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2. O Estágio no Museu do ISEP: descrição e análise das tarefas desempenhadas

2.1. Visitas guiadas e ateliers educativos

Ao longo destes oito meses de estágio várias foram as visitas guiadas realizadas e os ateliers educativos produzidos para as diferentes faixas etárias. Por norma as visitas guiadas são orientadas por uma das funcionárias que compõem a equipa do museu. Contudo foi-me dada a oportunidade pela coordenadora do museu de realizar as visitas, já que o conhecimento relativo à instituição e suas coleções era vasto. Para além desta questão havia ainda o problema da falta de recursos humanos, uma vez que o museu apenas dispõe de duas funcionárias. Neste aspeto a ajuda e deliberação de uma tarefa para outra pessoa afirmou-se como uma mais-valia para o funcionamento do museu. O fato do museu possuir uma pessoa designada para as visitas guiadas ou para o acolhimento ao visitante possibilitou à restante equipa versar a sua atenção sobre outras práticas museológicas. Aquando da receção de grupos com elevado número de pessoas, a solução encontrada foi a divisão do grupo total em pequenos grupos para o qual era designado uma pessoa do museu. As deficientes instalações nas quais o museu se encontra não possibilitam a receção de um grande número de pessoas daí que a solução encontrada foi a rotatividade dos pequenos grupos durante a visita. Para que tal fosse possível foi solicitado o apoio do Laboratório Automóvel do ISEP, que possibilitou uma ao visitante uma experiência lúdica e ao mesmo tempo educativa. A título de exemplo relembro a minha primeira vista guiada com os alunos de 7.º e 8.º ano (faixa etária dos 13-14 anos) da escola Castro Matoso e Oliveirinha, na qual 127 alunos foram distribuídos por três grupos. A visita inclui uma visita orientada ao museu e suas coleções, passagem pelo Laboratório Automóvel do ISEP (na qual a visita foi orientada por um aluno do ISEP da licenciatura em mecânica) e passagem pelo museu de

93 mineralogia. Durante a visita os alunos mostraram-se entusiasmados e colocaram questões sobretudo no que diz respeito à designação e função dos objetos expostos (importa notar que a maior parte dos objetos não possui qualquer tipo de legenda que permita o visitante contextualizar-se). A maior parte dos alunos pedia ainda para tocar nos objetos (vemos assim a importância da interatividade e do toque na experiência do visitante). Neste aspeto reconhece-se a importância dos objetos de prototipagem do museu, para os quais voltaremos a nossa atenção mais à frente neste trabalho.

Para além desta faixa etária, foram ainda realizadas visitas guiadas a grupos de crianças, como foi o caso do Jardim de Infância Centro Social do Bairro do Carriçal da Obra Diocesana de Promoção Social de Paranhos com crianças com idades compreendidas entre os 2 e 3 anos. Foram ainda realizadas outras visitas orientadas a pequenos grupos de alunos do ISEP (grupos de 3 e 4 alunos) e a funcionários do ISEP que esporadicamente apareciam no museu para o conhecer. Foram portanto orientadas visitas ao museu sobretudo a grupos escolares. Estas visitas guiadas significaram acima de tudo, a oportunidade de conhecer os públicos do museu do ISEP. Este contato próximo com os visitantes possibilitou conversas informais com os mesmos nas quais é possível delimitar os seus interesses, as suas expetativas e as suas motivações relativamente ao museu do ISEP. Não esqueçamos que os visitantes gostam de expressar as suas opiniões e de sentir que também eles são importantes no âmbito do museu, o que lhes permitirá criar um sentimento de pertença. Muitas das propostas acima referidas foram ponderadas após conversas com visitantes durante as visitas guiadas. Relativamente aos ateliers estes propõem aos visitantes a execução de várias experiências científicas, abrangendo as várias áreas de estudo que se encontram representadas no museu. São experiências nas quais se utilizam materiais baratos e de fácil acesso. A experiência é ao mesmo tempo educativa e lúdica. Contudo, a maior parte destas experiências relaciona-se com as áreas de estudo das coleções do Museu, como já foi mencionado, não se relacionando ou focando diretamente sobre os objetos que compõem o acervo do museu. Como constatamos anteriormente, as pessoas desenvolvem aprendizagens e retêm mais informação, quando lhes é possibilitado interagir com as coleções. Não esqueçamos que aprender com coleções é divertido, proporcionando aos visitantes uma experiência lúdica e educativa. A planificação, descrição e imagens das atividades desenvolvidas nas visitas guiadas e ateliers do Museu em anexo (ver Anexo M).

