adiciona 1 L de mistura solo de referência + composto na proporção de 3:1
Etapa 5 Adiciona 1,2 L de
serrapilheira Fecha o berço com o solo de referência Adiciona 1 L de polímero hidratado Adiciona 1 L de polímero hidratado
Etapa 6 Não se aplica Adiciona 1,2 L de
serrapilheira Fecha o berço com o solo de referência Fecha o berço com o solo de referência
Etapa 7 Não se aplica Não se aplica Adiciona 1,2 L de
serrapilheira Adiciona 1,2 L de serrapilheira
Quadro 01: Etapas de plantio
As mudas de P. heptaphyllum utilizadas foram originárias do viveiro de mudas do Projeto Floresta Sustentável, realizado pela Fundação Garcia D’Ávila com o patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental. As mudas foram obtidas a partir de sementes coletadas na Reserva da Sapiranga e germinadas em tubetes de 180 cm3, após 90 dias foram transferidas para sacos de polietileno. Permaneceram 120 dias em viveiro irrigado com sombrite de 50%. Após este período as mudas foram encaminhadas ao viveiro de rustificação onde permaneceram por 30 dias. Foram selecionadas as mudas que apresentaram aparência saudável e que tinham ao menos 30 cm de altura. O substrato utilizado foi húmus de minhoca e os berços cavados para os plantios tiveram as mesmas dimensões, 30 cm de profundidade e 22 cm de diâmetro visto que os torrões têm o mesmo tamanho, em média 19 cm.
III. Resultados e discussões
Decorridos os 64 dias de experimento foi possível obter as taxas de mortes para cada tratamento, assim como toda evo- lução dos sinais de estresse hídrico que sofreu cada uma das mudas. Desta forma é possível observar claramente o compor- tamento das mudas em cada tratamento e, principalmente, a taxa de mortalidade que se mostrou praticamente igual para os tratamentos com a adição do polímero (2%), enquanto para os tratamentos sem o polímero essa taxa também foi igual, 6% de mortalidade para ambos.
É importante destacar que todas 100% das mudas apresentaram sinais de estresse hídrico, mas verificou-se entre os tratamentos S, H e HC que todos tiveram acima de 80% de suas mudas apresentando Sinais Moderados até o fim do período do experimento enquanto as mudas do tratamento C tiveram apenas 50%. Esta diferença também é visível quando se analisa a porcentagem de mudas com Sinais Críticos, pois enquanto os tratamentos H, HC e S registraram taxas de 2%, 10% e 12% respectivamente o tratamento C registrou a taxa de 44%.
IV. Conclusões
Tendo em vista os dados apresentados por este estudo e as dificuldades que envolvem atividades de plantio de refloresta- mento conclui-se que o uso do polímero retentor hídrico no plantio de Protium heptaphyllum em solo arenoso com ou sem a adição de composto orgânico não se mostra uma alternativa viável de uso para esta atividade.
Contudo, este estudo limita-se a responder quanto ao que ele se propõe. Novos estudos com o emprego de outras espé- cies, outras composições de polímeros, assim como a análise de desenvolvimento das mudas podem e devem ser realizadas para que possam aumentar as possibilidades de sucesso na recuperação de áreas degradadas, além de proporcionar um maior número de publicações científicas para disseminação do conhecimento.