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5 PRÁTICAS AVALIATIVAS : EFICIÊNCIA E FRAGILIDADES DO

5.3 A EFICIÊNCIA DA PROPOSTA DE AVALIAÇÃO NAS PRÁTICAS

PEDAGÓGICAS

Se o objetivo da prática avaliativa é fornecer elementos que facilitem o processo de ensino aprendizagem, uma proposta de avaliação é eficiente na medida em que permite a professores e alunos identificarem as falhas do processo para nelas interferir. Assim sendo, esta pesquisa busca também analisar a eficiência do processo de avaliação por indicadores em relação a aprendizagem dos alunos. Busquei estas informações através das questões números 4 e 5 do questionário aplicado aos professores e na questão 5 do formulário respondido pelos alunos.

Os professores consideram o feedback6 um elemento importante para que o aluno perceba as suas limitações e necessidade de investimento na sua aprendizagem.

Porque faz com que os alunos reflitam sobre o seu desempenho e questionem o que poderia ser feito para melhorar o seu resultado. (Professor 4).

Acredito que dessa forma fica mais compreensível ao aluno o motivo do conceito, sendo que o mesmo pode evoluir neste processo ao longo do curso. (Professor 2) É vital pois o aluno precisa de direcionamentos concretos para direcionar seus esforços na busca do conhecimento. (Professor 8)

Excelente pois é uma oportunidade de esclarecer determinados pontos nesta conversa devolutiva. Ate mesmo para o professor conhecer melhor os alunos. (Professor 6)

Porque torna o processo de avaliação transparente a ponto de permitir ao aluno o controle do seu aprendizado. (Professor 1)

Nestes depoimentos dos professores posso inferir que a proposta de avaliação do Senac SC, que tem o feedback como um dos seus elementos pode ser eficiente na medida em que através deste retorno o aluno se torne sujeito de sua própria aprendizagem.

No entanto, nas entrevistas com os alunos percebi que nem sempre os professores fornecem este retorno aos mesmos, reforçando a necessidade da instituição investir na formação continuada dos professores, pois o instrumento de avaliação aplicado não deveria ter o mero objetivo de mensurar as aprendizagem dos alunos, mas sim indicar as necessidades de melhoria do processo de ensino e aprendizagem.

Todos os professores deveriam dar um feedback a cada aluno, se não estiver algum conceito bom, perguntar o que aconteceu, e explicar o porque de tal conceito. (Aluno TGTI - O).

A eficiência da proposta em relação a facilitação da aprendizagem está centrada na realização do feedback este, porém, usado em circunstâncias pedagógicas, requer uma “eficiência” metodológica. Ou seja, supõe que os professores dominem técnicas e

6 Expressão da língua inglesa que significa retorno. Em administração, feedback é o procedimento que consiste no provimento de informação à uma pessoa sobre o desempenho, conduta, eventualidade ou ação executada por esta, objetivando orientar, reorientar e/ou estimular uma ou mais ações de melhoria, sobre as ações futuras ou executadas anteriormente. No processo de desenvolvimento da competência interpessoal o feedback é um importante recurso porque permite que nos vejamos como somos vistos pelos outros. É ainda, segundo Mascarenhas (2009), uma atividade executada com a finalidade de maximizar o desempenho de um indivíduo ou de um grupo. Processualmente, é oriundo de uma avaliação de monitoria.

instrumentos avaliativos que possibilitem dar ao aluno um retorno coerente com as necessidades de investimento na sua aprendizagem.

Assim sendo, dando continuidade às questões da entrevista, faço menção às maiores dificuldades encontradas pelos professores na utilização desta metodologia. Eles relatam que não é tarefa fácil, elaborar atividades que “dêem conta de avaliar os indicadores destacados”. Dizem também que avaliar e compreender os conceitos é um tanto subjetivo.

Não encontrei nenhuma dificuldade, porém a parte mais trabalhosa é elaborar os exercícios que possibilitem a classificação dos alunos de acordo com os critérios que devem ser atingidos e definir o ponto de corte entre os conceitos (atingimento total, parcial, etc). (Professor 5).

Minha maior dificuldade é a subjetividade do processo. Separar e compreender em que situação aplicar cada um dos conceitos (ótimo, bom, satisfatório e insatisfatório). (Professor 9).

O que os professores apresentam como dificuldade seria a categorização na expressão final do resultado da avaliação. Os conceitos Ótimo, Bom, Satisfatório e Insatisfatório supõe uma relação com os indicadores (ver tabela p. 68) e segundo os professores a descrição dos conceitos não fornecem elementos objetivos, por isso consideram que a maior dificuldade é a subjetividade do processo.

Outra dificuldade relatada pelos professores é o fato de os alunos não compreenderem o sistema de avaliação por completo o que, certamente, compromete o resultado.

Na verdade a maior dificuldade está em sempre explicar a forma de avaliação SENAC para os nossos alunos. (Professor 2).

Os professores enfatizam também que a sua formação esteve sempre calcada em uma visão de avaliação tradicional e classificatória, carecendo portanto de estudos específicos para ressignificar seus conceitos e consolidar a proposta apresentada pela instituição.

A formação dos docentes, na sua grande maioria, está concentrada nos fundamentos da avaliação somativa, dificultando a compreensão dos fundamentos da avaliação formativa. (Professor 11).

Os professores do Senac/SC são contratados na modalidade horistas. Certamente, este fator restringe consideravelmente o tempo que os mesmos têm para a dedicação à instituição e, principalmente, ao que o sistema de avaliação apresentado exige, seja para capacitação, preparação e a própria execução e prática do mesmo. Fica evidente esta dificuldade nos relatos a seguir:

Professor contratado no regime de horista não dispõe de tempo ideal para sua operacionalização. (Professor 4).

Tempo necessário para realizar as devolutivas aos alunos, pois para cada indicador o docente deve especificar, esclarecer sempre o que é preciso ser melhorado, o que requer adequação ou, ainda, porque o indicador não foi atingido em cada instrumento de avaliação aplicado. (Professor 14).

Percebe-se, assim, que a eficiência do processo está, também, vinculada a estrutura administrativa que deverá ser repensada no sentido de fornecer aos docentes o tempo necessário para a aplicabilidade da proposta.

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