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5. Retrospetivas: olhares distintos sobre o Museu

5.1. A equipa do Museu

As entrevistas realizadas à equipa do museu fizeram-se por escrito, ambas através de um guião de entrevista conforme foi já mencionado. O guião de entrevista realizado à equipa do Museu (Dr.ª Patrícia Costa e Raquel Almeida) dividiu-se em 3 partes. A 1.ª parte diz respeito à identificação do inquirido, na qual se pretende que este se apresente, e mencione a sua formação profissional e académica. A 2.ª parte diz respeito ao Museu do ISEP enquanto caso de estudo deste trabalho e a 3.ª parte relaciona-se diretamente com o projeto de prototipagem desenvolvido pelo Museu do ISEP em parceria com os alunos do ISEP (turma do 2.º ano da Licenciatura em Mecânica), na qual se procura saber a opinião dos inquiridos em relação às vantagens do projeto e se consideram a experiência benéfica para ambas as partes. Após a apresentação de cada entrevistado (nome, formação profissional e académica), deu-se início à entrevista propriamente dita. Na 1.ª pergunta procura-se saber o que os entrevistados entendem por Museu (conceito e principais práticas). Ambos os inquiridos citaram o ICOM e sua noção de Museu, salientando que o Museu deve de ser um lugar vivo, vejamos as respostas:

E.1: “Um museu uma instituição que, para além dos requisitos estipulados pelo ICOM, deve ser um lugar vivo que reflita a sociedade em que está envolvido.”

E.2: “Para mim, um museu é uma instituição, de carater permanente, com ou seu personalidade jurídica sem fins lucrativos que possui um espólio museológico e que cumprem as funções museológicas previstas na lei-quadro dos museus portugueses.”

De seguida, os entrevistados foram questionados sobre a forma como o Museu do ISEP tem-se afirmado como espaço de educação e de aprendizagem. Ambos os inquiridos ressaltaram a importância e o gosto pela ciência que o Museu do ISEP tenta transmitir, sendo que o E.1. atenta mais sobre o acervo do Museu como plataforma ideal para o

80 desenvolvimento de novas abordagens (para além de visitas guiadas, trabalhos curriculares), vejamos:

E.1: “Tentamos que o nosso espaço museológico seja um espaço de educação em primeiro lugar para a comunidade ISEP, através de visitas organizadas, trabalhos curriculares ou projetos, onde acervo é o mote para o desenvolvimento de novas abordagens. Depois temos a comunidade envolvente que tentamos trazer ao Museu para que o gosto pela ciência seja desenvolvido. Para já os resultados têm sido positivos.”

E.2: “Trabalhar no museu tornou-se uma ferramenta essencial para o meu desenvolvimento profissional, na obtenção de novos conhecimentos e no aperfeiçoamento da prática de outros adquiridos anteriormente. Para o público, na minha opinião, o museu é um lugar que transmite a evolução da ciência e dá a conhecer aos visitantes informação desconhecida por eles, assim como o conhecimento das técnicas utilizadas nos tempos passados.”

Seguidamente pediu-se a opinião dos inquiridos sobre as principais singularidades e forças do Museu do ISEP. Ambos os inquiridos atentaram na natureza da coleção do Museu – coleções científicas. O E.1 sublinhou o fato dessas coleções trazerem vantagens como o manuseamento das mesmas, enquanto o E.2 atentou mais sobre o valor histórico das coleções, vejamos as respostas:

E.1: “Penso que por sermos um Museu com uma coleção de ciências que nos traz alguma vantagem, o poder tocar, mexer e construir algo durante as visitas é um dos nossos pontos fortes.”

E.2 – “Possuir um espólio museológico significante que mostra a evolução da ciência, assim como o método de ensino desde o século XIX até aos nossos dias. Algumas das peças que o museu possui, são exemplos “quase” únicos mundo, e são um fator impulsionador de posicionar o museu em destaque.

81 A próxima pergunta relacionou-se com as principais limitações e deficiências do Museu do ISEP, na qual se pediu a opinião de cada inquirido. As respostas recaíram sobre a falta de verbas, as instalações e a localização do Museu dentro do campus do ISEP.

E.1: “Localização dentro do campus do ISEP e instalações.”

E.2 – “A limitação de verba financeira e a localização do museu.”

A última pergunta relacionada diretamente sobre o museu, prendeu-se com as potencialidades e oportunidades do Museu do ISEP. Neste ponto verificamos que a criação de oportunidades para o Museu, passa sobretudo pela sua mudança para um outro edifício que ofereça instalações mais condignas, tanto para acolher pessoas como as coleções. Já o E.1 sublinha a necessidade de colocação de sinalética no exterior, de uma nova reorganização do espaço e da montagem de uma exposição de longa duração, vejamos as respostas:

E.1: “Reorganização de todo o espaço, montagem de uma exposição de longa duração com todas as condições necessárias e a colocação de sinalética no exterior.”

E.2 – “Essencialmente mudar as condições físicas do museu e a sua localização.”

A 3.ª parte relacionava-se com o projeto de prototipagem de 10 objetos do Museu, através da parceria criada entre a Turma de Anteprojeto II e Museu do ISEP. Pretendia- se saber quais as vantagens do projeto e se este havia sido benéfico para ambas as partes (na opinião de cada inquirido). Na opinião de todos, este projeto foi um sucesso. As vantagens e metas alcançadas foram múltiplas e benéficas para todos os envolvidos, sem esquecer os públicos, que possuem agora uma oportunidade de experiência tanto educativa como lúdica, vejamos:

E.1: “Este projeto partiu da ideia de fazermos cópias de alguns objetos existentes no museu para os visitantes poderem manusear. Numa primeira fase foi contatado o professor responsável pela cadeira e foi feito um estudo da viabilidade do projeto a nível financeiro. A disponibilidade demostrada por parte do Departamento de mecânica foi total, começando logo no início do semestre os trabalhos dos alunos. Os trabalhos

82 foram todos feitos dentro das datas estabelecidas. As vantagens são enormes neste tipo de parcerias, os alunos têm material para trabalhar e o museu beneficia porque fica com o trabalho realizado a preços reduzidos.”

E.2 – “Na minha opinião as vantagens foram: a divulgação do museu e da sua coleção, nomeadamente perante a comunidade discente, que até à data era desconhecida. Por parte do museu, este beneficiou em duplicado, divulgou o espólio do museu, dando a conhecer a sua coleção e beneficiou na aquisição de peças de prototipagem idênticas aos originais que podem ser utilizadas como peças educativas, onde os visitantes podem mexer, sem receio de degradar as peças originais. Na minha opinião, foi uma experiência muito benéfica para ambas as partes, uma vez que os alunos, além de conhecer o museu, desenvolveram projetos bastante ambiciosos e originais para a disciplina e o curso.”