94 2.2. Apoio na produção de exposições

2.2.1. Reorganização da Sala de Desenho

Apoio na reestruturação da exposição patente na sala 1 – sala de desenho técnico. Esta reestruturação teve a duração de 1 mês. A disposição das mesas foi alterada e procedeu- se à incorporação de informação adicional relativa às peças. Foram incorporados na exposição uma nova seleção de objetos e estampas até antes acomodados na reserva técnica. Aquando da reabertura da sala 1 foi redigido um texto pela mestranda posteriormente colocado no novo Site do Museu de forma a divulgar a exposição. Foi proposta ao Museu pela mestranda, a adoção de uma nova sinalética que acabou por ser aplicada a todo o museu. A sinalética consistiu no recorte de formas de “pés” em papel autocolante e na sua aplicação no pavimento de todas as salas do museu. O objetivo principal da aplicação desta sinalética foi o de orientar os visitantes pelas várias salas do museu e tornar a visita mais dinâmica. As cores escolhidas para o papel autocolante onde se recortaram as formas dos “pés” foram o azul e o vermelho, portanto cores mais atrativas e que sobressaem no pavimento do museu. Foi também utilizado um papel autocolante preto com a mesma forma que foi colado no átrio e nos corredores do museu de forma a contrastar com a cor vermelha do pavimento do museu. Os textos e imagens desta atividade em anexo (ver Anexo N).

2.2.2. Exposições temporárias: comemoração dos 160 anos

No âmbito das comemorações dos 160 anos de existência do ISEP, o Museu promoveu um ciclo de exposições temporárias durante o ano de 2012. Neste ciclo vão decorrer 11 mostras de objetos do acervo do Museu do ISEP, cada uma delas focando uma coleção do Museu. Estas mostras estão patentes ao público das 8h00 às 20h00 no edifício e os vários objetos encontram-se distribuídos por 3 vitrinas. Cada mês será dedicado a um tema, a saber: mês de Fevereiro – microscópios: mês de Março – balanças; mês de Abril – modelos de geometria descritiva; mês de Maio – modelos de distribuidores de vapor; mês de Junho – telegrafia; mês de Julho – acústica; mês de Agosto – reagentes químicos; mês de setembro – modelos de engrenagens; mês de outubro – galvanómetros; mês de Novembro – modelos de metalurgia; mês de Dezembro –

95 desenho. Esta mostra promovida pelo Museu do ISEP segue o modelo de muitos outros museus em todo o mundo que promovem a atividade – destaque do mês – com a finalidade de dar relevância a vários objetos selecionados do acervo do museu como também promover e divulgar aquilo que os museus possuem de mais importante e único – as suas coleções – aquilo que os diferencia de outras instituições sociais.

Para divulgação deste evento, o Museu do ISEP utilizou cartazes elaborados pelos designers no ISEP, os quais espalhou pelos edifícios centrais do ISEP. A propaganda destas mostras fez-se também através de uma pequena nota no jornal Metro do Porto e através do ISEP [em minutos]. O Museu do ISEP divulgou esta iniciativa também pelo do seu novo Site, através de um campo especialmente concebido para estas mostras, que para além de incluir informação adicional (pequenos textos retirados da base de dados do Museu) sobre cada uma das coleções expostas, possibilita ao visitante visualizar fotografias das mostras. Para estas mostras foram redigidas legendas nas quais constam a designação do objeto; datação e coleção a que pertence. Imagens desta atividade em anexo (ver Anexo O).